QUANDO ME ACEITO COMO SOU, POSSO ENTÃO MUDAR - Alessander Raker Stehling



"Quando me aceito como sou, posso então mudar." 

Sabe, essa frase me incomodava muito, eu pensava: Mas como assim? Como alguém poderia aceitar o abandono da própria mãe na infância? As humilhações e agressões físicas dos pais, ou os abusos sexuais sofridos? Isso é um absurdo!

Quebrei a cabeça refletindo, e gostaria de expor a conclusão que tirei sobre isso de forma simples.

Imagine um barco com uma âncora. A âncora é uma parte do barco que tem enorme poder sobre ele. Ela impede o seu livre curso quando é jogada ao mar, ou seja, quando está distante do barco. Contudo, quando é recolhida e fica próxima à ele, não tem mais poder sobre este, que agora pode seguir livremente o rumo que desejar.

Assim são os nosso complexos traumáticos: estes são como âncoras que nos impedem de exercermos nossos potenciais, nosso livre curso. Ficamos "presos" reclamando da vida, pensando na desgraça que foi nossa infância, lamentando o passado e tendo pena de nós mesmos. "Porque isso aconteceu comigo? Eu não merecia nada disso!" é o que passa em nossa cabeça.

Eu concordo, você não merecia isso, sinto muito pelo que fizeram com você. Contudo, lutar contra os fatos não muda nada. O que foi feito, infelizmente foi feito. Como no exemplo do barco, chega o momento de recolher a "âncora" para perto de você, isto é, se acolher, se aceitar como é. 

Quando recolho minha "âncora" para perto de mim, em outras palavras, quando me aceito como sou, com coisas positivas, negativas, e traumas diversos, tenho agora a capacidade de "navegar" para onde eu quiser, não estando mais preso em momentos passados, vivendo de forma parcial, ou limitada. 

"Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com aquilo que fizeram com você.“ Jean Paul Sartre



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