UM CONTO DE AMOR - Pedro J. A. ALBANI




Pedro Jorge de Alcantara Albani - Acad. Maçônica de Letras de Juiz de Fora e Região - ARLS Montanheses Livres

O melhor divã é uma mesa e uma cadeira, escondida em um canto de bar, e uma tulipa para desabafar. Estava certa tarde conversando num diálogo mudo com meu copo de chope, falávamos de amores, de histórias vividas por outras pessoas.

O tira-gosto era regado de uma risada silenciosa, pelas desilusões de amores que os outros haviam vividos, porém não podia falar dos meus amores, pois não tinha nenhuma história a contar.

Entre um gole e outro, desviando pelas mesas, vindo ao meu encontro, o mais belo rosto, enfeitado por cabelos esvoaçantes, que brincavam com o vento, seu sorriso decorado em carnudos lábios sedentos por beijos, seus olhos pareciam querem me despir, entre um passo e outro já estava completamente apaixonado.

O corpo parecia esculpido por Eros, e tentava me hipnotizar, com suas idas e vindas a carregar suas arrebitadas ancas, já podia até sentir seu cheiro, meu coração não parava de palpitar.

A cada desfilar de seus pés, mais aumentava meu amor, é como nada na vida é eterno, e nem todas as histórias trazem um final feliz, ao cruzar por mim, foi a outro beijar, chamar de amor e se aninhar em outro braço;

Tão rápido quanto entrou em minha vida, me fazendo apaixonar, partiu, sem dizer seu nome, sem tocar em meu corpo, sem dizer um adeus, partiu, levando um pedaço do meu amor. 

        Em tão pouco tempo, conheci, amei e perdi uma linda mulher. Em seu lugar ficou uma história de amor, que passei ao meu copo de chope contar.

Comentários