RUMO À ESTRADA REAL - Roberto Ribeiro Reis


Caminhando sem rumo e direção, o homem encontra-se perdido, desorientado e com a mente sendo alvejada por pensamentos de baixo padrão vibratório. Ele não sabe se dá ouvidos à mídia (tendenciosa) ou aos falsos profetas que têm viralizado nas mídias sociais.

Sua cabeça parece ferver ante o turbilhão de pensamentos negativos que lhe furtam a paz. Falta um norte, um guia, a indicação do caminho, ainda que esse caminho não lhe aponte um mar de facilidades, como ele muito almeja.

Quando tudo parece estar perdido, ele recebe um inesperado convite. Algo que, num primeiro momento, parece ser um chamado para que o irmão desconsolado possa participar de uma confraria, ou um clube de frivolidades. Quando as visitas começaram a chegar ao seio de seu lar – após o envio de uma documentação seriamente criteriosa- a ovelha desgarrada percebe se tratar de algo mais nobre, dada a forma cortês e fraterna com a qual se desenvolveram as conversas, nas três reuniões domésticas.

O tempo passa, e é chegado o dia do renascimento. Após experenciar viagens sublimes, dotadas de um simbolismo sui generis, o (agora) Irmão recebe aquilo que vem constatar ser o maior de todos os presentes recebidos em sua vida: a iniciação em nossa Excelsa Ordem. Um dia do qual ele jamais irá se esquecer, e pelo qual ele há de agradecer pelo resto de sua existência.

Extasiado pelo recebimento da luz e com o coração cheio de júbilo, o neófito se permite um choro convulsivo, pois sente um fogo sagrado e aconchegante tocar as profundezas de sua alma. Doravante, o novo obreiro carrega consigo a certeza de não estar mais sozinho e desesperado, numa estrada de incertezas, mas que seu novo itinerário o conduzirá rumo à Estrada Real, uma estrada permeada de brilho e fulgor, cujo destino final é a chegada à dimensão superior da consciência, onde habitam os sentimentos inefáveis.

 O antigo ser errante, amargurado e aflito, agora dá lugar a um homem sereno, equilibrado, cuja postura será a de encarar a vida – com seus altos e baixos- nutrindo uma fé raciocinada e inamovível no Supremo Arquiteto Universal, cuja misericórdia e bondade nos possibilitam enveredarmos pela seara de nossa transformação íntima.

Um Pai Maior que nos indica o caminho a ser trilhado, que nos instrui com a simplicidade e com o amor, que nos soergue, a cada queda que temos, que nos conforta, nos dias em que tudo parece ser dor e sofrimento intermináveis. O Pai inexcedível em graça e resplendor, em sabedoria e entendimento, que deseja encontrar abrigo em nossos corações, a fim de abrandá-los.

Roguemos seja concedido ao homem vulgar o beneplácito de ser iniciado em nossos Augustos Mistérios. É possível retirar o véu da ignorância, que ainda insiste em cegar os profanos, aprisionando-os nos bolsões de pobreza espiritual. A Maçonaria é a Estrada Real, que não preza pela suntuosidade dos templos físicos, mas cujo escopo precípuo é o de ensinar ao homem a fortalecer as bases de seu edifício interior. Trilhemos por esse caminho de luz, e busquemos conduzir conosco quem aspire à verdade libertadora.





Roberto Ribeiro Reis

ARBLS Esperança e União 2358

Or.'. Rio Casca-MG

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