janeiro 24, 2025

O LIVRO SAGRADO (DA LEI) - Ivan Cosme Pinheiro


A Bíblia Sagrada (para os maçons: o Livro da Lei) é a principal coleção de textos sagrados do Cristianismo.

Essa coleção está dividida em duas partes: o Antigo Testamento (Bíblia Hebraica, Escrituras Hebraicas ou Antiga Aliança) e o Novo Testamento (Nova Aliança). As Escrituras Hebraicas eram inicialmente confeccionadas pelos escribas em rolos de pergaminhos feitos com peles de animais.

O Antigo Testamento, que foi escrito em hebraico e aramaico, é o conjunto de livros bíblicos anteriores aos Evangelhos. Refere-se, em grande parte, à história, à filosofia e à cultura do antigo povo de Israel, cuja saga tem início com o seu primeiro filho (Adão).

O Novo Testamento, que foi todo escrito em grego, é o conjunto dos livros bíblicos posteriores à morte de Jesus Cristo e está dirigido exclusivamente aos cristãos.

O Novo Testamento tem como temática central a pessoa Jesus Cristo, suas doutrinas e as histórias sobre sua vida (Evangelhos). Didaticamente, os livros bíblicos podem ser organizados da seguinte forma.

Quando, no ano 70 da Era Cristã, os hebreus foram expulsos de seus territórios pelos romanos e espalhados para várias regiões da Ásia e da Europa (Segunda Diáspora Judaica), viram a necessidade de traduzirem o Antigo Testamento para a língua universal daquela época: o grego.

Nessa tradução foram acrescentados alguns livros ao Antigo Testamento que não constavam na Bíblia Hebraica (Livros Deuterocanônicos).

Essa é a única diferença entre a Bíblia Católica (com os acréscimos) e a Bíblia Protestante (sem os acréscimos), pois o Novo Testamento é igual nas versões católica e protestante do Livro da Lei.




janeiro 23, 2025

CORAGEM - André Naves


  Todo mundo tem… Desde as mais corriqueiras, como se vestir de branco, amarelo ou outras cores, comer romãs, tâmaras e lentilhas, até algumas mais sofisticadas e charmosas…

            Esses dias, num desses programas da tarde, eu tava me divertindo com um sensitivo que dava todas as orientações para o ano que vem nascendo. Era tanta coisa que a gente precisa comer, e colocar as sementes na carteira, que a gente vai precisar usar uma pochete! E as cores, então? E vocês sabiam que dá pra “pular ondas” no chuveiro ou na bacia?

            Quem não tem praia tem bacia!

            Pelo sim, pelo não, minha casa está toda decorada com flores amarelas, e comi uvas, tâmaras, damascos e lentilhas!

            Mas eu tenho uma superstição super séria. Essa eu cumpro à risca! Todo fim de ano, entre o final de dezembro até o começo de janeiro, eu adoro tomar chuva. Não vale qualquer garoinha… Tem de ser daquelas que o céu preteja, como dizem lá em Jacareí!

            Meu pai, de memória extremamente abençoada, que me ensinou. Tenho a desconfiança de que era um jeito das crianças aprenderem brincando a ter coragem…

            O céu ia ganhando aqueles tons de chumbo e a roncar alto, e a gente, eu e meus irmãos, já se ouriçava. Minha mãe se preocupava, como sempre, mas sabia que não tinha muito jeito. No fim, ela entrava na dança.

            E a chuva caia, então! Era água, vento, refresco, bagunça! A chuva, depois ele explicava, tirava nossas impurezas, tudinho de que a gente não precisa, limpa o corpo e a alma! Quando o Altíssimo mandou Abraão ir, ele foi! Era exatamente isso…

            Buscar o melhor de si mesmo! Atravessar seus próprios desertos! Remar até a terceira margem do rio “eu”, já escrevia o Guimarães Rosa!

            Coragem para ir, para fazer, para buscar! Limpos, purificados, despidos das ruindades do ano que vai terminando…

            E Abraão ganhou Isaque, aquele riso da realização… Essa brincadeira da chuva sempre terminava em riso!

            Da Coragem nasce o Sorriso!

            Esses dias eu fui almoçar na minha sogra. Na volta, vínhamos minha esposa e eu pela rua quando desabou o mundo! Dentro do guarda-chuva molhava quase tanto quanto fora. Foi quando ouvi o voz…

            Vai, acho que o ouvi desde aquela eternidade oriental. E eu fui… Saí do abrigo e fui caminhando por aquele dilúvio. Quando cheguei no meu prédio, eu tava igual um pinto molhado, diriam. Olhei pro pessoal e falei: “É… Terra da garoa, né?”. Risada geral…

            Coragem e Riso!

            O ano tá brotando! Que nesses tempos a gente tenha coragem para fazer, para construir, para trabalhar, para desenvolver e multiplicar nossos melhores talentos!

            Acima de tudo, entretanto, vamos ter a Coragem de Sorrir!


janeiro 22, 2025

A Lenda da Tábua Dourada e as Doze Cidades Ocultas



A lenda da Tábua Dourada é um dos mistérios mais intrigantes associados ao antigo Egito. Segundo a tradição, essa relíquia supostamente contém um texto sagrado que revela a existência de doze cidades ocultas, escondidas sob a terra e protegidas pelos poderes mágicos dos faraós. Acredita-se que a cada dia, os raios do sol iluminam essas cidades, mas apenas uma delas repousa sob as águas, enquanto as outras permanecem enterradas nas profundezas do deserto.

Cada uma dessas cidades carrega um significado especial. A primeira cidade guarda a "Chave da Vida", um enigma profundo que ainda não foi solucionado. A segunda cidade simboliza o "Olho", representando a vigilância e a proteção divina. As outras dez cidades, adornadas com intrincadas inscrições, narram histórias de riqueza incalculável e segredos ocultos que prometem conhecimento e poder para aqueles que conseguirem decifrar seus símbolos enigmáticos.

Reza a lenda que a Tábua Dourada foi escondida nos corredores de um templo antigo, protegida por feitiços lançados pelos sacerdotes do faraó. Diz-se que a pessoa capaz de decifrar suas inscrições descobrirá tesouros além da imaginação, talvez até mesmo segredos sobre a imortalidade, a ascensão espiritual e o verdadeiro propósito da vida.

Apesar de sua popularidade no folclore egípcio e em teorias modernas sobre mistérios antigos, não há evidências concretas que comprovem a existência da Tábua Dourada ou das cidades ocultas. No entanto, sua história ecoa crenças reais dos egípcios, que consideravam a escrita hieroglífica como portadora de poder mágico e acreditavam em locais sagrados escondidos, como as tumbas dos faraós e as câmaras secretas das pirâmides.

Arqueólogos e estudiosos da egiptologia, como Zahi Hawass e Salima Ikram, dedicaram suas carreiras à exploração dos mistérios do Egito Antigo, desvendando templos, tumbas e artefatos genuínos que revelam os segredos dessa civilização. Descobertas notáveis, como os textos da Pirâmide de Unas, o Papiro de Ani (Livro dos Mortos), e as inscrições do Templo de Karnak, fornecem um vislumbre autêntico das crenças egípcias sobre a vida após a morte e os conhecimentos ocultos dos sacerdotes.


Embora a Tábua Dourada possa não ter sido encontrada, sua lenda reflete o fascínio contínuo pelo Egito Antigo, onde mitos e realidade se entrelaçam em uma busca eterna por conhecimento e mistério.

Fontes:

HAWASS, Zahi. Secrets from the Sand: My Search for Egypt's Past. New York: Harry N. Abrams, 2003.

IKRAM, Salima. Death and Burial in Ancient Egypt. London: Longman, 2003.

FAULKNER, Raymond. The Egyptian Book of the Dead: The Book of Going Forth by Day. San Francisco: Chronicle Books, 2008.

SHAW, Ian (ed.). The Oxford History of Ancient Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000.

*IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA. 

PROFANOS DE AVENTAL: QUANTA INTOLERÂNCIA! - Marco Aurélio M. de Mello


Não se sabe ao certo quando surgiu a expressão “Profanos de avental”. Entretanto, é inconteste que circula no meio maçônico há tempo suficiente para que Aprendizes, Companheiros e Mestres passassem a usá-la para designar o maçom que não conseguiu absorver ou externar a doutrina da Maçonaria Universal ou que apresenta um comportamento desviante, inerte, incapaz de contribuir para tornar feliz a humanidade.

Precisamos refletir sobre a inadequação dessa expressão no seio maçônico, uma vez que profano de avental é o não iniciado que encontrou o avental do maçom e o pôs, inocentemente, em si mesmo.

De outra sorte, a frase traz em si uma grande carga de preconceito, erro e intolerância. Nega a origem do maçom, sua vida social e familiar, e põe todos os profanos numa vala comum em que predomina a preguiça, a arrogância, a incapacidade e a imperfeição. Atire a primeira pedra quem for perfeito!

Não se pode esquecer que todo maçom foi um profano livre e de bons costumes que ingressou na franco-maçonaria para aperfeiçoar sua natureza, logo, ferrá-lo com o estigma de “profano de avental” é afirmar que a maçonaria o tornou um mau cidadão. Melhor seria, nessa concepção, que nem tivesse conhecido a luz que o levou às trevas.

Com efeito, inexiste maçom que seja “profano de avental”, tem-se, no máximo, “MAÇOM LATENTE”, ou seja, aquele em que o espírito da Arte Real ainda está latente, e embora apto ao serviço ainda não está desperto para a obra.

Não se agrega valor por meio de expressões pejorativas. Precisamos ensinar nossos maçons a usar o cinzel e o malho, afinal de contas ninguém forma ninguém. Nossa tarefa é estimular uns aos outros na prática das virtudes.

Ademais, os IIr∴ que cansaram e ficaram desmotivados na jornada merecem, ainda, respeito, carinho e compreensão. É nosso dever auxiliá-los e tentar reconduzi-los ao trabalho da Loja. Por isso, solicitamos aos Aprendizes, Companheiros e Mestres a repudiar o uso oral ou escrito da expressão “Profanos de Avental” em seu sentido aviltante à dignidade do ser humano.

É necessário amar ao próximo. Maçonaria é amor e quem ama é tolerante, mas não se é tolerante com aquilo que não se ama.

janeiro 21, 2025

EU SOU, TU ÉS... - Newton Agrella


Num idioma conjugar um verbo significa expressá-lo em todos os modos, tempos, pessoas, números e vozes. 

Essa flexão é o que se chama conjugação.

Em Português a conjugação dos verbos obedece regras muito rígidas e complexas, o que o torna um dos idiomas mais difíceis para se navegar em sua essência.

Quando "falamos"  o nosso objetivo é passar uma mensagem de forma clara e evidente, inobstante se houver algum artifício para que possamos imprimir alguma idéia de ironia, dúvida, incerteza, afirmação tácita ou negação peremptória.

Mesmo a linguagem oral sendo plena de licenciosidades, no sentido de "indisciplina gramatical",  a conjugação dos verbos deve seguir um mínimo de pudor linguístico, para que o que se deseja transmitir esteja  vinculado a um ínfimo de coerência.

Diante disso, exemplos diários que se constituem em  verdadeiros "estupros auditivos" como:

"...A gente vamos..."

"...Nóis vai..."

"...Ele veve..."

"...Nóis pode..."

"...Eu vou estar mandando..."

"...Ela vai estar ligando..."

denotam a completa indiferença ou qualquer forma de compromisso com a natureza de nossa capacidade de comunicação.

Que fique claro que isso nada tem a ver com gírias, expressões idiomáticas, contrações vocabulares ou coisa semelhante...

A conjugação verbal mede a temperatura, a densidade e o conteúdo de um tema, seja diante de um diálogo ou de uma mera narrativa.

A conjugação é o termômetro que indica o tempo, a ação o estado e a conectividade  entre os pensamentos.

Ao conseguirmos conjugar um verbo em Português devemos nos sentir "heróis da resistência"  por preservarmos com dignidade a riqueza de  nossa Identidade cultural.

Lembrando sempre que a Língua é a nossa Pátria.



janeiro 20, 2025

APENAS UMA POSTAGEM POR DIA



Bom e abençoado dia amados leitores e irmãos.

Nosso modesto blog ultrapassou a marca de 3.100 postagens, uma quantidade impressionante de bons textos de grandes autores.

Tenho observado pelo sistema de gestão do blog que os leitores acessam varias postagens em cada entrada.

Em respeito ao tempo de cada leitor e para permitir que o irmão possa pesquisar no tesouro de informações maçônicas e culturais, a partir de hoje vamos postar apenas um texto nos dias de semana e no máximo três nos fins de semana e feriados.

Reitero que os inscritos no blog que ainda não receberam o ebook de brinde "Falando e Convencendo, um manual de oratória e persuasão", por favor me informem no whatsapp 61.9.8199.5133 que remeterei imediatamente.

Agradeço emocionado aos mais de 558.000 acessos que nos colocam entre os blogs maçônicos mais vistos do país.

Michael Winetzki 

A MARCHA DO APRENDIZ - João Lima



Bom dia! A ciência constatou que cada lado do cérebro humano possui características específicas e distintas: enquanto o lado direito é ligado às emoções e à intuição, o lado esquerdo é ligado à lógica e à razão. Sabe-se também que cada lado comanda o lado oposto do corpo, de forma que o braço direito é controlado pelo lado esquerdo do cérebro.

É por isso que sempre adentramos o Templo Maçônico com o pé esquerdo: entrar com o pé esquerdo é “colocar pra trabalhar” primeiro o lado direito do cérebro, é colocar a fé, a intuição e a sensibilidade à frente da lógica e da razão. E faz todo sentido que seja assim! Afinal, quando fomos convidados para participar da Ordem o nosso padrinho não perguntou se acreditávamos na lógica e na razão, mas se acreditávamos em Deus. 

Ser Maçom exige crer, de forma que é natural que coloquemos as emoções (incluindo aí a tolerância, respeito, solidariedade e altruísmo) à frente dos aspectos práticos e da razão. 

Mas, é claro, não vivemos só de sentimento, de forma que o equilíbrio vem quando juntamos a fé e a razão: nem cremos cegamente, sem questionar nada, nem duvidamos de tudo, fechando os olhos da alma.

Mesmo a marcha do Aprendiz nos mostra isso: avançamos com o pé esquerdo e o pé direito se junta a ele. Primeiro avançamos com fé, depois a lógica nos sustenta. Simbolicamente, podemos dizer também que o pé esquerdo representa nossas emoções e sentimentos, como a capacidade de desejar um mundo mais justo e fraterno, com igualdade de direitos e liberdade para todos. 

Enquanto isso, o pé direito representa aquilo que nos impede de crer plenamente, de sentir (e amar) plenamente. Sim, é a lógica que nos diz que quem nos ofendeu pode nos ofender de novo (o que impede ou atrasa a reconciliação e o perdão), que a sociedade é desigual e injusta porque sempre foi assim e que não adianta lutar porque não conseguiremos mudar o mundo. 

Em resumo, podemos dizer que o pé esquerdo representa nossas virtudes, enquanto o pé direito representa nossos vícios. Então a marcha do Aprendiz ganha outro significado: eu avanço por minhas virtudes (pé esquerdo) levando comigo meus vícios, que procuro dominar (pé direito, em uma posição que não é a natural). 

E é isso, avançar por meio da virtude, enquanto se procura dominar os vícios e submeter a vontade é que nos faz um pouquinho melhores a cada dia.

 Coloquemos, portanto, o pé esquerdo à frente, avançando com sentimentos de coragem, otimismo e vontade de fazer de nós pessoas melhores e do mundo um lugar melhor, sem esquecer que a razão deve “temperar” e equilibrar nossa caminhada. 

Que ao final dessa semana que se inicia possamos ter a alegria de ter caminhado com equilíbrio rumo a nos tornarmos aquilo que estamos destinados a ser, arrancando mais algumas lasquinhas de nossa pedra bruta nesse constante processo de auto evolução. Que o G.’.A.’.D.’.U.’. nos fortaleça a sustente nessa caminhada! Excelente e abençoada semana pra você! Fraterno abraço



janeiro 19, 2025

CAFÉ DA MANHÃ DE DOMINGO - Hélio Leite


 "Cuidai para não cravares os espinhos da ingratidão e da indiferença em corações que um dia te envolveram de conforto, amizade e amor. Não há nada pior para alguém do que se tornar ingrato. A ingratidão sempre denota a existência de outro defeito maior: o orgulho. 

Cuidai irmãos, para manterdes a simplicidade, a humildade e o Amor, que devem nutrir os nossos corações. Lembrai-vos de que somente os bons sentimentos nos ampara e nos garantirão as alegrias celestes na eternidade".

As pessoas de bom caráter cultivam o hábito da gratidão, a começar por pequenos gestos e ações, como saber dizer "muito obrigado", "grato ou gratíssimo". 

Ter gratidão é saber reconhecer as ajudas que se recebe em nosso dia a dia. Ser ingrato é ser egoísta, orgulhoso, sem humildade e desmemoriado. Neste domingo vamos incutir em nossas mentes a obrigação de sermos gratos. Amém.

LUZ VERDADEIRA - Adilson Zotovici


Jamais estarás sozinho

Nesta senda alvissareira

Terás teu pão e teu vinho

E tua tenda sobranceira


Com zelo, devagarinho

Tu formarás tua renda

Pra tudo terás um tempinho

Do bem, teu selo e legenda


Pela razão te sublinho

Com coração de oferenda

Livrar-te-á dum espinho


Quem te conduz altaneira

Iluminando o caminho

É tua Luz verdadeira !



HERMETISMO, CABALA E MACONARIA

 

Palestra extraordinária do polímata irmão Eleutério Nicolau da Conceição 



janeiro 18, 2025

ESTIGMAS DA INICIAÇÃO - Roberto Ribeiro Reis


Se pudesse fazer uma canção,

Retrataria a beleza da Iniciação,

O que faria com alegria e gosto;

Conhecer a Luz é algo singular,

Traz conhecimento, ensina o amar,

O que se vê na expressão do rosto.


Deixa marcas indeléveis no coração,

Um espírito de paz e muita satisfação,

Tornando o Iniciado um ser especial;

A ascensão pela almejada escada

É paulatina, há de ser conquistada.

Caso o Obreiro seja mais fraternal.


Afinal, não é isso a Maçonaria?

Ver o próximo com mais empatia,

Tratando-o com devido respeito;

Saber que todos somos iguais,

Que depois daqui há algo a mais,

Um plano tão Justo e Perfeito!


Marcas melhores que tatuagens,

Pois nos remetem às imagens

De um passado saudosista;

Estigmas de inconfundível valor,

Do que significa esse puro Amor,

Amor logo sentido à primeira vista!



OS DOIS PILARES - Marcello Carneiro


Como Maçons, e pertencentes a Ordem Maçônica Universal, temos o dever de tornar Feliz a Humanidade, mas para isso precisamos nos preparar em todos os sentidos, para assim podermos Suprir a contento os anseios de uma Sociedade Humana decaída, de uma sociedade humana totalmente despreparada, e assim sendo é tratada pelos seus "líderes" como massa de manobra para satisfazer aos seus próprios interesses escusos. 

Então como poderemos ser um "Diferencial de Ética e Moral" em meio a tanta desigualdade Social. Sinceramente eu só vejo um caminho, e vou citar Dois pilares de sustentação da evolução Humana: "EDUCAÇÃO e CULTURA", longe dessas vertentes Libertadoras continuaremos escravos das Cadeias Midiáticas que nos são impostas todos os Dias, somos bombardeados de todos os lados, e chega a ser sufocante essa propaganda massiva que fazem as "Oligarquias Sucessórias", que já controlam os nossos Corações e Mentes a Séculos. 

Vivemos no limiar da pior experiência humana (Época) de sociedade, pois os Dispositivos "Eletrônicos Digitais" que nos conectam a todos por meio da Internet, e outra Waves (mídias) ditam a cada dia mais os "nossos afazeres do dia", uma prisão cibernética aonde Impera a "Bestialidade", aonde cresce de forma exponencial: "O Não saber, o saber Mal e o Saber Errado", ... Não existem "Fakes" ... Não mesmo, existem sim "mentes ou dementes", por trás disso tudo, que Sabem Exatamente o que querem, e o que pretendem. 

Então não podemos nos dar ao Luxo de sermos: Inertes, Omissos e até mesmo Despreparados... É nessa hora que temos que colocar em prática todo nosso Conhecimento a fim de resgatar a humanidade desse abismo comportamental induzido, agora é a Hora de se cavar masmorras aos vícios e levantarmos templos as Virtudes, e o caminho direto para essas conquistas não é outro se não a preparação antecipada e de qualidade, cito novamente a Educação e Cultura, essas sim são as tábuas de Salvação que poderão tirar a humanidade decaída das trevas do Obscurantismo aonde anda: trêmula, cambaleante e sem direção. 


                                  Prof: M

A LOUCURA NA LITERATURA - Oliver Harden


Shakespeare, possivelmente um dos maiores inquiridores da condição humana sob a ótica moderna, emerge, em sua obra, como uma força intelectual que transcende a temporalidade. Assim como Cervantes problematiza a loucura como um contraponto paradoxalmente saudável à razão em Dom Quixote, Shakespeare, de modo singular, em sua tragédia máxima, Hamlet, propõe uma reflexão sobre o excesso da razão, que, por sua vez, subjuga o indivíduo à inércia e à covardia.


A narrativa de Hamlet apresenta o drama do príncipe da Dinamarca, cuja vida é irremediavelmente alterada pela morte abrupta e misteriosa de seu pai, o rei. Incapaz de aceitar as circunstâncias que envolvem esse acontecimento, Hamlet é confrontado pela aparição espectral de seu genitor, que revela a verdadeira causa de sua morte: um regicídio perpetrado pelo próprio irmão, agora usurpador do trono e marido da rainha, mãe de Hamlet.


De posse dessa verdade sombria, Hamlet ingressa em um processo de dolorosa constatação. A justiça clama por ação, o fantasma do pai exige vingança, mas o jovem príncipe se encontra paralisado diante do imperativo de agir. O vil ato que levou o tio ao poder não apenas subverteu a ordem política, mas instaurou uma dissonância ética e moral no âmago do reino. “Há algo de podre no reino da Dinamarca” — e tal podridão não se restringe ao trono, mas reverbera na alma humana e na ordem cósmica.


Essa dimensão ética ganha uma ressonância contemporânea, pois, assim como na Dinamarca de Hamlet, o desequilíbrio moral do ser humano moderno também ecoa em desajustes naturais. Vivemos em uma época em que as ações humanas – ou a ausência de ações necessárias – ameaçam a própria sobrevivência do planeta. O dilema de Hamlet, portanto, adquire contornos proféticos: sua hesitação em agir ressoa na inércia coletiva que observamos diante das crises ambientais, sociais e éticas que nos cercam.


O cerne de Hamlet, no entanto, não reside apenas no contexto político ou nas demandas de justiça, mas, sobretudo, na profundidade psicológica e ética do protagonista. Enquanto príncipe, Hamlet carrega o fardo de restaurar a ordem no reino; enquanto homem, ele se vê enredado em sua própria introspecção. “Maldita a sina que me fez nascer em tempos tão desconcertados; cabe a mim consertá-los.” Esta lamentação de Hamlet, impregnada de melancolia, é uma reflexão profundamente humana e universal, que nos leva a questionar: reclamamos dos tempos em que vivemos, mas reconhecemos que somos, em última instância, responsáveis por eles?


É nesse contexto que irrompe o célebre monólogo “Ser ou não ser, eis a questão”, uma das passagens mais emblemáticas da literatura ocidental. Essa frase, que habita o imaginário coletivo, transcende a dimensão teatral e emerge como uma meditação sobre o dilema entre o pensar e o agir. Ao longo da peça, percebemos que Shakespeare estabelece uma relação intrínseca entre “ser” e “fazer”: o ser autêntico manifesta-se no agir. Para agir, porém, é necessário pensar; mas o excesso de pensamento, como o próprio Hamlet conclui, transforma a coragem em covardia.


Hamlet, ao procrastinar a vingança, sucumbe às armadilhas do excesso de razão, tornando-se vítima de suas próprias paixões e omissões. Sua hesitação em cumprir o dever no momento oportuno conduz a atos trágicos e desnecessários, que resultam na morte de inocentes e no agravamento do caos. Shakespeare parece advertir: quando deixamos de agir no momento devido, abrimos espaço para ações precipitadas e destrutivas. Assim, ao negligenciar o que deve ser feito, perdemos não apenas o momento, mas a própria essência do ser.


No coração dessa tragédia está uma mensagem ética fundamental: somos aquilo que fazemos, não o que pensamos. Nesse ponto, Shakespeare parece dialogar criticamente com o pensamento emergente de sua época, especialmente com Descartes, que viria a afirmar: “Penso, logo existo”. Shakespeare, por meio de Hamlet, apresenta um contraponto: “Não basta pensar; é preciso agir.” A essência da humanidade reside, mais do que em suas ideias, em seus atos. Em última análise, Hamlet nos oferece uma meditação atemporal sobre o imperativo ético do agir, sobre a conexão indissolúvel entre o ser e o fazer, e sobre a responsabilidade que cada um de nós carrega na construção, ou destruição, do mundo que habitamos.