Acostumamo-nos a ouvir e ler que a Maçonaria foi atuante na Revolução Francesa e que o Lema: Liberdade – Igualdade – Fraternidade foi criado pela Ordem.
• São verdadeiras estas afirmações?
• A Maçonaria foi Protagonista ou Coadjuvante neste evento?
Ao apresentarmos estas perguntas, poderemos chegar aos seguintes resultados:
• Críticas dos que creem na imutabilidade dos fatos! O que foi dito e aprendido é regra! Não se contesta!;
• Incentivo aos pesquisadores e buscadores de conhecimento;
• Crescimento da cultura maçónica!.
Possivelmente haverá inúmeras outras possibilidades, mas tudo isto fará com que haja uma movimentação para o conhecimento, para o fomento da cultura, portanto o resultado será positivo.
Vamos ao nosso tema.
Muitos acreditam – Profanos ou Maçons – que a divisa Liberdade – Igualdade – Fraternidade era da Maçonaria e que foi utilizada pela Revolução Francesa, quando na verdade foi o contrário, ou seja, era uma trilogia da Revolução Francesa que passou a ser usada pela Maçonaria.
Esta confusão teve início com a publicação, em 1797, do livro “Memórias que Contribuem para a História do Jacobinismo” de autoria do Padre jesuíta Augustin Barruel (1741-1820), que contou que a Revolução Francesa foi planejada pela Maçonaria.
É um fato de que muitos revolucionários eram Maçons, da mesma forma que muitos foram decapitados durante a Revolução.
Na Inglaterra e no Ritual de Emulação (no Brasil conhecido como Rito de York – GOB:.) tal trilogia não é usada, sendo própria dos Ritos criados em França.
As fontes de Barruel foram examinadas por A. Viatte, que demonstrou o absurdo da sua tese.
Apesar disso, decorridos mais de 200 anos, ainda se repete o devaneio desse personagem, que foi classificado por Rivarol nos seguintes termos: “A natureza fizera dele um tolo. A vaidade faria dele um monstro”.
O Ir:. Nicola Aslan, no “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” diz que no livro “Les Francs-Maçons”, o autor, Serge Hutin, afirma que no livro antimaçónico “Les Francs-Masons Ecrasés (Os Franco-Maçons Esmagados)”, de 1746, constava a divisa, mas, na verdade, um trecho fala apenas de Igualdade e não da trilogia.
O historiador francês Louis Blanc e outros autores atribuem o lema a Louis-Claude de Saint- Martin, o “filósofo desconhecido”, mas no trecho por ele citado, Saint-Martin fala apenas de três dimensões nos corpos, três divisões na extensão dos seres, três figuras na geometria, três graus na Maçonaria, mas não emprega uma única vez a trilogia Liberdade-Igualdade-Fraternidade.
O Ir:. Francês Alec Mellor no “Dicionário da Franco-Maçonaria e dos Franco-Maçons” expressou-se assim sobre este tema:
_“É inteiramente falso que esta divisa republicana seja de origem maçónica.
A senhora B. F. Hyslop examinou uma boa quantidade de diplomas maçónicos emitidos de 1771 a 1799 na Biblioteca Nacional.
Encontrou somente dois nos quais as três palavras encontravam-se unidas.
Quase todas comportavam “Sabedoria-Força-União”, ou falavam do Templo onde reinavam “o Silêncio, a União e a Paz” (v. Annales historiques de la Revolucion française [Anais históricos da Revolução francesa], Janeiro, 1951, p. 7).
A 1ª República empregou bastante a divisa “Liberdade, Igualdade ou Morte”, mas não é preciso dizer que tal programa ideológico jamais foi o da Franco-Maçonaria.
Somente na 2ª República (1848-1852) aparece a ‘divisa tripla’ (…)”
Encerramos o nosso artigo na esperança de ter conseguido a sua atenção, bem como instigá-lo a questionar e acrescentar dúvidas e melhor ainda, ter sido um tempo bem empregado, o de sua leitura.
“As convicções são inimigas mais perigosas da verdade, do que as mentiras.”
(Friedrich Nietzsche)
Rogério Oliveira M.'.M.'.

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