A LEI INICIÁTICA DO SILÊNCIO - Jeronimo Lucena




O  nascimento,  simbolizado  pela  Iniciação,  é  precedido  pelas fases  de  aprendizado  e  companheirismo. 

O  homem  novo,  advento  da eclosão  do  óvulo  iniciático  no  interior  da  terra  (Câmara  das Reflexões)  passará  pelo  processo  de  aculturamento. 

Assim  como  as letras  que  foram  símbolos  criados  para  que  pudéssemos  transmitir os  nossos  pensamentos,  o  Aprendiz  aprenderá  o  significado  oculto dos  símbolos  somente  acessível  aos  iniciados.  

Trata-se de uma nova linguagem.  

Ser  iniciado  é  ser  um  serviçal  do  Amor  Maior  que  governa  a existência  e  que  dá  vida  a  todos.  

Iniciar-se  é  perder,  perder  a arrogância,  as  quimeras,  a  ganância,  o  preconceito,  as  magoas  e  o ódio.  

Em  troca,  ganha  a  oportunidade  de  ceder  ao  movimento  do  seu coração  para  render  graças  ao  Gr.’.  A.’.  D.’.  U.’..   

Ao  receber  a  "LUZ"  o  neófito  não  deve  confundi-la  com  a  luz material  que  lhe  agride  a  retina  e  sim,  a  "LUZ"  verdadeira  que alumia  a  todos  os  homens  que  vem  a  este  mundo.  

A LUZ magnânima que a tudo compreende e preenche com infinita sabedoria. 

O iniciado não é mais a mesma pessoa.  

Morreu o  profano, sequioso do poder e cego pelas trevas e em seu lugar surge  um novo ser dourado que se alegra ao participar de alguma atividade altruística.  

O  amor  aplicado, o  equilíbrio,  a  retidão, a disciplina e  a  inspiração profunda fazem com que o verdadeiro iniciado na Arte Real se transforme em construtor de  Templos, verdadeiros  e  inigualáveis  pedreiros  do  universo.   

Uma  criança  em  tenra  idade  começa  a  aprender  a  falar  quando começa  a  distinguir  os  sons.  

Inicialmente  os  sons  simbolizados pelas  vogais,  diz-se  então  que  a  criança  está  a  "soletrar".  

A combinação  das  letras  resulta  em  outros  sons  de  natureza  mais complexa,  para  tanto,  surgem  as  consoantes  que  dão  origem  às silabas,  passará  então  a  criança  a  "silabar".  

Para  o  conhecimento  da  palavra,  necessário  se  faz  conhecer  a letra  e  posteriormente  a  sílaba.  

Somente  assim  a  palavra  poderá ser  utilizada  de  forma  a  se  tornar  compreensível  e  útil. 

Mesmo  no  mundo  profano  os  neófitos,  em  qualquer  ramo  da atividade  humana,  mais  tem  a  ouvir  e  aprender  do  que  falar.  

Calar para  ouvir,  ouvir  para  aprender,  aprender  para  ensinar.  

O  Falar não  é  reconhecidamente  primordial  em  uma  sessão  maçônica.  A interação  entre  os  indivíduos  se  dá  em  uma  dimensão  além  dos sentidos,  não  alcançada  pela  audição,  olfato,  tato,  visão  e locução. 

A  palavra  é  instrumento  de  transmissão,  de  convencimento daquilo  que  pensamos.  

O  Trabalho  maçônico  é  reconhecidamente hermético  refletindo-se  diretamente  em  sua  liturgia. 

Aqueles  que  desconhecem  a  profundidade  do  sentido  oculto  da Lei  Iniciática  do  Silêncio  argumentam  que  o  silêncio  dos aprendizes  e  companheiros  se  confronta  com  o  principio  maçônico  da igualdade.   

Entretanto,  há  de  se  considerar  que  o  principio  da  igualdade não  é  ferido  quando  a  eles  é  proibido  o  conhecimento  dos  sinais, toques  e  palavras  dos  demais  graus. 

"Há  um tempo para cada coisa".  

Por  fim,  não  deveis  acreditar  em  tudo  que  vedes,  nem  mesmo nas  coisas  que  eu  te  digo,  se  és  um  místico  de  qualquer  escola  ou ordem  mas  desejas  conhecer  a  tua  religião  ou  a  maçonaria,  estuda-a e  procuras  por  ti  mesmo,  a  tua  religiosidade  intima  e  una, independente  do  que  te  ensinaram  e  te  disseram,  e  sejas  tu  mesmo  o que  escolhes  o  caminho,  a  tua  verdade  absoluta  alicerçada  pelas três  colunas  simbólicas  "Sabedoria,  Força  e  a  Beleza". 






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