A ORIGEM DOS PONTOS DE FRATERNIDADE - Fonte: Livro Ofício do Maçom







Pergunta: Qual é a origem dos Pontos de Fraternidade?

Resposta: Um resumo dos 17 textos rituais mais antigos, de 1696 a 1730, mostra os Pontos sendo descritos de maneiras variadas em 14 desses textos, incluindo cinco das versões mais antigas de 1696 a 1714. certamente, têm origem no período operativo, a maioria deles pertencendo ao Segundo Grau no sistema de dois graus, talvez desde a metade da década de 1950.

Quanto à questão da origem, 12 dos 14 textos não têm sequer uma única palavra para indicar de onde vêm os Pontos ou o que eles significam. Só duas das versões mais antigas, datadas de 1726 e 1730, contém pistas quanto à sua finalidade. Em cada caso, aparecem como parte das nossas lendas mais antiga, a primeira sobre Noé e a segunda relacionada com Hiram Abiff. Os Pontos, nas duas histórias, descrevem a mecânica real de exumar cadáveres dos túmulos e as lendas sugerem que os participantes estavam tentando obter um segredo de um corpo morto.

Os Pontos, com algumas versões muito melhoradas da lenda hirâmica, aparecem novamente em várias publicações espúrias francesas de 1744 a 1751, mas nenhuma delas, inglesa ou francesa, explica o que os Pontos realmente significam. Mas a sua complexidade dá a entender que deveria haver uma explicação, não teriam sido usados se fossem totalmente sem significado. Lidando com esse problema na sua Lição Prestoniana, de 1938, Douglas Knoop citou três exemplos bíblicos de "restauração milagrosa da vida", em cada caso por algo bastante parecido com os Pontos:

I – Reis, 17:21, em que Elias reviveu o filho da viúva em cuja casa ele morava.

II – Reis, 4:34, em que Eliseu reviveu o filho da mulher Sunamita.

Atos, 20:9-10, em que São Paulo ressuscitou um jovem que morreu depois de uma queda.

Eles são todos interessantes, mas o segundo, com Eliseu, fornece a história em detalhes úteis:

"E ele [Eliseu] subiu à cama, deitou-se em cima do menino, colocou seus olhos sobre os olhos dele, suas mãos sobre as mãos dele, e enquanto estava assim estendido, o corpo do menino se aqueceu".

O Irmão Knoop estava sugerindo que os Pontos são muito próximos daquilo que descrevemos atualmente como "Beijos da Vida". Porém, ele levou esse argumento um pouco mais longe, dizendo que nos séculos XVI e XVII essas histórias bíblicas teriam se desenvolvido em "práticas necromânticas", isto é, a arte de prever o futuro por meio da comunicação com os mortos. Nesse ponto preciso abandonar a sua teoria. Podemos muito bem imaginar o tipo da pessoa que se envolveria com "magia negra" depois de ler esses versos no Velho e Novo Testamento, mas é difícil acreditar que pudessem ter afetado todo o Ofício maçônico por vários séculos. Estamos lidando com a Maçonaria e, num problema desse tipo, uma explicação prática seria muito mais útil.

Independentemente das palavras precisas em que os Pontos aparecem nas várias versões antigas (ou nas padronizadas que vieram depois), parece provável, caso tivessem algum propósito prático, que foram ensinados e usados originalmente como um meio de erguer um corpo quebrado ou de reviver alguém que havia morrido em uma queda durante o seu trabalho. Acidentes desse tipo devem ter sido comuns no período operativo. Assim, buscando por evidências documentais antigas sobre o assunto, fui até os Schaw Statutes, de 1598. Eles foram promulgados por William Schaw, Mestre de Obras da Coroa da Escócia e Vigilante-General do Ofício Maçônico, "para que fossem observados por todos os Mestres Maçons dentro deste reino". Estes são os mais antigos regulamentos oficiais para a administração das Lojas operativas, incidentemente contendo o mais antigo regulamento oficial sobre andaimes; e aqui está ele, palavra por palavra, na ortografia moderna, embora termos obsoletos sejam mostrados em colchetes:

Item, que todos os mestres, empreendedores de trabalhos, sejam muito cuidadosos com seus andaimes e passagens [futegangis] para que eles estejam colocados com firmeza, para que por meio de sua negligência ou preguiça não seja causado por dor ou dano [skaith] para qualquer pessoa que trabalhe na dita obra, sob penalidade de serem proibidos [dischargeing] de trabalhar como mestres encarregados de qualquer trabalho, mas estarão sujeitos a trabalhar pelo resto dos seus dias sob ou com outro mestre principal encarregado do trabalho deles.

Essa era a regra mais estrita de todos o código de 1598. todas as outras ofensas podiam ser satisfeitas por uma multa, mas não esta.  Um Mestre, no pico de sua carreira, se fosse considerado culpado depois de um acidente pela colocação descuidada de um andaime, estaria condenado pelo resto de sua vida a nunca mais usar andaimes novamente, a não ser sob ou com outro Mestre principal. Ele não poderia responsabilizar um subalterno, era sua responsabilidade pessoal.

Acredito que essa regra explique a origem e a finalidade dos Pontos, e também resolve o maior problema de todos: o porquê de as 12 versões mais antigas dos Pontos não terem qualquer tipo de explicação. Os maçons não precisavam dela. Eles aprendiam esses procedimentos no curso normal de treinamento, como uma criança aprende o alfabeto como preliminar para a leitura. Os Pontos eram simplesmente o "Beijos da Vida" dos maçons.

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