TOLERÂNCIA E CONIVÊNCIA NO CONVÍVIO ENTRE OS IRMÃOS



"Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união."

É este sentimento que nos baseamos para a abertura dos trabalhos em Loja, evocando a convivência em união, harmônica, uníssona e pacífica entre os irmãos, pois assim dita o Livro da Lei, assim dita toda regência dos nossos mandamentos legais maçônicos, que devem ser seguidos pelos irmãos, e, entre os irmãos, não só na vida maçônica como também na vida profana, pois irmandade não é coleguismo, não é título, é sim sentimento fraterno de carinho, amor e respeito.

Logo, como podemos dentro de Loja nos chamar de meu alguém de irmão, se aquilo não é verdadeiro, não é puro d'alma??? 

Devemos, pois, viver em harmonia dentro e fora da Loja, construindo nosso templo interior sempre num ambiente fraterno, sadio, com respeito multilateral, donde cada irmão deva respeitar e aceitar a forma do outro ser e agir, desde que ele esteja trabalhando dentro dos preceitos da Ordem.

A isto, se chama de Tolerância.

Significado:

1 Qualidade de tolerante.

2 Ato ou efeito de tolerar, de admitir, de aquiescer.

3 Direito que se reconhece aos outros de terem opiniões diferentes ou até diametralmente opostas às nossas.

Está é uma das virtudes nobres que deve ser trabalhada pelo homem maçom, donde deve ele tentar entender seu próximo como ele é, buscando, de acordo com a aceitação dele, dar-lhe informações de detalhes sobre sua conduta que possa e deva ser melhorada para que se tenha a convivência mais próxima possível do perfeito.

Porque sabemos todos nós somos falhos em algum momento, por isso somos considerados pedras brutas a serem lapidadas dentro de nossas virtudes.

Todavia, jamais deveremos deixar que esta virtude tolerante se confunda com a conivência ou permissividade .

"Significado de "conivência" sf (conivente+ia):

1 Qualidade de conivente; cumplicidade.

2  Espécie de cumplicidade, que consiste na abstenção propositada ou dissimulada de prevenir, obstar ou denunciar o ato delituoso, de cuja premeditação se teve conhecimento prévio".

Pois esta (a conivência) é perniciosa, levando-nos a querer sublevar o erro, o infringir da lei e da ordem, quer maçônica ou profana e do convívio entre os irmãos.

A feitura da correção de atitude equivocada, ou seja, fora dos parâmetros da ética, da moral e dos costumes, é uma necessidade para que possa reinar a harmonia, a paz e a corrente de bons fluídos dentro do convívio da irmandade, seja em Loja ou fora dela.

Daí o respeito multidirecional entre os irmãos torna-se pré-requisito para alicerçar a convivência harmônica, com a aceitação de certos comportamentos e/ou comentários que, para uns, se não aceito, deva ser tolerado, o que para outros será entendido como normal.

Mas, este comportamento de convívio harmônico, só poderá acontecer com diálogo entabulado entre os irmãos, donde todos devem, com clareza ímpar, elencar assuntos dos quais não gostaria de participar, para que aí então àqueles que fossem discutir tal assunto, não o fizessem por meio que obrigue aos que não se sentem bem em discuti-los, ter de participar direta ou indiretamente, causando ruído na comunicação e desarmonia entre os interlocutores.

É sabido por todos que para se viver bem em coletividade é fundamental que haja entre os conviventes o respeito, a clareza no diálogo, devendo ser tratados todos os pontos de aresta, pois assim podemos colocar tais pontos na mira do cinzel e malha-lo, retirando-o em busca de uma pedra cúbica perfeita.

Donde ao se colocar o esquadro veremos o ângulo certo e o raio traçado pelo compasso medirá a capacidade de relacionamento livre, harmônico e perfeito dentre os irmãos, e, com a régua traçarmos nossas linhas retas para não incorrermos em erros, que maculem a imagem e/ou o convívio daqueles que ficamos felizes em chamar de irmão. 

Portanto meus amados irmãos, que Deus, nos dê “Sabedoria” para discernirmos entre essas duas situações, o que teremos que aplicar aos nossos corações e mentes; nos dê a “Força” necessária para fazer o que deve ser realizado nesses casos sem desvios de nossos usos e costumes e nos dê também a “Beleza” , de termos palavras amáveis e conformadoras para *não ofendermos desnecessariamente aos nossos irmãos*.

Bom dia meus Tolerantes, porém Não Coniventes Irmãos.

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