Na visão do judaísmo, o ego (gaavá, orgulho excessivo) e a humildade (anavá) são forças opostas que não podem viver no mesmo coração.
1. O ego na tradição judaica
O Yetzer Hará alimenta-se do ego: a necessidade de ser reconhecido, de impor a própria vontade e de alimentar constantemente o “eu primeiro”.
A Torá e os Jajamim ensinam que o orgulho separa o homem de Hashem, porque a pessoa acaba confiando em suas próprias forças e esquecendo a fonte divina de tudo que possui. Nossos sábios dizem:
“Sobre o orgulhoso, Hashem diz: Eu e ele não podemos morar na mesma morada” (Talmud, Sotá 5a).
2. Humildade como ideal
Humildade verdadeira não significa se sentir menos, mas sim reconhecer que tudo o que você tem vem de Hashem. Moshé Rabenu é descrito como “o homem mais humilde da face da terra” (Bamidbar/Números 12:3), e ainda assim foi o maior líder. Sua grandeza não estava em negar seu valor, mas em reconhecer que era um instrumento de Hashem.
3. Por que eles não podem viver juntos?
O ego busca engrandecer o "eu", enquanto a humildade abre espaço para a Emuná e o serviço sincero ao Criador. Quando há ego, não há lugar para Hashem; quando há humildade, a pessoa se torna canal para a luz divina.
Resumindo:
• Ego = separação, auto-suficiência, orgulho.
• Humildade = união, reconhecimento de Hashem, abertura ao outro.
Por isso, no judaísmo se ensina que não podem coexistir no mesmo coração: um desloca o outro.

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