março 18, 2024

EXPRESSÕES MAÇÔNICAS EQUIVOCADAS - Paulo Roberto Marinho de Almeida.


O progresso dos meios de comunicações, o aumento considerável de edições de livros, revistas e boletins maçônicos, ao exemplo do que fazem os grupos virtuais, contribuem para o crescimento da oferta de informação. Por este caminho é que procuramos colaborar com esta mensagem de alerta no sentido de banir de nossas alocuções o uso indevido de expressões não condizentes com o conhecimento que o Maçom praticante deve ter e preservar.

Na retórica do cotidiano da Loja, encontramos palavras que deveriam ter desaparecido, há tempos, da  terminologia maçônica.  Alguns Maçons teimam em defender o uso dessas expressões dizendo-as  consagradas  pelos “Usos e Costumes”, apresentando definições equivocadas, quando não, inventadas, e que só fazem macular a imagem do Maçom e da Maçonaria no que diz respeito à etimologia e ao idioma vernáculo.

Pela coleção e constatação de fatos, e em função do resultado de nossas pesquisas, apresentamos os comentários a seguir sobre algumas dessas expressões as quais consideramos as mais equivocadamente utilizadas. 

FILOSOFISMO

Filosofismo possui designações claramente definidas e grafia correta, entretanto, se usado na Maçonaria com menção aos chamados, Graus Filosóficos é pejorativo e depreciativo.

“... a péssima qualidade dos Manuais Escolares que, entre tantas outras aberrações, confundem a  Filosofia com Filosofismo. ...Uma das características centrais do Filosofismo é a estereotipar o saber filosófico” – (Roberto Bazanini - Bacharel em Filosofia, Mestre em Comunicação (UMESP-S.B.C.)  Doutor em Comunicação e Semiótica (PUC –SP)”

Filosofismo  [De filósofo + -ismo.] S. m. Mania de Filosofar. Falsa filosofia. Mania  [Do gr. manía, 'loucura'.] S. f. Excentricidade, extravagância, esquisitice.  Mau costume; hábito prejudicial; vício. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa).

Filosofismo. S. m. (derivado de filosofia), é um termo depreciativo, que significa falsa filosofia, mania de filosofar. Por uma pretendida analogia com o termo simbolismo, usado para designar a Maçonaria Simbólica, muitos Maçons usam o vocábulo filosofismo para designar o terreno dos Altos Graus, também chamados Graus Filosóficos. Esse uso é indevido, impertinente e incorreto.  (José Castellani)

TRONO (DE SALOMÃO)

Muitos Obreiros costumam confundir Trono com mesa, Altar ou área do Altar – chamam de Trono tudo o que se encontra sob o dossel –, o que é um erro. Trono é a cadeira onde tem assento o Ven:. Mestre.  Atrelado ao equivoco segue o mais peculiar que é o do Venerável Mestre convidar algum Irmão para ocupar “um dos lugares no Trono”, quando o correto seria “no plano do Trono”, ou, “um dos lugares a seu lado”. O Venerável Mestre senta-se “no” Trono e não “ao” Trono.  Torna-se óbvio, então, que a referência é à cadeira, pois, sabemos que mesa não é assento.  Vale lembrar que embora consagrado pelo uso, o correto é denominar-se simplesmente como “a cadeira do Venerável Mestre” ou apenas “Trono”. Nunca Trono de Salomão, já que este só existe na Cerimônia de Instalação. A arquitetura, bem como a decoração do Templo Maçônico não é por réplica ao Templo ou Palácio de Salomão. Os primeiros Templos Maçônicos foram construídos na Inglaterra, no século XVIII por projetos inspirados nas grandes edificações da época, principalmente, dos Templos Anglicanos e o do Parlamento Britânico. Destes se originam o Átrio, o Mosaico, as disposição dos lugares, etc., Inclusive a Sala dos Passos Perdidos copiada do Parlamento que até os dias de hoje existe e assim é denominada. Os Templos maçônicos atuais representam a terra e o universo. No REAA isso é claramente visível: a Abóbada Celeste, as Colunas Zodiacais, o Norte, o Sul, o Oriente, o Ocidente, o Zênite e o Nadir. Diga-se de passagem, Templo é denominação mais comum aos países latinos. Nos demais países prevalece o uso da expressão Sala ou simplesmente Loja.

VENERANÇA

Esta palavra não figura em nenhum dos dicionários dos países de língua portuguesa. “Venerança” é uma corruptela, ou seja, uma palavra corrompida, o vocábulo verdadeiro é VENERALATO,  induz, ainda, a erros mais grosseiros, como, “Venerância” ou se pior fosse possível, “Veneralança”. Sufixo nominal é aquele responsável pela formação de nome (substantivos ou adjetivos) que compõem as palavras alusivas a ocupação de cargo, ofício ou dignidade  – Barão = Baronato, Tabelião = Tabelionato, Cardial= Cardinalato, Oficial= Oficialato, Venerável= Veneralato. Um termo só é compreendido quando se sabe os significados que ele pode ter e em que contexto ele é aplicado. Veneralato é o período do cargo de Venerável Mestre de uma Loja e não  qualidade ou sinônimo do título.

A INSTRUMENTAÇÃO PARA A EVOLUÇÃO DO MAÇOM -



Praticamente a grande maioria dos escritores maçons, em algum momento de suas obras, dedicaram importantes e substanciais linhas, senão trabalhos e livros inteiros, a discorrer sobre a importância da simbologia para a Maçonaria. Torna-se praticamente impossível referir-se a Ordem Maçônica, sem aludir aos símbolos que a representam e àqueles utilizados no processo de repasse de sua doutrina e ensinamentos.

Cada vez que se analisa um símbolo referente à Maçonaria, esta análise por mais que seja baseada em outras tantas já publicadas, será normalmente original. A visão que se possui sobre um símbolo é sempre pessoal e intransferível. São estas múltiplas visões que dão a Ordem Maçônica o caráter dinâmico e de adaptação aos novos tempos e as novas ideias que constantemente surgem.

Segundo Fernando Pessoa, em nota preliminar ao seu livro “Mensagem”, o entendimento e a assimilação das mensagens contidas em um símbolo dependem de cinco qualidades ou condições consideradas básicas:

. Simpatia;

. Intuição;

. Inteligência;

. Compreensão ou Discernimento;

. Graça ou Revelação.

Na Maçonaria a maior parte dos símbolos e metáforas que são utilizados, provêm da antiga atividade profissional e corporativa dos pedreiros medievais. Construtores que eram, principalmente de Igrejas, grandiosas Catedrais, sólidos castelos e fortalezas, os pedreiros medievais corporativamente organizados constituíam a Maçonaria Operativa que evoluiu para as Organizações Maçônicas Simbólicas e Especulativas contemporâneas: “Embora não haja documentação que o comprove, deve-se admitir que os Maçons Operativos, os franco maçons, usavam seus instrumentos de trabalho como símbolos de sua profissão, pois caso contrário não se teria esse simbolismo na Maçonaria Moderna. A existência desse simbolismo é a mais evidente demonstração de que houve (…), contatos diretos entre os Maçons Modernos e os franco maçons profissionais, e demorados o suficiente para que essa transmissão se consolidasse (…)” (PETERS, 2003, passim).

O escritor Ambrósio Peters, nos coloca ainda que aqueles que seriam os símbolos principais e essenciais a existência da atual Maçonaria Especulativa (Simbólica). Cabe destacar também que são destes símbolos que os Maçons metaforicamente retiram os princípios básicos e os seus principais ensinamentos éticos e morais: “O trabalho dos franco maçons, limitava-se aos canteiros de obras e à construção em si. Os instrumentos que eles usavam eram o esquadro, o compasso e a régua para determinar a forma exata das pedras a serem lavradas, o maço e o cinzel, para dar-lhes a forma adequada, e o nível e o prumo, para assentá-las com perfeição nos lugares previstos na estrutura da obra. Eram, portanto três diferentes grupos de instrumentos, cada qual representando uma etapa da obra (…)” (Idem).

Podemos, com base no trabalho desenvolvido pelos pedreiros medievais, concluir que existiam três diferentes grupos de instrumentos operativos. Cada um destes instrumentos estava ligado a uma das fases da construção. Cada fase exigia do construtor um nível diferente de conhecimento para a sua execução e finalização:

. A medição ou especificação do tamanho e do formato das pedras;

. O desbaste, adequação das formas e o polimento para dar o acabamento adequado às pedras;

. A aplicação e o assentamento das pedras na construção.

Estes conjuntos de instrumentos que são necessários a execução de cada etapa da obra, indicam na Ordem Maçônica, simbolicamente os diversos Graus que nela existem. Cada Grau, representa na Maçonaria, todo um conjunto de conhecimentos que são necessários ao aperfeiçoamento e ao crescimento moral e ético dos Maçons.

Uma das muitas certezas que a vida em sociedade e a evolução do conhecimento humano nos deram, foi a de que nem todos os homens assimilam de maneira semelhante as mensagens da Simbologia Maçônica. Como se coloca em alguns rituais: devemos pensar mais do que falamos. A reflexão e a consequente meditação são essenciais a compreensão da linguagem maçônica..

O avanço pelos diversos graus, portanto não deve ser considerado pelo tempo que está sendo empregado, não devem ser conduzidos pela pressa. O que deve ser levado em conta é o esforço individual e o desprendimento pessoal de cada Maçom, conforme o seu potencial e capacidades para poder galgar com segurança e sabedoria os degraus da Escada de Jacó.

Bibliografia:

BONDARIK, Roberto – A Interpretação e o Entendimento dos Símbolos.

Escolas do Pensamento Maçônico. In: A Trolha: Coletânea 6. Londrina: A Trolha, 2003. p.141-151;

CAMPANHA, Luiz Roberto – A Filosofia e a Análise dos Símbolos. In: Caderno de Pesquisas 20. Londrina: A Trolha, 2003. p.33-40;

PESSOA, Fernando – Associações Secretas.

PETERS, Ambrósio – O Simbolismo dos Instrumentos.

março 17, 2024

VISITA A ARLS SABEDORIA TRIUNFANTE 665 - SP


 Nesta sexta-feira, dia 14, retornei em visita a ARLS Sabedoria Triunfante 665 9da GLESP, a Loja Maçônica mais inteligente que já conheci e que faz jus, perfeitamente, ao seu nome.

Sob a direção do VM Anderson Basílio, na apresentação de um trabalho de Companheiro, todos os irmãos do quadro, sem nenhuma exceção, enriqueceram os ensinamentos com seus comentários, cultos, interessantes, apropriados.

Foi motivador e é raro ver uma Loja onde todos participam ativamente e mostram acurada cultura maçônica. Uma visita que realmente valeu a pena.

PALESTRA ORATÓRIA -Michael Winetzki


 

SUBMETER-SE AO ESPÍRITO - Sergio Quirino Guimarães

 




Na Maçonaria, deparamo-nos, de forma inegável, com o elemento "Espirito". Mas do que se trata tal "elemento"?

Essa questão deve ser abordada com zelo, visto que gera más interpretações e equivocadas ligações religiosas. Espírito, espiritismo, reencarnação, fenómenos etc., e ainda temos dois Landmarks que alguns Irmãos insistem na conotação devocional.

19°. A crença no Grande Arquiteto do Universo é um dos mais importantes Landmarks da Ordem.

A negação dessa crença é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação. 20°. Subsidiariamente a essa crença, è exigida a crença em uma vida futura.

Se lermos ao "Pé da Letra", fica difícil não estabelecer vinculação. Porém, se eles nos forem apresentados desta maneira?

19°. A crença EM UM PRINCÍPIO CRIADOR, O QUAL DENOMINAMOS Grande Arquiteto do Universo, é um dos mais importantes Landmarks da Ordem. A negação dessa CONVICÇÃO

MAÇÕNICA é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação. 20°. Subsidiariamente a essa CONVICÇÃO MACÓNICA, é exigida a CONSCIÊNCIA DE QUE HA UMA FORMA DE VIDA, APÓS A MORTE, NO PLANO TERRESTRE.

De fato, não há de se modificarem os Landmarks. Contudo, é imperativo que o Padrinho informe e esclareça seu futuro afilhado sobre essas condições. Ás vezes, excelentes candidatos compreendem a crença em uma vida futura como reencarnação. Sendo eles protestantes, naturalmente dizem não ao 20° Landmark. Todavia, para todos os Cristãos, há sim "uma vida futura", seja no Paraiso ou no Inferno.

E assim acontece com várias outras religiões. Entretanto, ressalto que Espiritismo não é religião. uma doutrina! E segundo seu codificador, Allan Kardec, é uma doutrina que trata da "natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal e as consequências morais que dela dimanam".

Destaco este ponto para provocar reflexões nos Irmãos:

Algum de vocês já fez seu Testamento? E, nesse mesmo tempo, responderam a questões que submeteram ao seu espirito para, assim, conhecermos os seus principios e avaliarmos o mérito de suas virtudes.

ESPÍRITO PRINCÍPIOS VIRTUDES

Espírito é a coisa incognoscível que anima o ser vivo. Sob a ótica metafisica, remete à consciência e à personalidade; na Filosofia, espírito é definido pelo conjunto total das faculdades intelectuais; em Psicologia, designa a atitude mental dominante de uma pessoa que o motiva a agir de determinado modo.

Mas e para a Maçonaria? Tudo o que foi descrito acima, sobretudo o entendimento da raiz etimológica do latim "spiritus", significando "respiração" ou "sopro", assim como pode estar se referindo a "coragem" e "vigor".

SENDO ASSIM, A SUA VIDA MAÇÕNICA É SUBMETIDA A QUÊ? VOCÊ TEM CORAGEM DE ESPIRITO? TEM VIGOR NOS PRINCÍPIOS? VOCÊ "RESPIRA" E "SOPRA" VIRTUDES?



SEMANA DE HOMENAGEM - É UM POEMA - Adilson Zotivici


Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nachif n. 169 de S. Bernardo do Campo SP.


O mundo é um poema !

Que o Arquiteto Universal

Brindou-nos profundo tema

De afeto, a “Arte Real”


Quão grandiosa, genial

Que desfaz algum dilema

E apraz desde o inicial

Atemporal o sistema


Antropocêntrica, fulcral

Geometria, teorema

Sabedoria, filosofal


As Artes como emblema

E o puro amor fraternal

Como o principal lema !



março 16, 2024

EXISTÊNCIA - Adilson Zotovici


Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nachif n. 169 de S. Bernardo do Campo SP.


Segredo da boa existência

No dia a dia, ao Sol raiar

Sem medo, à porfia a vivência

Que a cada qual peculiar


Estudar, à proficiência

Quanto aprender, tanto ensinar

Respeitar díspar preferência

Com tolerância, a ânsia domar


Perpetrar a benevolência

Sem constranger quem apoiar

Caminhar com zelo e prudência

Na Divina Providência fiar


Ser livre pedreiro de excelência

No canteiro, escultura entalhar

Na pedra bruta persistência

Arguta propositura é brilhar


Esperança, a “estação” tem vigência

Sem vaidade com Fé caminhar

Na adversidade, resiliência

Com resignação, superar


Que da transitória experiência

De não só _Viver_, nem só _Partilhar_

Habita a glória na fluência

De “_Conviver_ e _Compartilhar_” !



OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS E A PRETENDIDA ORIGEM DA MAÇONARIA - Pedro Juk



Em 19/06/2017 o Respeitável Irmão Demétrius Galego Davis, Loja José Caraver, 101, REAA, Grande Loja do Estado do Rio Grande do Sul, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, apresenta o seguinte:

Na atualidade, estou fazendo pesquisas para elaborar uma Peça sobre o tema "Cavaleiros Templários e as Origens da Maçonaria". Confesso ter recebido algumas dicas de pesquisa (Jacques De Molay, A Lenda do Santo Graal e a Arca da Aliança, etc.)... Mas, confesso que estou um pouco "perdido" para elaborar esse trabalho. Pelo exposto, gostaria de saber se o estimado Irmão teria alguma pesquisa já feita sobre esses temas, que poderiam ser úteis na elaboração da Peça de Arquitetura que ainda irei elaborar. Se o irmão tiver disponibilidade e aceitar compartilhar conhecimento comigo, serei muito grato.

CONSIDERAÇÕES:

De início devo mencionar que essa é daquelas bobagens que persistem em existir, devido à insistência de alguns autores que teimam em inescrupulosamente associar os Templários às origens da Maçonaria. 

Afirmativa temerária, querer associar a Ordem Templária com o florescimento da Maçonaria, pura e simplesmente, é mero elemento contraditório. 

É certo, porém que existem alguns graus dos chamados “Altos Graus e Graus Laterais” de alguns Ritos e Trabalhos maçônicos que mencionam práticas litúrgicas relacionadas aos costumes da Ordem da Milícia do Templo, todavia isso nunca teve nenhuma ligação com a autenticidade histórica, senão como um espécime estrutural e lendário para atender metodologicamente o aprimoramento dos iniciados. 

Ratifico: a Ordem da Milícia do Templo (Templários) não deve sob qualquer justificativa ser considerada como um elemento ancestral da Ordem Maçônica, salvo como um artifício alegórico de estudo para aplicação de uma doutrina. É o caso, por exemplo, do que acontece com o Templo de Jerusalém na Maçonaria que, mesmo sendo um dos principais ícones das suas alegorias doutrinárias, sob nenhuma hipótese se concebe, aos olhos da história autêntica, imaginar a existência de maçons construtores naquele período da História. 

O ideário do Templo surgiu não como um elemento histórico, mas sim como um método de estrutura doutrinária que se ocupou de construir a Lenda do Terceiro Grau. A fantástica Lenda é - como diz o sentido - apenas uma lenda.

Dados esses comentários seguem alguns apontamentos inerente à história dos Templários de Jacques De Molay.

A Ordem da Milícia do Templo, também conhecida entre os estudiosos como “Templários”, teve a sua fundação no ano de 1118 por Hughes de Payns e por um grupo de oito cavaleiros que tinham participado da cruzada de Godefroi de Bovilon. 

De início, denominavam-se Os Pobres Cavaleiros de Cristo, protegidos por São Bernardo adotaram o nome de Templários na ocasião em que Balduíno II, rei de Jerusalém, instalou-os em um palácio contíguo ao antigo e lendário Templo de Jerusalém, também conhecido como o Templo de Salomão (sic). 

Confirmada como instituição em um concílio que estivera reunido em Troyes em 1128, foi dotada por regra monástica e militar, cujo regulamento severo e judicioso foi ditado pelo próprio São Bernardo.

Com o objetivo principal de proteger e escoltar os peregrinos que iam à Terra Santa, os Templários formavam a estrutura principal dos exércitos dos cruzados na Palestina. Adquiriram vultosas receitas advindas de grande número de doações e donativos, embora também contraíssem austeras despesas devido às costumeiras guerras que se envolviam (Cruzadas), bem como idealizadores da construção e manutenção de muitas fortalezas na Terra Santa.

Excelentes administradores, fiéis e organizados depositários de bens de natureza financeira, acabariam também, sob esse perfil, por se tornar banqueiros de papas, reis, príncipes e outros de situação abastada. Entretanto, devido ao acúmulo de riqueza, a Ordem Templária não demoraria a suscitar sobre si imensa cobiça por parte de muitos príncipes e governantes, os quais para justificar a cupidez, lhes atribuíam lendas malévolas e hediondas.

Organização dependente diretamente do Papa, os Templários logo excitariam também a malevolência dos bispos e demais autoridades que, no afã da cobiça, apelavam queixosamente com constância a Roma. Contudo, a Ordem era levada em alta conta pelo Papa e com isso o pontífice desviava-lhe os olhos dos seus defeitos naturais oriundos do perfil da dupla finalidade assumida pela Ordem, já que os seus integrantes eram ao mesmo tempo, monges e soberbos soldados.

Sob o perfil de valentia e temeridade, os Templários se tornariam homens orgulhosos e briguentos, embora também suscetíveis aos reveses sofridos pelos cristãos no Oriente o que acabaria por lhes proporcionar a diminuição de boa parte do seu prestígio.

Sob o estigma da cobiça muitas lendas caluniosas insidiam sobre os Templários a tal ponto de lhes comprometer a moralidade. Com isso era comum se ouvir, mesmo que velados, comentários embusteiros de que nos seus capítulos existia idolatria e devassidão. 

Foi assim que, sob a égide da cobiça e amargurado pela constante derrocada da economia do seu reino devido as incessantes guerras que movia contra os seus vizinhos e, temeroso pelo poderio circunstancial adquirido pelos Cavaleiros Templários; aconselhado pelos inescrupulosos que o rodeavam; o Rei Felipe, o Belo, conspirou para se apoderar dos bens da Ordem Templária. 

Em 14 de setembro de 1307, Filipe lançou ordem de captura de todos os Templários que se encontrassem em seu reino. Presos em 13 de outubro daquele ano por acusação de heresia e sodomia, perante a Inquisição, além de crimes de toda sorte, eles foram caluniados, espoliados, martirizados e condenados. Sob tortura, acabariam confessando tudo àquilo que era conveniente ao Rei, das quais, inclusive a renegação de Jesus Cristo e adoração a Baphomet, pretenso ídolo que chegou a ser relacionado com Maomé. 

Assim, em 1308 os Estados Gerais de Tours declaravam a condenação à morte dos integrantes da Ordem, enquanto o Concílio de Viena em 13 de abril de 1312, na França e com a conivência do Papa Clemente V, submisso ao Rei Felipe IV (o Belo), pronunciava a sua completa supressão.

Com toda a sorte de multiplicação de torturas os inquisidores conseguiram confissões de culpabilidade de alguns dos altos dignitários da Ordem, dentre os quais do seu último Grão-Mestre, Jacques De Molay. Não querendo, entretanto, confirmar as confissões que lhes foram arrancadas, sob tortura, miséria e falsas promessas, esses dignitários retrataram-se (desmentiram as confissões) perante o público o que deixou irado o rei devasso, condenando-os à morte como relapsos, os quais foram queimados vivos em 13 de março de 1314.

De qualquer maneira, pela organização, prestígio e riqueza da Ordem ela não seria completamente exterminada e muitos dos seus adeptos conseguiriam burlar os destinos condenatórios se refugiando no norte da Inglaterra até o fim dos seus dias, principalmente na Escócia. 

Conhecedores de muitos segredos relativos à arte e as ciências aprendidas com os árabes durante as suas perambulações pelo Oriente Médio, seria mais do que normal para os Templários, pelas suas habilidades e conhecimento, se integrarem às Guildas de Construtores Medievais que haviam florescido no norte da Inglaterra e distante do poderio eclesiástico de Roma.

Assim, sobre esses acontecimentos é que desafortunadamente muitos autores, uns por desatenção e outros por puro ufanismo, inverteram os acontecimentos sem observar as narrativas originais e notáveis dos fatos. Muitos pesquisadores desatentos acabariam por montar uma falácia na histórica “achando” que os maçons construtores da Idade Média teriam se originado na Ordem da Milícia do Templo.

Outro importante pormenor dessa história e que também merece muita atenção por parte do pesquisador é que antes da dispersão dos Templários para o norte da Europa, ainda nos tempos áureos da Ordem, muitos maçons operativos foram atraídos e contratados para construir e reparar, junto com as Compagnonnages, cidadelas e fortalezas idealizadas pela Milícia do Templo no caminho para a Palestina (vide a história das Cruzadas e das Compagnonnages francesas). 

Sem dúvida é inegável que a relação entre a Maçonaria Operativa e os Templários existiu, mas ela foi puramente profissional, estando, porém muito longe de se admitir que entre essas instituições houvesse uma afinidade de ancestralidade.

Do mesmo modo também nunca existiu nenhum vínculo de ascendência entre as Instituições quando as Guildas de Construtores Operativos da Idade Média na Escócia, precursores da Franco maçonaria, acolheram mais tarde, numa relação meramente econômica profissional, os remanescentes dispersos da Ordem da Milícia do Templo.

A despeito desses comentários, ainda existem os tendenciosos e inescrupulosos “autores inventores” que procuraram associar intimamente a Ordem Templária com a Francomaçonaria. É o que se verá a seguir.

Quatro séculos mais tarde, em pleno século XVIII, já na Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, nasceu uma incrível fábula criada por fabricantes sem escrúpulos dos “Altos Graus” fantasiosos, a chamada “origem templária”, segundo a qual a Ordem do Templo, da qual alguns sobreviventes haviam se refugiado na Escócia, teria dado origem à Maçonaria!

Fantasia histórica, embora refutada várias vezes e até condenada na convenção de Wilhelmsbad[1] no ano de 1782 e desmontada pelo autêntico Albert Lantoine em La Franc-Maçonnerie chez elle (Franco maçonaria em casa), infelizmente essa falácia renasce periodicamente, apesar de contestada e contra atacada por inúmeros historiadores comprometidos com a verdade.

Allec Mellor in Dictionnaire des Franc-Maçons et de La Franc-Maçonnerie, 1979, Belfond, Paris, 1971-1979, citando o que escreveu Albert Lantoine em 1925, nos traz uma preciosa manifestação com autenticidade: “Essa reputação revolucionária adquirida pela Ordem – que lhe fez tanto mal e da qual a Franco Maçonaria francesa se orgulhava – aconteceu simplesmente porque, em sua loucura de grandeza, um devoto dos Altos Graus quis assinar o avental maçônico com a cruz vermelha dos Templários”.

À bem da verdade a criação dessa fábula se deve ao Barão de Hundt, o criador do Rito da Estrita Observância que, no século XVIII inventou sem fundamento histórico algum, ter Jacques de Molay nomeado um sucessor para substituí-lo como dirigente da Ordem do Templo e que o mesmo teria se retirado para a Escócia onde “havia fundado a Maçonaria!”. Irresponsavelmente o Rito Estrita Observância então se propunha a reivindicar os bens deixados pelos Templários daqueles que dele tinham se apossado e que posteriormente seriam distribuídos aos membros do Rito e dos quais seriam cobradas elevadas quantias em bens e riquezas para servirem de sustento aos seus dirigentes. Pura cafajestada que simplesmente intencionava apropriação indébita - coisas que certos copistas e espalhadores de inverdades teimam ainda em não reconhecer.

Vale a pena também mencionar um dos documentos básicos do escocesismo; o Discurso de André Miguel de Ramsay que, mesmo proibido na França pelo cardeal Fleury, acabou sendo pronunciado em 1737 na Inglaterra. Ramsay querendo dar um significado aristocrata para a Maçonaria, falava sobre os “cruzados”, embora não sobre os Templários em particular. Assim havia lançado uma fábula segundo a qual os “cruzados” teriam dado origem à Maçonaria. 

Na verdade esse engodo era para satisfazer o orgulho aristocrático dos maçons franceses da época que não se satisfaziam apenas com o prestígio obscuro dos construtores medievais. Assim, ligar à Maçonaria aos Templários era a “varinha de condão” para satisfazer o pavonismo latino, embora ainda ficasse um hiato de quatro séculos que separava os “Cruzados” da Maçonaria Especulativa, essa como Instituição ainda recente.

Para os instituidores de fantasia foi fácil suprir esse hiato, bastando para tal apenas inventar que os Templários haviam sobrevivido secretamente por todo esse tempo, o que imediatamente satisfez os espíritos crédulos que raramente possuíam uma formação crítica (como acontece ainda hoje).

É fato também que em pleno século XXI ainda existem adeptos que excessivamente imaginam essa pretensa vida secreta e até mesmo muitas vezes se fantasiam a moda medieval.

Em 1806 surgia em Paris uma nova Ordem do Templo baseada num documento falsificado chamado de a Carta de Transmissão de Larmenius. Era mais um de outros embustes que vinha acompanhado de uma suposta lista de Grãos Mestres Templários estabelecendo a sucessão de Jacques De Molay até Fabré-Palaprat no ano de 1804.

Na realidade essas Ordens neo templárias acabariam todas ligadas deixando seus traços na Moderna Maçonaria francesa e nos Ritos compostos por Altos Graus, principalmente no REAA com seus graus de Kadosh e outros baseados nessas lendas, bem como em alguns side degrees (graus laterais) da Maçonaria inglesa.

Embora inúmeros pesquisadores e escritores maçônicos do século XVIII e XIX tenham se esforçado para encontrar palpáveis relações não fantasiosas entre os Templários e a Maçonaria Operativa, desde o discurso de André Miguel de Ramsay e posteriormente adornada como lenda pelo Barão de Hundt, em cuja qual ele substituiu o termo “cruzados” por “templários” afirmando que “todo o verdadeiro maçom é um cavaleiro templário” (sic), nenhum deles conseguiu encontrar elemento plausível de crédito para essas e tantas outras afirmativas temerárias.

Embora a existência das Compagnonnages (braço construtor templário), também era natural que grandes empreendedores como foram os Templários tenham tido nos seus tempos áureos a necessidade de contratar mais mão de obra especializada para as suas edificações, tanto sacras como as militares. 

As regalias que desfrutavam em seus domínios francos serviam perfeitamente para atrair com certa facilidade os operários das guildas construtoras garantindo-lhes subsistência em tempos difíceis de conseguir trabalho contínuo. Essa relação puramente profissional é o único elo existente na época das Cruzadas entre os Templários e a Franco maçonaria operativa, mas não ao ponto de se achar que uma pudesse ter dado origem a outra.

Já bem mais tarde, como já comentado, a outra relação que aparece entre ambas, reporta-se ao tempo do exílio dos Templários em fuga das perseguições na decadência da sua Ordem. Nessa oportunidade, ao contrário, foram as Guildas Operativas da Franco maçonaria que os acolheram dispersamente, inclusive valendo-se do seu prestígio e conhecimento. Mais uma vez o fato não nos dá o direito de afirmar “origens” entre uma e outra Instituição.

É desse período que podem ser encontradas inúmeras evidências de símbolos templários (espada) unidos a símbolos maçônicos operativos (letra G), todavia isso nunca autorizou afirmativas de origem ou influência, senão um momento da história em que muitos Templários se tornaram maçons na Escócia, ainda medieval, pelas próprias circunstâncias.

Dizer que a Maçonaria é filha dos Templários é proferir uma afirmativa temerária, já que isso nunca existiu. Ambas as Ordens, uma sacra e militar e a outra composta por canteiros medievais que trabalhavam na pedra calcária, podem ter caminhado juntas por conjunturas de momento, porém nunca existindo entre elas quaisquer ligações que possam sugerir “origens”.

Por fim, é certo que a Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, pelo seu ecletismo e na profusão dos seus ritos e rituais a partir do século XVIII, sobretudo no que concernem as doutrinas dos seus Altos Graus, possui na sua liturgia inúmeras passagens ritualísticas e lendárias que mencionam concepções hauridas de costumes templários, todavia esse não é um fato que possa leva a especulações temerárias como a de que a Maçonaria tenha se originado dos rudes monges militares da Ordem Templária.

Embora muitos autores ainda queiram encontrar na Ordem dos Templários os primórdios da Maçonaria, a realidade histórica tem mostrado que isso é mera fantasia, pois no seu auge, a Ordem dos Templários era muito mais dedicada ao belicismo religioso e às operações financeiras, embora nela até existisse um braço construtor, ou pelas Campagnonnage, ou circunstancialmente pela contratação de Francomaçons medievais. Já na sua decadência muitos Templários encontraram abrigo nas Guildas de Construtores, principalmente na Escócia. 


MAÇONARIA E RELIGIÃO - Reverendo Dr. W. Kenneth Lyons Jr., 32°, K∴ C∴ C∴ H∴


Existem aqueles que rotulam a Maçonaria como uma religião. Mesmo entre os metodistas britânicos, houve um protesto quanto ao uso da Maçonaria como meio de entrar em algumas profissões, onde apenas Irmãos adiantam Irmãos e onde os maçons britânicos negligenciaram a igreja nas suas Lojas. É triste dizer que algumas dessas críticas têm uma base de verdade na forma como “certos” maçons aplicam o que eles acreditam ser Maçonaria. A aplicação, no entanto, muitas vezes está muito longe do verdadeiro espírito e do ensino real da Fraternidade. Descobri no meu conhecimento limitado que o Rito escocês e a Loja simbólica, não defendem a crença de nenhuma religião, mas fazem acepção de todas as principais religiões morais do mundo. O rito escocês e a Maçonaria da Loja simbólica, nunca inferiram nem declararam que os seus edifícios deveriam ser casas de culto, mas lugares onde a religião de todos os homens seria igualmente respeitada e a perseguição com as crenças religiosas não seria tolerada. A democracia é ensinada por todas as principais Fraternidades maçónicas, em oposição às formas totalitárias de governo. Um governo, ou Loja, que afirma que uma religião deve ser praticada para que possa existir pacificamente naquela sociedade é uma violação das liberdades que consideramos estimadas na sociedade americana.

Como ministro cristão, acredito que Jesus é o Filho de Deus. Eu também acredito que qualquer Loja que me proíba de defender esta crença ou me repreender por ser cristão, não é uma Loja de “Irmãos”, mas uma fortaleza de fanatismo. Esta mesma crença, no entanto, deve ser verdadeira numa Loja de “Irmãos” para um Maçom judeu.

Enfrentando directamente os equívocos e críticas sobre a nossa Fraternidade é a única forma construtiva de lidar com esta questão. Grande parte do ritual da nossa Fraternidade, de facto, vem das Escrituras do Antigo e do Novo Testamento. É a mais solene de todas as responsabilidades, administrar a Palavra de Deus. Também a maioria dos teólogos acredita que, nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento, as comunidades judaicas e cristãs, são declaradas como cuidadoras primárias da fé. A Maçonaria realmente reconheceu esse grande recurso bíblico e incorporou a crença num Ser Supremo como sua base. A Maçonaria, no entanto, não é o primeiro conselheiro da fé, mas uma prática respeitadora da fé.

Descobri que o Rito escocês e a Loja simbólica não defendem a crença de nenhuma religião, mas fazem acepção de todas as principais religiões morais do mundo.

A pratica na fé num Deus é apropriadamente ritualizada e sacramentalizada na sinagoga, na igreja, na mesquita e etc. A maior parte das vidas que exibimos, como maçons que acreditam em Deus, deve ser aprendida dentro dessas casas de culto. O comparecimento regular na Loja, não é um substituto de fé para o comparecimento regular na igreja ou na sinagoga. Nós também aprendemos que o agendamento das actividades maçónicas durante as horas de adoração, apenas aumenta as críticas justificáveis da nossa Fraternidade por líderes religiosos responsáveis.

Certamente, continuará a haver ensinamentos maçónicos de boa-fé que sejam contrários a algumas práticas religiosas sectárias. Os irmãos maçons que formaram os nossos rituais, práticas e ordens maçónicas são susceptíveis ao erro humano, ao lidar com questões teológicas e seculares. Devemos estar cientes disso e estar dispostos a mudar para melhor. Acredito, no entanto, que a Maçonaria está mais representada pela forma como vivemos a vida contemporânea do que apenas pelo que a antiga Maçonaria ensina. Os ensinamentos da Maçonaria e as vidas que você e eu vivemos como maçons, judeus e cristãos, combinam-se com os outros da Fraternidade, para representar o que é a Maçonaria neste século. Os nossos irmãos judeus defenderão Moisés, Abraão e Davi, enquanto maçons cristãos também falarão de São Paulo e Jesus Cristo. Juntos, espero que possamos exibir unidade e “Irmandade” para aqueles que odeiam, com base na raça, credo, cor ou religião.

março 15, 2024

PALESTRA EM SP - SESSÃO CONJUNTA



Na noite de ontem, dia 14, realizei a palestra 'O caminho da felicidade', em sessão pública conjunta das Lojas Maçônicas da GLESP, ARLS União e Segredo 693 (VM Leandro M. R. Barbosa), ARLS Leonardo da Vinci 538 (VM Ronad Todorovic) e ARLS Veritas et Justitia 509 (VM Dario Teixeira).

Entre irmãos, familiares e convidados cerca de 60 pessoas estiveram presentes e  palestra foi aplaudida em pé. 

Como sempre acontece as Lojas se comprometeram à doação de cestas básicas para instituições de beneficência, em retribuição à palestra.

As Lojas ofereceram magnifico jantar no restaurante do Hotel Leque a todos os presentes ao final da solenidade.

BRASEIRO, CANTEIRO - Adilson Zotovici



Estaremos homenageando os irmãos que postam com mais frequência neste blog, publicando seus trabalhos durante toda uma semana. O homenageado desta semana é o irmão Adilson Zotovici, da ARLS Chequer Nachif n. 169 de S. Bernardo do Campo SP.


Isolada a brasa ardendo

Das afins do fogareiro

Vai sua chama enfraquecendo

Carvão frio, enfim, ligeiro !


As demais então fervendo

Em comunhão, mais braseiro,

Da união fulcral sustendo

Calor vital rotineiro


Aviva a brasa fenecendo

O responsável fogueiro

Furtiva, reascendendo


Vigilante ao livre pedreiro

Bom Venerável prevendo

Torna o hesitante ao canteiro !



É UMA GRANDE HONRA HOMENAGEAR A MAÇONARIA - Dr. James P. Wesberry, 32°, K∴ C∴ C∴ H∴ – Igreja Baptista da Geórgia, Atlanta.

 

É uma grande honra homenagear a Maçonaria. A sua incrível e surpreendente história está bem registrada nos anais da humanidade. A Maçonaria serviu para tornar este, um mundo melhor para viver. Com as suas raízes profundamente inseridas na antiguidade, é uma das maiores e mais influentes ordens Fraternais do mundo, se não a maior e a mais influente.

Entrei na Ordem maçónica aos 21 anos e desfrutei dos direitos e privilégios por quase 60 anos. Tive o privilégio de ser membro de muitas organizações, mas nenhuma, fora da minha igreja, significou mais para mim do que a Maçonaria. Eu devo a Maçonaria uma dívida que eu nunca poderei pagar. Agradeço a Deus pelos meus irmãos maçons.

Não é segredo que muitos dos mais nobres e belos ensinamentos da Maçonaria são tanto do Antigo, quanto do Novo Testamento. Não é segredo que a Bíblia mantém a posição central como a grande luz da Maçonaria. Não é segredo que os maçons adoram e reverenciam a Bíblia, nem é segredo que a Maçonaria ajudou a preservá-la na idade mais escura da igreja quando a infidelidade procurou destruí-la. A Bíblia encontra os maçons com a sua mensagem sagrada a cada passo no progresso nos seus vários graus.

Não é nenhum segredo que acima do campanário da Maçonaria está o olho sempre vigilante, que tudo vê, o Deus Todo-Poderoso. Cada parte dos seus muros de fundação são maravilhosamente construídos e artisticamente formados pelo Supremo Arquiteto do Universo com o prumo, nível e esquadro. A esperança da vida eterna e a segurança da ressurreição para uma nova existência, irradiam da luz do altar. A sua muralha é um refúgio das lágrimas e cuidados da vida, e o seu telhado é um abrigo das impiedosas tempestades da diversidade e do sofrimento. O seu tesouro é aberto aos indigentes, e a assistência está pronta para os pobres. A sua pedra angular recai sobre os quatro quartos da Terra e as suas portas nunca estão fechadas para um homem digno. Todo homem vem de sua própria vontade e consentimento. Esta é a Maçonaria!

Além do grande respeito da Maçonaria por Deus e reverência pelo Livro Sagrado, existem outras grandes doutrinas e princípios que contribuem para a grandeza e a importante influência da Maçonaria Antiga.

Do templo do rei Salomão, surgiu a grande Fraternidade maçónica, e os seus passos podem ser rastreados ao longo dos tempos até o presente. A Maçonaria tem desempenhado um papel importante na moldagem e fabricação da América e na construção fundamental das suas leis e vida.

Enquanto os verdadeiros segredos da Maçonaria são guardados com segurança no repositório de corações fiéis, há muitas coisas que a Maçonaria ensina que não são secretas.

Certamente não é segredo que o objetivo principal da Maçonaria é primeiro, último e sempre, produzir o melhor e mais nobre tipo de carácter através da comunhão e ajuda mútua. A Maçonaria é uma disciplina progressiva. Os seus membros são “pesquisadores” e “buscadores” da luz e da verdade, para viver de maneira inteligente e harmoniosa. Sempre se esforçando para um padrão de conduta mais elevado, a Maçonaria é sempre uma disciplina moral. Na luta pela excelência moral, como na construção do Templo do Rei Salomão, o Supremo Arquiteto é indispensável e imprescindível.

Toda a superestrutura da Maçonaria recai sobre o Supremo Arquiteto. Não há ateus na Maçonaria. O universo é visto como uma vasta estrutura que deve a sua existência ao Supremo Arquiteto. O homem também é um construtor envolvido na construção de um Templo de carácter com o qual são fornecidos materiais, padrões e instrumentos para construção.

A pureza e a inocência simbolizadas pela Pele do Cordeiro, que ele precisa manter limpa, representam a maior honra do Maçom. Não há uma página do Ritual maçónico que não exija o cultivo da virtude da pureza. A necessidade é, portanto, colocada nos maçons para subjugar as suas paixões e adquirir a arte do autocontrole. A Maçonaria busca construir um mundo melhor, construindo melhores indivíduos.

Não é segredo que, com o movimento triste da espada e do esquife, ao Maçom é lembrado do seu fim. A morte termina a sua jornada! A morte acaba com os trabalhos terrenos do homem e sela a sua conta para que seja julgado pelo Supremo Arquiteto.

Não é segredo que a Maçonaria ensina a imortalidade da alma. A ressurreição do corpo da sepultura está indelevelmente marcada na mente do Maçom. Enquanto a memória mantém o seu lugar entre as faculdades da sua alma, o Maçom nunca pode esquecer esta lição sagrada.

E coroando tudo com um lindo trabalho imaculado, os maçons colocam em prática o que dizem sobre o amor fraternal. “Veja, quão bom e quão agradável é para os irmãos viverem juntos em união”. Os maçons não favorecem a ninguém pela suas riquezas e não olham ninguém com diferenças por causa da sua pobreza. A Maçonaria não mostra nenhuma diferença para a aprendizagem ou para a nobreza. O chão é maravilhosamente nivelado no seu altar.

No seu altar, a língua oleosa da calúnia é silenciada. O ódio, a inveja e a maldade estão enterrados no esquecimento, e as falhas são esquecidas. Os maçons assistem os outros. Eles se apoiam tanto na vida como na morte.

A caridade é realmente uma das mais belas colunas no Templo da Maçonaria. A Maçonaria nunca se cansa de enfatizar a necessidade de caridade. Para simpatizar uns com os outros no infortúnio, ser compassivo pelas misérias dos outros e devolver a paz às mentes perturbadas, estão entre os grandes objetivos da Maçonaria.

Todos os maçons se obrigam a ajudar, acudir e socorrer os pobres, os angustiados, as viúvas e os órfãos. Nem a caridade é restrita a outros maçons apenas, mas estendida a todos. Ele compartilha os laços comuns da raça, como filhos de um grande Criador e procura unir homens de todas as raças, cores, seitas e opiniões. A Maçonaria pratica a Regra de Ouro e procura sempre eliminar forças divisórias que construam muros entre as pessoas.

O compasso permite ao Maçom desenhar um círculo perfeito, para trabalhar com objectivo de que a harmonia e a paz, possam eventualmente rodear o mundo. Oferece alívio aos desamparados, envolve a cortina da caridade sobre casas escurecidas pela tristeza, limpa as lágrimas, alivia as dores, alimenta a fome, cura os doentes e serve aos queimados e aleijados.

Onde, nos anais do tempo, essa organização pode ser encontrada fora da igreja? No entanto, não é segredo que a Maçonaria não é uma religião, nem uma igreja. Um bom Maçom mantém as suas prioridades em ordem. A Maçonaria respeita o direito de cada homem à religião da sua escolha e nunca reivindica ou deseja ser a religião de qualquer homem ou um substituto para ela. Os maçons acreditam na tolerância. A Maçonaria ajuda e encoraja um homem a ser um melhor membro da igreja, e um bom membro da igreja geralmente faz um bom Maçom. Algumas das pessoas mais religiosas que já conheci foram maçons. Para qualquer pessoa, permitir que a Maçonaria se torne a sua religião ou tome o lugar da sua igreja é um erro e não é devido ao ensino maçónico, mas à má interpretação de alguém ou a um mal-entendido.

Não é segredo que a Maçonaria ajude os homens a serem homens melhores e a construir um mundo melhor. A Maçonaria é uma epístola viva, conhece e lida com todos os homens, declarando ao mundo que é uma organização verdadeira e experimentada, uma grande e maravilhosa fraternidade de comunhão, caridade e benevolência.

Há muitos anos, quando eu era estudante de teologia em Boston, ouvi o grande poeta Edwin Markham citar essas belas palavras que me parecem resumir o significado da Maçonaria:

“Nós somos cegos até vermos que no plano humano, nada vale a pena fazer, que não construa o homem. Porquê construir estas cidades gloriosas, se o homem não for construído? Em vão, nós construímos o trabalho, a menos que o construtor cresça”.

PORQUE SOU MAÇOM?- Reverendo Louis R. Gant, 33 ° – Superintendente Distrital da Igreja Metodista Unida, Kansas.


“Você é um Maçom?” O Mestre da Loja local perguntou. Estávamos prestes a fazer um serviço de funeral juntos. A resposta foi fácil: “Sim”. Esta mesma pergunta foi feita e a mesma resposta dada muitas vezes no meu ministério. Até recentemente, ninguém jamais perguntou: “Por quê?” Isso é um pouco mais difícil de responder. Mas deixe-me tentar ….

Foi numa pequena cidade do leste do Texas que eu encontrei um homem que se chamava de “Maçom”. Enquanto observava o seu comportamento na comunidade, era evidente para mim que ele tinha algo e sabia algo que eu queria conhecer. Havia um comportamento que parecia complementar a sua fé religiosa. Quando conversamos, logo ficou claro que eu me queria tornar parte deste grupo de homens que se chamavam de “maçons”.

Há algumas coisas que eu não lembro sobre aquela noite. Eu dei este primeiro passo em direcção a uma experiência rica e gratificante que melhorou a minha vida. Mas há algumas coisas que nunca vou esquecer. Havia um fundamento de confiança … confiar em Deus como aquele a quem eu poderia procurar apoio e conselho … confiar num Irmão que poderia tirar-me a minha cegueira, levar-me à luz do entendimento. Eu descobri a realidade da oração como o lugar a começar antes de realizar qualquer tarefa.

Então comecei a jornada que ao longo dos anos me ia levar a uma nova compreensão de mim, dos meus semelhantes e de Deus. Naquela viagem, descobri que não estava procurando algum credo religioso particular que me separasse de outras pessoas. Na verdade, estava descobrindo alguns grandes princípios que me permitiriam viver a vida no seu melhor. Princípios como fé … esperança … caridade … sabedoria … beleza … verdade. Descobrirei que existe um amor universal e respeito por todas as pessoas de todos os credos e crenças religiosas. A minha Maçonaria deixar-me-ia em pé com os meus Irmãos como iguais, independentemente da sua teologia ou crenças religiosas.

Embora a Maçonaria nunca tenha sido uma religião para mim, apresentou-me alguns padrões morais e éticos muito elevados que apoiaram as minhas crenças religiosas. Também confirmou o meu dever de “alimentar os famintos, vestir os nus e apoiar as viúvas e os órfãos”. Embora seja impressionante conhecer a extensão das organizações maçónicas de caridade e agências que trabalham para a cura e a saúde (alguns dizem que gastamos mais de US $1 milhão por dia), é muito mais impressionante ver uma criança caminhar, uma criança ver, uma criança que seja alimentada, ou de volta à saúde de uma queimadura severa. A maioria não poderia ter recebido tal ajuda até que tivesse a preocupação benevolente de algum Maçom. Então eu vi o dever de actuar e agir.

Quando me lembro daqueles primeiros dias trabalhando na Loja, lembro-me do cuidado e apoio desses companheiros membros da Loja. Eles fizeram-me sentir que eu era alguém especial sobre quem eles realmente se importavam. Ao longo dos anos, quando me mudei para diferentes igrejas (alguns ministros metodistas unidos, movem-se muito) e visitei diferentes lojas, em diferentes lugares, esse mesmo sentimento de apoio e Irmandade estavam lá. Por causa da minha posição na Igreja e da adesão à Loja, sempre me senti querido e reconhecido. Este é um sentimento muito especial!

Embora este excelente país tenha sentido o impacto de líderes que foram maçons, muito do que a Maçonaria representa é visto naqueles homens, que viveram os princípios da Maçonaria nas suas respectivas comunidades. Na minha jornada conheci alguns deles. Um deles era Ben LeNorman, cuja honestidade era conhecida e respeitada. Ele era um exemplo para a juventude da pequena cidade onde ele morava. Este exemplo trouxe muitos jovens para bater na porta da Maçonaria. Outro era Don Davis, cuja compaixão por aqueles que estavam sofrendo era insuperável. Ele daria o seu tempo e dinheiro para que uma criança incapacitada pudesse ter dignidade e saúde. Ele estava disposto a procurar ajudar alguém que pudesse estar machucando. Nenhum tempo era tão valioso para dar. Nenhuma distância era tão longe para voar ou dirigir. Nenhum esforço era demais para fazer. Quando ouvia o grito de ajuda, ele estava pronto para responder. Estes eram bons homens que eram melhores homens porque eram maçons. Nenhum deles terá os seus nomes nos livros da história, mas eles serão sempre lembrados por aqueles cujas vidas tocaram. E o melhor é que você conhece esses homens. Os nomes deles podem ser diferentes, mas fazem parte de cada loja e vivem em todos os cantos da nossa grande terra. Eles são aqueles que acreditam que a Maçonaria não é algo para se comprometer com a memória, é algo para viver. Você nunca ouvirá alarde sobre isso… mas você pode ver isso na sua vida.

Então, a pergunta “Por que você é um Maçom?” Pode ser respondida. Isto permitiu-me crescer pessoalmente … para servir o meu Deus … e alcançar a preocupação com os meus semelhantes. Ele tem apoiado a minha fé pessoal e trabalho como um homem religioso. Que ninguém diga que você não pode ser um cristão e um Maçom ao mesmo tempo. Conheço muitos que são ambos e orgulhosos de ser ambos. Ben estava … Don estava … eu estou.