outubro 25, 2025

NULLIUS IN VERBA (“NAS PALAVRAS DE NINGUÉM”) - Alexandre Fortes


Traduzido do latim por “Nas palavras de Ninguém” ou “Sem palavras”, “Nullius in Verba” é o lema da Royal Society, que apesar de não ser uma instituição maçónica, é também uma histórica instituição de Londres. 

A Royal Society foi fundada no século XVII, em 28 de Novembro de 1660, em que foi concedida uma carta régia pelo rei Carlos II como The Royal Society e é a mais antiga academia científica continuamente existente no mundo. 

Já teve Robert Moray, Isaac Newton, Christopher Wren e outros como presidentes, e que nos ensina uma valiosa lição: *É preciso ler! É preciso verificar!*

Basicamente o termo em latim nullius in verba significa não crer em coisa alguma apenas pelas palavras e sim utilizando o método científico, verificável, comprovável, escrito. 

E isso nos conduz a uma uniformidade consciente e provável daquilo que é enquanto é; daquilo que é fidedigno!

É preciso verificar, é preciso ler, é preciso ver o que está escrito! 

E isso é deveras importante, sobretudo quando se trata de Maçonaria, de ritualística. 

Tanto para compreender, aprender, e praticar o que está previsto nos nossos Rituais Maçónicos, sem enxertos, sem miscelâneas, sem misturas de ritos ou “macarronadas” de ritos, ou “saladas” ritualísticas e de expressões de diversos Ritos Maçónicos, e outros quejandos… 

É preciso buscar nos Rituais Maçónicos o como é feito, e, fazer corretamente. 

É preciso ler! 

É preciso verificar!

Esta máxima lição de nullius in verba nos adverte e previne sobre não exactamente acreditar, cegamente, (preguiçosa ou indolentemente), como sendo uma “absoluta verdade”, o que somente “ouvimos” e “vemos”, e pelo erro de se replicar deliberadamente o que anteriormente nos foi dito, apenas e unicamente pelo falso princípio de que “porque aqui sempre foi assim… ou, se me ‘falaram’… ou ainda, eu vi assim…, então… que é exatamente assim! 

E, como eu ‘vi’ fazerem assim, então, assim eu faço, assim deve ser, assim eu farei (…)” e sempre será assim!. 

E isto é um erro absurdo!

Posto que se assumirmos tais posturas e atitudes, certamente estaremos incorrendo em erro: o de se replicar o erro!, 

Convictamente, simplesmente porque fizeram errado anteriormente, acreditando-se que era a mais correcta e absoluta verdade a ser seguida sempre.

Onde ficariam a uniformidade e a fidedignidade do Rito Maçónico a serem seguidas?

Todos nós maçons, na liturgia maçónica, assim como na vida, todos erramos e erraremos, mesmo buscando a perfectibilidade. 

Somos seres humanos, somos falíveis. 

Mas, o mais importante não é o justificar-se, pelo facto de sermos todos seres humanos falíveis, de continuarmos errando e nos arrogando como “eternos aprendizes”. 

Mas, outrossim, devemos em verdade é procurar aprender e fazer o que é certo, e isso é o mais sublime! 

Assumirmos a consciência de desbastar as nossas pedras brutas, rugosas e ásperas, e lapidá-las ao mais belo, ao mais perfeito e brilhante possível.

Pertinente  a esta matéria, especificamente, sobre o correcto desempenhar dos trabalhos litúrgicos maçónicos, é absolutamente harmoniosa, tranquila, pacífica, a questão: tudo ali está escrito no Decreto Maçónico – Ritual; está escrito nos nossos Rituais! 

Basta ler, entender, e, fazer! 

Simples assim. 

Tão simples que se nos foge de ser crível, pelo ceticismo insipiente e pelo vício de uma prática corrente de se “fazer errado”, como se fosse algo explicado como “costume antigo na minha Loja” ou do “aqui sempre foi assim” e praticar-se um erro ou vários erros, porque simplesmente “Magister dixit” (“O Mestre disse”). 

É preciso ver onde legalmente está escrito e compreender o que fidedignamente está escrito nos nossos Rituais e fazer o que ali nos ensina e está escrito!

Erros podem ocorrer em textos e/ou palavras. 

Eventuais erros podem ocorrer em passagens, termos, e vocábulos nos rituais. 

Mas os livros doutrinários sobre os Ritos Maçónicos existem e podem, como devem, serem os instrumentos adequados para se socorrer e melhor entender, resolver possíveis e eventuais dubiedades, ambiguidades, ou erros havidos, quando estes ocorrem. 

As Potências se valem das Old Charges, dos Lankmarks, das Constituições, das práticas consagradas e registradas em Actas Maçónicas. 

Há também as Demonstrações Oficiais por Lojas de Instrução Maçónica, dos verdadeiros e legítimos costumes antigos, dos renomados maçonólogos, livros doutrinários ritualísticos para cada Rito Maçónico e de seus comités responsáveis pelas verificações dos Rituais Maçónicos. 

E, sempre, é preciso fundamentação conscienciosa até a próxima edição, correcção, nos rituais maçónicos, quando isto for passivo. 

A busca da verdade, pelo Maçom, deve ser incessante, contínua e sábia. 

Entrementes, de toda e qualquer maneira, algo é certo e indiscutível, insofismável: 


É PRECISO LER! 

É PRECISO COMPREENDER! 

É PRECISO VERIFICAR! 

É PRECISO APRENDER!



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