ALQUIMIA - COMO DISSOLVER A MEMBRANA DA INÉRCIA MENTAL



        Para os alquimistas, a inércia não apenas parecia permear o mundo externo, tendendo a manter as coisas em seus respectivos lugares separados, como também permeava o mundo interior do pensamento e da percepção, tendendo a fazê-los aceitar como fato objetivo o que podia ser incessantemente repetido.
        De fato, Isaac Newton, ele mesmo um alquimista, descobriu o princípio universal da inércia, que o levou a formular as leis mecânicas objetivas do movimento.
        Para conseguir fazer a ruptura, para vencer a inércia mental, é necessária uma nova maneira de pensar.
        Com uma nova maneira de pensar, aparecerão novas maneiras de avaliar o que se pensa. E com essas novas ferramentas de avaliação, emergirão novas maneiras de sentir.
Ora, por "sensação" não estou me referindo ao sentido do tato; eu me refiro àquilo de que falava Carl Jung.
        Sensação significa passar por uma ocorrência comprovada e duradoura, tornando-se ciente de uma experiência "aqui dentro" ao longo do tempo, mas não consciente do tempo que a sensação dura — tornando-se consciente, ao longo de um certo período de tempo, de um tipo ou qualidade específicos de estado físico, mental ou emocional.
        A qualidade duradoura de uma sensação é extremamente importante para aquilo que se segue.
        Com o surgimento de uma nova maneira de sentir os seus próprios pensamentos, você começará a perceber o mundo "lá fora" com novos olhos: de maneira criativa, informativa, renovada, como uma criança. Com o surgimento de novas sensações iluminadas, você começará a ter intuições mais profundas.
        Essas intuições surgem como idéias, conhecimentos, previsões do futuro ou reavaliações do passado.
        Elas aparecem como visões.E cada novo pensamento institui um ciclo. O ciclo se move através de fases, como as do sol e da lua, do pensamento para o sentimento para a sensação para a intuição, o que reinicia o ciclo. A continuação do ciclo forma uma energia nervosa vibratória que se repete fisicamente no corpo.
        Sem algo para rompê-lo, ele forma uma memória que poderia ser reacessada como alguém que vai até um barril de chope para reencher a caneca. Dessa maneira cíclica, todas as lembranças se formam, todas as impressões se estabilizam como "fatos", todas as opiniões a respeito do mundo e a respeito de você mesmo neste mundo se formam.
        Quando o ciclo se rompe, quando o hábito que nele nos vicia se dissolve, um novo ciclo começa. Repare que um ciclo completo tem o que é preciso para se tornar parte da realidade: ele tem inércia, tem resistência, e, se for alimentado com ciclos energéticos que estejam em fase com ele, crescerá e viverá.
        Se ele crescer e viver sem ser reprimido, ele se tornará um arquétipo e possuirá o usuário de maneira tão certa quanto qualquer demônio possuía um filósofo medieval firmemente determinado a obter acesso aos segredos de Dus.
        Um tal segredo era continuamente revelado aos antigos alquimistas e ele os possuía.
        Ele lhes aparecia em sonhos ou surgia em seus pensamentos quando eles macaqueavam com a matéria em seus laboratórios.
        Eles recebiam uma insinuação de que aquilo que acontecia aqui na terra (o mundo inferior) estava ligado com aquilo que acontecia nos céus (o mundo superior), e que aquilo que acontecia no mundo interior da psique transforma o mundo exterior das estrelas, das pessoas, dos lugares e das coisas.
        Eles viram como a informação podia se transformar em matéria.
        E eles viram o inverso.
        Eles tiveram acesso ao princípio de vida-morte.
        Eles atingiram o vazio e dissolveram a membrana da inércia.

Do livro: Conexão entre Mente e Matéria de Dr. Fred Alan Wolf

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