abril 24, 2025
ARLS XI DE AGOSTO - Itanhaém
AS ORAÇÕES NA ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS - Klaus Dante
As Orações na Ordem dos Cavaleiros Templários e seus Impactos.
A Ordem dos Cavaleiros Templários, fundada no início do século XII, foi uma das instituições mais poderosas e enigmáticas da Idade Média.
Com sua missão de proteger os peregrinos na Terra Santa, suas atividades militares e financeiras e sua forte ligação com a Igreja, os cavaleiros desenvolveram um conjunto de práticas espirituais que refletiam seu duplo compromisso com a fé cristã e a vida de guerreiro.
As orações, dentro desse contexto, não eram apenas uma expressão de devoção religiosa, mas também uma ferramenta de coesão interna e disciplina moral.
Este texto busca analisar o papel das orações na vida dos cavaleiros, considerando as fontes históricas disponíveis e os impactos que essas práticas tiveram na Ordem e no imaginário medieval.
A Prática de Oração na Ordem Templária
✝️. A Regra e a Espiritualidade
A Ordem dos Cavaleiros do Templo seguiu uma adaptação da Regra de São Bento, estabelecendo um regime de oração rigoroso para seus membros.
A Regra templária, escrita por volta de 1129, determinava que os cavaleiros rezassem ao longo do dia, dividindo o tempo entre o combate e a devoção.
A estrutura das orações e a sua frequência eram estabelecidas para reforçar a vida espiritual dos membros, assegurando que a fé estivesse no centro de suas ações.
✝️. A Oração Litúrgica: Missa e Salmos
A liturgia diária era composta por orações comuns do cristianismo medieval, como a Missa e os Salmos.
Para os cavaleiros, a oração tinha um caráter comunitário, com celebrações em suas fortificações e templos.
O uso de salmos, como o Salmo 91 ("Quem habita no abrigo do Altíssimo..."), frequentemente recorria como proteção espiritual, refletindo a constante tensão entre o papel de guerreiros e a necessidade de consagração divina.
A prática das orações no contexto da Regra também estava relacionada ao conceito de "milícia cristã", onde o cavaleiro era visto como defensor da fé.
A oração não só preparava para a batalha espiritual, mas também reforçava a ideia de que o combate estava sob a bênção divina.
✝️. A Oração do Cavaleiro e o Simbolismo Cristão
Dentre as orações mais associadas à Ordem, a Oração do Cavaleiro reflete uma visão espiritualizada da guerra.
O cavaleiro rezava por força e coragem, pedindo a Deus para ser uma espada contra o mal.
O impacto dessa oração era duplo: ao mesmo tempo que promovia um compromisso com a fé, ela consolidava a visão dos membros da Ordem como defensores da cristandade, cujos combates na Terra Santa eram justificados por uma missão divina.
A Ordem dos Cavaleiros não se destacou apenas como uma instituição religiosa, mas também como uma potência política e militar.
A oração era um instrumento de disciplinamento interno, mas também de propaganda, o comportamento devocional reforçava a identidade do grupo e sua coesão, além de destacar a importância do compromisso com Deus em suas ações militares.
As orações também serviam como um elo entre os membros da Ordem e a Igreja Católica.
Em um contexto de disputas entre o clero e as ordens militares, a constante reafirmação de fé e devoção ajudava a legitimar a presença na Terra Santa e suas atividades econômicas e financeiras na Europa.
Além disso, as práticas devocionais vinculavam a guerra a uma causa sagrada, justificando o uso da força com o respaldo divino.
A prática de oração dentro da Ordem também teve um impacto significativo na cultura medieval.
A figura do cavaleiro devoto, que ora antes de entrar em batalha, tornou-se um arquétipo central no imaginário medieval.
Ao longo dos séculos, essa imagem foi romantizada, e a ideia do cavaleiro cristão, guiado por uma fé inabalável, serviu de inspiração para outras ordens militares, bem como para a literatura de cavalaria que floresceu na Europa.
A oração e a devoção também tiveram um impacto na percepção popular da Ordem.
Para a população, as práticas espirituais, especialmente aquelas realizadas em momentos cruciais, como antes das batalhas, reforçavam a ideia de que os cavaleiros eram agentes divinos, enviados para defender a cristandade.
Essa aura mística ajudou a consolidar a popularidade do grupo, mesmo quando se envolvia em controvérsias, como no processo de dissolução em 1312.
O declínio da Ordem, após a repressão conduzida por Filipe IV de França e o Papa Clemente V, também marcou o fim de muitas de suas práticas internas, incluindo as orações regulares.
Contudo, o legado espiritual da instituição permaneceu, e as orações associadas a seus membros passaram a ser vistas como parte de uma tradição perdida, perpetuada por escritos posteriores, especialmente durante o Renascimento e o Iluminismo, quando o misticismo templário foi resgatado por algumas correntes esotéricas.
Por meio de práticas litúrgicas regulares, as orações não apenas consolidavam o vínculo entre os cavaleiros e a Igreja, mas também serviam como uma ferramenta de coesão interna e de justificativa espiritual para suas ações.
O impacto dessas práticas pode ser observado na perpetuação de sua imagem como defensores da fé e na inspiração que exerceram sobre a cultura medieval e moderna.
Embora a instituição tenha sido desmantelada no início do século XIV, o simbolismo de suas orações e devoção continua vivo, refletindo a importância da espiritualidade na vida de uma das ordens mais fascinantes da história medieval.
abril 23, 2025
AO REMÉDIO URGENTE - Adilson Zotovici
Ao remédio agora, urgente !
Os sinais estão denotados
O assédio é evidente
De dentro e fora arraigados
A Sublime Ordem doente
Os tesouros são profanados
A garimpagem incoerente
Com desdouros recomendados
Vê-se brotar a má semente
Novas plantas, por todos lados,
De aprendiz a presidente
Que condiz aos mancomunados
Atônito, o artesão prudente,
Com ferramentais preparados
Tenta em vão, mas renitente
Aparar maus rebos notados
Comum na Ordem, frequente
Políticas de aficionados
Que em militância fremente
Em constância em indicados
O “quem indicou” é patente
Vez que os apadrinhados
Que a alguém conveniente
No vaivém não são barrados
Por grande apuro, recorrente
Livres pedreiros...iniciados,
_Antídotos_ ao “ovo da serpente”!
A um bom futuro agraciados
Herdados de antigamente
Apliquemos os _estudos Sagrados_
Pela Arte Real conducente
Com o fanal do bem, _coroados_ !
Adilson Zotovici
AMVBL
PORTA DA VIDA - Newton Agrella
Vez ou outra somos instados a bater à porta de nossa própria vida.
Entrar com cuidado, tomar um longo fôlego e no silêncio do nosso íntimo começarmos a nos questionar.
Fazemos uma espécie de inventário e então avaliamos aquilo que realmente deve ser mantido e tudo aquilo que não serve pra nada, mas que involuntariamente, deixamos acumular.
É o momento de se fazer uma profilaxia.
Hora de remover todos os dejetos, oxigenar a mente, eliminar pensamentos negativos e se renovar.
Antes de fechá-la, após o término da faxina, cumpre-nos ainda, deixá-la aberta por mais um breve período para que o ambiente se restaure e torne-se anfitrião de novas idéias.
Rever conceitos, reinventar-se humanamente, aquiescer as diferenças e combater preconceitos arraigados, certamente podem contribuir nesse processo.
Lembrando que a vida não é feita pra ser guardada a sete chaves, mas para ser vivida com a parcimônia da sabedoria, do equilíbrio, e do discernimento.
Porém, que uma fresta sempre se mantenha aberta, afinal sem ela, não há como compartilhar para percorrer o caminho rumo a mútua evolução.
abril 22, 2025
LIVRE E DE BONS COSTUMES - Derildo Costa
Ao longo de minha vida estudantil, alguns conceitos intrigaram-me.
Um deles foi no estudo de sistemas onde um dos conceitos fundamentais diz que “todo sistema é subsistema de outro sistema”.
Também em filosofia já tinha estudado que todo o todo é parte de um todo.
Estes conceitos só ganharam entendimento pleno quando alcancei o pleno entendimento de infinitude.
Ainda para ancorar este introito, busco na lembrança um conselho amplamente repetido por minha mãe que com a simplicidade de analfabeta mas com a inteligência de filósofo, me dizia
... "Meu filho, liberdade é uma coisa que quanto menos você usa mais você ganha e quando mais você usa mais perda daquela que lhe tinham dado"...
Agora, maduro, alço estes conceitos (que na essência é um único) para outras áreas do saber, mormente no âmbito do social, assim entendido a pessoa humana envolvida com outras pessoas, não como opção, mas como condição necessária à sua sobrevivência e à perpetuação da espécie.
O homem nasce tão livre quanto nu. Mas a sua liberdade vai sendo “moldada” pelos usos, pelos costumes, pelo ordenamento jurídico.
Assim, aquele direito natural vai-se transformando em direito permitido ou até mesmo direito concedido.
E porquê esta metamorfose no direito inerente ao ser humano?
Não há dúvida que isto decorre do uso que da liberdade se faz.
Liberdade é elemento da essência humana, tanto assim que é o tema preponderante no estudo e desenvolvimento da filosofia tendo sido o tema central de alguns dos filósofos.
Embora Sócrates e Platão e outros tantos tenham dedicado boa atenção aos conceitos de liberdade e tenham deixado as suas marcas na luta pela preservação do direito a ela, Aristóteles talvez tenha sido o que mais se dedicou a essa luta.
Convivendo numa sociedade onde a escravidão era normal e base do desenvolvimento económico, e mais ainda, numa sociedade onde o devedor se entregava ao credor como escravo para quitação da dívida, voltou-se contra tais práticas por tê-las como violação à essência humana.
Como a grande maioria dos demais filósofos, Aristóteles entendia que a harmonia e a paz dependiam o pleno exercício da liberdade.
Para ele o homem é um animal privilegiado porque sabe quando está a praticar o bem e quando está a praticar o mal e tem o livre arbítrio de exercer acção no sentido da sua vontade.
Como entendia ele que o primordial objetivo do homem é ser feliz e que a harmonia e a paz são caminhos seguros para a felicidade, o homem livre tende a ser bom não no sentido de agradar aos outros mas, principalmente, no sentido de conquistar a sua felicidade.
O conceito de Aristóteles é o fundamento básico para o Direito Natural que, por sua vez, é a base do direito positivo.
Ora, se tudo isto é verdade, então porque a existência de um enorme e complexo conjunto de leis, normas, princípios a reger a nossa conduta.
Haverá esta liberdade onde se transita num labirinto determinado pelo ordenamento jurídico?
Até que ponto podemos dizer-nos livres se estamos sempre subordinados a um poder coercitivo?
A ideia de valores tão distinta entre as pessoas e as não menos distintas reacções diante das decepções é-nos mostrada no livro de Génesis na parábola dos irmãos filhos de Adão.
Quando Abel fez a sua oferta estabeleceu um juízo segundo o qual o acto de dar, para produzir o real efeito do bem, há de ser o de se dar o melhor, diferente do conceito de Caim para quem, em dando algo útil para o receptor, a sua ação teria de estar coroada de êxito vez que a sua doação seria de bom proveito para quem a recebeu.
Como na avaliação divina o conceito mais adequado do ato de dar era o de Abel, Caim buscou, de maneira torpe, eliminar a hipótese de comparação eliminando o seu concorrente.
É da natureza humana estabelecer conceitos de valores que invadem o espaço do outro impondo-se a necessidade de o outro criar mecanismos de proteção àquilo que entende como seu mas que o outro insiste em querer ter como seu ou, pelo menos, uma copropriedade.
Os mecanismos de controle nada mais são do que a declaração de desconfiança do outro.
Para Aristóteles, a invasão do espaço alheio é perfeitamente perceptível e é o livre arbítrio de encaminha para frear ou avançar.
O respeito espontâneo a esse limite veio a ser chamado de Ética.
O exercício da ética não é pois algo que precise ser imposto ou normatizado nos tantos códigos de ética que por aí existem.
A permanente avaliação do limite da nossa liberdade é que inspira confiança das outras pessoas em nós e quanto mais as pessoas confiam em nós mais se despojam dos elementos de controles que usavam para se proteger das nossas eventuais invasões.
Despojar-se de mecanismos de segurança e de controle com base na confiança nos nossos a
tos é o maior respeito à nossa liberdade.
Não é uma concessão, é respeito.
Respeito adquirido pelo exercício da nossa liberdade.
Como pessoa, somos livres para, dentro dos meandros estabelecidos pelo sistema em que nos inserimos, tomar o sentido que desejamos dentro deste labirinto.
E mais, os nossos atos, quaisquer que sejam, acabam por ensejar algumas pessoas a copiá-los com vistas a obterem resultados semelhantes aos por nós alcançados, o que repetido sucessivamente denomina-se costume.
O bom costume torna-se lei.
A lei submete-nos.
Somos assim, subsistema desse sistema.
Somos um todo parte desse todo.
Ser livre é, pois, exercer a plenitude da sua vontade desde que a sua vontade seja voltada para o bem de todos que reflexivamente volta para o seu próprio bem.
Buscar o bem de todos é um bom costume.
abril 21, 2025
BRASÍLIA 65 ANOS - Michael Winetzki
Brasília era uma cidade adolescente, de apenas 16 aninhos, quando estive aqui pela primeira vez. Eu fiquei deslumbrado pela audácia da arquitetura e aterrorizado pela amplitude dos espaços, acostumado que estava aos altos e baixos de Petrópolis, onde eu havia estudado e de Santa Tereza no Rio onde residia, cujos horizontes terminavam sempre na próxima fralda de morro.
Mudei-me depois para Campo Grande e no Mato Grosso do Sul o horizonte também se estendia ao infinito e acabei me acostumando com esses amplos espaços.
Voltei a Brasília algumas vezes a trabalho, muito rapidamente, e a cada retorno ela, sorrateiramente, se infiltrava em meu coração. Os espaços verdes e organizados, a extraordinária beleza de seus edifícios, a placidez do Lago Paranoá, o indescritível azul do céu, o multicolorido pôr-do-sol, o alto astral da cidade iam me cativando pouco a pouco.
Quando fui nomeado diretor do SIPRI de MS (orgão do MRE de promoção de comércio internacional) acabei por ficar duas vezes por algumas semanas no Instituto Israel Pinheiro, uma das mais lindas propriedades de Brasília (e do Brasil também) e acabei por me apaixonar completamente pela cidade. Prometi a mim mesmo, sentado a beira do lago: - um dia eu virei morar aqui.
Poucos anos depois tive a chance de instalar em Brasília o escritório brasileiro da Card Guard Scientific Survival e o meu recôndito desejo se realizou. Em cerca de vinte e quatro anos em Brasília e no seu entorno, em Valparaíso, desfrutei de tudo que esta maravilhosa cidade tem a oferecer. A cidade parece fria e distante a primeira vista, mas como os amores de romance tem que ser conquistada aos poucos, e a medida que se revelam os seus segredos nosso amor por ela aumenta.
Ela também me presenteou com a minha amada mais amada, a Alice Ribeiro, esposa, companheira, parceira de momentos bons e difíceis, luz de minha vida.
Envelhecemos juntos a cidade e eu. Tenho 10 anos a mais do que Brasilia, e tanto em mim quanto nela aparecem coisas indesejadas. Eu adquiri diabetes e hipertensão e ela um triste desgoverno, violência urbana, buracos nas ruas, saúde pública em crise. Mas apesar das marcas do tempo continua linda, poderosa, cheia de promessas, aguardando apenas um governo que a ame mais do que a seu próprio bolso para coloca-la outra vez em ordem. Tenho confiança que a cidade irá receber o respeito e o cuidado que ela merece.
Esse é o presente que eu lhe desejo nos seus 65 anos. Parabéns Brasília. Eu a amo.
TIRADENTES - Adilson Zotovici
Vê do céu herói louvado
Mesmo face à violência
O teu sonho realizado
Por um grupo de excelência
Muito tempo já passado
Embora com tua ausência
Vivo e forte é o teu legado
De liberdade em essência !
Não fiques acabrunhado
Pois, há ainda imprudência
Mas teu povo é arrojado
És mártir da Inconfidência
Brasileiro eternizado...
Esteio da Independência !
A AUTORIDADE DO MESTRE
A Autoridade do Mestre (Vale para todos os graus da Maçonaria)
Alguns se enganam no sentido do que seja essa Autoridade do Mestre.
A autoridade, vem do conceito de ser autorizado a dizer e ensinar, seja por alguém ou por algo maior, logo, tem-se autoridade como algo inerente ao que se está autorizado a ensinar e isso é percebido por quem escuta, não por autoafirmação, mas pela essência de quem assim o faz.
Então, aqueles que se *auto intitulam* (qualquer que seja o título) passam a dar suas “aulas” e “explicações” vestidos com o paramento *apenas material* do Mestre Infalível, e para tanto usam do teatro (das coisas que desconhece e finge conhecer) e principalmente das finalidades do sistema que pertence, vestindo-se APENAS com seu *conhecimento Profano* ... É ele, o professor, quem detém todo o Conhecimento, e se reafirma: “Sou eu quem sei!”, “Eu Sou Formado em...”, “Eu sou Iniciado no...”, “Eu... eu...eu...”.
Nas últimas publicações temos aberto os livros e os mestres para mostrar que o pensamento que aqui compartilhamos não é nosso, mas Universal por parte dos Adeptos que *Caridosamente* entregam a Verdade.
Na REAL INICIAÇÃO não há entre eles quem se exalte, apenas quem se diminua.
Vejamos o que nos dizem as Tradições sobre isso?
Rabi Israel Salanter – "Se pensas que já sabes o suficiente, tua jornada terminou; se reconheces que sempre há mais a aprender, tua jornada apenas começou."
Rabi Nachman de Breslov – "O maior perigo do orgulho não é se considerar grande, mas acreditar que já não há mais o que aprender."
Rabi Simcha Bunim de Peshischa – "O mestre deve sempre carregar dois papéis: um que diz ‘O mundo foi criado para mim’ e outro que diz ‘Sou pó e cinza’. Somente assim ele se mantém no equilíbrio da humildade e da responsabilidade."
Moisés Cordovero, "Tomer Devorah" – "O sábio verdadeiro é aquele que se envergonha de sua sabedoria, pois sabe que ela é apenas um reflexo da sabedoria do Alto."
Mishlei (Provérbios) 11:2 – "Vem a soberba, virá também a afronta; mas com os humildes está a sabedoria."
Pirkei Avot 4:1 – "Quem é sábio? Aquele que aprende de todos."
Zohar I, 99b – "Aquele que deseja a sabedoria deve primeiro se tornar nada, pois somente o vaso vazio pode ser preenchido pela Luz."
Livro do Bahir 10 – "Aquele que deseja encontrar a Luz deve primeiro reconhecer a escuridão dentro de si."
Tanya, Capítulo 30 – "O verdadeiro caminho do justo é considerar-se menor que todos, pois somente assim ele pode sempre crescer em retidão."
Bahya Ibn Paquda, "Deveres do Coração" – "O arrogante se julga um rei, mas está preso ao próprio ego; o humilde se vê como um servo, e por isso é verdadeiramente livre."
Bahya Ibn Paquda, "Deveres do Coração" – "O orgulho endurece o coração e o fecha para a verdade, mas a humildade o torna flexível e apto a receber a luz do entendimento."
Corpus Hermeticum, Livro I – "A ignorância é o maior dos males, mas aquele que busca com humildade será guiado pela Luz do Nous."
Hermes Trismegisto – "Aquele que se reconhece pequeno perante o Todo, esse está próximo da verdade. Mas aquele que acredita dominar o Todo, esse se perdeu no labirinto da própria mente."
Asclépio 6 – "O mestre verdadeiro não se exalta, pois ele sabe que é apenas um canal para a Verdade."
Rumi (Sufismo) – "Seja como o solo, para que as sementes da sabedoria cresçam em você."
Lao-Tsé (Tao Te Ching, Capítulo 22) – "Aquele que se curva será endireitado. Aquele que se esvazia será preenchido."
Eliphas Lévi – "Aquele que se proclama iniciado, mas não possui a humildade de um discípulo, nunca passou pelo verdadeiro portal do conhecimento."
Papus (Gérard Encausse) – "O orgulho é o véu que cobre os olhos dos ignorantes. O humilde, ao contrário, pode levantar esse véu e ver a luz."
Franz Bardon – "Aquele que deseja dominar as forças ocultas deve primeiro dominar a si mesmo, e isso começa na humildade."
Rudolf Steiner – "Aquele que busca a iniciação deve, antes de tudo, desenvolver em si mesmo um coração puro e uma mente aberta."
G.I. Gurdjieff – "O homem que acredita já ter encontrado a verdade está mais longe dela do que aquele que ainda busca."
H.P. Blavatsky – "O maior inimigo do discípulo é o orgulho espiritual, pois ele o faz acreditar que já transcendeu a ignorância."
Ramana Maharshi – "O verdadeiro conhecimento não pertence ao ego. Ele é um estado de ser, acessível apenas ao que se entrega."
Sri Aurobindo – "Quanto mais alto um homem se eleva no espírito, mais pequeno ele se vê perante o Infinito."
Julius Evola – "O primeiro degrau da iniciação é a renúncia ao 'eu sei'. O segundo é a aceitação do silêncio. O terceiro é tornar-se um servo do Alto."
Hermes Trismegisto, "Tábua de Esmeralda" – "Se és grande, sê pequeno; se és forte, sê fraco; se és sábio, sê tolo, pois apenas assim poderás conhecer os mistérios."
Krishnamurti – "A humildade é o começo da sabedoria. O fim da sabedoria é perceber que nada se pode possuir."
Ísis Sem Véu (Blavatsky) – "O orgulho espiritual é o último grande obstáculo antes da iluminação."
Dessa maneira, a única autoridade legítima é aquela que se revela pelo conteúdo que transmite e não pelo tom que se emprega, e qualquer ensinamento deve ser respaldado pela origem do conhecimento, mostrando de onde ele provém.
Autor não identificado
abril 20, 2025
PÁSCOA E A MAÇONARIA - Erivelto Souza
Não vejo uma correlação direta, histórica ou doutrinária clássica entre a Páscoa e a Maçonaria, como há com temas como o Templo de Salomão, a lenda do 3º grau, ou os ofícios de pedreiros medievais.
No entanto, algumas associações simbólicas ou analogias podem ser feitas, desde que se tratam de interpretações subjetivas, contextuais ou simbólicas, e não de vínculos históricos efetivos ou doutrinários autênticos.
Contudo, dito isso, a celebração da Páscoa, em suas origens, marca a passagem de um estado de servidão para um estado de liberdade. Seja na tradição hebraica, como a libertação do povo do Egito, ou na tradição cristã, como a superação da morte pela ressurreição, o sentido fundamental é o de transição: uma travessia que transforma.
É justamente nessa ideia de passagem que temos, com o devido cuidado simbólico, uma reflexão relevante também dentro do campo maçônico.
Na jornada iniciática, o indivíduo é constantemente convidado a atravessar seus próprios desertos interiores, abandonando os grilhões da ignorância e das paixões desordenadas, para conquistar um estado de maior compreensão, moralidade e domínio de si mesmo. Essa trajetória não é diferente, em essência, daquela que celebram os povos ao relembrar a Páscoa - "a libertação que vem por meio do esforço, da consciência e da coragem diante das adversidades".
A ressurreição, por sua vez, enquanto símbolo, representa o triunfo da luz sobre as trevas. Não se trata, entendo eu, nesse contexto, de uma ressurreição literal, mas de uma renovação do ser, uma elevação espiritual pela superação das limitações que nos aprisionam.
Na vida de qualquer homem comprometido com a construção de seu templo interior, há momentos em que é preciso morrer simbolicamente para renascer com mais clareza, mais propósito e mais retidão, daí o próprio V:.I:.T:.R:.I:.O:.L:.
A Páscoa também coincide com os ciclos da natureza, particularmente no hemisfério norte, onde marca o início da primavera. Após o rigor do inverno, a terra floresce, os frutos retornam, e a vida renova-se (principal motivo do zodíaco nas colunas - as estações).
Essa imagem natural dialoga com o espírito da construção iniciática. Mesmo o mais frio período de estagnação pode ser sucedido por uma fase de crescimento e luz, desde que o trabalhador da pedra esteja disposto a continuar sua jornada com firmeza e vigilância.
É nesse sentido, acredito, que podemos (e devemos) refletir sobre a Páscoa como uma metáfora da caminhada maçônica. Cada etapa vencida é uma travessia; cada renovação de propósitos, uma ressurreição; cada superação, um novo florescimento.
Não há, então, uma relação direta entre a instituição maçônica e as festividades religiosas da Páscoa. Contudo, na linguagem dos símbolos - que transcende credos e épocas - é possível enxergar pontes filosóficas que enriquecem a compreensão da própria vida.
Assim, mais do que tentar forçar conexões históricas inexistentes, cabe ao maçom saber buscar o que é comum no que é essencial: o desejo legítimo de evolução, a coragem para mudar, e a esperança que se renova toda vez que, mesmo em meio à escuridão, escolhemos caminhar em direção à luz!
FELIZ PASCOA - Adilson Zotovici
Sigamos a nossa viagem
Indo em busca da perfeição
Por toda senda e paragem
Fé, Esperança na direção
Entender essa abordagem
Com o universo em oração
Quiçá de DEUS uma mensagem
A todos povos, não só ao Cristão
Resignação e coragem
Qual do Calvário à Ressurreição
De CRISTO a nós... aprendizagem
Em cada crença uma razão
Páscoa... elevação, PASSAGEM
Fecundidade, RENOVAÇÃO !
SALA DOS PASSOS PERDIDOS - Charles Evaldo Boller
A designação sala dos passos perdidos foi copiada pela Maçonaria do parlamento inglês, constava de uma antecâmara onde o cidadão esperava ser atendido, ou recebia decisões e despachos de assuntos de seu interesse. Era quando este perambulava sem destino para descarregar sua ansiedade; algo semelhante à sala de preocupações do tio Patinhas, onde aquele anda em círculos até afundar o piso sob seus pés pelas mesmas razões.
Na Maçonaria este cômodo está localizado antes do átrio e do templo. É a sala de espera para aguardar o inicio dos trabalhos e onde são tratados os mais diversos assuntos. Onde possível, consta de um local confortável, com poltronas ou cadeiras, mesa, e onde se pratica a sociabilização, cada um a sua maneira e de acordo com sua personalidade.
Neste local não existe ordem nem ritualística, as pessoas transitam pela sala em qualquer direção, formam grupos em diálogos de todos os tipos, nada tem rumo, daí a semelhança com a ante-sala do parlamento inglês.
Aproveita-se o tempo para pagar emolumentos ao irmão tesoureiro. Se houver alguma coleta de recursos para campanhas de caridade da loja, o irmão hospitaleiro faz esta coleta, dá recibo e a registra. Recebem-se recados do irmão secretário de alguma pendência de documentos ou outras providências burocráticas. O irmão mestre de cerimônias faz a distribuição dos colares aos oficiais se o obreiro tiver cargo em loja, mas estes não os vestem. Assina-se o livro de presenças junto ao irmão chanceler. É discretamente feito o telhamento de visitantes. Consulta-se o edital com alguma novidade em exposição.
Regem as etiquetas e comportamentos profanos, dentro do maior respeito.
A agitação vai lentamente cedendo lugar ao silêncio, e conforme os arranjos de preparação vão progredindo e a hora de inicio dos trabalhos se aproxima, vai perdendo a influência o mundo profano até adentrar ao átrio, onde toda a agitação cessa.
O mestre de cerimônias convida os irmãos a adentrarem ao átrio.
O cobridor externo, já devidamente paramentado, portando espada, fecha a porta externa às suas costas.
Passa a reinar silêncio e o comportamento é formal, ritualístico, silencioso e ordeiro. Consta em uma sala, normalmente de quase a mesma largura do templo e adequada para receber todos os irmãos perfilados. As lojas que possuem átrios de pequenas dimensões, usam a sala dos passos perdidos também como átrio.
O átrio é o vestíbulo do templo, é onde cada obreiro coloca seu avental e paramentos com a garantia de estar fora de alcance de olhos profanos.
É preparado o cortejo de entrada em duas filas, uma para cada coluna; os irmãos aprendizes ficam perfilados ao lado norte e os irmãos companheiros ao lado sul; os oficiais das colunas tomam o lado onde ficam locados dentro da Loja.
Inicia-se a preparação espiritual do grupo; mesmo que não existente no rito escocês antigo e aceito, por simples tradição, o mestre de cerimônias recita oração e pede ajuda ao Grande Arquiteto do Universo para que a reunião seja agraciada de bons fluídos, comunicando ao venerável mestre que o templo está devidamente ornamentado e que os trabalhos já podem iniciar.
O venerável mestre determina que o mestre de cerimônias cumpra com seu dever.
O mestre de cerimônias determina que os irmãos guarda do templo e mestre de harmonia tomem seus lugares dentro do templo. Estes entram e fecha-se a porta do templo atrás deles.
O mestre de cerimônias aguarda um breve instante e dá uma batida com seu bastão na porta do templo, que é respondida pelo guarda do templo pelo lado de dentro. O guarda do templo abre a porta para entrada do cortejo ao interior do templo.
O mestre de cerimônias coloca o cortejo em marcha, adentrando primeiro os irmãos aprendizes, seguidos pelos irmãos companheiros, mestres sem cargo seguidos pelos oficiais, o segundo vigilante, o primeiro vigilante, ficando para o final, o irmão venerável mestre, e após este, se presentes, outras autoridades da grande loja, remanescendo apenas o cobridor externo em sua função.
Pela descrição das funções dos dois ambientes percebe-se que enquanto na sala dos passos perdidos reina o caos do mundo profano no átrio age o sacro, tem regras e ritualística. Num atua o mundano, noutro o sagrado, para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo.
O CRÂNIO - Adilson Zotovici
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Símbolo que glorifico
Temido na sociedade
Mal entendido pontifico
Na Sublime fraternidade
O da furna escura critico
Que morte sua identidade
De porte maior justifico
Estrutura da irmandade
Negro, branco, pobre, rico
Homem, mulher...paridade
Fito-o e identifico ;
Silente, nele a verdade
E finalmente explico :
"O crânio", mostra a "igualdade"
DOXA É O QUE NÃO NOS CABE EM 2025 - Sérgio Quirino
No artigo anterior, Episteme, para construir um 2025 de sucesso – ( publicado neste blog em 13/4), fizemos o seguinte alerta: não nos cabe estar na Maçonaria, é necessário sermos Maçons. Não podemos, assim, ter simples opiniões de tudo o que nos envolve – o que chamamos de Doxa.
Talvez tenha passado apenas como uma simples observação, mas isso é, de fato, um aviso.
Doxa é o oposto de Episteme. Conforme explicado, episteme é o conhecimento verdadeiro, adquirido e baseado na realidade concreta de fatos e elementos que possam ser experimentados e comprovados.
Em âmbito filosófico, Doxa é um conjunto de posicionamentos que adotamos, baseados em percepções pessoais, bagagem cultural, tendências filosóficas, religiosidade e passionalidade de interesses.
Em determinadas situações, visualizamos o que nos é apresentado como verdade óbvia, ou a chamada “evidência natural”, mas que não passa de uma crença.
O TERMO MAÇÔNICO PARA DOXA É ACHISMO.
Por conta da atual tecnologia, em que o acesso a conteúdos maçônicos ocorre em segundos e nas mais variadas linhas de pensamento, devemos desenvolver a postura de não acharmos nada e também entender que não precisamos ter opinião sobre tudo.
Primaz é entendermos, aprendermos e compreendermos quatro aspectos que se interligam, contudo são inteiramente independentes: Maçonaria, Ritos, Rituais e Maçons.
Vamos a exemplos práticos:
O que “sustenta” a Maçonaria são os Landmarks.
No entanto são os 25 de Albert G. Mackey ou os cinco de Albert Pike?
Há Ritos que apregoam que a cor do avental é azul; outros, que é vermelho.
Se o que você usa é o certo, então vários Irmãos estão errados?
O seu Ritual prescreve que a caminhada é feita no sentido horário.
Quando, em visita, houver o movimento anti-horário, você “ides ou vindes”?
Maçons são todos iguais.
Na sua Loja, todos os Obreiros estão sempre à disposição para trabalhar e praticam corretamente o Uso da Palavra?
O que devemos, pois, entender, aprender e compreender é que a nossa universalidade pétrea só é real e concreta em três aspectos: Fraternidade, defesa da Moral e enlevo Ético. Tudo o mais são detalhes, características, normas e procedimentos em que não cabem o EU ACHO e ESTA É MINHA OPINIÃO FINAL.
As diferenças são enriquecedoras fora do olhar crítico e comparador. Irmão é Irmão se como tal ele se comporta, dos pontos de vista moral e ético, indiferentemente de Potência, alfaias ou Coluna onde se assenta.
Ademais, já alertamos que ninguém deve ser um eterno aprendiz e que devemos, sim, estar em eterno aprendizado.
Sigamos o pensamento do cantor Raul Seixas:
“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”
Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!