OS NOVOS HABITANTES - Heitor Rodrigues Freire



Os novos tempos com seus novos habitantes chegaram. Daqui para a frente, tudo vai ser diferente, como já cantava Roberto Carlos.

Nós que ainda estamos aqui, poderemos, se alcançarmos esse entendimento, mudar nossa atitude para nos alinhar com os novos tempos, porque se assim não for, seremos arrastados a isso. Pelo amor ou pela dor.

A mudança, a única coisa imutável no universo, segundo Heráclito, que representará um alinhamento total, implica inicialmente em insegurança, porque há um apego muito grande aos hábitos que cultivamos. Implica também em coragem para mudar, para sair do engessamento que nos prende a uma mentalidade rígida, perdendo a fluidez, a flexibilidade e a criatividade inerentes à mudança. Sair desse apego é uma libertação. É uma escolha que a semente da oportunidade está apresentando a todos nós. Depende de cada um entender o que isso representa.

Três passos são necessários para implementarmos essa nova ação: Primeiro, aceitar essa mudança como algo que decidimos soberanamente, uma decisão clara e consciente. Segundo, nos responsabilizarmos pelas consequências decorrentes dessa decisão. Terceiro, não tentar convencer ninguém do nosso ponto de vista.

Assim, o momento é de grande reflexão, de recolhimento, de meditação, de busca sincera e verdadeira da percepção destes novos tempos. Mas talvez nossa lição de vida consista em abrir mão das nossas crenças e olhar a verdade pelo que ela é, não pelo que queremos que seja. Em muitos momentos fechamos os olhos para as situações porque queremos nos manter na zona de conforto.

Parafraseando Chico Xavier, “Não dá para mudar o começo, mas podemos fazer um novo fim”.

O estado caótico que vemos no mundo de hoje, com tantas guerras em tantas partes deste nosso belo planeta azul, espelha a falta de amor em grande parte da humanidade. É o caos reinante. Filosoficamente, aprendemos que “Ordo ab Chao”, a ordem vem depois do caos. É o que estamos vivendo hoje, em todas as partes.

O período de transição do nosso planeta já começou. Um ponto que demonstra isso com muita clareza é o nível das crianças que estão nascendo neste novo período. Na década de 70/80, vieram as crianças índigo; no início de 2000, as crianças cristal, depois arco-íris, e agora, as estelares, ou seja, as que vêm de outros quadrantes, muito mais evoluídas e que vão comandar a transição para a Nova Era.

As crianças da Nova Era possuem orientação cerebral direita. Isso significa que são criativas, intuitivas, emocionalmente inteligentes, com imaginação altamente desenvolvida, aprendem muito depressa, ou às vezes, nem precisam aprender, já nascem sabendo. E nossa cultura escolar vigente é baseada na orientação cerebral esquerda: racional, lógica, linear, repetitiva, rotineira, organizada. É preciso que haja mudança para que estes dois polos se alinhem.

A cultura escolar tradicional terá que se transformar radicalmente. Basta observar as crianças. São diferentes, alegres, independentes, com um olhar inquiridor.

Estes novos tempos transformarão completamente o comportamento das pessoas. O amor e o bem comum serão o norte de nossas decisões. Se extinguirá a infidelidade em todas as suas modalidades. Surgirá um novo ser, de luz e de amor incondicional a todas as criaturas.

Naturalmente, tudo que escrevo é resultado de meu aprendizado e estudo permanente. Sou ligado em tudo o que acontece, e observo permanentemente para entender e aprender. Não pretendo ensinar nada a ninguém, mas procuro expor meu entendimento e quem sabe consiga servir de inspiração.

Aprendi o óbvio, o que Jesus nos ensinou. Estou sempre atento para o que acontece e aplico o que Ele disse. Minha religião é procurar seguir o Seu exemplo, que provoca um conjunto de mudanças em minha vida, a ponto de produzir transformações reais em meu comportamento.

Cada um tem seu próprio caminho, e na medida em que se conscientizar, vai também aprimorar sua vida e naturalmente se aperfeiçoar. Ou, dito de outra forma, como escreveu o poeta andaluz Antonio Machado Ruiz, “Caminante, no hay camino; el camino se hace al andar.”

Caminemos, entonces.


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