fevereiro 14, 2025

ARLS 20 DE SETEMBRO 4346 - Brasília


A convite do Venerável Mestre Fernando Viana retornei para uma nova palestra na ARLS 20 de Setembro 4346 do GOB cujos trabalhos são realizados no belo templo da ARLS Estrela de Brasília, a primeira Loja do DF.

Nesta primeira sessão deste ano a palestra apresentada foi "Maçonaria, de Isaac Newton a Internet", com suporte audiovisual, e despertou tanto interesse que os trabalhos se estenderam por quase um hora a mais do previsto.

Como retribuição a palestra, até a data de ontem, a Loja tinha arrecadado 100 quilos de alimentos para doação, mas tinha a expectativa de maior arrecadação.

Além da minha apresentação a sessão  teve uma bela peça de arquitetura de um aprendiz relatando a sua experiência na recente iniciação.

No saguão da Loja coloquei a exposição de livros dos acadêmicos da AMVBL, que foi bastante visitada.

Momentos muito agradáveis foram as caronas de ida e volta com o irmão Cel. Marcus Roberto, cuja inteligência e cultura tornaram a viagem enriquecedora.

A noite finalizou com um delicioso coquetel. 

RAIZES ANCESTRAIS DOS PONTOS CARDEAIS - Jorge Gonçalves





As tecnologias modernas, como aplicativos de geolocalização (Google Maps, Waze) e sistemas de posicionamento por satélite, desempenham uma função que outrora dependia exclusivamente de um dos maiores talentos humanos: nossa capacidade de reconhecer padrões, um pilar fundamental de nossa inteligência.

Nossos ancestrais cruzavam oceanos e continentes guiando-se pela observação do Sol, das estrelas, das correntes marítimas e até do comportamento de aves migratórias. Registros como o relato bíblico da pomba liberada por Noé (Gênesis 8:6-12) mostram que  aves eram usadas para encontrar terra firme. Marinheiros polinésios navegavam detectando variações sutis nas correntes marítimas e ventos, enquanto exploradores terrestres criavam mapas mentais baseados em montanhas, árvores e rios.

A origem dos pontos cardeais remonta à observação solar. Um ancestral notou que o Sol nascia sempre no mesmo lado do horizonte e se punha no oposto. A partir disso, definiram-se os quatro pontos cardeais. O termo "Cardeal" vem do latim cardinalis ("principal"), e suas raízes etimológicas no protoindo-europeu (PIE) refletem a percepção humana dos ciclos naturais: "Leste" tem origem no termo PIE que significa "alvorada". "Oeste" é derivado da direção oposta, associada ao poente e ao período vespertino. "Norte" vem de um termo PIE que significava "esquerda", pois, ao observar o Sol nascente, essa direção ficava à esquerda. "Sul" está relacionado à palavra "Sol", já que, no Hemisfério Norte, o Sol ao meio-dia se posiciona ao Sul. Outra palavra para Sul é "meridional", que também se refere ao meio-dia e tem origem latina.

Com um gnômon, uma vara cravada no chão, um dos primeiros instrumentos astronômicos, era possível calcular a posição do Sol. Ao meio-dia, em qualquer lugar ao norte do Trópico de Câncer, o Sol está na direção sul, portanto, a sombra de um objeto aponta para o Norte.

Sistemas globais de navegação por satélite, como o GPS ou GNSS, revolucionaram nossa capacidade de posicionamento e localização, mas, por outro lado, nos distanciam cada dia mais de nossas habilidades ancestrais.

Referência bibliográfica:

- DETONI, Daniel. Disponível em: <https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/como-surgiram-a-ideia-e-os-nomes-dos-pontos-cardeais>. Acesso em: 9 fev. 2025.

- GALDINO, Luiz. A astronomia indígena. São Paulo: Nova Alexandria, 2011. ISBN 978-85-7492-278-2.

- ROONEY, Anne. A História da Astronomia: Dos planetas e estrela aos pulsares e buracos negros. São Paulo: M.Books do Brasil Editora Ltda., 2018.

- RIDPATH, Ian. Eyewitness Companion: Astronomy. São Paulo: Jorge Zahar Editor Ltda., 2007.

- CLARK, Stuart. How the Stars Have Shaped the History of Humankind. São Paulo: Universo dos Livros, 2020.

-


fevereiro 13, 2025

A MAÇONARIA E O SAGRADO FEMININO - João Anatalino Rodrigues



A expressão “Filhos da Viúva” é bastante antiga e parece estar conectada com antigos cultos matriarcais, no qual se cultuava um princípio feminino, ligado principalmente á questão da fertilidade da terra. Ela aparece, originalmente, no antigo Egipto, onde os iniciados nos Mistérios de Isis e Osíris recebiam esse apelido. É sabido que os antigos rituais praticados nos templos egípcios, dedicados á Isis, tinham um duplo propósito: de um lado honrar a deusa, para que esta promovesse a fertilidade da terra, fazendo com que o país obtivesse boas colheitas, e de outro lado despertar nos praticantes desse ritual uma espécie de iluminação espiritual, semelhante a um renascimento noutro estado de consciência.

Com o tempo este ritual adquiriu uma conotação política e social, pois os chamados “iniciados” nesses Mistérios passaram a constituir uma classe de elite na sociedade egípcia, concentradora do “poder que vinha dos deuses”. Esta mesma conformação pode ser encontrada entre outros povos antigos que praticavam ritos semelhantes. Em especial as variantes gregas dos Mistérios de Elêusis e os Mistérios da Samotrácia, nos quais se buscava honrar esse “princípio feminino” que identifica a fertilidade, tanto em relação á terra, quanto á própria vida humana.

Isis, como sabe, ficou viúva dado o assassinato do seu irmão e consorte, Osíris. Daí os iniciados nos Mistérios de Isis e Osíris serem chamados de “Filhos da Viúva.” Ela simbolizava o “sagrado feminino” em toda a sua integridade.

OS TEMPLÁRIOS E O “SAGRADO FEMININO”

Este título também foi aplicado aos cavaleiros da Ordem do Templo, face às indicações, bastante prováveis, de que eles praticassem algum tipo de ritual consagrado ao chamado “princípio feminino”. Esse princípio foi identificado em símbolos que reproduziam o crescente lunar, representando a deusa egípcia Isis. Este culto, supostamente praticado em capítulos avançados da ritualística templária, era simbolizado pelo desenho de uma lua crescente, com estrelas nas duas pontas, e em cima um sol chamado de Abraxas (variante gnóstica para o deus Osíris). Essa iconografia simbolizava o processo segundo o qual a fertilidade da terra era promovida, e também representava a elevação da própria alma, conforme representada nos Mistérios Egípcios e em cultos gnósticos adoptados pelos Templários.

Esta hipótese deriva do fato de os senescais de Filipe, o Belo, terem encontrado entre os pertences templários sequestrados na preceptoria de Paris uma cabeça de prata, que continha, dentro dela, ossos de uma cabeça menor, supostamente de uma mulher, envolvida em linho e púrpura. Essa cabeça tinha um título escrito em baixo que dizia: Caput LVIII e um signo misterioso que foi interpretado como sendo o signo da virgem (Virgo). Além disto, sabe-se que o próprio São Bernardo de Clervaux, inspirador e organizador da Ordem do Templo, era um devoto da Virgem. Consta que ele a cultuava de uma forma mística e bastante heterodoxa. Segundo uma tradição muito divulgada na Idade Média, ele teria sido alimentado pelo leite que brotara dos seios da estátua de uma Virgem Negra.

Que existia um culto à Virgem entre os Templários (a viúva Maria, mãe de Jesus, ou Maria Madalena, suposta esposa de Jesus, ou a própria deusa Ísis) é inegável, porquanto as últimas palavras de Tiago de Molay, grão-mestre do Templo, antes de ser amarrado no poste para ser queimado na fogueira, foram um pedido ao carrasco para fazer uma oração á Virgem. Ressalte-se que o próprio cristianismo não ficou imune á influência do “sagrado feminino”. A Virgem Maria, nas mais variadas tradições marianas, é cultuada como um símbolo lunar. Muitas tradições relativas a esse culto sobreviveram nas tradições da sociedade ocidental. A lua de mel como símbolo do himeneu (a entrega da virgindade da noiva ao seu marido), a mística da lua cheia, como fase propícia para mudanças de personalidade e início de empreendimentos, a influência lunar na sexualidade das mulheres etc., são todos exemplos conectados com o culto ao sagrado feminino.

O “SAGRADO FEMININO” NA LITERATURA

E revelador também o fato de os próprios franceses, como povo, já cultuarem, de longo tempo, o “sagrado feminino”. Há registos de que nas proximidades da atual igreja de Saint-Germain-des-Prés, a mais antiga da capital francesa, os primitivos habitantes da cidade (então chamado de Lutécia), tinham construído um templo dedicado a Isis. Por isso os moradores do lugar eram conhecidos pelos romanos como Para-Isis, ou seja “cultores de Isis”, que resultou no nome “pcirísios”, pelo qual os habitantes da cidade ficaram conhecidos. Deriva desse antigo culto a tradição dos franceses de honrar a Notre Dame, que mais que uma reminiscência á Maria, mãe de Jesus, é uma tradição que já vem do tempo dos druidas, que cultuavam a Mãe Terra e a ela prestavam culto. Do termo (Para-Ísis, parísios) teria vindo o nome Paris.

O culto à mulher, como símbolo do sagrado feminino, projetou-se inclusive na literatura medieval e tornou-se um dos principais géneros literários da época. É revelador que este tipo de literatura tenha nascido justamente na Provença, ou seja, no chamado território do Languedoc. A poesia provençal parece ter tido origem nas tradições populares cantadas em prosa e versos por artistas ambulantes, que iam de cidade em cidade e se apresentavam em feiras e recitais organizados por nobres senhores, para distrair convidados nos seus serões. Desenvolveu-se, nesse tipo de manifestação artística, uma forma de lirismo quase religioso, no qual o amor do cavaleiro pela sua dama afirmava-se como um culto, quase uma religião. O trovador, na Corte e na literatura, comportava-se em relação à sua dama como se fosse um vassalo em relação ao seu senhor, ao qual devia homenagem, fidelidade e socorro em caso de perigo, combatendo e morrendo por ela, se necessário. Não se tratava de uma relação sentimental de envolvimento físico, mas sim de uma relação de carácter espiritual, na qual a dama escolhida era uma espécie de ídolo, um objeto de adoração, onde o próprio nome da amada devia ser mantido em segredo. A este ideal romântico correspondia um tipo idealizado de mulher que mais se assemelhava a uma deusa, uma ninfa, uma fada, algo muito além de uma criatura de carne e osso. A Laura dos poemas de Petrarca, a Beatriz de Dante, a Isolda de Tristão, a Guinevere dos contos da Távola Redonda, a caricata Dulcineia do Dom Quixote, são exemplos dessa simbologia do “sagrado feminino”, que a literatura provençal imortalizou. Registe-se que o declínio da literatura provençal ocorreu principalmente em razão da repressão movida pela Igreja de Roma contra os cátaros, que acabou envolvendo todo o povo do Languedoc e arruinou um grande número de nobres dessa região. Ressalte-se que tanto a literatura provençal, que idealizava o valente cavaleiro e o seu amor platónico, quanto a tradição cavalheiresca de honrar o “sagrado feminino” nunca foi bem visto pela Igreja e sempre sofreu as mais ácidas críticas do clero.

O SAGRADO FEMININO E A MAÇONARIA

A maçonaria, como muitos dos símbolos que foram adoptados pela sua tradição, acabou por adaptar o título “Filho da Viúva” para representar diversos temas que são desenvolvidos no seu ritual.

Na tradição gnóstica há uma curiosa lenda oriunda da seita cainita, segundo a qual a famosa Rainha de Sabá, chamada Barcis, quando visitou o reino de Israel, na época de Salomão, ter-se-ia apaixonado pelo arquiteto do Templo, o mestre Hiram Abiff (ou Adonhiram). Do romance dos dois teria nascido um filho. Esse menino nasceu após o assassinato do mestre pelos Jubelos, razão pela qual, esse filho do “maior Maçom da terra” era chamado de “filho da viúva”. Esta lenda foi tema de uma ópera composta pelo famoso poeta e escritor francês Gerard de Nerval, que ao que parece, nunca foi encenada, mas teve circulação bastante divulgada entre os maçons franceses no século XIX.

Destarte, viúva, no caso, seria a própria instituição da maçonaria, já que o seu fundador, Hiram Abiff, também foi assassinado. No caso, os seus filhos, os maçons, seriam órfãos de pai.

Assim, na tradição da maçonaria, a expressão “Filho da Viúva” serve tanto para designar os Templários “órfãos” em relação à extinção da sua Ordem e a morte do seu “pai”, o grão-mestre Tiago de Molay, quanto aos partidários da família real inglesa, os Stuarts, em relação á morte do seu rei Carlos I, decapitado por ordem do Parlamento inglês. A viúva daquele rei teria organizado a resistência, sendo a maioria dos seus partidários constituída por maçons. A propósito, foram os stuartistas refugiados na França que desenvolveram a maior parte dos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, tal como o conhecemos hoje.

Historicamente, sabe-se que este título também era aplicado aos filhos das viúvas dos pedreiros medievais, as quais a lei sálica proibia de receber as heranças dos seus maridos mortos. Assim os filhos dessas mulheres eram chamados de “Filhos da Viúva”. Estes “filhos das viúvas”, que geralmente continuavam a profissão dos pais, foram os próprios maçons operativos, antecessores dos maçons atuais. A Igreja, mais tarde, recompô-los nesse direito, mas o título, aplicado aos construtores das igrejas medievais, tomou-se uma tradição que acompanhou durante muito tempo estes profissionais.

Assim, embora a maçonaria também conserve uma tradição de misoginia (não admitindo mulheres nos seus quadros), não se pode negar que ela, na sua estrutura, está ligada, de alguma forma, ao culto do “sagrado feminino”. Neste sentido seria bom que as Lojas olhassem com mais carinho e atenção para as suas “fraternidades das acácias”, no sentido de integrá-las ao movimento maçônico.



fevereiro 12, 2025

LIGUE TEXTO !!! - Newton Agrella


Há uma segmentação literária no mercado, que se pauta exclusivamente  por textos sob encomenda.

Sim, exatamente isso. 

Tratam-se de elaborações que exigem do redator, antes de tudo, o papel de um consultor, isto é;  daquele que se ocupa preliminarmente de verificar todo o perfil, dados e especificações circunstantes sobre o que, ou sobre quem vai escrever, para então confirmar o pedido.

Grosso modo comparando, é mais ou menos como se fosse encomendar uma pizza.

Nesse sentido, para que texto seja atraente, há que se fazer uma análise apurada e mais detida para que o seu conteúdo seja convincente.

Faz-se necessário, portanto, que o texto seja  precedido por uma avaliação clara da situação, para que se possa inclusive imprimir um mínimo de arte e informação ao seu conteúdo.

É mister que o redator se dê conta sobre as reais necessidades do cliente,  de seus propósitos e interesses, bem como do cuidado que o redator deve ter para não carregar tanto nas tintas.

Trata-se de buscar no equilíbrio a dose certa que atenda ao paladar do leitor.

A Literatura artística, seja no âmbito que for, impõe além da técnica, da versatilidade, do conhecimento vernacular e da intimidade com o próprio idioma, a "naturalidade" no seu processo de criação.

Só se descobre o que é verdadeiro, aquilo que realmente vem do fundo da alma aliado à sustentação do intelecto.


fevereiro 11, 2025

MINHA ENTREVISTA FICTÍCIA COM TESLA - Giih de Figueiredo

 


Tesla me recebe com um leve inclinar de cabeça, os olhos brilhando como se contivessem relâmpagos. O ambiente ao redor parece suspenso no tempo, cada detalhe refletindo sua mente meticulosa. Ele me oferece uma cadeira, gesto que aceito com gratidão, e, sem dizer mais, serve um copo de uísque que repousa sobre a mesa. Ele próprio não bebe, apenas observa, como se esperasse um movimento em falso ou a revelação de algo interessante.  

"Então," ele diz com a voz baixa, mas carregada de energia, "o que deseja saber?"  

Tomo um momento para absorver a cena — as lâmpadas sem fio lançando sua luz suave, os retratos de suas invenções como testemunhas silenciosas.  

"Sr. Tesla," começo, escolhendo as palavras com cuidado, "o que o inspira a criar coisas que parecem pertencer a um futuro tão distante do seu tempo?"  

Ele sorri de lado, um sorriso que mistura orgulho e mistério. "O futuro, para mim, nunca está distante. Ele já existe, aguardando apenas que alguém o descubra. A natureza é um livro aberto para quem sabe onde procurar."  

"Mas", insisto, "não sente frustração ao ver o mundo tão relutante em compreender suas visões?"  

Tesla inclina-se para frente, as mãos unidas em um gesto contemplativo. "Frustração é um desperdício de energia. Prefiro canalizá-la para criar. A humanidade sempre reluta diante do desconhecido, mas a verdade tem seu próprio tempo para emergir."  

"Se pudesse transmitir uma única ideia ao mundo, qual seria?"  

Ele faz uma pausa, seus olhos fixos em um ponto distante, como se enxergasse algo que eu não poderia alcançar. "Que tudo está conectado. O universo é harmonia, e nossas invenções, quando alinhadas a essa harmonia, não apenas transformam o mundo, mas elevam a humanidade."  

Sinto o peso de suas palavras enquanto ele se recosta, parecendo satisfeito com a troca. 

"Agora, uma pergunta para você," diz ele, abruptamente. "Se tivesse em mãos a capacidade de moldar o futuro, o que faria com ela?"  

Engulo em seco, ciente de que a pergunta não é retórica. "Tentaria garantir que o progresso não nos afastasse de nossa essência, mas nos aproximasse dela."  

Tesla me encara por um longo momento antes de assentir, como se eu tivesse passado em um teste invisível. "Então você entende. O verdadeiro progresso não está apenas em máquinas, mas em almas."  

O silêncio que se segue é carregado, não de ausência, mas de significado. E, por um instante, parece que compreendo o mundo como ele o vê: um campo infinito de possibilidades aguardando para serem desvendadas.


ARLS JARDIM BOTÂNICO 35



A ARLS Jardim Botânico n. 35 é bem próxima de minha casa, da para ir a pé. O prédio é novo em folha, disseram que tem uns quatro anos e o terreno,...o terreno é assombroso, cerca de quatro hectares de área plana num dos bairros mais caros de Brasília, o Jardim Botânico no Lago Sul. Mais ou menos a metade está alugado.

Eu já a havia visitado há vários anos, quanto funcionava no Guará, bem distante do bairro que lhe dá o nome. Porém houve significativa evolução neste período.

Ontem, conduzido pelo irmão Jesus Narvaez da Silva, também residente num condomínio próximo, e que foi Venerável Mestre desta Loja por três vezes, fiz a visita e usei da palavra para uma pequena palestra sobre a origem da maçonaria na Inglaterra do século 17.

Foi a primeira sessão do jovem Venerável Mestre Nilo Correia Lima Neto, que empossou toda a sua diretoria. Procedeu com segurança e rigor ritualístico. 

Também esteve presente o Grão Mestre Ad Vitam irmão Delvo Ferreira Leite, do quadro da Loja, que apesar de merecer as honras de sua elevada posição mostrou ser um verdadeiro maçom, ocupando modestamente um cargo, dando um precioso exemplo a todos.

A exposição literária itinerante das obras de nossos acadêmicos foi instalada no belo hall de entrada e gerou grande interesse pelos livros exibidos.



fevereiro 10, 2025

SERIEDADE, UM COMPROMISSO COM A PROSPERIDADE - Bruno Bezerra de Macedo




    Seriedade é característica ou particularidade do que ou de quem é sério. Comportamento repleto de honestidade; em que ou em quem se pode confiar. Confiamos no confiável. E respeitamos o respeitável. Segundo Empédocles (Acragas, Agrigento, 495 a.C – Etna, Itália, 430 a.C), "somente os iguais se reconhecem", portanto, o que confiamos nos torna confiáveis, assim como, o que respeitamos nos faz respeitáveis. Seriedade é ser justo e honrar com os seus próprios compromissos. A própria palavra já diz tudo foi a junção de duas palavras o SÉRIO+VERDADE, isto é, ser serio e ser verdadeiro. É ter responsabilidade no que faz. Não há nada que identifique mais um homem bem-sucedido do que um semblante sério, concentrado e responsável. 

    Há pessoas que apesar de enfrentarem todo tipo de privações e adversidades, não se esquecem de proceder com seriedade, sabedoria, tolerância e boas maneiras. Mesmo sendo verdade que a natureza primitiva do homem e seu temperamento natural tenham um papel preponderante na formação da sua personalidade como pessoa de temperamento esquentado ou bondosa, séria ou precipitada, correta ou mesquinha, existe uma profunda relação entre a autoconfiança de um homem e seu comportamento solene para com os outros. "Na realidade, quanto mais bem-educado e perfeito um homem é, seu coração será grande na mesma proporção, e amplo o alcance da sua tolerância e indulgência. A tradição acima citada explica quais os tipos de homens e seus atos e o valor da grandiosidade e seriedade deles", afirma o Shaikh Mohamad Al Ghazali (22 de setembro de 1917, Al-Buhaira, Egito – março de 1996, Riad, Arábia Saudita)

    "Nada é mais brilhante do que a seriedade. A mais séria das pedras é o brilhante. Para quem sabe ver, o mais brilhante dos estados de alma é a seriedade. A seriedade é hierárquica, visa os cumes, visa o absoluto. O desejo do absoluto é o bater de coração da seriedade. É a alma da intransigência, o impulso da combatividade, a ponte do caminho", esclarece Plínio Correia de Oliveira (13 de dezembro de 1908, São Paulo, São Paulo – 3 de outubro de 1995, São Paulo). A seriedade pode ser definida como:

✔️A importância ou gravidade de um acontecimento, negócio ou assunto:

✔️A integridade de caráter, a honestidade e a rectidão;

✔️A disposição de levar as coisas a sério e de agir de acordo com princípios éticos e morais;

✔️A maneira de agir de quem não ri com frequência.

    A seriedade é essencial para o sucesso em diversas áreas da vida. "Imbuida neste fundamento, a maçonaria é uma comunidade em cujo centro se desenrola um renascimento espiritual do homem. Trata-se de uma evolução para a maturidade, de um processo psíquico e íntimo, para uma iniciação. Para obtê-la, a maçonaria encontrou um método especial que, por meio de repetições ritualísticas e mais um desenvolvimento gradual, põe em andamento o auto encontro e a individualização do homem. Para atingir este estagio elevado da consciência (e assim “descobrir” as verdades ocultas em nesta simbologia) não podemos praticar tal ritualística de forma mecânica e displicente sob pena de estarmos transformando uma prática iniciática milenar em uma medíocre representação teatral, vazia e sem finalidade", conceitua Genaro Ladereche Fígoli, membro da Loja Maçônica Rosa dos Ventos n° 76, circunscrita à Mui Respeitável Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul. Ressalto que o contrário de seriedade não é alegria, mas, sim descompromisso e falta de responsabilidade.

    O homem sério e prudente é mais circunspecto; não somente quer ver tudo, mas ver muito e muitas vezes, preceitua Allan Kardec. Neste mister, em sua Carta aos Coríntios Paulo de Tarso exorta: “Sede vigilantes, permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos. Todos os vossos atos sejam feitos com amor" (1 Coríntios 16:13-14). Consideremos, portanto, este desafio de nos comportarmos “varonilmente” – como homens de verdade, homens sérios, cumpridores de suas responsabilidades e compromissos; realizadores de si. Assim sendo, "procure(mos) nos apresentar ao Criador aprovado(s), como obreiro(s) que não tem do que se envergonhar e que maneja(m) corretamente a palavra da verdade", concita-nos Paulo em sua Carta a Timóteo (2 Timóteo 2:15). 

        A seriedade, como se depreende, é um elemento fundamental para se atingir uma mudança total e definitiva e, não existindo esse elemento, corre-se o risco de fracassarem todos intentos de autoaprimoramento, do qual depende nossa evolução e progresso. Compreender a importância da seriedade e como ela se relaciona com diferentes áreas da vida pode ajudar a cultivar essa qualidade em nosso próprio comportamento e também a reconhecê-la nos outros. Ser sério é ser comprometido, responsável e confiável, características que contribuem para o sucesso e o bem-estar em várias áreas da vida.



fevereiro 09, 2025

SOMOS MERA PASSAGEM - Newton Agrella


Não sou branco, negro, amarelo ou vermelho.

Sou um cidadão do universo, no momento, estagiando como Ser humano na escola terrestre.

Não sou homem ou mulher, nem alto ou baixo.

Sou uma consciência oriunda do plano extra físico, uma centelha vital do Todo que está em Tudo!

Tenho a cor da Luz, pois vim das estrelas.

Sei que o meu tempo aqui na Terra é valioso para minha evolução.

Não há religião acima da verdade.

O Divino pode se manifestar em miríades de formas diferentes.

Só se escuta a música do universo com o coração.

Nada pode me separar do “Amor Maior Que Governa a Existência”.

Espiritualidade não é um lugar,  grupo ou doutrina.

É um estado de Consciência do Ser.

Ninguém compra Discernimento ou Amor.

Não há progresso consciencial verdadeiro se não houver esforço na jornada de cada um.

O dia em que nasci não foi feriado na Terra.

E no dia em que eu partir, também não será!

Tudo que penso e sinto se reflete em minha aura.

Minhas energias me revelam por inteiro. Logo, preciso crescer muito, para melhorar a Luz em mim.

Não vim de férias para o mundo, mas para aprender, trabalhar e vencer a mim mesmo nas lides da vida.

Não sou o centro do universo e sem a Luz não sou nada !

Sem Amor, o meu coração fica seco...

Sem espiritualidade, minha alma perde o sentido.

Ninguém sabe tudo e  conhecimento não é sabedoria.

Todos somos professores e alunos uns dos outros.

Não nasço nem morro, só entro e saio dos corpos perecíveis ao longo da evolução.

Não posso ser enterrado ou cremado, pois sou um espírito.

Viver não é só comer, beber, dormir, copular e morrer sem sentido algum.

Viver é muito mais: é  pensar, sentir e viajar de estrela em estrela, sempre aprendendo.

De nada vale a uma pessoa ganhar o mundo se ela perder sua alma.

O mal que me faz mal, não é o mal que me fazem, mas o que acalento em meu coração.

Sou mestre de nada e discípulo de coisa alguma.

Somos todos um !

EPAMINONDAS SOUZA COSTA 43VANOS

Hoje a Escola de Instrução Maçônica Epaminondas Souza Costa completa 43 anos!!!

*EPAMINONDAS SOUZA ...43 ANOS*

 ( JUBILEU DE AZEVICHE )


Quarenta e três anos em ação 

O destino e a propositura  

Pela Sublime Instituição 

É o ensino, a cultura 


Tal qual a rica pedra carvão 

Azeviche, em sua ventura  

Que com o tempo a projeção

E medra pois...sua formosura 


Por Livres pedreiros a missão

Mestres Maçons sua conjuntura 

Que servem a Ordem à exaustão 


Escola com desenvoltura 

Eternamente à instrução 

*Epaminondas Souza...dura !* 


Adilson Zotovici

Singela Homenagem à “Epaminondas Souza “

SEGUE MESTRE...GRATO - Adilson Zotovici


Soneto escrito por GRATIDÃO ao nosso Confrade/ Presidente Michael Winetzki, por suas andanças por todo o Brasil  divulgando a nossa AMVBL e outras Academias , levando os livros dos Confrades autores aos mais distantes Orientes , Lojas e potências ... um trabalho que merece todo respeito e nossa *GRATIDÃO*.

Segue Mestre a caminhada 

Esculpindo tua escultura 

Com denodo essa jornada 

Bem sei tua propositura 


Sem entraves, sem mais nada 

Com o avental na cintura 

Como tal, qual em cruzada 

Com Arte Real postura 


Acima até da tua alçada  

Em verdade cumprindo a jura 

Superas idade avançada


Com eutimia a cultura  

Na Academia focada 

A nós e à geração futura !



MACONARIA COM EXCELÊNCIA - Vanderlei Coelho

Dois dos mais ilustres maçons do país conversando sobre a maçonaria.
 

EM ALTO E BOM SOM - Newton Agrella


Muitas vezes não nos atentamos para uma das mais expressivas formas de comunicação de que dispomos, que é a chamada "entonação de voz".

Pois é, esta prerrogativa de que podemos nos valer nos mais diversos lances da vida, evidencia com propriedade o tom e a intenção do que nossa voz, através do cérebro pretende transmitir.

Metaforicamente, a entonação é a cor das palavras, cujas nuances modulam através de seus timbres, variações de ritmo, cadência e frequência, as emoções contidas nas frases.

É bem verdade que essa condição varia de acordo com os falantes de cada língua, e no modo particular que encontram para exteriorizar seus sentimentos.

Detenhamo-nos contudo, à entonação que nós brasileiros imprimimos à nossa língua portuguesa, nas incontáveis circunstâncias que nos cercam.

Mais particularmente no tocante ao ambiente linguístico maçônico, seja durante o transcurso de uma sessão econômica, de uma palestra ou principalmente de uma sessão magna. 

É relevante que se exerça uma entonação de voz clara, audível, que obedeça uma respiração e fôlego naturais, sobretudo em se tratando de sessões que envolvam uma Iniciação, é mister  que a mesma ganhe um requinte especial, face o caráter interpretativo que se requer.

A entonação de voz simboliza a sensação mais precisa da mensagem que se pretende estabelecer entre o falante e o ouvinte.

Entonação, no final das contas, constitui-se na música da linguagem.

Trata-se na realidade de falar no tom certo, como se cada palavra, cada sílaba, e cada fonema representasse uma singular nota musical. 

Ela é ferramenta que denota o significado da palavra em sua amplitude semântica e de acordo com o contexto em que se acha investida.

fevereiro 08, 2025

ARLS DE SÃO JOÃO 36 - Brasília




Participei na noite de ontem de concorrida cerimônia de instalação e posse do novo Venerável Mestre da ARLS de São João n. 36, em um dos templos da Grande Loja do Distrito Federal.

Assumiu o malhete o experiente irmão Roberto Santos Ávila, com uma longa folha de serviços prestados a Ordem, o que justificou os cinquenta visitantes presentes. Ao assumir o comando da Loja o irmão Ávila proferiu um belo e emocionante discurso.

A exposição itinerante dos livros dos acadêmicos da AMVBL ocupou o mesmo espaço onde foi instalada anteriormente e despertou grande interesse, o que me permitiu apresentar aos irmãos os nossos trabalhos acadêmicos. 

Foi muito agradável reencontrar tantos irmãos e amigos da época que eu vivia em Brasília, como os irmãos Vital, que foi o mestre instalador, Moisés, e tantos outros e ainda o irmão Sebastião Marcondes, o VM da Loja Mario Behring, onde farei palestra no próximo dia 17.

A noite foi encerrada com um magnífico banquete com a presença das cunhadas e das famílias.