BENDITO AMOR - Roberto Ribeiro Reis


Ó, amor! Como tens te ausentado do mundo! Como tens pulsado, fracamente, quase que sucumbindo, ante este mundo sem rumo, sem norte e sem o mínimo de sorte!

Em teu lugar, o ódio, o rancor, a vingança, o ciúme e uma parentela de sentimentos vulgares têm despontado nas principais paradas da rádio da vida. Quanta desdita os homens têm suportado, única e exclusivamente, por se furtarem aos teus benfazejos encantos!

Quiséramos nós, pensadores da Arte Real, que tua presença se fizesse uma constante no coração de cada ser vivente, desde o mais grosseiro e rudimentar, ao mais sutil e intelectualizado possível. Quão bom seria viver sob os teus auspícios, tendo como divisa maior o “amor incondicional”, comportando e agindo com o próximo como se conosco estivéssemos lidando.

Pode soar até utópico, mais ainda idealizamos o dia no qual resplandecerás em glória entre nós, reles mortais, ocasião em que  hás de te apresentar como o amor que sobeja, o amor que excede em misericórdia divina, e que se infundirá no coração de todos nós, açambarcando a nossa alma, e imolando todo o rosário de imperfeiçoes que ainda teime em assistir em nós.

Quando sentires que sejamos merecedores de tal graça, sentiremos com os olhos d’alma que não mais precisaremos de templos físicos para nos reunir – como sempre nos foi ensinado pelo Mestre Maior – mas que será necessário tão-somente o trabalho incansável de edificação de nosso Templo Interior, local sagrado onde o Pai clama por morada.

Sentarás conosco, todos os dias pela manhã, auxiliando-nos a reverenciar as belezas da vida, e nos ensinando a praticarmos contigo o exercício salutar e vivificante da gratidão. Em ti, Sublime Amor, poderemos sentir a inefável presença do Criador, exaltando e contemplando toda a maravilha da criação.

Assim, sabedores de que o mundo padece em chamas de ignorância e profundos tsunamis de intolerância (de todos os matizes), a ti suplicamos a visita, urgente e inadiável, ao seio de nossa terra, pois esta já não suporta tantas atrocidades e sandices. Envia-nos, juntamente contigo, teus ministros e guardiões, enquanto ainda há tempo, ó Grande Amor!

Que tua filosofia possa nos ensinar a sermos mansos e pacíficos; que teu magistério possa reverberar a Luz Infinita em nossas vidas; que tua bênção recaia sobre nós, feito o Amor do Pai Maior, que sempre nos educa e perdoa.

Que a Sublime Ordem possa ser um espaço apropriado, a fim de que falemos e ajamos em teu nome, de sorte que a egrégora ali formada possa ser um pequeno reflexo de todo o potencial divino que há em ti, Bendito Amor!



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