Este texto foi publicado em 2014 no livro: “Arte Real – Reflexões Históricas e Filosóficas”, que escrevi em parceria com o irmão Walter Celso de Lima. Consta do capítulo “A Questão Religiosa”, e está registrado a partir do pé da página 139, até o topo da página 142. Sua tradução é de minha responsabilidade e foi feita a partir da revista “Massoneria Oggi”, do Grande Oriente D’Itália, ano IV, No 5, referente aos meses de setembro e outubro de 1997. Nessa revista o texto em questão está inserido na íntegra no artigo: “La Massoneria e il G.A.D.U. Um Dio Massonico che non existe”, de autoria de Delfo Del Bino, Da Universidade de Florença. É um longo e interessante artigo, no qual o texto citado ocupa apenas duas colunas, de um total de 12. Na verdade, em seu artigo Del Bino transcreve a manifestação da GLUI do livro de Giuliano Di Bernardi: “Filosofia dela massoneria”, para usa-la como contraponto aos argumentos do próprio Di Bernardi, que tenta definir filosoficamente um Deus maçônico.
A Grande Loja Unida da Inglaterra publicou declaração em 1985 definindo as diretrizes básicas da maçonaria sobre a relação Maçonaria/Religião, as quais transcreveremos a seguir:
1) Enunciado Fundamental
“A maçonaria não é uma religião nem substituto da religião. Ela exige de seus adeptos a crença em um ser supremo do qual, todavia, não oferece uma doutrina de fé.
A maçonaria é aberta a homens de todas as fés religiosas.
Nos trabalhos de loja é proibido se discutir religião.
2) O Ser Supremo
Os nomes utilizados para indicar o Ser Supremo permitem a homens de fés diferentes unirem-se em prece a Deus como cada um deles o concebe, sem que o conteúdo da prece seja causa de discórdia. Não existe qualquer deus maçônico. O deus do maçom é aquele da religião que ele professa. Os maçons mantém respeito recíproco pelo Ser Supremo definido como tal em sua respectiva religião. Não é objetivo da Maçonaria procurar unificar religiões diversas: não existe portanto qualquer deus maçônico composto.
3) O Livro da Lei Sagrada
A Bíblia, considerada pelos maçons como o Livro da Lei Sagrada, é sempre aberto durante os trabalhos de Loja.
4) As Obrigações dos Maçons
Os maçons assumem compromisso jurando sobre o Livro da Lei Sagrada. Eles se empenham em manter sobre segredo os sinais de reconhecimento e em seguir os princípios da Maçonaria.
As punições físicas são puramente simbólicas, não são objeto de compromisso. O empenho em seguir os princípios da maçonaria É obrigatório.
5) Confronto entre maçonaria e religiões
Na maçonaria não existem os seguintes elementos constitutivos de uma religião:
a) uma doutrina teológica; vetando-se as discussões sobre religião, se deseja impedir o surgimento de uma doutrina teológica maçônica;
b) oferta de sacramentos;
c) A promessa de salvação mediante obras, conhecimento de segredos ou outros meios; os segredos da maçonaria referem-se a métodos de reconhecimento e não à salvação.
6) A maçonaria respeita a religião
A maçonaria não é, de modo algum, indiferente à religião. Sem interferir com a prática religiosa, ela incentiva seus adeptos a seguirem sua fé particular, pondo seus deveres em relação a Deus (em todos os nomes mediante os quais ele seja conhecido) acima de todos os outros. Os ensinamentos morais da maçonaria são aceitáveis por todas as religiões. Desta maneira, a Maçonaria respeita as religiões.”
Essa declaração teve como objetivo esclarecer todos os equívocos existentes sobre o tema, os quais, infelizmente ainda permanecem. Sendo continuamente trazidos novamente à discussão.
Esse texto foi traduzido da revista do Grande Oriente da Itália: “Massoneria Oggi.”
D. Del Bino, La Massoneria e il G.A.D.U. Un Dio massonico che non esiste. Massoneria Oggi, Anno IV, No5, 1997, pp 20,21.
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