janeiro 05, 2021

O QUE OLHA O OLHO QUE TUDO VÊ

 



Do antigo Egito, muito antes de os autores do Antigo Testamento escrevessem suas primeiras linhas. O olho que tudo vê, é principalmente o Olho de Hórus, também chamado de Olho Oujdat (completo). Vamos dar uma olhada na história.

Enciumado com de seu irmão, Seth mata Osíris a quem decepa em pedaços; mas Isis, a esposa do Faraó, consegue restaurar seu corpo e devolver-lhe a vida, em tempo de conceber Hórus. Mais tarde, durante uma luta pelo poder, Seth arranca o olho esquerdo de Hórus. Daí a intervenção do deus Thoth para restaurar a integridade física do filho de Osíris.

O olho de Hórus tornou-se assim o símbolo da vitória do bem sobre o mal – que Seth representa. Os egípcios o representavam por um desenho estilizado misturando o olho do falcão e o olho humano. Símbolo da vida, da integridade, da sorte, da vitória da luz sobre as trevas, o Olho de Hórus aparece em medalhões, esculturas, pinturas em todo o Egito antigo; ele define a natureza sagrada do faraó. Para ter uma melhor visão do mar, os marinheiros o pintam na proa de seus barcos.

Se os judeus ignoraram Hórus e seu olho mítico, não se interessando a não ser nos “olhos do Eterno sobre os justos” (Salmo 34), os gregos fazem do filho de Osíris o deus criança Harpócrates, com virtudes tão numerosas quanto indefinidas. Os cristãos, por sua vez, deixarão passar os séculos antes de associar com um mesmo grafismo um triângulo e um olho que tudo vê, então dito Onisciente.

Foi durante o período medieval, especialmente no século XVII, que este símbolo foi introduzido nas catedrais e outros edifícios religiosos da Igreja Católica Romana; ele está, portanto, presente nas catedrais de Aix-la-Chapelle e Chartres; na igreja Saint-Roch em Paris, ou na Capela Real de Versalhes. Sob uma forma muito diferente daquela do olho de Hórus; trata-se de um triângulo equilátero contendo um olho sem cílios ou pálpebras, olhando nos olhos do observador. Nuvens, raios de luz destacam a ilustração.

O triângulo é como se fosse um símbolo da Trindade, o olho é o do Ser Supremo observando sua criação. Diante do crente, o triângulo mostra a porta da Jerusalém Celestial e a comunhão do homem com seu Deus.

Quando se pensa do olho que tudo vê, não se pode deixar de pensar as últimas linhas de um poema de Victor Hugo (A Consciência) relatando os últimos momentos de Caim, o assassino de seu irmão:

Quando ele estava sentado em sua cadeira na sombra

E que se fechou sobre sua fronte o subterrâneo,

O olho estava no túmulo e encarava Caim.

Note-se que em um uso secular, o pintor Jean-Jacques Le Barbier colocou – em 1789 – um delta luminoso contendo o olho que tudo vê em sua ilustração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, entre a Monarquia, que detém as cadeias quebradas de tirania, e o Gênio da Nação, que carrega o cetro do poder.

• Para mais informações consulte: O Dicionário de Símbolos, de Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (R. Laffont, 1969), bem como qualquer livro escolar sobre o Egito antigo.

© Guy Chassagnard – chassagnard@orange.net- Todos os direitos reservados

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janeiro 04, 2021

OS PADROEIROS: S. João Batista e S. João Evangelista


Na abertura dos trabalhos de uma Loja, quando o VM declara: ” - A Glória do G:.A:.D:.U:. e em honra a S. João, nosso Padroeiro”, a questão que surge naturalmente é: qual S. João é o padroeiro da maçonaria, uma vez que existem vários, como por exemplo: São João Batista; S. João da Escócia; São João de Patmos,  o autor do Apocalipse e tradicionalmente identificado como sendo São João Evangelista; São João Crisóstomo;  São João, o Jejuador;  São João Clímaco e pelo menos outros dez santos com o mesmo nome.

Existe um consenso de que nossa Ordem tem DOIS padroeiros que seriam  São João Batista e São João Evangelista, sobre os quais iremos discorrer. O nome João significa “Deus é propício”.

“Sou a Voz que clama no deserto: aplainai o caminho do Senhor”

Vestido simplesmente com uma pele de cordeiro atada com um cinto de couro batizava (batismo significa banho) multidões no Rio Jordão mergulhando suas cabeças nas águas do rio para limpa-los espiritualmente. Segundo nos relata o Livro da Lei, S. João Batista era filho de Isabel, prima de Maria e, portanto primo segundo de Jesus Cristo. Ele dizia ser “a voz que clama no deserto: aplainai o caminho do Senhor”. Essa citação aparece em todos os Evangelhos: Isaías 40:3; Mateus 3:3; Marcos 1:3; Lucas 3:4 3 João 1:23.

 Foi o primeiro a identificar Jesus como o Salvador. Quando Jesus apareceu para ser batizado João disse que não era digno sequer de atar as suas sandálias, mas ante a insistência do Nazareno procedeu ao batismo e consta que ouviu-se uma poderosa voz que disse “esse é meu Filho amado sobre o qual ponho toda minha complacência”.

Comemora-se o seu dia em 24 de Junho, solstício de Câncer ou de inverno (no nosso hemisfério) data que coincide com a fundação da Grande Loja da Inglaterra em 1717.

 Há dois solstícios no ano, em junho e dezembro e significam o início das estações, inverno ou verão. No hemisfério sul as datas variam entres 21 a 24 de Junho para o solstício de inverno e 21 a 24 de dezembro para o solstício de verão. No hemisfério norte é o contrário.

 Nas culturas antigas, o solstício de inverno, o dia mais curto do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Com o tempo essa data passou a simbolizar o Natal, como forma de incorporar essa festa pagã nas novas comunidades cristãs.

São João Evangelista, o Teólogo

Foi o discípulo mais jovem e consta ter sido o mais amado por Jesus. Foi o único que acompanhou Cristo até a sua morte. O Evangelho de João menciona que Jesus confiou sua mãe Maria aos seus cuidados, antes de seu sacrifício.

Foi o autor do quarto Evangelho, de três Epístolas e do Apocalipse. O seu Evangelho difere dos outros três, pois enfoca mais o aspecto espiritual de Jesus, ou seja, a vida e a obra do Mestre em comunhão e meditação.

Apesar de muitas vezes perseguido e martirizado a tradição diz que viveu puro e casto até o fim de seus dias e a sua vida é um exemplo de inocência, lealdade, amizade e dedicação à obra de Jesus. Recebeu da Igreja o título de “Teólogo”.

Comemora-se a sua data em 27 de Dezembro, que coincide com o nosso solstício de verão, ou de inverno no hemisfério norte. Também chamado de Solstício de Capricórnio.

O Apóstolo escreve em João 3:5 “Em verdade, em verdade, vos digo, quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino do Céu”, e isso remete ao ritual de nossa iniciação. O nascimento na Terra, a purificação pela água e pelo fogo (espírito) e a ascensão (ar) ao Reino, transformando o homem comum em um maçom justo e perfeito, pronto para a construção do Templo Interior em Honra e Glória ao G:.A:.D:.U:.