A JUSTIÇA SOB O PRISMA MAÇÔNICO-CRISTAO - Denizart Silveira de Oliveira Filho


Virtudes há que constituem pilares da grande obra moral e social de um verdadeiro Maçom. Dentre elas a Justiça, representada por uma balança fiel e também por uma mulher de olhos vendados, simbolizando o Juiz que, em seu veredictum, julga retamente, sem parcialidade e preconceitos, sem ver a quem julga, para não ser inclinado a desviar-se da verdade e do direito.

Porém, vivemos dias sombrios de injustiça, iniquidade, impiedade, corrupção e tirania no mundo, em geral, e no Brasil, em particular, por parte, principalmente, dos seus governantes, ministros, juízes e parlamentares.

A Justiça, uma das vigas-mestras da Maçonaria, tão decantada em vários Graus, de vários Ritos, encarada como qualidade da alma reta, é a virtude pela qual a pessoa sente e põe em prática o bem e o amor, de acordo com o mais alto fim da vida, mesmo diante do risco da morte. 

A Palavra de Deus, fazendo coro à voz dos verdadeiros Maçons, exclama: “Aparta-te do mal e faze o bem, e terás morada permanente. Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos” (Salmos 37:27-28).

O Salmo 58, por sua vez, é um protesto contra a corrupção de juízes injustos e cruéis. É um poema no qual Davi os admoesta, pois as sentenças que dão são semelhantes ao veneno na boca da serpente (Sl 58:4). Como, porém, não o querem ouvir, lança-lhes uma maldição (Sl 58:6-9), em quatro imprecações: (1a) Que Deus lhes dê a sorte dos leões que caem numa armadilha e aos quais os caçadores esmagam as mandíbulas e os dentes para que já não possam morder (Sl 58:6); (2a) Consumam-se como a lesma que aparentemente se esgota, porque deixa após si uma parte do seu corpo, o viscoso rasto de seu muco (Sl 58:8); (3a) Antes de perceberem o perigo, a chama os devore como a sarça e sejam dispersos como as folhas e ramos que o furacão arranca e arrebata (Sl 58:9); (4a) Seja derramado o seu sangue como o sangue que corre  na batalha e banha os pés dos soldados vencedores (Sl 58:10). Tudo isso porque abusaram da autoridade divina de que Deus os investiu. Então questiona: “Será que vocês, juízes poderosos, falam de fato com justiça? Será que vocês, homens, julgam retamente?” (Sl 58:1). E responde: “Não! No coração vocês tramam a injustiça, e na terra as suas mãos espalham a violência” (Sl 58:2).

O Salmo 82 também é uma repreensão divina a juízes injustos. Nele, a Justiça Divina envergonha os Juízes corruptos da terra. Deus os admoesta e os ameaça, tal como no Salmo 58, mesmo à despeito da autoridade de julgar que lhes concedeu (Sl 82:1). Porém, o salmista os considera submissos a Deus e  pergunta: “Até quando vocês vão absolver os culpados e favorecer os ímpios?” (Sl 82:2). Este versículo é um oráculo divino, no qual Deus é o Juiz.

O Juiz deve ser o agente primário das estruturas administrativas para a proteção do inocente, do pobre e do desfavorecido e contra os indivíduos inescrupulosos, geralmente ricos e poderosos. Porém, na Justiça humana não raro, por intermédio de juízes corruptos, iníquos e venais, o réu culpado é solto porque faz valer sua riqueza e seu poder, enquanto o inocente, é condenado, pois não tem os meios de fazer valer o seu direito. 

É o que se vê também hoje, no mundo e no Brasil, de nosso interesse, principalmente o praticado pelos juízes do Supremo Tribunal Federal. Porém, Deus é santo e não pode suportar a sublevação da ordem. O salmista diz: “Vocês são deuses (poderosos), todos são filhos do Altíssimo” (Sl 82:6). Mas admoesta mesmo assim: “Vocês morrerão como simples homens; cairão como qualquer outro governante ou príncipe” (Sl 82:7). Os príncipes, juízes, governantes, ministros, em todo tempo e lugar, sempre foram tidos em alta consideração. Mas, aqui, por causa de sua iniquidade, serão derrubados, assim como todos os perversos, impiedosos e cruéis; e isso é o que esperamos, por justiça, ocorra no Brasil.

Então, que ao menos nós, Maçons e Cristãos, sejamos justos. “Façamos aos outros o que queremos que nos façam” (Mateus 7:12). Sejamos justos, porque “Deus ama a Justiça e odeia o roubo e toda maldade” (Isaias 61:8). Reflitamos sobre isso meus irmãos!

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