Observe um dado interessante no qual a influência religiosa se manifesta no dialeto "Reggitanu", falado na região da Reggio Calábria , sul da Itália, e se expressa na Declaração Universal de Direitos Humanos no referido dialeto.
"...Tutti i *cristiani* nàsciunu lìbbiri e ntâ stessa manèra 'i l'autri pi' dignità e diritti. Iddhi hannu ognunu u so' ciriveddhu mi raggiùnunu e hannu a campari unu cu l'autru comu si fùssiru frati râ stessa matri..."
Todos os *seres humanos* nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
Como se percebe *cristiani* (cristãos) é a tradução para *seres humanos*.
Algo realmente instigante e ao mesmo tempo inquietante no que diz respeito ao dogmatismo religioso e à imposição histórica que involuntariamente o povo de uma determinada região (no caso a Calábria) acabou assimilando como um vocábulo de altíssimo teor de significado.
Afinal de contas, o que se expressa no referido dialeto é que "cristiani" é a palavra que significa "seres humanos" o que por conseguinte, pode incitar a um conceito sofismático de que todos aqueles que não são *"cristiani"* não são seres humanos.
Durma-se então com um barulho destes, pois de um modo ou de outro a referida palavra - cujo singular é "cristianu" - pode ser interpretada como um "preconceito religioso".
Será que o Dialetto Reggitanu, terá que reconfigurar ou re-significar o seu substantivo "cristianu" e encontrar uma outra terminologia idiomática para legitimar a existência do ser humano ?
Neste meio tempo, aqui no Brasil a linguagem neutra, continua sendo objeto de discussão em alguns segmentos sociais.
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