Morreu ontem, dia 22 de julho de 2025, Ozzy Osbourne, uma das figuras mais icônicas e controversas da história da música. Um sujeito cheio de defeitos, sem a aparente perfeição idealizada, mas, curiosamente, carismático e muito engraçado.
Quem já teve o privilégio de vê-lo ao vivo, fazendo aquilo que sabia fazer de melhor no palco, sabe exatamente do que estou falando. Em 2013, em São Paulo, no Campo de Marte, vi com meu inestimável amigo e irmão Beto um show do Black Sabbath com a formação original. Um espetáculo. A energia no palco era absurda, a experiência inesquecível.
Há poucos dias, no início de julho, Ozzy fez sua última apresentação em Birmingham, sua cidade natal, na Inglaterra. Aos 76 anos, em seu derradeiro ato antes das cortinas se fecharem, parecia até que tudo havia sido pactuado. Como se ele fizesse um juramento: “depois do show, vou embora”. Como na música Mama, I'm Coming Home.
Considerando seu estilo desregrado, já era para ter partido há mais de 50 anos. Com vários problemas de saúde, incluindo o Parkinson, ele foi ao palco sentado, uma última vez, como sabendo que o fim estava próximo. Até aqui, nada demais. Nenhuma surpresa. Apenas mais um show entre tantos outros.
Quase sempre, a surpresa vem de onde menos se espera. A figura icônica, controversa, cheia de defeitos, aquele tipo de pessoa que, como nos ensinam, nada de bom se espera, em seu derradeiro ato arrecadou cerca de 190 milhões de dólares, o equivalente a mais de um bilhão de reais.
Todo o valor foi integralmente destinado a instituições de caridade, entre elas organizações voltadas ao tratamento do Parkinson, hospitais infantis e abrigos.
E é nesse momento que lembro da origem da palavra preconceito. A palavra, de origem latina, significa literalmente “julgamento antecipado”, isto é, Ozzy, o desajustado, nos ensinou uma última lição: cuidado ao fazer julgamentos, cada um de nós é um universo.
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