Mais uma palavra tem ganho protagonismo cada vez maior no cenário linguístico.
Senão pela sua versatilidade de emprego, mas sobretudo pela sua representatividade no âmbito social e do comportamento humano.
Referimo-nos aqui ao substantivo abstrato "Ressignificação".
O termo tem a atribuição de conferir um novo sentido ou alternativamente o de dar um novo significado a alguma coisa.
Ressignificação, a bem da verdade, é o processo neuro linguístico que possibilita às pessoas elaborarem uma espécie de releitura ou inovar a interpretação de fatos e acontecimentos como fruto da mudança de sua visão de mundo.
A ciência neurolinguística dispõe de inúmeros mecanismos e técnicas para fazer com que as pessoas percebam o mundo de uma maneira mais agradável, proveitosa e eficiente.
Se de um lado a "ressignificação" pode trazer consigo uma proposta transformadora, levando inclusive a uma sensação de vanguarda e evolução, por outro, ela pode desvirtuar a característica e a verdadeira natureza da originalidade de termos consagrados pelo vernáculo e pela própria História.
Surge aí um dado, que se faz determinante no que reporta à Maçonaria.
A Sublime Ordem se constitui de princípios filosóficos baseados em Símbolos, Alegorias, Sinais, Toques e Palavras, que pouco se diferenciam entre os ritos, senão por algumas circunstâncias de relevância histórica, ou sócio-culturais, porém cuja essência e finalidade mantêm-se perenes até os nossos dias, graças à observância de seus limites demarcatórios, também conhecidos como "landmarks" - (que em alguns casos estão sujeitos a divergências quanto ao seu número entre os ritos) - além é claro; de toda a sua Tradição Oral, Lendária, Mística, mas antes de tudo, de seu caráter eminentemente "especulativo".
Por tudo isso e pela própria legitimidade conferida pelo tempo ficam as perguntas :
Como é possível conferir uma ressignificação a uma instituição diferenciada e incomparável como a Maçonaria ?
Toda a Simbologia ganharia um ressignificado ?
Os princípios fundamentais da Ordem precisariam ser reinterpretados ?
As Iniciações deveriam obedecer uma nova dinâmica ?
Os Sinais, Toques e Palavras também teriam que se submeter a um processo de ressignificação ?
Em suma, a notável proposta de alguns defensores seria a reinvenção da roda ?
Menos, bem menos.
A Maçonaria e seus instrumentos em prol da evolução do homem e do aprimoramento de seu templo interior e principalmente da Consciência, não requer ressignificação na sua dialética.
A Maçonaria é perfeita (faz-se completa em toda sua extensão) - quem não é perfeito é o homem, que a cada pouco necessita se autoafirmar e convencer-se que precisa se valer de neologismos e de argumentos frágeis e intangíveis para empreender ressignificados àquilo que mal conhece.
É inegável que a Ressignificação, tem sim, um valor intrínseco no universo da psicologia, da psicoterapia, do marketing e de outras tantas áreas do conhecimento humano.
Porém, no âmbito intelectual maçônico trata-se de uma insossa tentativa de imputar novidades a uma instituição cujo DNA já dispõe de um "trademark" genuíno e autenticado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário