A SILHHUETA QUE RESPLANDECE - Roberto Ribeiro Reis


Como é possível migrar das sombras para a luz, em questão de pouco tempo? Como é possível divorciar-se das agruras do cotidiano, e caminhar rumo à imensidão?

Isso tudo é possível, nobres Irmãos, a partir do momento em que atravessamos o umbral da   porta que antecede o   Templo Maçônico. Talvez   porque ali, momentaneamente, homens estejam vibrando paz, harmonia e concórdia.

Talvez também por entenderem que, elevando o seu pensamento, são capazes de sair das  esferas da matéria  – as   quais lhe prendem aos   grilhões do vulgo –  e irem   ao encontro de algo mais profundo, inebriante e que transcende a mentalidade do homem médio.

Quando se leva uma   Sublime Ordem a sério,   perscrutando lhe todo o   arcabouço esotérico e filosófico, é possível mudar não somente o ambiente interno de uma Loja, mas, acima de tudo, melhorar uma sociedade, ainda que paulatinamente.

Se a vida profana fosse submetida à égide de uma  ritualística comprometida, certamente viveríamos em uma sociedade mais evoluída, menos egóica e muito mais espiritualizada.

Os valores morais, éticos e sociais têm soçobrado, especialmente quando confrontados com um vendaval de corrupções, de inversão de sentidos; cada vez mais, infelizmente, é vendida a imagem de que o importante é “ter” – custe o que custar - em detrimento do “ser”.

Não é preciso um grau elevado de espiritualidade para perceber que o homem tem se enveredado pelo caminho das sombras; afinal, nota-se, à primeira vista, que quase tudo ao seu derredor é escuridão: casamentos se desfazem às primeiras frustrações, amizades são desfeitas como um nó frágil e delicado, e o respeito (isso é o que mais dói) já é sentimento obsoleto e em desuso.

A par desse cenário que nos remonta ao caos, tem-se a possibilidade de buscar mudar a nossa realidade. 

Nesse diapasão, a Maçonaria tem oferecido ao homem as ferramentas indispensáveis à sua edificação interior, seja por tudo o que sua simbologia nos ensina, seja ainda pela vasta gama de alegorias e parábolas, que condicionam o homem a lidar com seus fantasmas mentais e vicissitudes do cotidiano.

A bem da Ordem, somos   privilegiados de   ingressarmos em um   Templo,  pois  -  a despeito   de todo o mal que   experenciamos no mundo   profano  –  desfrutamos   da nobilíssima oportunidade de termos, enquanto operadores da Arte Real, uma silhueta que resplandece, especialmente nos momentos em que ali nos reunimos.



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