abril 18, 2025

O VERDADEIRO SEGREDO MAÇÔNICO - Rui Bandeira


O verdadeiro Segredo Maçónico...

É um segredo de vida

E não de ritual

E do que se lhe relaciona.

Os Graus Maçónicos comunicam àqueles que os recebem,

Sabendo como recebê-los,

Um certo espírito,

Uma certa aceleração da vida

Do entendimento

E da intuição,

Que actua como uma espécie

De chave mágica dos próprios símbolos,

E dos símbolos

E rituais não maçónicos,

E da própria vida.

É um espírito,

Um sopro posto na Alma,

E, por conseguinte,

Pela sua natureza,

Incomunicável


Fernando Pessoa


O Poeta escreveu com uma tal lucidez, uma tão esclarecedora clareza, um tão ofuscante brilho, que um simples escrevinhador de textos nada mais tem para acrescentar. Limita-se a extasiar-se e a partilhar com os demais o seu encantamento!



MENTE ABERTA - Newton Agrella




Tudo se torna mais difícil quando nos apoiamos no nosso próprio entendimento.

A autossuficiência humana, por vezes nos leva a um beco sem saída e até mesmo às fronteiras de nossa compreensão.

Isso contudo, não nos impõe que tenhamos que nos entregar ao conformismo, tampouco subjugarmo-nos a  dogmas ou a verdades absolutas, que inapelavelmente fazem com que a nossa capacidade especulativa seja relegada a segundo plano.

Muito pelo contrário, o emblema que a Maçonaria confere quando o Esquadro e o Compasso se encontram  traduzem os seguintes significados, conforme suas disposições sobre o Livro da Lei:

Primeiramente, demonstra em que grau a Loja está trabalhando.

O esquadro sobre o compasso simboliza o predomínio da matéria sobre o espírito. 

Um estágio de aprendizado.

Já no caso do esquadro e compasso entrelaçados, isto revela que matéria e espírito se completam num trabalho de constante evolução intelectual.

E num terceiro estágio, o compasso sobre o esquadro representa a predominância do espírito sobre a matéria, instante em que teoricamente, o maçom predipõe-se à entrega de um profundo exercício especulativo filosófico, baseado na investigação e no estudo do ser humano, da sua existência e da realidade que o cerca. 

Esse estudo ontológico caracteriza-se pela lógica, raciocínio, razão e intelecto, porém dotado de uma aura esotérica, como herança da Maçonaria Operativa que trazia em sua essência fortes influências históricas, religiosas, místicas e lendárias que não podem e nem devem ser desprezadas.

É diante desse esboço que insistir em apoiarmo-nos exclusivamente no nosso entendimento sobre as coisas, torna-nos reféns de nós mesmos, limitando nosso discernimento e nossa linha de ação.

Evoluímos à medida que predispomo-nos a ouvir mais e a prestarmos mais atenção àquilo que está mais distante de nós.

A primazia de nossa evolução está na troca de experiências e de termos a noção inequívoca de que não somos donos de verdade alguma.

Somos sim,  mera projeção do tempo, cuja estética física e mental se molda de acordo com o que somos capazes de esculpir interior e exteriormente.



abril 17, 2025

CEIA DOS CAVALEIROS ROSA CRUZES - Sérgio Quirino


Um Cavaleiro Rosa Cruz é um Maçom que passou pela iniciação do Grau 18 de alguns Ritos Maçônicos. 

Este grau é ministrado juntamente com os graus 15,16 e 17 nos Capítulos Rosa Cruzes e a mensagem do Grau de Cavaleiro Rosa Cruz é que devemos trabalhar pelo triunfo da Luz sobre as Trevas e que somente pela entrega ao Irmão é que alcançaremos a libertação. 

Um Cavaleiro Rosa Cruz é o mais humilde dos Obreiros, lembrando que não devemos confundir humildade com servidão.

Humildade maçônica é a qualidade daqueles que trabalham pela Ordem sem tentarem se projetar sobre os outros e nem se mostrar superior a alguém. 

A Ceia dos Cavaleiros. ENDOENÇAS.


Há um antigo costume, segundo o qual, em qualquer lugar do mundo em que se encontrem esse obreiros --- cavaleiros --- devem se encontrar, na quinta-feira de Endoenças (do latim: indulgentias), ou "quinta-feira santa", ou "quinta-feira da Paixão", que ocorre três dias antes da Páscoa.

A tradição que mencionei é a obrigatoriedade dos Cavaleiros Rosa Cruzes se encontrarem na noite que antecede à Sexta-feira da Paixão. 

Reza esta tradição que os antigos Irmãos após sua investidura como Cav.’. R+C saíam pelo mundo cumprindo seu juramento e que na primeira Lua Cheia após o Equinócio da Primavera (hemisfério norte), eles se encontrariam no local da Investidura. 

A idéia era rever os Irmãos, compartilhar experiências, trazer notícias de Irmãos adoentados ou que tenham falecidos. 

Há toda uma ritualística muito bonita e extremamente filosófica que resulta em seus participante um enlevo moral e espiritual.

A primeira e a segunda parte dos trabalhos acontecem em Templo e a parte final se dá em um ambiente de refeição.

Generalizamos dizendo que nesta noite os Cavaleiros Rosa-Cruzes se reúnem em Sessão de Endoenças. 

Ao final dos trabalhos temos um ágape cujo nome varia muito de Rito, Potência e Oriente e os mais comuns são: Ceia de Cavaleiros; Reunião de Endoenças; Ceia dos Cavaleiros Rosa Cruzes, Sessão de Mesa, Ágape Fraternal e Refeição Mística.


QUINTA FEIRA DE ENDOENÇAS




Religiosamente, a Quinta-Feira Santa é conhecida como “endoenças”, que é um termo de origem latina do verbo indulgeo, que significa perdoar, ser condescendente, interpretado pelo cristianismo como dias de perdão.

Porém, esse termo também pode receber outra interpretação, como sofrer, sentir dor. Daí a denominação desse período como de endoenças.

Foi nesse momento que Jesus anunciou um novo mandamento: 

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Assim serão reconhecidos como meus discípulos”.

“Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a Tua vontade”

Ele bebeu da Taça Sagrada até a última gota. Acredito que a Sua dimensão espiritual, o Seu conhecimento e a consciência de Sua missão davam a Ele o suporte necessário para encarar tudo de forma serena. 

E uma das mais emblemáticas cerimônias dos Altos Graus, especialmente para o Grau 18, Cavaleiro Rosa Cruz.


ENDOENÇAS - Adilson Zotovici

  


Por Pedreiros da Arte Real 

Nos canteiros egrégios de Luz

No sacro Conclave Divinal 

Litúrgica Endoenças induz 


Um  momento de fé, fraternal

Que a força à vida produz 

Com inteligência crucial

Humildade, à Verdade conduz 


Oh quão lindo cerimonial 

Das velas o bom lume reluz  

Pão e vinho, a força vital 


Tal qual Discípulo de Jesus 

O Livre Pedreiro em ritual  

Igual...Cavaleiro Rosa-Cruz ! 



INSTALAÇÃO DO VENERÁVEL MESTRE


É uma cerimônia Maçônica, repleta de simbolismo e alegorias, tendo por finalidade a transmissão do cargo de Venerável Mestre, que é a autoridade máxima de uma determinada Loja. Ao ocupar o “Trono de Salomão”, alegoricamente falando, o obreiro deverá ficar revestido de poder e sabedoria e, durante um ou dois anos, assumirá o veneralato da referida Loja.

Segundo alguns historiadores maçônicos essa cerimônia foi, a princípio, típica do Rito praticado na Inglaterra, na metade do século XVIII, quando ainda haviam lá duas emergentes Obediências: a dos Modernos e a dos Antigos, que posteriormente, em 1813, se uniram e formaram a G∴L∴U∴I∴.

Segundo Mackey, a Instalação é mais antiga, surgindo juntamente com as Constituições de Anderson, em 1723, elaborada por Desaguliers.

Inclusive, em 1827, devido a pequenos desvios que começaram a surgir, foi criado, pelo Grão Mestre, na Inglaterra, um “Conselho de Mestres Instalados” com a finalidade de coordenar todas as atividades contidas no Ritual de Instalação.

Com o passar dos tempos, todos os demais Ritos, como o R∴E∴A∴A∴, por exemplo, copiaram e adotaram essa prática Maçônica.

O novo Venerável Mestre é “Instalado” pelo Mestre Instalador, que pode ser um Grão Mestre, ou um ex Venerável Mestre, e sua comitiva. Em seguida, o novo Venerável Mestre instala todos os Oficiais de sua Loja que realizarão suas funções, sob juramento, até que sejam substituídos por outros, instalados da mesma forma.

Na verdade, esse ato de dar posse de um cargo, dando o direito de exercer os privilégios inerentes, é bem antiga e já era praticada pelos antigos romanos, que instalavam seus novos sacerdotes, normalmente pelos Augures (sacerdotes que prediziam o futuro).

A origem do nome “instalação”, em português, vem da palavra francesa installer que por sua vez vem do latim medieval Installare (stallumsignifica cadeira, e in é estar dentro, adentrar).

Outras associações iniciáticas, também possuem Instalações. Os padres da Igreja Católica, por exemplo, também são instalados em suas paróquias.

Fonte: pilulas maconicas.

abril 16, 2025

PESSACH E PÁSCOA - Bruno Bezerra de Macedo




LIBERDADE É RENASCER-SE COM O FERVOR DAS QUATRO ESTAÇÕES 

Pessach é o nome hebraico da Páscoa judaica, que significa "passagem". É uma das principais celebrações do judaísmo, que relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. O ponto central das celebrações modernas da Pessach é o Sêder, uma refeição ritual que comemora a fuga dos israelitas da escravidão no Egito. O Sêder é realizado após o anoitecer na primeira noite de Pêssach.


A palavra Sêder significa "ordem". O Sêder é um banquete altamente estruturado. Cada Sêder é diferente e é regido pelas tradições da comunidade e da família. O Sêder nos serve: Matzá (pão ázimo), maror (ervas amargas), karpás (cebola ou batata), charósset (maçãs, peras e nozes liquidificadas ou raladas), betsá (ovo cozido), zeroá (pescoço ou asa de frango) e, também, quatro taças de vinho.


A Pessach evoca a memória de Moisés. Foi ele que, segundo o Livro do Êxodo, recebeu de Deus a missão de libertar os israelitas da opressão do faraó e, pelos próximos 40 anos, guiá-los até a Terra Prometida. O Livro de Números (Números 15:38-41), conta que quando o povo de Israel saiu do Egito, e da escravidão, ainda no deserto, Deus manda Moisés dizer aos filhos de Israel que no canto de suas vestes façam borlas... para que se lembrassem que pertenciam a Deus, e lembrar-lhes dos mandamentos e praticá-los.


O poder das Tsitsit (franjas ou borlas) que são colocadas nas extremidades das vestimentas de alguns judeus como um mandamento da Torá, repousa na perene lembrança dos mandamentos divinos e são comumente usadas em talit, um manto de oração judaico. O Livro de Deuteronômio (Deuteronômios 22:12), traz a determinação de Deus: “Farás borlas (franjas) nos quatro cantos do manto com que te cobrires”, significando que em qualquer uma das direções (norte, sul, leste e oeste) que os israelitas se voltassem, as borlas os tornariam conscientes da presença de Deus.


A Páscoa Cristã está centrada na figura de Jesus. É uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). A Páscoa é interpretada como a passagem para novos tempos e novas esperanças para a humanidade.


Desse ponto de vista, foi por meio da ressurreição que a humanidade teve a redenção de seus pecados. Jesus Cristo, portanto, voluntariamente sacrificou-se para redimir a humanidade e dar-lhe uma nova chance de salvação. Uma vez realizado o sacrífico, o poder de Deus teria se manifestado. Para a teosofista e escritora russa Helena Blavatsky, a Páscoa é a estação espiritual da purificação e da libertação.


“É uma época para grande celebração, e não de lamentações. É um tempo em que a energia da música e das flores pode ser descoberta pelas pessoas que são sensíveis a ela. Para a maioria das pessoas, incluindo os aprendizes dos mistérios e os discípulos, as energias celestiais do equinócio eram festejadas por “reflexo” no dia da lua cheia, afirma historiadora, pesquisadora e terapeuta holística Helena Gerenstadt. 


A Páscoa, no caminho esotérico, é como uma virada de ano espiritual, porém é mais voltada para dentro de si, com introspecção, presença e conexão. É vista como uma oportunidade para renascer, transformando-se interiormente. Os símbolos da Páscoa, como o ovo, o cordeiro e a cruz, são interpretados como portais de significado. No Hermetismo, o “ovo do mundo” é também o símbolo da criação cósmica – o início de tudo que existe. 


O Simbolismo do Ovo representa o potencial divino oculto em todas as coisas – uma capsula de luz que guarda a essência da alma prestes a emergir. Quebrar o ovo representa o rompimento das barreiras do ego para que a luz interior possa nascer. Na Europa medieval, o ovo representava o nascimento da vida após o inverno e era consagrado em festividades ligadas à deusa da primavera, Ostara.


O Simbolismo do Cordeiro tem sua origem profundamente arraigadas nas culturas judaica e cristã. Foi o sangue do cordeiro que protegeu os judeus das pragas que assolaram o Egito, passando a ser um símbolo da redenção e da libertação. Já os Cristãos, o cordeiro representa o espírito que se entrega à evolução, se oferecendo em sacrifício para despertar o coletivo. Jesus é o cordeiro que entrega por amor a humanidade. 


O Simbolismo da Cruz representa o ponto de encontro entre a matéria e o espírito. O eixo vertical é o céu, o divino. O eixo horizontal é o mundo terreno. A crucificação do Crista é vista com ato iniciático – a morte do ego e a ascensão do Eu Superior. É a passagem simbólica que todos nós somos chamados a fazer: carregar a própria cruz significa aceitar os desafios como parte do caminho de iluminação.


O Simbolismo do Renascimento representa o despertar da consciência, uma nova fase da jornada na qual nos libertamos de padrões antigos e nos alinhamos com a verdade interior. A alma, após enfrentar seus próprios infernos, emerge renovada – mais próxima de sua essência divina. Este processo cósmico é visto em todo o orbe terrestre: Osiris no Egito, Dionísio na Grécia, Krishna na Índia etc. – morrem e renascem iluminando a humanidade.


Para alcançar esta iluminação, é preciso viver simultaneamente as quatro estações do ano a cada dia. Deve-se combinar a confiança e a capacidade de aprender, características da primavera, com a força e a coragem do verão, que corresponde à juventude. A maturidade do outono está associada à sabedoria e à humilde renúncia que são típicas do inverno. O ciclo inteiro é sagrado, e cada Páscoa celebra o seu conjunto.



PAST SGM JORGE ANYSIO HADDAD RECEBE LIVRO DA AMVBL - Michael Winetzki





    O past SGM da GLESP, irmão Jorge Anysio Haddad, recebe na noite de ontem, o primeiro exemplar impresso do novo e extraordinário livro editado pela Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras.  que tenho a honra de presidir e que será oficialmente lançado no próximo dia 21 de abril em sessão solene da Academia.

    O livro de 340 páginas intitulado "Os desafios da Maçonaria na contemporaneidade: Tecnologia, Olhares e Impactos na Sociedade" contem 25 textos dos mais cultos e experientes maçons acadêmicos do Brasil, analisando o futuro da Ordem sob múltiplas visões, produzindo um dos melhores retratos já feitos no país sobre o futuro da maçonaria.
 

CONSERVADORISMO x MAÇONARIA - Kennyo Ismail




Com certeza você já ouviu falar que “homens fortes criam tempos fáceis e esses tempos fáceis geram homens fracos; então os homens fracos criam tempos difíceis; e esses tempos difíceis geram homens fortes”. Essa crença popular coaduna com o entendimento de que alguns fatos históricos se repetem, tendo o tempo um comportamento de espiral, com alternações de polarização, ou seja, um ciclo, tão virtuoso quanto vicioso.

Na política isso é identificado com a alternância de governos de espectro progressista e conservador. O Brasil é um bom exemplo claro disso. Após um período conservador (Monarquia), veio um período de décadas de relativo progressismo (Primeira República). Então surge outro período conservador (Era Vargas), seguindo do retorno ao progressismo (República Populista). Daí, mais uma vez, o conservadorismo retorna (Ditadura Militar) até a volta dos progressistas ao poder. E agora, iniciou-se mais uma onda conservadora, em 2019.

Esse fenômeno não está restrito ao Brasil. É mundial. Como exemplo, tomemos a América do Sul. Na década de 70, enquanto havia Ditadura Militar no Brasil, o mesmo ocorria na Argentina, na Bolívia, no Chile e no Uruguai. Outros dados, mais recentes, são de que em 2011, Brasil, Paraguai, Argentina e Peru tinham governos progressistas; enquanto que em 2018 os mesmos países passaram a ter governos conservadores.

E quanto a Maçonaria? Seus postulados não deixam dúvidas ao declarar a Maçonaria como progressista, o que sobrevive em muitas das constituições das potências maçônicas e em suas apresentações em websites oficiais. Ela sempre atuou nesse sentido, seja no exterior como no Brasil, onde defendeu a independência, lutou pela abolição da escravatura e envolveu-se com a criação da República. Não por acaso, nossa bandeira ostenta a expressão “Ordem e Progresso”, de origem positivista, que fazia parte do vasto campo progressista.

Outra inegável evidência da essência progressista da Maçonaria é que ela foi perseguida nos períodos de conservadorismo mais radical. No Brasil, fechada duas vezes na Monarquia (1818 e 1822), voltou a ser fechada no Estado Novo da Era Vargas (1937). Nesse período da década de 30, com a onda conservadora que assolou meio mundo, foi fechada por Franco, na Espanha; por Mussolini, na Itália; por Salazar, em Portugal; e por Hitler, na Alemanha, que perseguiria maçons em outros países, durante a II Guerra Mundial.

Que sejamos claros: Progressismo é a favor de grandes inovações, transformações e reformas. Princípios como Igualdade de todos perante a lei, garantia de Liberdades fundamentais, Democracia, Equidade, Justiça Social e Laicismo são conquistas progressistas dos séculos XIX e XX. O Conservadorismo é contrário a essas mudanças, defendendo a retomada de um modelo político-social anterior ao gerado pós-Iluminismo, que propôs ao homem a emancipação da tutela da Igreja e do Estado autoritário por meio da razão, e ocasionou na separação Igreja-Estado e no surgimento do Ensino Laico e da Liberdade Religiosa, dentre outras benesses.

A grande mensagem do Iluminismo sobre política era de que o povo não precisa de um messias, um salvador da pátria, um herói, para dizer-lhes o que é certo e governa-los. O Chefe de Estado deve ser enxergado como um servidor público, ou seja, que está ali para servir o povo. Por essa razão, não precisa ser amado e defendido como se fosse seu melhor amigo ou um membro de sua família, pois qualquer coisa boa que ele faça não é mais do que sua obrigação em servir. Por outro lado, ele deve ser sempre fiscalizado e cobrado. Quer ser idolatrado? Vire artista pop ou jogador de futebol. Política é serviço público. Mas o Brasil não teve um movimento iluminista de fato e boa parte da população ainda não aprendeu essa lição. 

A Maçonaria sempre defendeu a total separação entre Igreja e Estado (Religião e Política), o Ensino Laico, as Liberdades e a Igualdade. Desde suas primeiras publicações, na primeira metade do século XVIII, a Maçonaria considera que você ter uma religião diferente ou mesmo não crer em Deus não pode ser um crime ou impedi-lo de receber uma educação formal. Não podemos nos esquecer da chamada “Questão Religiosa” no Brasil, conflito entre Igreja Católica e Maçonaria na década de 70 do século XIX, exatamente pela Maçonaria defender essas bandeiras progressistas contra o conservadorismo dos sacerdotes ultramontanistas da época. Lembremos também que muitas das primeiras escolas laicas do Brasil foram de iniciativa maçônica.

O lema “Deus, Pátria, Família”, tão repetido na atual onda conservadora brasileira, era o lema dos Integralistas, grupo fascista que surgiu na década de 30 e foi bastante atuante no período mais conservador da Era Vargas. Esse grupo, liderado intelectualmente pelo antimaçom e antissemita Gustavo Barroso (uma espécie de Olavo de Carvalho com diplomas), era contra a Maçonaria. Barroso chegou a escrever livros atacando a Maçonaria, como “História Secreta do Brasil” e “Judaísmo, Maçonaria e Comunismo”. 

O retorno do Conservadorismo ocasiona nisso, na proliferação de ideias integralistas, fascistas e nazistas. E essa proliferação começa a ficar evidente com a defesa de um terreno favorável ao nazismo em um famoso podcast, apoiada por uma discreta saudação nazista em outro programa. Há pesquisas que indicam que os grupos neonazistas cresceram quase 300% no Brasil nos últimos três anos e especialistas temem que o uso da violência seja alavancado por esses grupos.

E qual é a próxima vítima? Provavelmente a Maçonaria. É o que já está acontecendo nos EUA e em outros países. Em março do ano passado, um edifício maçônico foi incendiado por um conservador, em Vancouver, Canadá. Em janeiro deste ano, a sede da Grande Loja da Irlanda sofreu um incêndio criminoso. O mesmo ocorreu em um prédio maçônico de Ohio no início deste mês, seguido de uma publicação antimaçônica em redes sociais que sugeria novos incêndios, feitas por um famoso pastor evangélico norte-americano. Somente nesta semana, a porta de vidro da fachada da Grande Loja de Illinois foi apedrejada duas vezes. E lojas daquela jurisdição têm relatado outros casos de vandalismo.

Você acha que isso é muito distante da realidade brasileira? Não víamos inflação há trinta anos e olha ela de volta… Só é necessário que um conservador desorientado atire a primeira pedra, para experimentarmos esse pesadelo no Brasil. Caso isso aconteça, esperamos que nossas lideranças tenham postura diferente dos líderes maçônicos brasileiros no Estado Novo, que optaram àquela época por trair os irmãos e os princípios maçônicos, prostituindo a Maçonaria em troca de migalhas.

Por fim, quanto a você ser conservador e ser maçom, não há problema algum nisso. Assim como há pardo nazista, preto de alma branca, prostituta apaixonada e pobre contra o SUS, todos encontram de alguma forma uma lógica em seus raciocínios, de modo a não sofrerem uma dissonância cognitiva. Conservadores sempre foram e ainda são bem vindos na Maçonaria que, enquanto progressista, é tolerante (ao contrário do conservadorismo).

abril 15, 2025

A ORIGEM DOS PONTOS DE FRATERNIDADE




Pergunta: Qual é a origem dos Pontos de Fraternidade

Resposta: Um resumo dos 17 textos rituais mais antigos, de 1696 a 1730, mostra os Pontos sendo descritos de maneiras variadas em 14 desses textos, incluindo cinco das versões mais antigas de 1696 a 1714. certamente, têm origem no período operativo, a maioria deles pertencendo ao Segundo Grau no sistema de dois graus, talvez desde a metade da década de 1950.

Quanto à questão da origem, 12 dos 14 textos não têm sequer uma única palavra para indicar de onde vêm os Pontos ou o que eles significam. Só duas das versões mais antigas, datadas de 1726 e 1730, contém pistas quanto à sua finalidade. Em cada caso, aparecem como parte das nossas lendas mais antiga, a primeira sobre Noé e a segunda relacionada com Hiram Abiff. Os Pontos, nas duas histórias, descrevem a mecânica real de exumar cadáveres dos túmulos e as lendas sugerem que os participantes estavam tentando obter um segredo de um corpo morto.

Os Pontos, com algumas versões muito melhoradas da lenda hirâmica, aparecem novamente em várias publicações espúrias francesas de 1744 a 1751, mas nenhuma delas, inglesa ou francesa, explica o que os Pontos realmente significam. Mas a sua complexidade dá a entender que deveria haver uma explicação, não teriam sido usados se fossem totalmente sem significado. Lidando com esse problema na sua Lição Prestoniana, de 1938, Douglas Knoop citou três exemplos bíblicos de "restauração milagrosa da vida", em cada caso por algo bastante parecido com os Pontos:

I – Reis, 17:21, em que Elias reviveu o filho da viúva em cuja casa ele morava.

II – Reis, 4:34, em que Eliseu reviveu o filho da mulher Sunamita.

Atos, 20:9-10, em que São Paulo ressuscitou um jovem que morreu depois de uma queda.

Eles são todos interessantes, mas o segundo, com Eliseu, fornece a história em detalhes úteis:

"E ele [Eliseu] subiu à cama, deitou-se em cima do menino, colocou seus olhos sobre os olhos dele, suas mãos sobre as mãos dele, e enquanto estava assim estendido, o corpo do menino se aqueceu".

O Irmão Knoop estava sugerindo que os Pontos são muito próximos daquilo que descrevemos atualmente como "Beijos da Vida". Porém, ele levou esse argumento um pouco mais longe, dizendo que nos séculos XVI e XVII essas histórias bíblicas teriam se desenvolvido em "práticas necromânticas", isto é, a arte de prever o futuro por meio da comunicação com os mortos. Nesse ponto preciso abandonar a sua teoria. Podemos muito bem imaginar o tipo da pessoa que se envolveria com "magia negra" depois de ler esses versos no Velho e Novo Testamento, mas é difícil acreditar que pudessem ter afetado todo o Ofício maçônico por vários séculos. Estamos lidando com a Maçonaria e, num problema desse tipo, uma explicação prática seria muito mais útil.

Independentemente das palavras precisas em que os Pontos aparecem nas várias versões antigas (ou nas padronizadas que vieram depois), parece provável, caso tivessem algum propósito prático, que foram ensinados e usados originalmente como um meio de erguer um corpo quebrado ou de reviver alguém que havia morrido em uma queda durante o seu trabalho. Acidentes desse tipo devem ter sido comuns no período operativo. Assim, buscando por evidências documentais antigas sobre o assunto, fui até os Schaw Statutes, de 1598. Eles foram promulgados por William Schaw, Mestre de Obras da Coroa da Escócia e Vigilante-General do Ofício Maçônico, "para que fossem observados por todos os Mestres Maçons dentro deste reino". Estes são os mais antigos regulamentos oficiais para a administração das Lojas operativas, incidentemente contendo o mais antigo regulamento oficial sobre andaimes; e aqui está ele, palavra por palavra, na ortografia moderna, embora termos obsoletos sejam mostrados em colchetes:

Item, que todos os mestres, empreendedores de trabalhos, sejam muito cuidadosos com seus andaimes e passagens [futegangis] para que eles estejam colocados com firmeza, para que por meio de sua negligência ou preguiça não seja causado por dor ou dano [skaith] para qualquer pessoa que trabalhe na dita obra, sob penalidade de serem proibidos [dischargeing] de trabalhar como mestres encarregados de qualquer trabalho, mas estarão sujeitos a trabalhar pelo resto dos seus dias sob ou com outro mestre principal encarregado do trabalho deles.

Essa era a regra mais estrita de todos o código de 1598. todas as outras ofensas podiam ser satisfeitas por uma multa, mas não esta.  Um Mestre, no pico de sua carreira, se fosse considerado culpado depois de um acidente pela colocação descuidada de um andaime, estaria condenado pelo resto de sua vida a nunca mais usar andaimes novamente, a não ser sob ou com outro Mestre principal. Ele não poderia responsabilizar um subalterno, era sua responsabilidade pessoal.

Acredito que essa regra explique a origem e a finalidade dos Pontos, e também resolve o maior problema de todos: o porquê de as 12 versões mais antigas dos Pontos não terem qualquer tipo de explicação. Os maçons não precisavam dela. Eles aprendiam esses procedimentos no curso normal de treinamento, como uma criança aprende o alfabeto como preliminar para a leitura. Os Pontos eram simplesmente o "Beijos da Vida" dos maçons.

Fonte: Livro Ofício do Maçom

abril 14, 2025

FRATERNIDADE - José Airton de Carvalho


Grandes Mestres da humanidade, como Buda, Platão e Cristo, pregaram a fraternidade de todos os homens. 

Sêneca dizia que “A natureza fez de nós uma família” e Marco Aurélio que “O universo é como uma cidade“

“Ama o teu próximo como a ti mesmo”, é a grande lição deixada por Jesus, o Cristo.

Muitos séculos se passaram e o homem ainda não conseguiu entender os preceitos dessa lei divina, e continua a transgredir o que não é de sua autoria, e sim, uma expressão real de uma particularidade cósmica.

O resultado dessa transgressão, ao longo do tempo, vem desencadeando graves problemas sociais. As drogas, a violência, a impunidade, o poder, a fome, o descaso com a saúde, a precariedade da educação e do conhecimento, são frutos do egoísmo dominante que se opõe à fraternidade.

Onde não se cultua a fraternidade, impera a desigualdade e a escravidão.

Depreende-se, pois, que teoricamente, a Fraternidade é um conceito de filosofia em consonância com a Igualdade e a Liberdade.

Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o primeiro artigo afirma que “todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”

Fraternidade – do latim fraternitate – significa “irmandade” ou “conjunto de irmãos”. Exprime simplesmente o sentimento de afeição recíproca entre irmãos. 

Victor Hugo asseverava que “Liberté, c’est um droit; Égalité, c’est un fait; Fraternité, c’est un devoir“.(Liberdade é um direito; Igualdade é um fato; Fraternidade é um dever).

Nenhuma instituição humana oferece oportunidade para a prática da fraternidade como a Maçonaria. No entanto é preciso que o maçom tenha consciência do papel que deve desempenhar, quer na sua Loja, no seio de sua família, no seu trabalho ou onde se encontrar, agindo como verdadeiro artífice na consolidação da fraternidade.

Fundamentada no Amor Fraternal e preocupada com o bem-estar da Humanidade, a Maçonaria prepara o homem para participar, efetivamente, na construção de uma Sociedade mais justa e equilibrada.

“A Maçonaria ensina que o mais sublime dos deveres do maçom consiste na prática da solidariedade ou fraternidade maçônica, traduzida no socorro aos Irmãos em suas aflições e necessidades; no encaminhamento dos Irmãos na senda da Virtude, desviando-os da prática do Mal; no estímulo a praticarem o Bem, dando exemplos de Amor, Tolerância, Caridade, Justiça e respeito à liberdade individual, reconhecendo no Irmão e em todos os seres humanos, como seu semelhante”. 

Optar pela renúncia à prática da Solidariedade e da Fraternidade é uma atitude que revela o quanto o iniciado ainda se encontra distante de ser um homem de bem e, por conseguinte, um verdadeiro maçom.

A verdadeira fraternidade é um reflexo do caráter e da personalidade do ser humano. Conectemos o nosso cérebro às ondas mais elevadas do conhecimento superior e teremos como consequência ações cada vez mais voltadas para o bem geral.

Assim, renovemos a esperança com Amor a Deus, à Pátria, à Família e ao próximo; com Tolerância, Virtude e Sabedoria; com a constante e livre investigação da Verdade; com o progresso do Conhecimento Humano, das Ciências e das Artes, sob a tríade – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – dentro dos princípios da Razão e da Justiça, para que o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal.

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abril 13, 2025

EPISTEME, PARA CONSTRUIR UM 2025 DE SUCESSO - Sérgio Quirino .


Inicio a 19ª série de artigos dominicais com este sincero desejo a todos os Irmãos: EPISTEME.

A palavra tem origem grega e se traduz como conhecimento, e a maioria de nós, traduzimos como conhecimento, acumulo de informações, habilidades adquiridas, oratória exemplar e até mesmo plágios filosóficos.

O valor real do Episteme para nós Maçons, vai além do repetir instruções, saber das lendas, intercambiar interpretações, não pode ser o conhecimento empírico advindo de ações não planejadas, nem o conhecimento teológico revelado por crenças.

Seria natural intuirmos que devemos trabalhar a reflexão e o raciocínio, que são as bases do conhecimento filosófico, já que a Maçonaria também é vista como um movimento filosófico, porém a Maçonaria não existe por si própria, ela não é um destino, é um caminho.

A concretização de sucesso em 2025, seja em quaisquer setores da vida do Irmão, vai depender do desenvolvimento de sua capacidade em entender, aprender e compreender o momento em que vive.

Evoluímos da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa para irmos além da aceitação concreta das formas apresentadas, é o chamado conhecimento científico, que é racional, exato e verificável de sua aplicabilidade na realidade em que vivemos.

Não nos cabe estarmos na Maçonaria, necessário sermos Maçons, não podemos ter simples opiniões de tudo que nos envolve, o que chamamos de Doxa.

Exemplifiquemos pelo Esquadro: Simbolo da retidão! E?????

ENTENDO que a inflexibilidade das duas hastes perpendiculares em ângulo de 90 graus, nos mostra que, em qualquer posição, a retidão interna não muda. APRENDO pela sensibilidade que, se me manter inflexivel na retidão, o caminho será sempre correto e COMPREENDO intelectualmente o conteúdo do saber simbólico do esquadro e que evidencia a realidade da ideia, tornando-se um conhecimento verdadeiro.

Um exemplo da Episteme como Conhecimento Verdadeiro, para a criação dos filhos:

Entender, vieram de mim, então somos um só, eles precisam captar o que é um pai. Aprender, já fui como eles, nos erros e nos acertos, eles precisam sentir a irmandade na relação.

Compreender que eles crescerão e um dia serão pais, eles precisam ser educados para serem exemplo aos filhos.

Apropriando-me de uma instrução do Livro da Lei, deixo uma recomendação provocativa e desejosa de sucesso em 2025, para todos os Irmãos:

"Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou." Colossenses 3:9-10

NÃO FUJA DA REALIDADE DO QUE SÃO OS OUTROS, POIS QUE JÁ VOS DESPISTES DO VELHO ANO COM SEUS FEITOS E DEFEITOS E VOS VESTISTES DO NOVO ANO, QUE QUE SE RENOVA PARA O CONHECIMENTO VERDADEIRO, SEGUINDO O PROPÓSITO DAQUELE QUE LHE CRIOU.




ESPERANÇA e PROPRIEDADE - Adilson Zotovici



Assim caminha a humanidade

No incabível modernismo

O irredutível egocentrismo 

O niilismo em verdade 


É reinante o incivismo 

A vida é banalidade 

E fluída obscuridade

É flagrante o ostracismo 


Mas há esperança e propriedade

Na Arte Real sem sofismo

Basta olhar com acuidade 


Vê-se o pulcro racionalismo

Na Sublime fraternidade 

Qual o fulcro do Iluminismo !