janeiro 31, 2025

MORTAL & IMORTALIDADE - Antônio Guimarães de Oliveira


            

Nós, pobres  seres humanos, somos, acredito,  apenas pó, poeira ao tempo do vento..., como muito bem ilustrou Érico Verissimo. 

Em  muitas oportunidades, queremos ser muito mais do que isso... Queremos ser não sei o quê - viramos monstros nesse querer. 

Através de delírios criacionistas, somos, em folhas de papel, figuras dramáticas,  românticas e/ou satíricas. Na verdade, somos meros mortais com mania de imortalidade fantasiosa...

Quem sabe, em algum dia, seremos verdadeiramente, seres especiais, cintilantes em pergaminhos divinos...!!!???

Quando concluímos um livro, as vezes agradamos e temos a impressão que fizemos algo de bom... Se é bom, tenha certeza: inspiração divina!

Todavia, o real valor de nossa vida, de nossa essência, só saberemos num momento submetido ao infinito... Esse lugar está em algum lugar esperando cada unidade de Deus.

Acredito que é nesse momento que viramos uma particula celestial, e esse lugar de transformação, é o paraíso...!!! 

Bem, não tenho resposta certa, estou agindo como um "pobre" escritor querendo entender a mim mesmo... seja pesquisando fatos históricos desconhecidos ou não, buscando em poemas, contos, romances tristes ou alegres, elementos para entender a mim e aos outros.

Alguns leitores falam que invento   personagens como se fora Deus... Engano, não invento nada, Deus é o Grande criador de tudo.



janeiro 30, 2025

A FAMÍLIA DO MAÇOM - Valdemar Sansão




A família para a Maçonaria é a base de tudo, depois de Deus.

A família é um dom dos maiores que recebemos de Deus.

Não é somente uma realidade cultural que pertence a historia dos povos. É uma instituição natural criada por Deus.

A Maçonaria ilumina-nos sobre o sentido DA família. Somos criados à imagem e semelhança de Deus, cuja vida é comunhão profunda entre as pessoas. O ser humano não existe apenas para alimentar-se, crescer e ocupar espaço e tempo sobre a terra. É feito para “con-viver” (viver com), partilhar a vida com os outros, viver em comunidade. Amadurecer no relacionamento fraterno e entrar em comunhão com o próprio Deus, não só nesta vida, mas por toda a eternidade.

No projeto da Maçonaria, a família é destinada a ser a “comunidade de pessoas unidas no amor”, Sacramento cujo núcleo é a união amorosa e fiel entre o homem e a mulher, caminho de aperfeiçoamento recíproco e fonte de vida.

A família é, também, um compromisso. A comunhão de vida não se realiza por encanto. É necessária a colaboração de cada um, para superar o egoísmo, abrir-se ao outro na doação conjugal e familiar.

Requer-se, ainda, a cooperação da sociedade para que se criem condições adequadas à vida em família. A finalidade primeira da família, é o valor que lhe confere sentido, é a prole, sua educação física, psíquica, intelectual, moral, religiosa, econômica e social.

O berço doméstico é a primeira escola e o primeiro templo da alma. A Casa do homem é a legítima exportadora de caracteres para a vida comum. Como esperar uma comunidade segura e tranquila sem que o lar se aperfeiçoe? A Paz no mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendemos a viver em Paz entre quatro paredes, como aguardar a harmonia das nações? Se não nos habituarmos a amar o Irmão mais próximo, associado à nossa luta de cada dia, como respeitar o Grande Arquiteto do Universo, que é DEUS?

Tantos pais, irmãos e filhos se separam só pela necessidade de impor vontades, de ver “quem manda aqui”, quem ganha a condição de dono DA última palavra. Na maioria dos casos, numa reunião familiar, e com um pouco de humildade todos saberiam até onde ir e quando parar.

São naturais as discordâncias. O homem um dia há de aprender a combater as idéias e não as pessoas. Toda a discordância deve priorizar o respeito.

Se o “diálogo” antecedesse as nossas diferenças, não haveria espaço em nossos corações para ressentimentos e muito menos cultivaríamos sentimentos tão letais no que diz respeito aos outros.

O lar deve ser cultivado como um santuário. É nas lutas diárias do lar que nos preparamos para abraçar tarefas de vulto em prol da humanidade. É preferível abdicar de servir à humanidade, se nos esquecemos dos compromissos prioritários de nosso lar.

Nos tempos atuais, em que tantos banalizam a vida e as ruas se tornam abrigos de órfãos de pais vivos, é hora de refletirmos sobre a Família e o papel do Maçom na Comunidade.

A Maçonaria quer que cada um de nós busque melhorar em todos os sentidos, porque em assim fazendo estaremos no caminho certo que é a busca de uma melhoria cada vez maior para a humanidade.

O comportamento do Maçom se torna muito difícil na sociedade maçônica que na profana, porque na sociedade maçônica, os indivíduos estão mais chegados uns aos outros, exigindo deles tolerância, fraternidade, principiando pela família, que reflete no procedimento social.

O cumprimento destas tarefas tão importantes para o indivíduo e para a comunidade significa, ao mesmo tempo, para os maçons o desdobramento benéfico de suas próprias disposições.

O respeito e a realização de tão nobre tarefa não podem ficar a mercê do acaso ou da arbitrariedade, mas deve ser assegurada por uma verdadeira obrigação.

A Maçonaria brasileira com o seu papel na formação do homem sempre foi uma constante na consciência de liderança nacional da importância da função DA família.

À família é atribuído o papel de primeira célula da organização social, responsável pela transmissão dos valores morais, espirituais, para que o mundo alcance a Paz.

Portanto, a família, para a Maçonaria, tem o merecimento que lhe atribuiu o Irmão Rui Barbosa que aconselhava: “multiplicai a célula e tendes o organismo. Multiplicai a família, e tereis a Pátria”.

A família natural do Maçom passa a ser também maçônica, a partir do momento em que o Iniciando recebe a luz (DA Iniciação), a primeira coisa que vê é seus novos Irmãos armados com espadas, jurando protegê-lo sempre que for preciso. Passa a ser tratado como Irmão, demonstrando-se, assim, o caráter fraternal da Maçonaria. A partir daí, todos que a ele se referem o tratam por Irmão, os filhos do Irmão passam a tratá-lo como “tio” e as esposas de seus Irmãos passam a ser “cunhadas”. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro DA Ordem e a família maçônica. Na realidade, uma Loja constitui uma família, pois todos OS seus membros são Irmãos entre si, sem o destaque hierárquico; O Venerável Mestre continua sendo o irmão do novel Aprendiz. Se existe essa família, a união de seus membros deve ser cultivada e todos se amarem com laços afetivos.

É difícil precisar, no entanto, como esse vínculo se cria e se mantém. Por quê? Ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e o abraça, como se já o conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue ?

A Maçonaria reserva um lugar de destaque à Mulher. Com a evolução e a modernidade atuais, a mulher está conquistando, ao lado do homem, um lugar igual. E nós, Maçons, não temos motivos para combater os ideais de emancipação da mulher. Ao invés, é nosso dever amparar a mulher em seus esforços para obter liberdade e igualdade. Há casos em que o Candidato já está vivendo sua segunda união matrimonial. É importante que descubramos se sua esposa anterior e os filhos dessa união ficaram amparados e se o Candidato está cumprindo com os deveres como um dos construtores daquela família. Quem age corretamente não se opõe a essa providência.

Portanto, sob o critério filosófico, a Maçonaria destina-se tanto ao homem como a mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família base celular de uma sociedade bem organizada. "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Genesis 2:24).

Se em nossos dias são frequentes as agressões à família e à vida, é também confortador, podermos nos unir para abrir o coração para aprendermos através do estudo de nossos Rituais, que sempre nos ensina a força do Amor, capaz de sacrifício, diálogo e coragem.

O encontro semanal em nossas Lojas, sob a proteção do Criador, seja para nós um encontro com a própria família e a ocasião de sentirmos a alegria de sermos todos Irmãos à luz de Deus.

A Maçonaria convoca seus adeptos a oferecer seus serviços à família para que possa alcançar, dia a dia, o ideal de união revelado pelo Grande Arquiteto do Universo.

janeiro 29, 2025

WILLIAM PRESTON



 Vamos descrever abaixo, parte da vida maçônica do grande Maçom William Preston, descrita por outro grande escritor Maçom Alec Mellor, da França. É interessante para nosso conhecimento, pontos de vista de escritores não ingleses, como neste caso.

Nascido em Edimburgo em 1742, William Preston foi a Londres em 1760 e foi iniciado em 1763. A sua carreira maçônica foi fecunda e brilhante. Após vários veneralatos, foi colocado na cadeira do rei Salomão pela Loja Antiquity nº 1 (atualmente nº 2), que trabalhava sem carta, já que era “de tempos imemoriais” (situação que persiste até hoje).

No dia de São João de 1777, uma delegação dessa Loja, precedida por Preston, foi à Igreja Saint-Dunstan para nela assistir ao ofício, com os Irmãos com os seus aventais, condecorações e luvas, a igreja encontrando-se a pouca distancia e a delegação só tendo uma rua para atravessar. Depois voltou à Loja.

O incidente fez com que a Grande Loja condenasse Preston, em virtude da proibição tradicional às Lojas de se mostrarem assim publicamente sem a sua autorização. Preston invocou a titulo de privilégio o fato de que a sua Loja trabalhava “desde tempos imemoriais”, opinião juridicamente insustentável, pois ela colocava a Loja na condição de Obediência autônoma.

Preston foi expulso da Maçonaria.

Seguiu-se um cisma, a Loja Antiquity nº 1 separando-se da Grande Loja e constituindo-se em um outro corpo, com o nome de Grand Lodge of England South of the River Trent (Grande Loja da Inglaterra do sul do Rio Trent) .

Em 1787, depois dos cismáticos terem dado as satisfações exigidas pela Grande Loja, esta reintegrou-os. O nome de William Preston permanece ligado aos seus “Illustrations of Freemasonry” (Esclarecimentos sobre a Franco-Maçonaria), cuja primeira edição é de 1772. A obra teve dezessete edições, das quais doze durante a vida do autor, que morreu em 1818. Foi enterrado na catedral de São Paulo em Londres.

Os “Illustrations of Freemasonry” constituem uma coletânea de conferências eruditas e de alto valor literário para uso nas Lojas.

A Grande Loja da Inglaterra deve ainda a William Preston a fundação das famosas “Prestonian lectures”, que, não obstante algumas interrupções, permanecem atuais até hoje, conferências em geral notáveis sobre assuntos de interesse maçônico.

A coletânea é publicada pela Loja Quatuor Coronati nº 2076 de Londres.

Fonte: Pilula Maçônica Nº 92

UNIVERSO LINGUÍSTICO & LINGUAGEM MAÇÔNICA - Newton Agrella



O  universo linguístico abriga uma ciência chamada Sóciolinguística que estabelece com propriedade as diferenças entre LÍNGUA, IDIOMA E DIALETO.

As diferenças entre estes três elementos são nítidas e relevantes, ainda que seus propósitos sejam os mesmos, ou seja; a comunicação entre os falantes.

A função precípua da Sociolinguística é a de estudar e pesquisar a relação entre a língua e a sociedade.

A LÍNGUA constitui-se num dispositivo humano, cujos  principais  objetivos, são o da comunicação e interação entre as pessoas. 

Embora existam as normas gramaticais, ela possui uma peculiaridade que é o seu processo de transformação, adaptação e vida própria, porém passiva de sofrer diversas influências externas ao longo de sua existência. 

O IDIOMA, por sua vez, embora tenha o caráter da Língua, do ponto de vista  semântico,  possui uma relação direta com a existência de um Estado político, e corresponde a um traço de  identificação com uma Nação em relação às demais. 

No Brasil, ainda que existam pequenas comunidades que utilizem outras línguas minoritárias, apenas o Português detem o status de Idioma oficial. 

Há países como a Bélgica, por exemplo, em que dois idiomas são considerados como oficiais, no caso, o francês e o flamengo.  

A mesma situação ocorre  com o Canadá, que tem o inglês e o francês como idiomas oficiais.

O DIALETO. por sua vez, constitui-se na variação de uma língua, em razão de influências geográficas, territoriais,  isolamentos de grupos sociais e até mesmo o acesso à educação que acabam por ensejar marcantes variações linguísticas  encontradas na fala de determinados grupos sociais. 

Ao final dessa breve abordagem, não há como deixarmos de fazer uma menção à LINGUAGEM e uma sintética analogia à MAÇONARIA.

A LINGUAGEM é o sistema, através do qual, o homem expressa suas ideias e sentimentos,  seja através da fala, da escrita ou da  simbologia, porém obedecendo caraterísticas especialmente relativas a um determinado grupo social.

Neste sentido a LINGUAGEM MAÇÔNICA congrega um conjunto de termos, expressões e um estilo característico de palavras e vocábulos empregados em Loja, no Templo, ou até mesmo no próprio círculo social inerente a seus membros, que deve ser preservado até como sinal de identificação.

Esta linguagem obedece a uma critério simbólico que caracteriza o processo de "construção": alvenaria, pedras, pranchas, colunas, e os inúmeros instrumentos atinentes ao projeto. 

Além disso, mesmo em circunstâncias mais descontraídas, e sobretudo quando se tratar de uma Linguagem Escrita em ambientes mais descontraídos, como em grupos de whatsapp ou similares, há que se obedecer um estilo minimamente sóbrio, respeitoso e principalmente sem o emprego de gírias ou de expressões chulas.

Aliás, tanto o comportamento, quanto a Linguagem são traços distintos que revelam e distinguem o perfil de um Maçom.

O capítulo faz uma pausa por aqui.














 


 


 





 

janeiro 28, 2025

KANT E A METAFÍSICA


Kant considerava "escandaloso" que em mais de 2000 anos de pensamento filosófico nenhum pensador tenha sido capaz de "realmente" provar se há ou não "um mundo lá fora", externo a nós. Para dar conta desses dois mundos, Kant vai distinguir 3 modos de saber:

- a sensibilidade

- o entendimento

- a razão

A partir daí, Kant desenvolve as possibilidades do conhecimento e o fundamento da sua validade.

Tudo o que chegamos a conhecer não passa de uma "construção" forjada por nossas sensações, uma espécie de "produção artificial", gerado por nossa inexorável submissão ao espaço e ao tempo, portanto, "a posteriori"; enquanto, o que está para além de nossa percepção sensorial ( ou a priori) nos é inacessível. Eis o grande golpe que Kant desferiu contra  a metafísica. Daí a razão de perguntar aos pretendentes à Metafísica. 

Se a metafísica clássica foi posta em seu devido lugar por Kant, a própria razão também foi, uma vez que foi dito o que ela pode conhecer e não pode.

janeiro 27, 2025

MEMÓRIA e CONSCIÊNCIA - Newton Agrella


Hoje, dia 27 de Janeiro, é uma data em que se impõe uma detida reflexão por parte de toda a Humanidade.

A referência histórica diz respeito ao Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, também chamado de Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. 

Trata-se do nauseante genocídio perpetrado pelos nazistas e seus seguidores, que custou a vida de milhões de judeus, além de outras segmentações e minorias durante o período da 2a. Guerra Mundial. 

A data passou a ser celebrada de acordo com a resolução  60/7 da Assembleia Geral das Nações Unidas em 1 de novembro de 2005, durante a 42ª sessão plenária desta organização

As marcas desse Crime contra a Humanidade, que atingiram sobretudo nossos Irmãos Judeus, ainda podem ser textualmente constatadas nas marcas tatuadas nos braços  de sobreviventes, que passaram pelos campos de concentração.

A resolução da ONU, ocorreu fazendo alusão na oportunidade, ao 60º aniversário da libertação dos campos de concentração e do fim do Holocausto. 

27 de janeiro é a data, em 1945, que marca a liberação do maior campo de extermínio nazista, em Auschwitz, na Polônia.

Cabe deixar registrado que a

palavra HOLOCAUSTO é de origem grega, composta de  "holos" (todo) e "kaustro"  (queimado). 

Por outro lado, a expressão NAZISMO, uma abreviação de Nacional-Socialismo, que em alemão se diz: "Nationalsozialismus"; refere-se a uma ideologia associada a Adolf Hitler e ao Partido Nazista (em alemão: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei) - cuja essência se sustentava  no exercício inescrupuloso do "racismo".  Esse tipo de violência humana de caráter físico e emocional, que ainda persiste em nossos dias, apesar de tantas campanhas e tentativas de se debelar e combater esse mal, que representa uma das manchas mais infames e ignóbeis na história da civilização humana.

Somos Humanos, somos Iguais, e a Dignidade é o substrato de nossa sobrevivência.

DISCRIÇÃO - Paulo Pessolato



DISCRIÇÃO,  S.F. Circunspecção;  discernimento;  reserva;  qualidade  de  quem  sabe  guardar segredo;  modéstia.

Na  iniciação  do  candidato  na  loja  simbólica,  temos  uma  passagem,  na  qual  o Venerável  Mestre,  diz  ao  profano:

... “Há  Maçons  necessitados,  viúvas  e  órfãos  a  socorrer,  sem ostentação  nem  publicidade,  pois  a  Beneficência  Maçônica  não  se  traduz  pôr  atos  de  vaidade, próprios  dos  que  dão  com  orgulho,  humilhando  a  quem  recebe”...

Essas  palavras deveriam  ser guardadas  pôr  todos  nós  e  nunca  nos  esquecermos delas,  pois  tudo  que  é  feito  sem  interesse  e  com  discrição  é  de bom  senso  e  com  certeza  agradará  o  íntimo  de  cada  um.

Há  uma  condenação  não  velada  contra  a  falta  de  discrição;  uma  condenação veemente  contra  o  exibicionismo  deslavado.

Penetrando  mais  intimamente  na  prática  da  vida,  o  Cristo  fazia  críticas  à  piedade  judaica,  ao  examiná-la  nos  três  exercícios  mais  importantes,  que  os  Mestres  daquele  tempo recomendavam  “a  esmola,  o  jejum  e  a  oração”.

Havia  uma  intenção  de  sobretudo  convencer os  que  o  ouviam,  da  necessidade  de  uma  justiça  interior.

Assentava  ele,  este  princípio: 

... “Tende  Cuidado,  não  façais  os  vossos  atos  de  virtude  diante  dos  homens  para  que  eles  vos  vejam.

De  outra  maneira,  não  tereis  galardão  do  vosso Pai  que  está  nos  céus.”... 

Assentava  aí  a  discrição  que  deve  nortear  a  vida  voltada  à  caridade,  complementando  com  um  golpe  definitivo,  ao  atacar  o  primeiro  daqueles  três  deveres  fundamentais, mostrando  quanto  de  condenatório  tem  a  caridade  ostentatória.

... “Quando  derem  esmola,  não  saiba  a  tua  esquerda o  que  faz  a  direita,  para  que  tua  esmola  permaneça  em  segredo.”... 

Ataque  direto  e  não  dissimulado  ao  exibicionismo,  à  falta  de  discrição,  com expressões  muito  mais  evocativas  para  os  tempos  atuais,  do  que  se  podia  julgar  da  vida  daquele  tempo.

É  a pureza  de  intenção,  a  sinceridade,  o  amor  que  dá  valor  aos  atos. 

A  realidade da  vida  dedicada  tem  uma  profundidade  que  não  se  pode  julgar somente  pelas  aparências.

As obras  não  são  mais  do  que  a  sua  manifestação.

Por  isso,  somente  o  G.’.A.’.D.’.U.’.  pode ajuizar  delas;  E  este  pensamento  deve  servir  para  nos  livrar  do  espírito  crítico  e  da  complacência  própria.

... “Não  julgueis,  para  que  não  sejais  julgados.  Pois, com  o  juízo  com  que julgardes,  sereis  julgados.”... 

Esta  é  a  Lei  para  todos. Antigamente,  o  preceito  do  amor  só  obrigava  para  com  o  parente,  amigo,  vizinho  concidadão  e  compatriota.

Arcaico  e  abominável, tal  preceito se mostra agora  desvendado  e  indicador  de  que  o  próximo  são  todos  os  homens,  aclarada  sobremaneira  na  máxima:

... “Tudo  o  que  quiserdes  que  os  outros  vos  façam fazei-o  vós  a  eles”... 

Há  sempre  a  lei  da  compensação,  do  retorno,  em  toda  a ação  praticada  para com  alguém,  ou  direcionada  a  alguém. 

Cumpre  a  cada  um,  em  particular,  ser  fraterno  nas ações,  nas  manifestações  para  com  o  próximo,  observando  que  fraternidade  é  desprendida  de desejos  de  retribuição,  ou,  trocando  em  miúdos,  desinteressada.

E  a  propósito,  não  se  esquecendo  que  fraternidade,  vindo  do  latim  “Fraternitas”,  é  igual  a  irmandade,  designando  a  condição  de  irmãos  que  une  dois  ou  mais  seres,  impondo  determinadas  obrigações  de  solidariedade.

A  fraternidade  só  tem  solidez  na  existência  de  vínculos  objetivos  de  solidariedade,  fundados  na  participação  em  uma  vida  real  de  objetivos  comuns  de  harmonia,  amizade  e irmandade,  voltados  para  uma  causa  comum  e  uma  mesma  comunhão  de  idéias.






janeiro 26, 2025

A ARCA...SEMELHANÇA - Adilson Zotovici


Singrando os mares se lança  

Assim, veementes à missão 

Casais ao pares com esperança 

Renitentes à destinação 


A metafórica usança  

A eufórica superação 

Responsável aventurança 

Comprometimento e ação 


A família e sua governança 

Da Arte Real, de cada irmão 

E fanal Arca...a semelhança 

 

Notável...sobra a comparação 

Obra de Fé e de pujança 

É de Noé a embarcação !


Sobre a grandiosa Obra do Escritor Michael Winetzki, 

“ As Lições da Arca de Noé “

DIVALDO FRANCO - MAÇONARIA E ESPIRITISMO


 

janeiro 25, 2025

SALVE SÃO PAULO ! - Newton Agrella


São Paulo é uma cidade singular.

Aliás, o que de mais intrigante ocorre por aquí é que o que menos se encontra na cidade são "paulistanos".

Os sotaques são múltiplos. 

Os sons se propagam sob fortes influências externas.

São estrangeiros das mais diversas nacionalidades e brasileiros que aqui vivem ou que  simplesmente por aquí transitam, vindos dos mais diversos locais do país. 

Sejam do interior do próprio Estado quanto dos mais distantes rincões do Brasil.

Esse "melting pot" é o que enseja uma espécie de caleidoscópio de cores, imagens e traços culturais que conferem à cidade um caráter realmente cosmopolita.

São Paulo não dorme. Cochila quando muito. 

Viiver aquí  não é tarefa das mais fáceis. 

Não é mesmo.

Ainda que se encontre praticamente tudo nesta cidade, os acessos, filas, trânsito infernal, poluição e a burocracia que se enfrenta para a maioria dos serviços é o que faz desse lugar um território inóspito, mesmo para quem nasceu e cresceu aqui.

Imprimir um tom lírico à cidade, conforme decantado através de versos e canções, é claro que amenizam a alma por um átimo de tempo.

Porém, a indisfarçável violência urbana que impõe ao cidadão caminhar aos sobressaltos com medo da própria sombra e dirigir sob olhos atentos diante dos inexpugnáveis assaltos mesmo à luz do dia, são verdades que consomem quem aqui vive ou quem por aqui passa. 

Nem mesmo a tentativa de uma leveza que a mídia busca transmitir, consegue esconder o medo e a angústia das pessoas.

São Paulo é uma cidade que abriga a contramão e o controverso, como se fosse a síntese do Antagonismo.

É a cidade que respira e transpira, mas que pouco inspira.  

A coisa chega a tal ponto que o turismo que aqui se vende é  o "turismo de negócios", algo que cá entre nós, dói o ouvido, uma vez que turismo traz na sua bagagem semântica a idéia de viagem de passeio, lazer, descanso, diversão e cultura. 

De qualquer forma, vamos dar uma colher de chá, tendo em vista que as palavras têm ganho novas motivações e significados, até como paliativos para o que se quer exprimir...

Lá no fundo, São Paulo é bem isso, um lugar em que a maioria esmagadora de sua gente, vive para trabalhar, e trabalha para sobreviver.  

Mas é vida que segue. 

E tá tudo muito bom. Tá tudo muito bem...

Salve São Paulo, com um econômico ponto de exclamação !



TOMADA DE OBRIGAÇÃO NA INICIAÇÃO, ELEVAÇÃO E EXALTAÇÃO - Pedro Juk


Em 26.04.2024 o Respeitável Irmão José Edvaldo Correa, Loja Conde de Saint Germain, 4532, REAA, GOB-SP, Oriente de Santo André, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:

*TOMADA DE OBRIGAÇÃO*

Por que quando o candidato está para ser iniciado, o mesmo sobe ao Altar para tomar a bebida doce e a amarga, se depois que ele se torna neófito, só pode subir novamente depois que virar Mestre?

Esta parte não deveria estar perto da balaustrada? 

É o Venerável Mestre que deveria descer para fazer esta parte? Para o candidato não subir ao Oriente.

Desculpa incomodar com tal pergunta, mas sei que irei receber a resposta certa, pois sei que é um grande conhecedor da ordem.

CONSIDERAÇÕES:

Para se compreender um pouco sobre isso, se faz necessário conhecer, pelo menos superficialmente, a história das Lojas Capitulares do REAA, hoje extintas, mas que por boa parte dos séculos XIX e XX funcionaram com força e vigor, tanto na Europa como no Brasil.

Em síntese, por volta de 1804, no primeiro ritual para o simbolismo do REAA, os seus templos não possuíam ainda Oriente elevado e separado. Nessa época, as lojas simbólicas do REAA trabalhavam em um templo com piso plano, muito próximo dos utilizados pelo Rito de York (inglês), ou seja, neste particular não havia desnível do piso entre o Oriente e o Ocidente, nem a separação do mesmo por balaustrada. Os juramentos eram tomados no Altar do Venerável Mestre, onde ficavam primitivamente as Três Grandes Luzes Emblemáticas.

Em outubro de 1814 o Grande Oriente da França interferiu no II Supremo Conselho, instalado em Paris, fazendo com que fossem criadas as Lojas Capitulares do REAA. Assim, o Grande Oriente da França passava a dirigir os todos os graus do 1º até o 18º, deixando para o II Supremo Conselho somente os graus acima do 18º.

Neste sistema, o dirigente do Capítulo (Grau 18 do REAA), o Athersata, era também o Venerável Mestre da loja simbólica.

No contexto das Lojas Capitulares havia um lugar reservado onde só ingressavam os Príncipes Rosa Cruzes. Chamava-se Santuário Rosa-Cruz.

Na verdade, neste sistema capitular o Santuário era o Oriente da loja, ficando o Ocidente destinado aos três graus do simbolismo.

Graças a isso, foi criada uma extensão móvel do altar principal, o qual destinava-se às tomadas de juramento nas Iniciações, Elevações e Exaltações do simbolismo. Este artifício móvel, então denominado de Altar dos Juramento, evitava o ingresso no santuário (Oriente) daqueles que não tinham ainda alcançado os graus do sistema capitular.

Este pequeno altar ficava entre o altar principal e o degrau de entrada do Oriente. Assim, nas tomadas de juramento do 1º, 2º e 3º Graus, o Altar dos Juramentos era colocado rente à entrada do Oriente, o que fazia com que os Irmãos do simbolismo chegassem no máximo até a divisa com o Oriente. Quer dizer, o Altar dos Juramentos continuava o Oriente e os Irmãos do simbolismo ficavam no Ocidente.

Histórias a parte, vale ressaltar que as Lojas Capitulares acabariam sendo extintas mais tarde e o simbolismo voltaria à tradição de possuir apenas três graus, ficando este sob a égide da Potência Simbólica (Grande Oriente da França) e os demais, do 4º ao 33º, sob a tutela do II Supremo Conselho, o da França.

*Com a extinção das Lojas Capitulares, o Oriente, sem se saber exatamente o porquê, mesmo no simbolismo, continuou elevado por um degrau e separado por uma balaustrada. E assim permanece consagrado até os dias atuais.*

Com isso, o Oriente, que outrora fora privado apenas aos Irmãos do Capítulo, passou a ser, daí em diante, reservado ao Venerável Mestre, aos Mestres Instalados (Ex-Veneráveis), aos que ali exercem cargos e Autoridades do simbolismo, enfim, o Oriente ficou condicionado aos Mestres Maçons. Sob à óptica iniciática, isto significa que o Oriente é a etapa final da jornada do simbolismo e o alcance da plenitude maçônica.

*À vista disso, o Altar dos Juramentos permaneceu no Oriente, entre a sua entrada e o Altar Mor.*

*Graças a isso, convencionou-se que nas Iniciações, Elevações e Exaltações, para cumprir a liturgia, os Candidatos, os Aprendizes e os Companheiros - apenas nestas oportunidades e acompanhados - podem adentrar no espaço oriental para prestarem seus juramentos e receberem as devidas consagrações (consagração do candidato e dignidade do grau). Fora as ocasiões aqui mencionadas, sob nenhuma hipótese Aprendizes e Companheiros podem ingressar no Oriente em Loja aberta, acompanhados ou não.*

Desafortunadamente, no simbolismo o modo de se mover o Altar dos Juramentos até o limite com o Oriente como nos tempos capitulares, acabou não se consagrando e fez com que o pequeno altar permanecesse fixo no Oriente, em frente e próximo ao Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Esta é a razão do porquê que no REAA o Altar dos Juramentos fica no Oriente e, por extensão, a razão pela qual Candidatos, Aprendizes e Companheiros ali adentrem apenas nos momentos especificados pelo ritual.

*Ao concluir, vale ressaltar que o costume das tomadas de juramento no Oriente acabou virando consuetudinário no REAA pós Lojas Capitulares, e ninguém mais mexe. Embora, do ponto de vista iniciático até seja um paradoxo, esta foi a forma convencional adotada.*







SÃO PAULO , 471 ANOS ...- Adilson Zotovici



Minha _*São Paulo da garoa*_

Ouvia-se o poeta dizer 

Óh _*São Paulo, que terra boa*_...

Tal qual profeta ao bendizer 


Que acolhe toda pessoa 

Que à ela apraz em conviver 

Que não desfaz e não caçoa 

Daquele ser que nela viver 


Amável, ao mundo todo ecoa

Lugar afável pra se nascer 

E que  meu coração povoa


Um teto que se aperfeiçoa 

_*Non ducor, duco*_ ...sempre à crescer 

Que o Grande Arquiteto Abençoa ! 


Adilson Zotovici

*Um Paulistano*


Minha São Paulo da garoa_ São Paulo que terra boa... - Versos da composição “Êh São Paulo...”dos saudosos músicos e poetas Alvarenga e Ranchinho.

janeiro 24, 2025

O LIVRO SAGRADO (DA LEI) - Ivan Cosme Pinheiro


A Bíblia Sagrada (para os maçons: o Livro da Lei) é a principal coleção de textos sagrados do Cristianismo.

Essa coleção está dividida em duas partes: o Antigo Testamento (Bíblia Hebraica, Escrituras Hebraicas ou Antiga Aliança) e o Novo Testamento (Nova Aliança). As Escrituras Hebraicas eram inicialmente confeccionadas pelos escribas em rolos de pergaminhos feitos com peles de animais.

O Antigo Testamento, que foi escrito em hebraico e aramaico, é o conjunto de livros bíblicos anteriores aos Evangelhos. Refere-se, em grande parte, à história, à filosofia e à cultura do antigo povo de Israel, cuja saga tem início com o seu primeiro filho (Adão).

O Novo Testamento, que foi todo escrito em grego, é o conjunto dos livros bíblicos posteriores à morte de Jesus Cristo e está dirigido exclusivamente aos cristãos.

O Novo Testamento tem como temática central a pessoa Jesus Cristo, suas doutrinas e as histórias sobre sua vida (Evangelhos). Didaticamente, os livros bíblicos podem ser organizados da seguinte forma.

Quando, no ano 70 da Era Cristã, os hebreus foram expulsos de seus territórios pelos romanos e espalhados para várias regiões da Ásia e da Europa (Segunda Diáspora Judaica), viram a necessidade de traduzirem o Antigo Testamento para a língua universal daquela época: o grego.

Nessa tradução foram acrescentados alguns livros ao Antigo Testamento que não constavam na Bíblia Hebraica (Livros Deuterocanônicos).

Essa é a única diferença entre a Bíblia Católica (com os acréscimos) e a Bíblia Protestante (sem os acréscimos), pois o Novo Testamento é igual nas versões católica e protestante do Livro da Lei.




janeiro 23, 2025

CORAGEM - André Naves


  Todo mundo tem… Desde as mais corriqueiras, como se vestir de branco, amarelo ou outras cores, comer romãs, tâmaras e lentilhas, até algumas mais sofisticadas e charmosas…

            Esses dias, num desses programas da tarde, eu tava me divertindo com um sensitivo que dava todas as orientações para o ano que vem nascendo. Era tanta coisa que a gente precisa comer, e colocar as sementes na carteira, que a gente vai precisar usar uma pochete! E as cores, então? E vocês sabiam que dá pra “pular ondas” no chuveiro ou na bacia?

            Quem não tem praia tem bacia!

            Pelo sim, pelo não, minha casa está toda decorada com flores amarelas, e comi uvas, tâmaras, damascos e lentilhas!

            Mas eu tenho uma superstição super séria. Essa eu cumpro à risca! Todo fim de ano, entre o final de dezembro até o começo de janeiro, eu adoro tomar chuva. Não vale qualquer garoinha… Tem de ser daquelas que o céu preteja, como dizem lá em Jacareí!

            Meu pai, de memória extremamente abençoada, que me ensinou. Tenho a desconfiança de que era um jeito das crianças aprenderem brincando a ter coragem…

            O céu ia ganhando aqueles tons de chumbo e a roncar alto, e a gente, eu e meus irmãos, já se ouriçava. Minha mãe se preocupava, como sempre, mas sabia que não tinha muito jeito. No fim, ela entrava na dança.

            E a chuva caia, então! Era água, vento, refresco, bagunça! A chuva, depois ele explicava, tirava nossas impurezas, tudinho de que a gente não precisa, limpa o corpo e a alma! Quando o Altíssimo mandou Abraão ir, ele foi! Era exatamente isso…

            Buscar o melhor de si mesmo! Atravessar seus próprios desertos! Remar até a terceira margem do rio “eu”, já escrevia o Guimarães Rosa!

            Coragem para ir, para fazer, para buscar! Limpos, purificados, despidos das ruindades do ano que vai terminando…

            E Abraão ganhou Isaque, aquele riso da realização… Essa brincadeira da chuva sempre terminava em riso!

            Da Coragem nasce o Sorriso!

            Esses dias eu fui almoçar na minha sogra. Na volta, vínhamos minha esposa e eu pela rua quando desabou o mundo! Dentro do guarda-chuva molhava quase tanto quanto fora. Foi quando ouvi o voz…

            Vai, acho que o ouvi desde aquela eternidade oriental. E eu fui… Saí do abrigo e fui caminhando por aquele dilúvio. Quando cheguei no meu prédio, eu tava igual um pinto molhado, diriam. Olhei pro pessoal e falei: “É… Terra da garoa, né?”. Risada geral…

            Coragem e Riso!

            O ano tá brotando! Que nesses tempos a gente tenha coragem para fazer, para construir, para trabalhar, para desenvolver e multiplicar nossos melhores talentos!

            Acima de tudo, entretanto, vamos ter a Coragem de Sorrir!


janeiro 22, 2025

A Lenda da Tábua Dourada e as Doze Cidades Ocultas



A lenda da Tábua Dourada é um dos mistérios mais intrigantes associados ao antigo Egito. Segundo a tradição, essa relíquia supostamente contém um texto sagrado que revela a existência de doze cidades ocultas, escondidas sob a terra e protegidas pelos poderes mágicos dos faraós. Acredita-se que a cada dia, os raios do sol iluminam essas cidades, mas apenas uma delas repousa sob as águas, enquanto as outras permanecem enterradas nas profundezas do deserto.

Cada uma dessas cidades carrega um significado especial. A primeira cidade guarda a "Chave da Vida", um enigma profundo que ainda não foi solucionado. A segunda cidade simboliza o "Olho", representando a vigilância e a proteção divina. As outras dez cidades, adornadas com intrincadas inscrições, narram histórias de riqueza incalculável e segredos ocultos que prometem conhecimento e poder para aqueles que conseguirem decifrar seus símbolos enigmáticos.

Reza a lenda que a Tábua Dourada foi escondida nos corredores de um templo antigo, protegida por feitiços lançados pelos sacerdotes do faraó. Diz-se que a pessoa capaz de decifrar suas inscrições descobrirá tesouros além da imaginação, talvez até mesmo segredos sobre a imortalidade, a ascensão espiritual e o verdadeiro propósito da vida.

Apesar de sua popularidade no folclore egípcio e em teorias modernas sobre mistérios antigos, não há evidências concretas que comprovem a existência da Tábua Dourada ou das cidades ocultas. No entanto, sua história ecoa crenças reais dos egípcios, que consideravam a escrita hieroglífica como portadora de poder mágico e acreditavam em locais sagrados escondidos, como as tumbas dos faraós e as câmaras secretas das pirâmides.

Arqueólogos e estudiosos da egiptologia, como Zahi Hawass e Salima Ikram, dedicaram suas carreiras à exploração dos mistérios do Egito Antigo, desvendando templos, tumbas e artefatos genuínos que revelam os segredos dessa civilização. Descobertas notáveis, como os textos da Pirâmide de Unas, o Papiro de Ani (Livro dos Mortos), e as inscrições do Templo de Karnak, fornecem um vislumbre autêntico das crenças egípcias sobre a vida após a morte e os conhecimentos ocultos dos sacerdotes.


Embora a Tábua Dourada possa não ter sido encontrada, sua lenda reflete o fascínio contínuo pelo Egito Antigo, onde mitos e realidade se entrelaçam em uma busca eterna por conhecimento e mistério.

Fontes:

HAWASS, Zahi. Secrets from the Sand: My Search for Egypt's Past. New York: Harry N. Abrams, 2003.

IKRAM, Salima. Death and Burial in Ancient Egypt. London: Longman, 2003.

FAULKNER, Raymond. The Egyptian Book of the Dead: The Book of Going Forth by Day. San Francisco: Chronicle Books, 2008.

SHAW, Ian (ed.). The Oxford History of Ancient Egypt. Oxford: Oxford University Press, 2000.

*IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA. 

PROFANOS DE AVENTAL: QUANTA INTOLERÂNCIA! - Marco Aurélio M. de Mello


Não se sabe ao certo quando surgiu a expressão “Profanos de avental”. Entretanto, é inconteste que circula no meio maçônico há tempo suficiente para que Aprendizes, Companheiros e Mestres passassem a usá-la para designar o maçom que não conseguiu absorver ou externar a doutrina da Maçonaria Universal ou que apresenta um comportamento desviante, inerte, incapaz de contribuir para tornar feliz a humanidade.

Precisamos refletir sobre a inadequação dessa expressão no seio maçônico, uma vez que profano de avental é o não iniciado que encontrou o avental do maçom e o pôs, inocentemente, em si mesmo.

De outra sorte, a frase traz em si uma grande carga de preconceito, erro e intolerância. Nega a origem do maçom, sua vida social e familiar, e põe todos os profanos numa vala comum em que predomina a preguiça, a arrogância, a incapacidade e a imperfeição. Atire a primeira pedra quem for perfeito!

Não se pode esquecer que todo maçom foi um profano livre e de bons costumes que ingressou na franco-maçonaria para aperfeiçoar sua natureza, logo, ferrá-lo com o estigma de “profano de avental” é afirmar que a maçonaria o tornou um mau cidadão. Melhor seria, nessa concepção, que nem tivesse conhecido a luz que o levou às trevas.

Com efeito, inexiste maçom que seja “profano de avental”, tem-se, no máximo, “MAÇOM LATENTE”, ou seja, aquele em que o espírito da Arte Real ainda está latente, e embora apto ao serviço ainda não está desperto para a obra.

Não se agrega valor por meio de expressões pejorativas. Precisamos ensinar nossos maçons a usar o cinzel e o malho, afinal de contas ninguém forma ninguém. Nossa tarefa é estimular uns aos outros na prática das virtudes.

Ademais, os IIr∴ que cansaram e ficaram desmotivados na jornada merecem, ainda, respeito, carinho e compreensão. É nosso dever auxiliá-los e tentar reconduzi-los ao trabalho da Loja. Por isso, solicitamos aos Aprendizes, Companheiros e Mestres a repudiar o uso oral ou escrito da expressão “Profanos de Avental” em seu sentido aviltante à dignidade do ser humano.

É necessário amar ao próximo. Maçonaria é amor e quem ama é tolerante, mas não se é tolerante com aquilo que não se ama.

janeiro 21, 2025

EU SOU, TU ÉS... - Newton Agrella


Num idioma conjugar um verbo significa expressá-lo em todos os modos, tempos, pessoas, números e vozes. 

Essa flexão é o que se chama conjugação.

Em Português a conjugação dos verbos obedece regras muito rígidas e complexas, o que o torna um dos idiomas mais difíceis para se navegar em sua essência.

Quando "falamos"  o nosso objetivo é passar uma mensagem de forma clara e evidente, inobstante se houver algum artifício para que possamos imprimir alguma idéia de ironia, dúvida, incerteza, afirmação tácita ou negação peremptória.

Mesmo a linguagem oral sendo plena de licenciosidades, no sentido de "indisciplina gramatical",  a conjugação dos verbos deve seguir um mínimo de pudor linguístico, para que o que se deseja transmitir esteja  vinculado a um ínfimo de coerência.

Diante disso, exemplos diários que se constituem em  verdadeiros "estupros auditivos" como:

"...A gente vamos..."

"...Nóis vai..."

"...Ele veve..."

"...Nóis pode..."

"...Eu vou estar mandando..."

"...Ela vai estar ligando..."

denotam a completa indiferença ou qualquer forma de compromisso com a natureza de nossa capacidade de comunicação.

Que fique claro que isso nada tem a ver com gírias, expressões idiomáticas, contrações vocabulares ou coisa semelhante...

A conjugação verbal mede a temperatura, a densidade e o conteúdo de um tema, seja diante de um diálogo ou de uma mera narrativa.

A conjugação é o termômetro que indica o tempo, a ação o estado e a conectividade  entre os pensamentos.

Ao conseguirmos conjugar um verbo em Português devemos nos sentir "heróis da resistência"  por preservarmos com dignidade a riqueza de  nossa Identidade cultural.

Lembrando sempre que a Língua é a nossa Pátria.



janeiro 20, 2025

APENAS UMA POSTAGEM POR DIA



Bom e abençoado dia amados leitores e irmãos.

Nosso modesto blog ultrapassou a marca de 3.100 postagens, uma quantidade impressionante de bons textos de grandes autores.

Tenho observado pelo sistema de gestão do blog que os leitores acessam varias postagens em cada entrada.

Em respeito ao tempo de cada leitor e para permitir que o irmão possa pesquisar no tesouro de informações maçônicas e culturais, a partir de hoje vamos postar apenas um texto nos dias de semana e no máximo três nos fins de semana e feriados.

Reitero que os inscritos no blog que ainda não receberam o ebook de brinde "Falando e Convencendo, um manual de oratória e persuasão", por favor me informem no whatsapp 61.9.8199.5133 que remeterei imediatamente.

Agradeço emocionado aos mais de 558.000 acessos que nos colocam entre os blogs maçônicos mais vistos do país.

Michael Winetzki 

A MARCHA DO APRENDIZ - João Lima



Bom dia! A ciência constatou que cada lado do cérebro humano possui características específicas e distintas: enquanto o lado direito é ligado às emoções e à intuição, o lado esquerdo é ligado à lógica e à razão. Sabe-se também que cada lado comanda o lado oposto do corpo, de forma que o braço direito é controlado pelo lado esquerdo do cérebro.

É por isso que sempre adentramos o Templo Maçônico com o pé esquerdo: entrar com o pé esquerdo é “colocar pra trabalhar” primeiro o lado direito do cérebro, é colocar a fé, a intuição e a sensibilidade à frente da lógica e da razão. E faz todo sentido que seja assim! Afinal, quando fomos convidados para participar da Ordem o nosso padrinho não perguntou se acreditávamos na lógica e na razão, mas se acreditávamos em Deus. 

Ser Maçom exige crer, de forma que é natural que coloquemos as emoções (incluindo aí a tolerância, respeito, solidariedade e altruísmo) à frente dos aspectos práticos e da razão. 

Mas, é claro, não vivemos só de sentimento, de forma que o equilíbrio vem quando juntamos a fé e a razão: nem cremos cegamente, sem questionar nada, nem duvidamos de tudo, fechando os olhos da alma.

Mesmo a marcha do Aprendiz nos mostra isso: avançamos com o pé esquerdo e o pé direito se junta a ele. Primeiro avançamos com fé, depois a lógica nos sustenta. Simbolicamente, podemos dizer também que o pé esquerdo representa nossas emoções e sentimentos, como a capacidade de desejar um mundo mais justo e fraterno, com igualdade de direitos e liberdade para todos. 

Enquanto isso, o pé direito representa aquilo que nos impede de crer plenamente, de sentir (e amar) plenamente. Sim, é a lógica que nos diz que quem nos ofendeu pode nos ofender de novo (o que impede ou atrasa a reconciliação e o perdão), que a sociedade é desigual e injusta porque sempre foi assim e que não adianta lutar porque não conseguiremos mudar o mundo. 

Em resumo, podemos dizer que o pé esquerdo representa nossas virtudes, enquanto o pé direito representa nossos vícios. Então a marcha do Aprendiz ganha outro significado: eu avanço por minhas virtudes (pé esquerdo) levando comigo meus vícios, que procuro dominar (pé direito, em uma posição que não é a natural). 

E é isso, avançar por meio da virtude, enquanto se procura dominar os vícios e submeter a vontade é que nos faz um pouquinho melhores a cada dia.

 Coloquemos, portanto, o pé esquerdo à frente, avançando com sentimentos de coragem, otimismo e vontade de fazer de nós pessoas melhores e do mundo um lugar melhor, sem esquecer que a razão deve “temperar” e equilibrar nossa caminhada. 

Que ao final dessa semana que se inicia possamos ter a alegria de ter caminhado com equilíbrio rumo a nos tornarmos aquilo que estamos destinados a ser, arrancando mais algumas lasquinhas de nossa pedra bruta nesse constante processo de auto evolução. Que o G.’.A.’.D.’.U.’. nos fortaleça a sustente nessa caminhada! Excelente e abençoada semana pra você! Fraterno abraço



janeiro 19, 2025

CAFÉ DA MANHÃ DE DOMINGO - Hélio Leite


 "Cuidai para não cravares os espinhos da ingratidão e da indiferença em corações que um dia te envolveram de conforto, amizade e amor. Não há nada pior para alguém do que se tornar ingrato. A ingratidão sempre denota a existência de outro defeito maior: o orgulho. 

Cuidai irmãos, para manterdes a simplicidade, a humildade e o Amor, que devem nutrir os nossos corações. Lembrai-vos de que somente os bons sentimentos nos ampara e nos garantirão as alegrias celestes na eternidade".

As pessoas de bom caráter cultivam o hábito da gratidão, a começar por pequenos gestos e ações, como saber dizer "muito obrigado", "grato ou gratíssimo". 

Ter gratidão é saber reconhecer as ajudas que se recebe em nosso dia a dia. Ser ingrato é ser egoísta, orgulhoso, sem humildade e desmemoriado. Neste domingo vamos incutir em nossas mentes a obrigação de sermos gratos. Amém.

LUZ VERDADEIRA - Adilson Zotovici


Jamais estarás sozinho

Nesta senda alvissareira

Terás teu pão e teu vinho

E tua tenda sobranceira


Com zelo, devagarinho

Tu formarás tua renda

Pra tudo terás um tempinho

Do bem, teu selo e legenda


Pela razão te sublinho

Com coração de oferenda

Livrar-te-á dum espinho


Quem te conduz altaneira

Iluminando o caminho

É tua Luz verdadeira !



HERMETISMO, CABALA E MACONARIA

 

Palestra extraordinária do polímata irmão Eleutério Nicolau da Conceição 



janeiro 18, 2025

ESTIGMAS DA INICIAÇÃO - Roberto Ribeiro Reis


Se pudesse fazer uma canção,

Retrataria a beleza da Iniciação,

O que faria com alegria e gosto;

Conhecer a Luz é algo singular,

Traz conhecimento, ensina o amar,

O que se vê na expressão do rosto.


Deixa marcas indeléveis no coração,

Um espírito de paz e muita satisfação,

Tornando o Iniciado um ser especial;

A ascensão pela almejada escada

É paulatina, há de ser conquistada.

Caso o Obreiro seja mais fraternal.


Afinal, não é isso a Maçonaria?

Ver o próximo com mais empatia,

Tratando-o com devido respeito;

Saber que todos somos iguais,

Que depois daqui há algo a mais,

Um plano tão Justo e Perfeito!


Marcas melhores que tatuagens,

Pois nos remetem às imagens

De um passado saudosista;

Estigmas de inconfundível valor,

Do que significa esse puro Amor,

Amor logo sentido à primeira vista!



OS DOIS PILARES - Marcello Carneiro


Como Maçons, e pertencentes a Ordem Maçônica Universal, temos o dever de tornar Feliz a Humanidade, mas para isso precisamos nos preparar em todos os sentidos, para assim podermos Suprir a contento os anseios de uma Sociedade Humana decaída, de uma sociedade humana totalmente despreparada, e assim sendo é tratada pelos seus "líderes" como massa de manobra para satisfazer aos seus próprios interesses escusos. 

Então como poderemos ser um "Diferencial de Ética e Moral" em meio a tanta desigualdade Social. Sinceramente eu só vejo um caminho, e vou citar Dois pilares de sustentação da evolução Humana: "EDUCAÇÃO e CULTURA", longe dessas vertentes Libertadoras continuaremos escravos das Cadeias Midiáticas que nos são impostas todos os Dias, somos bombardeados de todos os lados, e chega a ser sufocante essa propaganda massiva que fazem as "Oligarquias Sucessórias", que já controlam os nossos Corações e Mentes a Séculos. 

Vivemos no limiar da pior experiência humana (Época) de sociedade, pois os Dispositivos "Eletrônicos Digitais" que nos conectam a todos por meio da Internet, e outra Waves (mídias) ditam a cada dia mais os "nossos afazeres do dia", uma prisão cibernética aonde Impera a "Bestialidade", aonde cresce de forma exponencial: "O Não saber, o saber Mal e o Saber Errado", ... Não existem "Fakes" ... Não mesmo, existem sim "mentes ou dementes", por trás disso tudo, que Sabem Exatamente o que querem, e o que pretendem. 

Então não podemos nos dar ao Luxo de sermos: Inertes, Omissos e até mesmo Despreparados... É nessa hora que temos que colocar em prática todo nosso Conhecimento a fim de resgatar a humanidade desse abismo comportamental induzido, agora é a Hora de se cavar masmorras aos vícios e levantarmos templos as Virtudes, e o caminho direto para essas conquistas não é outro se não a preparação antecipada e de qualidade, cito novamente a Educação e Cultura, essas sim são as tábuas de Salvação que poderão tirar a humanidade decaída das trevas do Obscurantismo aonde anda: trêmula, cambaleante e sem direção. 


                                  Prof: M