O PAPEL DO MENTOR DA LOJA - Richard A. Reeve


O autor é Provincial Grand Mentor da Provincial Grand Lodge for Gloucestershire

Tem sido uma prática estabelecida que os novos membros devam ser guiados através da suas primeiras jornadas maçônicas pelos seus Padrinhos e Proponentes, que se pretende que os apoiem e aconselhem, bem como que se responsabilizem por quaisquer dificuldades que possam surgir. Nos casos em que os candidatos são apresentados a uma loja pessoalmente, este é, e ainda deve ser, o procedimento correto. Há ocasiões, no entanto, em que nem o Padrinho nem os Proponentes podem cumprir estas obrigações. Isto pode ser por causa de mudado de Loja, de ter assumido compromissos noutros lugares, problemas pessoais, ou às vezes, infelizmente, apenas por uma perda de interesse da parte deles.

Com o advento da Internet e outras tecnologias modernas, tornou-se necessário modificar algumas das práticas tradicionais de recrutamento de membros. Agora podemos receber inscrições através da página da Grande Loja Unida de Inglaterra (UGLE), da nossa própria página Provincial, bem como por outros meios. Em muitos casos, estes candidatos não são conhecidos pessoalmente por nenhum de nós, mas foram atraídos pelas informações disponíveis para os cidadãos do mundo, que não são maçons. Como, devemos então tratar o papel tradicional do Padrinho e do Proponente?

No Book of Constitutions, o Artigo 171 declara que “Um membro que propuser ou secundar um candidato para iniciação ou adesão à Ordem será responsável perante a Loja por todas as taxas requeridas, segundo o seu estatuto em relação a esse candidato”. Não podemos pedir a irmãos de qualquer Loja, que adotem estes deveres em relação a candidatos à iniciação não conhecidos e propostos pessoalmente por eles.

A solução

A função de Mentor da Loja constitui uma solução para estas questões. É um compromisso extremamente importante dentro de cada loja, e não para ser tomado de ânimo leve. Na verdade, é aquele que deve ser conferido de acordo com o mérito e a capacidade. O futuro sucesso da maçonaria se tornar-se-á cada vez mais dependente da diligência dos Mentores da Loja. À medida que métodos mais modernos de recrutamento ganham prevalência, também será cada vez mais importante para os Mentores supervisionar a seleção, assim como monitorizar a progressão dos candidatos. Grande parte do exame inicial de possíveis candidatos à iniciação será realizado pelo Mentor de cada loja. O Mentor da Loja deve, no entanto, certificar-se de que não apenas o candidato é adequado para a sua loja, mas que a sua loja também é adequada para o candidato.

O Mentor da Loja deve preocupar-se com o bem-estar de todos os membros da sua loja, do mais recente ao mais antigo. Deve estar atento a quaisquer sinais de discórdia fraterna, não comparecimentos inexplicáveis ou aspereza injustificada. Deve também trabalhar em estreita colaboração com o Venerável Mestre e o Mestre de Cerimônias para encorajar a apresentação do ritual por aqueles que se possam sentir intimidados pelo desempenho público, ou pensar não estão à altura disso. Ele deve encorajar os irmãos mais idosos a serem receptivos a mudanças nas práticas aceites, necessárias à sobrevivência e prosperidade da nossa fraternidade.

Parece ser claro que a função de Mentor da Loja é da maior importância e requer uma seleção cuidadosa entre os membros da loja. Nunca deve ser pensado como uma espécie de cargo que exige pouco trabalho, não remunerado ou nomeação de última hora. Requer considerável experiência maçônica juntamente com diplomacia e coragem. Também deve ser considerado como um compromisso de longo prazo com a Loja, da mesma forma que o Capelão e o Hospitaleiro, pois é somente através de tal dedicação que um irmão pode ganhar a experiência para executar as suas tarefas com satisfação para si mesmo e com vantagem para sua loja.


Fonte: Grande Loja Unida de Portugal


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