BEETHOVEN PASSA A ETERNIDADE NESTE DIA

 



26 de março de 1827: Morre o compositor alemão Ludwig van Beethoven, em Viena.

Ludwig van Beethoven morreu no dia 26 de março de 1827, aos 56 anos, em Viena. Universalmente reconhecido como um dos maiores compositores de todos os tempos, a obra de Beethoven coroou o período clássico e iniciou efetivamente a era romântica na música. É dos pouquíssimos artistas que pode ser genuinamente considerado um revolucionário.

O génio musical inspirou momentos históricos em outros campos que não os da sua arte, sensibilizando estadistas, cientistas e artistas. Beethoven era um humanista que acreditava na força do carácter humano. Abraçou o Iluminismo e tornou-se defensor da Revolução Francesa, cujos ideais podem ser musicalmente notados na sua obra.

Nascido em Bona, Beethoven mostrou desde tenra idade notável talento. O pai, músico da corte,  submetia-o a um brutal regime, na expectativa, mal-sucedida, de explorá-lo como um menino prodígio. Estimulado pelos seus professores, o jovem Beethoven visitou Viena, à época o grande centro mundial da música, pela primeira vez em 1787, aos 16 anos. Apresentou-se a Mozart, que ficou bastante impressionado. Em 1792, Haydn  convidou-o para ser seu aluno. Beethoven retornou então a Viena, que passou a ser a sua residência permanente. Contudo, as suas ideias pouco ortodoxas ofenderam o velho mestre, as aulas terminaram e o génio de Beethoven  levou-o a construir o seu próprio caminho.

Tanto o impressionante virtuosismo pianístico quanto as suas notáveis composições conquistaram a simpatia da aristocracia vienense e ele pôde  valer-se de generosos apoios. Mecenas e aristocratas toleravam os seus modos notoriamente grosseiros, a sua aparência desleixada e acessos de fúria. A partir do final dos anos 1790, Beethoven já não  dependia de patrocínios devido à ampla aceitação da sua música.

O ano de 1800 marcou o início de sua trágica aflição, a surdez, que se tornou total em 1817 e foi revelada no seu famoso Testamento de Heiligenstadt: “Vocês, homens, que me têm como hostil, obstinado e insociável, como são injustos! Não conhecem as causas secretas que me fazem agir deste modo. (...) fui cruelmente repelido pela dolorosa experiência de ter a audição defeituosa! (...) – falem mais alto, gritem, porque estou surdo! Como poderia divulgar a todos a falta de um sentido que eu deveria possuir em grau ainda mais elevado do que qualquer outra pessoa. (...) Estas circunstâncias levaram-me à beira do desespero e pensei, mais de uma vez, em pôr fim aos meus dias. Somente a música me deteve!”

Não poder ouvir, impediria qualquer ser humano de trabalhar com sons, e em vez de condenar Beethoven ao silêncio fez dos seus 27 anos restantes de vida os mais revolucionários da história da música. Os seus últimos trabalhos, as sinfonias, os quartetos de cordas, as sonatas para piano, foram escritos por um homem que jamais os ouviu.

A obra de Beethoven pode ser dividida em três períodos bem distintos. As obras do 1º período incluem a Primeira (1800) e a Segunda Sinfonia (1802); os primeiros três concertos para piano (1795–1800); o primeiro grupo de quartetos de cordas (1800); e várias sonatas para piano, entre elas a Patética (1798) e a Serenata ao Luar (1801). Embora as composições do primeiro período já registassem a indiscutível amplitude de recursos sonoros e a vitalidade de Beethoven, eram ainda dominadas pela tradição de Mozart e Haydn.

No começo de 1802, a obra de Beethoven assume novas dimensões. A estreia em 1805 da Terceira Sinfonia, conhecida como A Eroica, tornou-se um marco na história da arte e da cultura. Assinala uma definitiva ruptura com o passado e o nascimento de uma nova era. A extensão, estrutura, harmonias e orquestração da Eroica rompiam as convenções formais da música clássica. Sem precedentes, incorpora o sentimento do potencial humano e da liberdade, inspirado na Revolução Francesa. A sinfonia foi dedicada originalmente a Napoleão em quem via o símbolo da libertação da humanidade. Contudo, quando Napoleão se auto-proclamou imperador, desiludido o compositor  renomeou-a como “Sinfonia heróica para celebrar a memória de um grande homem”.

Os trabalhos do período intermedio, o mais produtivo, incluem os Concertos para piano No. 4 (1806) e No. 5 (Imperador, 1809); os Quartetos Razumovsky (1806); a Sonata Kreutzer (1803); e o seu único concerto para violino (1806); da 4ª a 8ª Sinfonia (1806–12); diversas sonatas para piano, entre elas a Waldstein e a Apassionata, a  única ópera, Fidelio, e as Aberturas Leonore, Coriolano e Egmont.

O terceiro período tem início em 1816 e é caracterizado por obras de grande profundidade e complexidade. Inclui a monumental 9ª Sinfonia (1817–23) que termina com o coral baseado na Ode à Alegria de Schiller, e a Missa Solemnis (1818–23). Os últimos 5 Quartetos de Cordas e a Grande Fuga, compostos nos seus derradeiros anos, são considerados por críticos como as supremas criações de Beethoven e por muitos como a mais sublime música jamais composta.

O tema da marcha fúnebre (trauermarch) do segundo movimento da Eroica foi executado nas exéquias de Franklin Delano Roosevelt em 1945, nas de Arturo Toscanini, o maestro dos maestros, em 1957, nas honras fúnebres a Mendelsohn em 1847 e nos funerais que se seguiram ao massacre de Munique durante os Jogos Olímpicos de 1972. Toscanini regeu a 5ª Sinfonia em 8 de maio em Nova Iorque em homenagem ao Dia da Vitória. A transmissão da rendição das tropas nazis na batalha de Estalinegrado, em fevereiro de 1943, pelo comando militar em Berlim, teve como pano de fundo o Segundo Movimento da 5ª Sinfonia.    


Fontes: Opera Mundi

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