CÂMARA ESCURA? - José Aparecido dos Santos


Câmara escura brilhante de ensinamentos. Útero incansável em produzir novas vidas. Retrato de vida após a morte. Terra fértil que fará germinar a semente, símbolo maior da iniciação do candidato.

É naquele mergulho no interior da terra que o candidato identifica-se consigo mesmo. Ali está sua origem. Ali está o seu eterno fim. Arrodeado de símbolos que o levam a pensar no seu aprimoramento interior, transformando o metal impuro que compõe o seu ser, no ouro ambicionado por todo os povos.

Câmara pobre de luz e rica em efeitos, que faz o candidato sentir que é preciso aproveitar cada instante que os dá a vida.

Câmara escura de paredes gélidas, és potencialmente viva, pois o cantar do galo vigilante ecoa nas entranhas disformes de tuas paredes anunciando um novo alvorecer.

E o candidato emerge daquela catacumba tal borboleta que já foi crisálida, rompendo com evoluções serenas, o espaço lá fora tão reluzente.

Depois de parido pela mãe terra, o candidato encontra-se capaz de ser purificado pela água e pelo fogo.

Purificado, ser-lhe-á dada a luz.

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