maio 21, 2025

GUILDAS E CORPORAÇÕES DE OFÍCIO - Alferio Di Giaimo



A  Idade  Média,  que  vai  do  Século  V  ao  Século  XV,  da  nossa  era,  teve um período   conhecido  como  Era  do  Obscurantismo,  que  apesar  do  nome,  teve um  desenvolvimento  na  agricultura,  no  comércio  e  na  vida  urbana.

As  cidades se  desenvolveram,  principalmente  no  final  da  Idade  Média,  e  isso  fez  com  que um  grande  número  de  artífices  a  elas  se  dirigisse  e  se  associasse,  formando primeiramente  as  Guildas  e  depois as  Corporações  de  Oficio. 

Conforme  nos  esclarece  o  Ir.:  Joaquim  R.P.Cortez,  em  “Maçonaria, Origem,  Teoria  e  Prática”,  a  definição  de  Feudo  seria: 

_“Um  marco  tradicional  nesse    período,  é  a  concentração  de  algumas atividades  dentro  e  nas  proximidades  de  um  castelo.

Estes  são  geralmente  de pedras,  bastante  fortificados,  empoleirados  nos  altos  de  um  morro  para  permitir uma  visão  privilegiada  de  seus  arredores,  muitas  vezes  cercados  por  um  fosso e  pertencentes  a  um  senhor  local.

Neles  se  concentram  todos  os  materiais necessários  à  guerra  ou  à  sua  própria  defesa.  

Temos,  então,  perfeitamente delineado  o  feudo,  com  o  seu  senhor,  o  seu  castelo  e  sua  área  de  dominio.

À  volta  desses  lugares  fortificados,  e  que  se  tornaram  pontos  de referência,  passou  a  se  acumular  um  agrupamento  humano  que  prestava serviços  ao  castelo.

Esses  foram  os  primeiros  núcleos  de  formação  das cidades.

Com  a  derrocada  do  Feudalismo,  houve  um  constante  deslocamento das  populações,  que  se  viram  livres  dos  trabalhos  nos  campos,  para  as aglomerações  urbanas  que  passaram  a  experimentar  uma  época  de  grande crescimento.” 

A  pesquisadora  Anne  Fremantle  nos  esclarece  no  seu  livro  “A  Idade  da Fé”:  

_“Cresciam  as  cidades  e  cresciam  as  Guildas,  que  eram  associações formadas  pelos  comerciantes  e  artesãos.

O  diretório  das  Guildas,  escolhido  por eleição,  esforçava-se  para  manter  a  boa  qualidade  e  preços  dos  produtos locais.

Uma  prova  do  seu  crescente  poder  pode  ser  dada,  por  exemplo,  pelo monopólio  usufruído  pelos  tintureiros  de  Derby,  na  Inglaterra,  onde  ninguém podia  tingir  panos até  a  distância  de  dez  léguas de  Derby,  senão  em  Derby.” 

Durante  o  decorrer  da  Idade  Média,  as  Guildas  foram  evoluindo passando  para  Corporações  de  Mercadores,  posteriormente  para Corporações  de  Artífices  e,  nos  primórdios do  Renascimento,  transformou-se em Corporações  de  Oficio.

O  pesquisador  Edward  McNall  Burns em  “História da  Civilização  Oriental”,  nos  deixa  bem  claro  esses  eventos,  relatando  o segue  abaixo. 

“Tanto  as  Corporações  de  Ofício  como  as  de  Mercadores,  desempenhavam  outras  funções,  além  das  relacionadas  diretamente  com  a produção  ou  o  comércio.  

Desempenhavam  o  papel  de  associações  religiosas, sociedades  beneficentes  e  clubes  sociais.

Cada  corporação  tinha  seu  santo padroeiro  e  seus membros  comemoravam  juntos  os  principais  dias  santificados e  festas  da  igreja.

Com  a  secularização  gradual  do  teatro,  as  representações de  milagres  e  mistérios  foram  transferidas  para  a  feira  e  as  corporações assumiram  o  encargo  de  apresenta-Ias.  

Além  disso,  cada  organização  acudia as  necessidades  de  seus  membros  que  adoecessem  ou  se  encontrassem  em dificuldades  de  qualquer  espécie.  

Destinavam  fundos  a  socorrer  viúvas  e órfãos. 

Um  membro  que  já  não  fosse  capaz  de  trabalhar  ou  tivesse  sido  posto na  prisão  pelos  seus  inimigos,  poderia  contar  com  os  colegas  para  ajuda-lo.

Até  as  dívidas  de  um  confrade  sem  sorte  poderiam  ser  assumidas  pela corporação  se  fosse  sério  o  estado  de  suas  finanças.” 

E, resumindo  o  que  nos  diz o  Ir.  Joaquim  R.P.Cortez  sobre  a  origem  da Maçonaria  Operativa,  no  seu  livro  a  “Maçonaria  Escocesa”   pg 35-36  -  Editora Trolha,  do  qual esta  Pilula  foi  baseada: Nos  diz  que,  no  final  da  Idade  Média,  as  Corporações  de  Oficio  já estavam  bastante  evoluídas  e  cumpriam  todas  as  suas  finalidades e  haviam diversas  Corporações  de  Oficio.

A  associação  dessas  Corporações  poderia  ter gerado  a  Maçonaria  Operativa,  crescendo  e  se  aperfeiçoando  com  o  passar  do tempo. 

Qualquer  outro  ponto  de  origem  da  Maçonaria,  fora  das  Corporações de  Oficio,  ao  final  da  Idade  Média,  será,  sem  duvidas,  mera  suposição  ou puramente  lendário.




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