A ORIGEM DA ROMÃ E SEU SIMBOLISMO NA MAÇONARIA - Ernande Costa Macedo



A ROMÃ é o fruto da romãzeira é delicioso e, oriundo da Pérsia ou Irão que se começou a espalhar há milhares de anos por toda a Ásia, pela África, região do Mediterrâneo e até há poucos séculos pelas Américas, chegando ao Brasil através do portugueses. Este fruto é do tamanho duma maçã, apresentando uma casca dura com uma cor que vai desde o alaranjado até ao vermelho escuro.

Segundo estudioso da cultura da alimentação este fruto possui até 613 sementes que são as partes comestíveis, para os povos antigos, como os gregos, os romanos e os persas, havia a concepção de que a ROMÃ era a ponte entre a mortalidade e a imortalidade. "O homem apaixonado que comia a ROMÃ se tornaria imortal, Já, si, um Deus que a consumia se transformaria em um mortal", era o que diziam. A fruta era tida como símbolo de amor e fertilidade por causa de suas numerosas sementes. A romã, que muitos acham sem graça e difícil de ser comida, sempre foi respeitada pelos poderosos. Reis e Bispos a ostentavam nas suas vestes", Dizem que na mitologia Iraniana, o fruto desejado da árvore sagrada é a ROMÃ E não a maçã, como foi difundida pela cultura ocidental. "Na versão hebraica, há o Jardim do Éden e a serpente. Na versão greco-romana, há o Jardim das Hespérides e o dragão Ladon.  

Segundo a Bíblia, quando os judeus chegaram à terra prometida, após abandonarem o Egito, os 12 espias que foram enviados para aquele lugar voltaram carregando ROMÃS e outros frutos como amostras da fertilidade da terra que Deus prometera. Ela estaria presente nos jardins do Rei Salomão. Foi cultivada na antiguidade pelos fenícios, gregos e egípcios. Em Roma, a ROMÃ era considerada nas cerimônias e nos cultos como símbolo de ordem, riqueza e fecundidade.

Os judeus a chamavam de rimmon; entre os árabes, era conhecida como rumman; mais tarde, os portugueses a chamaram de ROMÃ ou "roman". Na Idade Média, a romã era, frequentemente, considerada como um fruto cortês e sanguíneo, aparecendo também nos contos e fábulas de muitos países. Os povos árabes salientavam os poderes medicinais dos seus frutos e como alimento. Tanto a planta como o fruto têm sido utilizados em residências ou em banquetes pelo efeito decorativo das suas flores e dos seus frutos, além do seu uso como cerca viva e planta ornamental.

As sementes secas da romã eram usadas como condimento pelos antigos e o seu suco como remédio até o renascimento. No Oriente Médio, é usada concentrada em pratos salgados, como almôndegas e peixe recheado, e, fresca em saladas, com berinjelas.  ROMÃ Tem 32 calorias por 100 gramas e é muito rica em fósforo. Possui ainda propriedades terapêuticas e é usada na medicina popular. Alguns especialistas em plantas medicinais, diz que o chá da casca de romã é indicado para o tratamento de problemas de garganta.

Na Maçonaria a ROMÃ é o símbolo menos analisado na filosofia maçônica; colocada sobre os capiteis das CCol.·. na entrada do T.·., sempre acima do olhar físico de cada Ir.·. ela passa despercebida e, por isso, mais ignorada, porque “parece” que da muito trabalho olhar para cima e sondar os mais elevados ideais que a Maçonaria busca. “A UNIÃO”. Na maioria dos trabalhos maçônicos eu vejo muito sobre significados e interpretações dos símbolos que envolvem as CCol.·. B e J, mas, pelo que vejo não se tem dado muita atenção às ROMÃS que, embora sustentadas pelas colunas, representam o que há de mais essencial em nossa instituição. “A UNIÃO”.

Se “tomemos uma ROMÃ em nossas mãos” vejamos que é uma fruta bastante diferente das demais e não foi por acaso que entrou como peça decorativa dos Templos Maçônicos. A sua casca, dura e resistente, representa a Loja em si, o templo material que mantem os OObr.·. reunidos, e, as sementes representam os OObr.·.; como sabemos, uma semente não é exatamente igual à outra, em tamanho e formato, mas o paladar de todas é invariavelmente idêntico.  Daí extraímos uma lição: não importa quem saboreia a fruta, quais as sementes são pequenas e quais as grandes mas, o que importa sim, o paladar.

Na Loja, temos IIr.·. de menor porte na vida profana e outros, com maior gabarito social e econômico. Se a sabedoria do G.·.A.·.D.·.U.·. assim o quis, cabe nos lembrar que a mesma seiva que alimentou o pequeno grão, alimentou igualmente o maior. Não obstante, as sementes pequenas e grandes estão unidas, todas compondo um único fruto, com um só objetivo: servir de alimento e fonte de prazer ao paladar.

O que mantém as sementes da ROMÃ unidas é a pele interna, essa pele, feita da mesma substancia carnuda e consistente da casca e do miolo, representa o selo, ou melhor, o sigilo maçônico; rompido esse selo, as sementes ficam expostas ao ataque de pragas, deteriorando-as e estas perdem assim sua finalidade.  Igualmente nas nossas Lojas, todos os nossos assuntos carecem da proteção do sigilo, sob pena de rompido este, a Loja, que é a ROMÃ, vir a sofrer sérias consequências como a perda da união que deve reinar em nosso meio em prol do bem comum.  O nosso juramento é representado pela seiva que alimenta as sementes (que são os OObr.·.)  foi contraído sem o mínimo de coação moral e sem reserva mental ou equivoco.

Rompido esse juramento, a fruta definha seca e, por fim, apodrece. Assim, o sigilo, representado pela pele que UNE e SELA as sementes, merece de nossa parte o máximo de cuidados. A fruta, ao soar da primeira batida do malhete até a última, deve ser saboreada enquanto durem os trabalhos.

É responsabilidade do fruticultor, que representa o “Venerável”, zelar para que a árvore da Maçonaria venha a produzir frutos não afetados por pragas e doenças, zelando pela preservação não só da casca da fruta (o material), como também pela unidade garantida pelo sigilo, que é simbolizado pela pele interna da fruta.

Essa Peça de Arquitetura é dedicada à A.·.R.·.L.·.S.·. ROMÃ DO PROGRESO nº 34, Jurisdicionada a Grande Loja Maçônica do Estado da Bahia (GLEB) e todos os seus membros, da qual, tenho o prazer de ser Membro Honorário.



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