dezembro 23, 2025

MAX BORN, O GENIO A QUEM EINSTEIN RESPEITAVA



 Max Born, o homem a quem Einstein recorria quando tinha dúvidas sobre mecânica quântica.

O Prêmio Nobel de Física de 1954 manteve uma amizade estreita e singular durante quarenta anos com o grande cientista do século XX, mas suas opiniões sobre a ciência eram totalmente irreconhecíveis. Einstein vinha ter com ele sempre que tinha dúvidas sobre a mecânica quântica, e foi a ele que dirigiu a sua famosa frase: "Você crê num Deus que joga dados e eu acredito na ordem total".

Max Born nasceu em 11 de dezembro de 1882, há 135 anos, dentro de uma família judaica de Wreslávia, então capital da província prussiana da Silésia e hoje cidade de Wreslávia, na Polônia. Filho de um anatomista e embriólogo e herdeiro de uma rica família de industriais silésios, foi aluno de matemáticos famosos, como Klein ou Minkowsky, na "meca da matemática teutônica", a Universidade de Göttingen, depois de ter investido anteriormente nas de Heidelberg, Wreslávia e Zurique. Em 1921 foi nomeado professor de física teórica e 12 anos depois, as suas raízes o obrigaram a fazer as malas e a abandonar a Alemanha, onde não queria ter sangue judeu nas veias.

Emigrou com a esposa para Cambridge e depois para Edimburgo. Só regressou à Alemanha em 1954, quando o país já estava livre de suásticas, ano em que recebeu, juntamente com Walter Bothe, o Prêmio Nobel de Física pelo seu trabalho sobre a mecânica quântica, o pai da sua estrutura filosófica, um génio na matéria. Tanto que até o próprio Einstein se dirigia regularmente a ele para lhe consultar as suas dúvidas sobre o assunto.

Com o famoso cientista Max Born manteve uma amizade especial e peculiar ao longo de sua vida. Suas relações com a natureza da física eram opostas, algo que ele admitiu francamente ao escrever sobre suas disputas científicas. Foi precisamente o próprio Einstein que o encorajou a fazer as malas quando as coisas começaram a ficar feias no reino de Hitler, e ambos mantiveram uma correspondência regular baseada em dúvidas e respostas, teorias e discussões acaloradas. Eles compreendiam a natureza de uma maneira radicalmente oposta. «Você acredita em um Deus que joga dados e eu acredito na ordem total e nas leis de um mundo que existe objectivamente e que eu tento traduzir de forma freneticamente especulativa», escreveu Einstein nas suas cartas.

Max Born e Albert Einstein foram amigos próximos e peculiares por mais de quarenta anos, mas suas visões da ciência eram totalmente irreconciliáveis. O primeiro compreendia, como a maioria dos cientistas da sua época, que a base do mundo material residia no comportamento puramente aleatório das partículas elementares do átomo. O segundo sempre manteve a convicção de que todo evento respondia a uma causa, e por isso dedicou toda a sua vida à busca obstinada de uma explicação mais profunda que ponha ordem no aparentemente caótico mundo subatómico.

Nas cartas que Max Born e Einstein trocaram entre 1916 e 1955, há um tema que ambos abordam com especial preocupação, no qual, no entanto, concordam: as implicações sociais da nova ciência, as armas atómicas. Além de falar das ondas de Schrödinger, ter pena do seu estatuto de judeus alemães no exílio e trocar comentários satíricos sobre os seus colegas cientistas, ambos acabaram lamentando, após o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki em 1945, a «desgraça que a nossa outra bela ciência trouxe ao mundo».

Mas por que Max Born foi tão importante? Por que Einstein lhe disse que "Deus não joga dados com o universo"? O que o avô materno defende de Olivia Newton John? O físico introduziu o conceito de probabilidade na equação de Schrödinger. Antes dele, acreditava-se que as leis da natureza eram deterministas, que tudo tinha uma causa e que, portanto, o estado atual determinava o futuro. Que não existiam aleatórios ou eventos aleatórios, que o amanhã era previsível a partir do presente. A interpretação de Born supunha que o comportamento individual das partículas permanecia manifestamente indeterminado. Abriu a porta para a acausalidade e enunciou um dos princípios fundamentais da física que sustenta a mecânica quântica: a complementaridade.

Para a maioria dos físicos, a mecânica quântica foi um verdadeiro terremoto. Considere que nem tudo pode ser compreendido, que nem tudo pode ser medido, que tudo tem uma explicação de causa e efeito. Max Born tinha certeza de que o universo é como um gato: tem um núcleo caótico.

Por curiosidade, Max Born é o avô da artista britânico-australiana Olivia Newton-John.


Fonre: Recanto Educacional -Via Judios Mentes Brillantes

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