*Ignis - Aqua - Origo*
O galo é um animal com vários significados esotéricos:
Ciclo de transformação
O galo simboliza o ciclo eterno de renovação e transformação. O seu canto ao amanhecer e ao anoitecer representa a oportunidade de recomeçar e a contínua mudança. A figura galiforme, é admirada tanto pela beleza e imponência, quanto pela imagem mística.
A figura do Galo, em diversas culturas, está simbolicamente ligada ao renascimento (principalmente para os cristãos), à nobreza, ao caráter, a altivez, o destemor e a coragem.
No Ocidente, a França se destaca como região em que a figura do galo, em momentos distintos de desprezo (por Napoleão III) e valorização (na Terceira República de 1889)a figura do galo simboliza o brio e o caráter junto àquele povo, desde a idade Média
Comum também entre os romanos, a palavra "galo" deriva da forma como se denominavam as tribos celtas (gallus), popularizando o termo "povo galo" também entre os romanos...já no Séc XII, escritores ingleses e germânicos, em seus textos, ainda comparavam o povo francês ao "orgulhoso animal de curral", mas de forma jocosa, em contraponto à águia germânica, orgulho dos germânicos. Mesmo assim, o símbolo do galo "forte e furioso" sobreviveu; a partir da Revolução Francesa a figura de perseverança e valentia do galo teria sido recuperada...Sendo a cultura francesa de grande influência na Europa, nos Séc XVIII e XIX (Terceira República), deduz-se o porquê da disseminação dessa figura em outros países, até no Oriente...Em Portugal o "galo de Barcelos", ao norte do país, se apresenta por uma lenda ocorrida naquela região, onde um homem fora inocentado e salvo da forca, e graças ao "canto" de um galo, que jazia morto e assado, antes de uma refeição de um juiz que o sentenciou.
O cantar do galo cada manhã representa o triunfo do bem sobre o mal e da luz sobre as trevas.
Signo do Sol na tradição chinesa
O galo está associado ao conceito de Yang, ou seja, à vida, à luz e ao calor do universo. Na cultura popular chinesa, o Galo demonstra um altivo ser, detentor de cinco virtudes: a virtude civil, pela crista; a militar, pelo esporão; a coragem, pelo comportamento em combate, a bondade, por compartilhar de comida com as galinhas e a confiança por anunciar a aurora, diariamente. O galo, na crença popular chinesa, também se mostra um espantador de demônios, motivo pelo qual figura nas portas de residências.
Na tradição chinesa o galo está associado ao conceito de Yang, ou seja, ao calor, luz e vida no universo – daí o Yang ser também representado por um Galo" .
A sigla I. A. O., era representativo de Ignis (fogo); Aqua (líquido ou mercúrio) e Origo (a verdadeira origem); este último era o mediador da filosofia secreta entre o enxofre e o mercúrio.
O mercúrio é representado pela figura do galo.
“Visita o Interior da Terra e Nele, Retificado, Encontrarás a Pedra Oculta”.
A Câmara de reflexão assemelha-se a um “túmulo” onde será o candidato simbolicamente “enterrado”.
A percepção interior resulta da diminuição das atividades de nosso sistema nervoso gradativamente, até sua paralisia completa, até encontrar um estado maravilhoso de silêncio. A atividade mental é reduzida ao descanso total, ao "ponto de agulha". Esse ponto se situa na fonte do pensamento, que é cósmica e pura...
Água e pão simbolizam o alimento para o corpo e espírito. O enxofre é o símbolo do espírito. O sal e o símbolo da sabedoria e da ciência. Apresentados em taças separadas indicam que o candidato, deve estar sempre cheio de entusiasmo, mas moderado, à fim de que o ardor não o leve a cometer excessos. A ampulheta sugere a necessidade de rápidas decisões. Os instantes perdidos são irrecuperáveis e o tempo de permanência na Câmara é limitado. Silenciosa, a ampulheta concita-o a decidir.O galo sugere audácia e vigilância. Induz à meditação, lembrando de que um novo dia se aproxima trazendo ao candidato uma nova aurora. Ele deve vigiar os seus defeitos, corrigindo-os e procurando tornar-se puro para se tornar digno da aurora que se aproxima. A ceifadeira traz a ideia do trabalho. Serve também para cortar as ervas daninhas e assim sugere ao candidato que todos os seus vícios e todas as suas imperfeições serão eliminados à mercê de seu trabalho e de sua dedicação. O esquife, o crânio e os ossos indicam simbolicamente, o fim da vida quando tudo o que é motivo de preocupação e cuidados do homem se reduz à uns poucos ossos. Riqueza, glórias, miséria, fome, tristeza, tudo terá um dia o seu fim. Por isso, a Maçonaria apresenta esses símbolos mortuários para lembrar aos Maçons que todos seremos um dia apenas ossos.
Na Maçonaria com objetivos muito mais nobres e mais fraternais "livres e de bons costumes" é condição sine qua non para quem se propõe a receber nobres ensinamentos, onde a partir daí o homem bom buscará ser um homem melhor para a humanidade.
João 3;3-8 nos lembra acerca do nascimento da água e do espírito. Da "masmorra" para a "luz", o renascimento do neófito para saberes sublimes.
"De onde viemos"? "Onde estamos"? "Aonde queremos chegar"? O que não podemos é nos furtar em buscarmos, intimamente, por respostas. Na figura do Galo, simbolicamente busquemos nos assentar na crença de que, com o "Renascimento", todas as respostas nos serão reveladas, de acordo com nossa vontade em adquiri-las pelo profundo estudo. É a vitória pelo mérito advindo do esforço e pela Perseverança.
A introjeção simbólica permite a ascensão na consciência dos princípios básicos do peregrino da Arte Real .
O galo é também um símbolo do grau 18 do Rito Escocês Antigo e Aceito, o Cavaleiro Rosa-Cruz. Neste grau, o galo é um dos quatro animais que representam os quatro evangelistas: o leão representa Marcos; o touro representa Lucas; o homem alado representa Mateus; e o galo representa João. O galo simboliza a sabedoria, a palavra e a iniciação de João, que foi o discípulo amado de Jesus e o autor do Apocalipse.
Símbolo maçônico
O galo representa a vigilância e o alvorecer. A figura do galo é usada no topo das torres de igrejas, representando a vontade de agir logo cedo e o anuncio do nascer do Sol. Animal que representa o alvorecer e a vigilância.
Jesus respondeu: “Eu lhe digo a verdade: esta mesma noite, antes que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes”.
Aquele ser que anuncia a boa nova, um novo dia, uma nova oportunidade em recomeçarmos.
Perante as questões elencadas anteriormente, após o "nascer de novo", a vigilância e perseverança devem estar constantemente sendo lembradas e "praticadas" em todos os momentos da vida, na busca do saber filosófico e resoluções em cotidiano de trabalhos/estudos, principalmente em situações de dificuldades decorrentes das vicissitudes, quando a resiliência também deve se fazer presente.
O galo símbolo do renascimento, esperança e ressurreição, a exemplo da águia e do cordeiro. Há lendas ancestrais que creem num galo que cantou à meia noite, anunciando o nascimento de Jesus, daí um dos motivos para "Missa do galo" ser à meia noite do dia 24 de dezembro. Teria sido a única vez que um galo teria cantado à meia noite. A origem remonta ao Séc. IV, que sob forte influência do Constantino, passou-se a admitir a fusão de alguns cultos pagãos aos cultos cristãos, já que Constantino era sincretista. O culto ao "Deus Sol" teria, então, se fundido ao culto ao nascimento de Jesus; tem lugar cativo no imaginário popular como um animal destemido, que nunca recua, com coragem e demonstração dissuasória, como quando "alfa" em plantel galináceo, contra quem ou o que lhe ameaçar invadir o território sob seu domínio, demonstrando um ser atento, vigilante, que nunca cessa o controle sob seu o terreiro, estando sempre pronto a agir para manter o equilíbrio em seu habitat. A imagem do guerreiro "defensivo e justo" se faz presente no imaginário popular.
Da mesma maneira como o canto do Galo anuncia a chegada do Sol para um novo despertar, simbolicamente, ele também anuncia a chegada de uma era de nova consciência, a consciência da vigilância permanente denominada "Vigilância Cuidadosa" e "Vigilância Espiritual" constante, se sustenta na perseverança. .
A busca do simbolismo acerca da figura do Galo, aqui não se esgota, não se conclui, mas sim permanece amplo o "terreno fértil" de pesquisa sobre seu simbolismo. A natureza tem muito a nos ensinar. O Divino Pai não cria nada em vão, desde a necessidade de harmonizar a cadeia vital na natureza, até a exposição de virtudes naturais, explanados de forma sutil, pelo comportamento animal, em nossa rica fauna e flora terrestre. A nós, resta-nos observar, elaborar conceitos, propagar ensinamentos e enriquecer a alma em Honra e Glória ao Grande Arquiteto do Universo.

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