outubro 16, 2025

ARLS UNIÃO, JUSTICA E VERDADE 115 - São Paulo


Uma Loja que tem em seu quadro o irmão Amilcar Alabarce Mathias, desfruta do privilégio de conviver com uma das mais brilhantes mentes maçônicas do país. Pois ontem eu também compartilhei deste privilégio.

Visitei a ARLS União, Justiça e Verdade n. 115, da GLESP que funciona no Palácio Maçônico Francisco Rorato, e que foi fundada em abril de 1962.

A Loja me mostrou duas de suas características, um delicioso bom humor e uma forte aplicação nos estudos. Dois companheiros, ambos médicos, apresentaram trabalhos de qualidade excepcional. Os comentários foram do mesmo nível.

O simpático Venerável Mestre, Luciano José Batista Machado conduziu a sessão de maneira leve, sem perder no entanto o rigor ritualístico. 

Usei da palavra para expor os trabalhos que pretendo empreender na biblioteca e na Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, que presido, e da qual o irmão Mathias é um dos fundadores.

O Venerável Mestre me presenteou com uma reprodução artesanal do Santo Graal, do filme de Indiana Jones, peça belíssima que estará em lugar de honra na minha casa.

O DARICO - A MOEDA QUE DEU ORIGEM AO DINHEIRO

 


      Dario I, conhecido como Dario, o Grande, governou o Império Persa Aquemênida entre 522 e 486 a.C., período marcado pela consolidação territorial, pela organização administrativa e pelo florescimento econômico de uma das maiores potências do mundo antigo. Sob seu governo, o império atingiu sua máxima extensão, estendendo-se do vale do Indo até o Egito e da Ásia Central até o Mar Egeu. Dario implementou uma complexa estrutura burocrática dividida em satrapias (províncias), estabeleceu sistemas padronizados de pesos e medidas e promoveu grandes obras públicas, como a construção da estrada real que ligava Susa a Sardes — elementos que fortaleceram o comércio e a integração imperial.

      Foi nesse contexto de estabilidade e de expansão econômica que Dario I introduziu o darico, a primeira moeda de ouro persa. O termo deriva do antigo persa daruiyaka, que significa “dourado”. Embora outros povos, como os lídios, já tivessem cunhado moedas em séculos anteriores, o darico foi a primeira moeda corrente com valor monetário oficial em todo um império. Diferente das emissões locais anteriores, ele foi concebido para circular em todas as províncias persas, permitindo transações uniformes entre povos de diferentes línguas e culturas.

      O darico pesava entre 8,10 e 8,50 gramas, com uma pureza do ouro que variava entre 98% e 99%, e trazia gravada a figura do rei persa empunhando um arco — símbolo do poder divino e militar do soberano. Seu valor equivalia aproximadamente a um mês de soldo de um guerreiro persa, o que o tornava uma unidade de medida econômica estável e reconhecida.

      Mais do que um simples meio de troca, o darico representou o nascimento do conceito de dinheiro como valor universal, aceito e confiável em um vasto território. Ele padronizou a economia persa e influenciou diretamente os sistemas monetários posteriores do mundo helenístico e romano.

Fontes:

Heródoto, Histórias, I.94 e IV.166.

Carradice, Ian. Coinage and Administration in the Athenian and Persian Empires. Oxford University Press, 1987.

Briant, Pierre. From Cyrus to Alexander: A History of the Persian Empire. Eisenbrauns, 2002.

Le Rider, Georges. La naissance de la monnaie: pratiques monétaires de l’Orient ancien. Presses Universitaires de France, 2001.

Cook, J. M. The Persian Empire. Schocken Books, 1983.

Fonte: Facebook - Se você leu o texto até o final, acrescente #baudehistoria ao seu comentário, muito obrigado 🙏

O PROFETA - Jorge Gonçalves


*O Profeta - Khalil Gibran*

Nenhum homem pode revelar a vocês coisas que já não estejam semi despertas nas manhãs de seu conhecimento.

O mestre que caminha à sombra do templo entre seus discípulos não oferece sua sabedoria, mas sua fé e seu afeto.

Se é de fato sábio, ele não os convida a entrar na casa de sua sabedoria, ele os acompanha até a soleira de sua própria mente.

O astrônomo pode lhes falar sobre seu conhe-cimento do espaço, mas não pode lhes oferecer seu conhecimento.

O músico pode cantar de acordo com o ritmo que está em todo espaço, mas não pode lhes oferecer o ouvido que capta a melodia nem a voz que dela faz eco.

E aquele que é versado na ciência dos números pode lhes falar do reino dos pesos e das medidas, mas não pode conduzi-los.

Pois a visão de um homem não oferece suas asas a outro.

E assim como cada um de vocês é único no conhecimento de Deus, cada um de vocês deve ter seu conhecimento individual de Deus e sua compreensão da terra.

outubro 15, 2025

PROFESSORES, PARABÉNS - Adilson Zotovici


São versos singelos, gentis,

Que a verdade como aporte

Dos seus universos, sutis

Donde encontramos um norte


Há um sentimento que diz

Que além mesmo da morte

Jamais é perdida a raiz

O ensinamento, o suporte


O homem se torna um forte

A sabedoria prediz

Pela educação, não fuzis


Assim, sou homem de sorte

“Entre professores”, feliz,

Vivo... como eterno aprendiz !




DIA DOS PROFESSORES - Roque Cortes Pereira


Dia dos Professores – A Arte de Ensinar e Transformar Vidas

15 de outubro é uma data de profunda reflexão e gratidão: o Dia dos Professores. Mais do que uma simples comemoração, é o momento de reconhecer aqueles que, com sabedoria, paciência e dedicação, constroem os alicerces do conhecimento e da cidadania. Ser professor é muito mais do que transmitir conteúdos — é inspirar, despertar consciências e formar seres humanos capazes de transformar o mundo.

Como disse Albert Einstein“a suprema arte do professor é despertar a alegria na expressão criativa e no conhecimento.” O verdadeiro mestre não se limita a ensinar fórmulas ou teorias, mas incentiva o aluno a pensar, questionar, experimentar e sonhar. Ele compreende que o ensino não é um ato de imposição, mas um diálogo contínuo entre razão e sensibilidade, entre teoria e prática, entre o saber e o ser.

Ao longo da história, grandes mestres espirituais também nos ensinaram que o verdadeiro conhecimento nasce do amor e da compaixão. Jesus Cristo nos mostrou que “o que ensina deve servir”, e que cada lição deve ser regida pela humildade e pelo amor ao próximo. Buda, por sua vez, ensinou que “ao acender uma lâmpada para alguém, você também ilumina o seu caminho.” Ambos revelam a essência do ato de ensinar: doar-se para iluminar o outro, compartilhando sabedoria como quem espalha luz.

A missão de ensinar é também um ato de coragem e esperança. Em um mundo em constante transformação, repleto de desafios tecnológicos, éticos e sociais, o papel do professor torna-se ainda mais essencial. É ele quem orienta o aluno a discernir entre a informação e o conhecimento, entre o dado e o significado, entre o consumo e o valor humano. Como dizia Aristóteles“ensinar é o maior ato de generosidade que a mente humana pode realizar.”

Cada sala de aula é um espaço sagrado de construção coletiva, onde a palavra se torna ponte e o exemplo, farol. O professor é aquele que acende luzes em meio às sombras da ignorância, que acredita no potencial de cada estudante, mesmo quando o próprio ainda não o percebe. Sua contribuição não se mede em notas ou diplomas, mas nas vidas transformadas por sua influência silenciosa e permanente.

Henry Adams escreveu certa vez: “Um professor afeta a eternidade; ele nunca saberá onde sua influência termina.” E é exatamente isso que faz do ofício de ensinar uma das mais nobres expressões do espírito humano. O verdadeiro educador não busca reconhecimento — ele busca sentido. E é no sucesso, na ética e no caráter de seus alunos que encontra sua maior recompensa.

Neste Dia dos Professores, celebremos todos os mestres que dedicam suas vidas à formação do ser humano em sua totalidade — razão, emoção e propósito. Que a sociedade compreenda que valorizar o professor é investir no futuro, é fortalecer a base de um país mais justo, consciente e preparado para os desafios do amanhã.

Porque, afinal, ensinar é um ato de amor, e o amor, quando se transforma em conhecimento, é capaz de mudar o mundo.

A RELIGIÃO QUE ME HABITA (reminder) - Newton Agrella


Minha religião não tem nome.

Ela é apenas resultado de causa e efeito.

Minha religião não impõe dogmas.

Ela é um instrumento de culto ao espírito e ao intelecto.

Minha religião não estabelece limites. 

Ela se ocupa de respeitar a fé e a razão como uma possibilidade real e necessária da minha sobrevivência.

Ela aponta o caminho que me instiga à contínua busca da minha consciência.

Minha religião ensina que todas as denominações são trilhas diversas para buscar fazer o bem e a ajudar a entender a razão da minha existência.

Não importa o nome, as práticas ritualísticas ou tampouco sua liturgia.

Basta que eu compreenda que sou fruto de um princípio criador e incriado e que me manifesto como resultado dessa referência.

Minha religião não obedece uma doutrina nem invoca pra si a dona de uma verdade absoluta

Minha religião é a essência humana que habita em mim e que se identifica através de infinitas emoções, sentimentos e sensações que consigo exprimir.

Sou eu. 

Simplesmente porque sou uma partícula de Deus.



ARLS ORPHEU PARAVENTI SOBRINHO 375 - São Paulo



O irmão Orpheu Paraventi Sobrinho foi Grão Mestre da GLESP de 1986 a 1989. No dia 18 de outubro do seu último ano de mandato foi instalada a Loja Maçônica que leva o seu nome, e que funciona no Templo 2.2 do prédio da GLESP na Rua São Joaquim 129.

Ontem fui visitar a Loja, na véspera de seu aniversário de 36 anos. Fui cordialmente recebido pelo Venerável Mestre Alexandre Amorim Jussara, o carioca mais paulistano que conheço, e pelos irmãos do quadro.

Foi uma sessão de companheiro com a apresentação de um excelente trabalho e bons comentários dos mestres.

Usei da palavra para apresentar o meu trabalho na biblioteca da GLESP e um breve resumo histórico da criação do grau de companheiro
e presenteei a Loja com uma fotografia de seu patrono, para ser usada como memória em seu material impresso. Foi uma bela sessão.




O PODER DA REGENERAÇÃO

 


Em 2016, o cientista japonês Yoshinori Ohsumi (foto) recebeu o Prêmio Nobel de Medicina por uma descoberta que transformou a forma como entendemos a regeneração do corpo humano: o processo da autofagia, um mecanismo natural em que as células reciclam suas próprias partes danificadas para se manterem saudáveis.

Durante seus experimentos, Ohsumi percebeu que, quando o corpo passa um período sem receber alimento, ele entra em um estado de limpeza profunda. As células começam a degradar e reaproveitar componentes defeituosos, proteínas velhas e organelas danificadas, transformando tudo isso em energia e novos blocos de construção celular. Esse processo conserva recursos e elimina o que está doente ou envelhecido, ajudando na prevenção de inflamações, infecções e doenças degenerativas.

A autofagia, palavra que vem do grego e significa “comer a si mesmo”, revelou-se um dos mecanismos mais inteligentes da natureza. Quando o corpo é privado de comida por um tempo, como acontece durante o jejum, ele ativa uma espécie de faxina interna. Células que estavam prestes a morrer são restauradas e tecidos passam a se regenerar.

Os estudos de Ohsumi mostraram que o jejum não é apenas uma prática espiritual ou de emagrecimento, mas uma ferramenta biológica profunda de cura e renovação. Hoje, diversos pesquisadores investigam como a autofagia pode ser aplicada na prevenção do envelhecimento precoce, no fortalecimento do sistema imunológico e na proteção contra doenças como Alzheimer, Parkinson e câncer.

A descoberta consagrou Yoshinori Ohsumi como um dos grandes nomes da ciência moderna. Seu trabalho revelou que, dentro de cada célula, existe uma sabedoria natural capaz de restaurar o equilíbrio, prolongar a vida e despertar o poder de regeneração que habita em cada ser humano.

outubro 14, 2025

A FASCINANTE HISTÓRIA DOS NÚMEROS ROMANOS - Prof. Prezotto


A história dos números romanos é um fascinante testemunho da evolução cultural e matemática da civilização ocidental, cujas raízes remontam aos etruscos, uma antiga civilização que habitava a região da Toscana, na Itália, entre os séculos VIII e III a.C. Os etruscos influenciaram profundamente os romanos em diversos aspectos, incluindo a numeração, que eventualmente se transformaria no sistema que conhecemos hoje.

Os números romanos, formalmente desenvolvidos em Roma entre os séculos VI e V a.C., não são apenas uma mera ferramenta de contagem, mas sim um reflexo da engenhosidade e das necessidades práticas dos antigos romanos. Baseados em um conjunto de símbolos derivados das letras do alfabeto latino, cada letra carrega um valor numérico que, em combinação, permite a formação de uma infinidade de números. Os símbolos básicos são:

I (1)

V (5)

X (10)

L (50)

C (100)

D (500)

M (1000)

A beleza dos números romanos reside na sua lógica intrínseca, onde a adição e a subtração são aplicadas para formar valores maiores ou menores. Por exemplo, ao somar I + I, obtemos II (2), enquanto a combinação de I e V em IV resulta em 4, ilustrando a prática de subtrair um valor menor de um maior. Essa engenhosidade não se restringe apenas à matemática, mas também se reflete na arte da escrita, na arquitetura e na própria organização da sociedade romana.

Durante o auge da República e do Império Romano, os números romanos encontraram aplicação em diversas esferas da vida cotidiana, desde a contabilidade até a arquitetura monumental. Monumentos, aquedutos e até mesmo calendários eram adornados com números romanos, simbolizando o poder e a eternidade de Roma. Os antigos romanos utilizaram este sistema em documentos oficiais, registros financeiros e na designação de eventos históricos, solidificando sua presença no tecido cultural da época.

Com o passar do tempo, no entanto, o advento do sistema numérico arábico, mais prático e eficiente, começou a eclipsar os números romanos. Este novo sistema, que chegou à Europa através das interações culturais e comerciais, permitiu uma maior facilidade nas operações matemáticas, especialmente na aritmética. Apesar de sua gradual obsolescência, os números romanos não foram completamente extintos; eles persistem em nichos da sociedade moderna, como em relógios, na numeração de capítulos de livros, em eventos esportivos e na nomenclatura de monarcas.

Ainda que sua utilização tenha se tornado mais restrita, os números romanos permanecem como um símbolo de erudição e cultura clássica, evocando a grandeza de uma civilização que influenciou profundamente o ocidente. Sua estética, envolta em um charme nostálgico, ressoa nas paredes de catedrais, nas páginas de livros antigos e nos registros de cerimônias, perpetuando o espírito indomável de Roma.

Vamos celebrar não apenas a funcionalidade, mas também a beleza poética e a riqueza histórica dos números romanos, que nos conectam a um passado glorioso e nos lembram das conquistas de uma das civilizações mais influentes da historia.

ARLS JACQUES DE MOLAY n. 127- São Paulo


Visitei na noite de ontem a ARLS Jacques de Molay n. 127, no seu templo no Palácio Francisco Rorato da GLESP e que neste mês de dezembro completara 61 de existência. Foi uma sessão de aprendiz, durante a qual três aprendizes apresentaram trabalhos excelentes, o que preconiza que a Loja continuará ainda por muito tempo mantendo um ótimo quadro de obreiros.

A sessão foi conduzida com bastante tranquilidade pelo Venerável Mestre, irmão Jarbas Martins Perez, assessorado por experientes mestres, que exibiram seu conhecimento maçônico durante os comentários aos trabalhos apresentados.

Aproveitei para falar do trabalho que pretendo fazer na biblioteca da GLESP e da importância dos estudos para o desenvolvimento da maçonaria. Para minha surpresa, e grato prazer, fui presenteado ao final com uma belíssima caneta gravada com o nome da Loja 


SOLILÓQUIO DO ESPERANÇAR - André Naves


E não é que a flor desabrochou e trouxe Luz para onde antes as trevas pareciam dominar? Aquela flor, sublime, suave e muito frágil… Uma flor de Esperança! Com o klezmer, esse nosso lamento vira dança!

É a vida que insiste, é a Beleza sempre triunfa! Uma flor semeada por quem menos se esperava… Quem, em sã consciência, poderia imaginar? Eu, jamais! Mas rio, danço e celebro!

Olho para meu relógio de algibeira — hoje chamamos de telefone celular, um tal telefone que serve pra tudo, mas que, ironicamente, quase nunca usamos para ligar. Perto das seis da manhã. O sol pinta o céu. Laranja, azul e branco!

É a Luz na janela, na alma… Vejo na tevê a multidão nas ruas, do outro lado do mundo. E a Memória, tal qual a flor, também desabrocha. Era com o cheiro e o som de um tempo alegre, feliz.

Tempo de Esperança! Tempo da Esperança!

2002, rua no centro de Jacareí. Brasil pentacampeão! Cheiro de asfalto e cerveja! Uma celebração popular, espontânea! Canto, abraços em irmãos anônimos! Manhã de domingo e a Esperança era verde e amarela, pintada no rosto.

A gente sentia o Futuro chegando… E não chegou? Ah, quanta coisa mudou. O mundo girou. A gente mudou!

Hoje, a festa é deles. O povo nas ruas lá! O Futuro é deles. Um telão na Hebraica para ver o retorno daqueles que nunca deveriam ter ido, filhos de uma violência inexplicável! O choro vira dança. A saudade vira abraço. Se fosse aqui, o Galvão ia chamar o Pelô!

A Timbalada faria o chão tremer. E os bonecões de Olinda? Seria a mesma festa. A mesma lágrima!

Já pensaram que ninguém quer saber da ideologia deles. Será que votavam no Likud, no Shas, no Hadash? Qual a orientação sexual? O time de futebol? Maccabi? Hapoel? O passado, a ficha corrida, a posição social? Usavam drogas? Moravam na Cracolândia?

Nada. Tudo se desfaz. Tudo que antes parecia sólido se desmancha no ar! É um instante sagrado em que nossa alma fica na pele, e a gente só enxerga a HUMANIDADE. As máscaras se apagam e só fica o brilho de dentro. O SER HUMANO.

Já reparou que nesses momentos de descuido, quando a felicidade nos pega de surpresa, a gente ri à toa? A gente se abraça? Compartilha o pão, o canto, a vitória… Sempre! É a nossa natureza, a nossa essência mais funda: a partilha, a ausência de muros.

Essa é a nossa PUREZA!

E ela é igual à Esperança: é uma decisão! É uma escolha diária, uma teimosia! Quase uma Chutzpá! Para ser puro, a gente precisa decidir, precisa escolher varrer o mofo do cinismo que se acumula desde o berço…

A gente precisa estar DECIDIDO, ESCOLHIDO! E pra ter Esperança também! Não é sentar e esperar. É construir juntos. É verbo, não substantivo. É ESPERANÇAR. É lutar por cada tiquinho de dignidade, em cada sorriso, em cada olhar…

A Pureza Humana, a verdadeira Santidade, eu sinto, está nisso.

Em abraçar nossas próprias contradições, nossas sombras e nossa Luz e escolher novos caminhos…  É na coragem de se reconhecer incompleto que a gente se consegue trabalhar para ser inteiro.

E, acima de tudo, é escolher, a cada amanhecer, a cada rosto, a cada linha escrita… escolher enxergar a HUMANIDADE! Ela tá lá! Naquele que sofre, naquele que luta e, também, naquele que celebra.

É essa escolha que faz a flor, mesmo na laranjeira mais improvável, desabrochar.

E essa é a única Luz que realmente importa.

outubro 13, 2025

DIA MUNDIAL DO ESCRITOR - Carl Sagan


Quando nossos genes não conseguiam armazenar todas as informações necessárias para a sobrevivência, nós os inventamos lentamente.

Mas então chegou o momento, talvez há dez mil anos, em que precisávamos saber mais do que poderia ser convenientemente contido no cérebro. Então aprendemos a armazenar enormes quantidades de informações fora de nossos corpos.

Somos a única espécie no planeta, até onde sabemos, que inventou uma forma de memória comunitária que armazena além dos nossos genes. O armazém dessa memória é chamado de biblioteca.

Um livro é feito de uma árvore. Basta olhar para ele e você ouvirá a voz de outra pessoa, talvez alguém morto há milhares de anos.

Ao longo dos milênios, o autor está falando, clara e silenciosamente, dentro da sua cabeça, diretamente para você. 

A escrita é talvez a maior das invenções humanas, unindo pessoas, cidadãos de épocas distantes que nunca se conheceram.

Os livros quebram as algemas do tempo, prova de que os humanos podem fazer magia.


EU AINDA CONFIO - Rabino Chizkyahu Ravel


Você pode não saber, mas hoje todo o povo judeu está prendendo a respiração.

Lá, em nossa terra, filhos e filhas que foram arrancados de seus lares estão retornando. Alguns estão retornando vivos. Outros... com suas almas erguidas e seus corpos descansando. Mas todos estão retornando. Todos eles.

E isso, caro leitor, não é apenas uma notícia: é um espelho.

Porque você também tem partes da sua alma que um dia foram sequestradas.

Pelo medo.

Pelo cansaço.

Pela rotina que o convenceu de que "é isso mesmo".

E assim, dia após dia, você se acostumou ao exílio interior.

Onde você é fisicamente livre, mas emocionalmente preso.

Onde você não se lembra mais da última vez que sentiu sua própria luz brilhar sem culpa ou explicação.

Mas hoje, algo no ar mudou.

Hoje, há o eco de um resgate.

Um sussurro celestial que diz: "Você pode retornar agora."

Na imagem que você viu — aquele homem enlameado, de uniforme listrado e com uma estrela no peito — há um símbolo.

Uma ironia divina.

Aquela estrela, outrora usada para humilhar um judeu, hoje brilha como a medalha de uma alma que não se rendeu.

O xerife do espírito.

O guardião da própria dignidade.

Porque você pode estar coberto de lama, pode ser esmagado,

mas nunca deixará de ser o que é:

uma centelha da Luz Infinita.

Um reflexo de Hashem na terra.

Um filho do Rei.

E quando essa centelha retorna — mesmo que trema, mesmo que não entenda, mesmo que carregue feridas que ainda doem — o céu inteiro se eleva.

Não pelo milagre de ter sobrevivido, mas pela coragem de ousar retornar.

Porque retornar não é voltar atrás.

Retornar é lembrar quem você era antes da dor convencer você de que não podia mais ser aquilo.

Retornar é permitir-se brilhar com o barro.

Retornar é olhar para o céu com lágrimas nos olhos e dizer:

“Eu ainda confio.”

E sim, o mundo continua o mesmo.

Ainda há guerras, ainda há escuridão.

Mas uma única alma que decide retornar à luz — a sua — muda o equilíbrio de todo o universo.

Não subestime o poder de uma lágrima sincera, de uma palavra gentil, de um coração que escolhe não desistir.

Porque aquele instante, aquele pequeno gesto de vida, é um resgate em miniatura.

Um êxodo interior.

Um reencontro com a sua essência mais luminosa.

Então, se você está lendo isto, não tome como apenas mais um texto.

Tome como um sinal.

A maneira do Céu lhe dizer:

Eu também estou esperando para te abraçar.”