maio 07, 2025

SINAL DE VOTAÇÃO e JURAMENTO - Rodrigo C. Machado







Braço direito estendido horizontalmente e mão espalmada para baixo. 

Esse gesto parece ter se originado de vários costumes antigos em civilizações diversas.

A mão espalmada para baixo, nas ciências que estudam o comportamento corporal, significa um ar de superioridade de quem o pratica. Assim, defendem os estudiosos da linguagem corporal que quem cumprimenta outrem de mãos espalmadas para baixo, inconsientemente se sente mais seguro e até superior. Também é com as mãos espalmadas para baixo que se abençoa pessoas ou consagra objetos, numa óbvia transferência de energia vital ou cósmica superior.  

Da mesma forma, porém em contraposto, a mão espalmada para o alto, muito vista nas posições de meditação das culturas orientais, 

tem a função de receber voluntariamente tais energias, assim como a mão dada em palmatória se submete ao castigo merecido. 

Na cadeia de união essas posições de doar e receber se alternam para garantir o ciclo virtuoso.

Para o gesto usado em juramentos e votações, a mão espalmada para baixo intenciona submeter-se ou subscrever-se diante de uma verdade ou opinião. Significa que diante de uma decisão importante você optou por sim/acredito. 

Neste contexto, este ato pode ter se originado na expressão "pôr a mão no fogo." Não se sabe ao certo a origem mais antiga do costume, mas consiste de confiar muito em alguém, a ponto de jurar pela sua inocência, como na "prova do ferro caldo", muito utilizada durante a Idade Média. Consistia submeter à prova uma pessoa que alegava inocência, e para tal submetia-se caminhar por alguns metros com uma barra de ferro encandecente sobre as próprias mãos, apenas envolvidas em trapos e embebidas em cêra. Três dias depois, abria-se a atadura e, se a mão estivesse ilesa, sem sinal de queimadura, era provada a inocência. Caso se queimasse, a pessoa era culpada e seria enforcada. Uma variação desta mesma prova, também praticada entre os povos bárbaros era, de boa fé, colocar a mão no fogo, espalmada para baixo, até que a pessoa a quem se almejava convencer se desse por satisfeita. 

Daí quem jura ou vota com o braço estendido e a mão espalmada para baixo, instintivamente afirma acreditar, apoiar, sub-escrever e garantir o que está sendo proposto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário