A FLEUMA MAÇONICA - Roberto Ribeiro Reis


A inquietude e a perturbação da vida profana têm tornando o homem um ser mais irascível, colérico e menos propenso à paz de espírito. Não raro, falta-lhe aquele momento de contar até dez, de inspirar e expirar suavemente, a fim de que ele possa voltar ao seu estado de normalidade.

A bem da verdade, a paz é um sentimento em extinção, disputado por muito, alcançado por poucos; algumas pessoas buscam-na através de exercícios diários, seja através do esporte, seja através da meditação, seja ainda por meio de boa leitura ou pela via da religiosidade.

Todavia, há também aqueles que – deliberadamente- dela desejam distância, dado que são pessoas predispostas à belicosidade gratuita e sem precedentes, e que têm uma volúpia visceral pelo estado de guerra, vinte e quatro horas por dia.

O mundo seria muito melhor para todos nós caso a humanidade gozasse da fleuma maçônica; uma mansuetude e brandura que permearia o coração de todos os povos e etnias, de todas as tribos e religiões.

Uma fleuma –cuja acepção, de longe, não se vincularia à frieza ou desprovimento de nenhuma emoção- marcada pela serenidade interior, pela quietude forjada na mente sã e no coração leve, que possibilita ao homem a capacidade de raciocinar e de solucionar os mais variados problemas.

Essa temperança e tolerância são inatas ao verdadeiro Maçom, àquele que tem se revisitado interiormente, todos os dias, e feito a viagem em busca constante pela melhor versão de si mesmo. Uma disposição irrefreável de sua alma, sedenta pelo desbravar de novos horizontes, ávida por atravessar as fronteiras do amor, da indulgência e da caridade.

O Maçom carrega consigo essa chama indelével e flamejante chamada esperança. Ele sente um ardor profundo, capaz de transcendê-lo às esferas sublimes, onde o tempo e o espaço não são os verdadeiros regentes, mas sim a Luz Infinita, que reverbera, inexorável, infundindo-se no Artífice Real, num espetáculo de graça e esplendor.

Para este Obreiro, os problemas existem não para nos derrubar e, tampouco, para nos enviar aos cadafalsos da dor e da depressão sem fim; eles surgem em nossa vida para que os vençamos, tornando-nos, a cada novo desafio, pessoas mais fortes e receptivas às glórias que estão à nossa disposição.

Precisamos da fleuma maçônica para não sucumbirmos aos reveses da vida vulgar; a energia do mundo profano encontra-se corrompida por uma onda negativa de pessimismo e caos. Recebamos a benevolente Egrégora Real, a fim de fortalecermos nossa alma e estarmos preparados para todo e qualquer obstáculo, absorvendo sua fonte inesgotável de Otimismo e Ordem.

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