O grau I é simbólico. Filosofia de caráter personalíssimo tendo como pressupostos dois grandes princípios: "conhece-te a ti mesmo e vence-te para vencer", entre outros.
O Aprendiz, no início, tem a missão de desbastar a Pedra Bruta, enriquecer-se espiritualmente (interior)e ampliar seus conhecimentos místicos, requisitos básicos que deixam transparecer riqueza de detalhes a embelezar suas atitudes (exterior). Nasce, então, um verdadeiro despertar de plena consciência para prática do pitagorismo.
É o período do avental branco, com abeta levantada, para protegê-lo da força dos vícios da matéria, pois, Ele ainda, não conhece os primeiros elementos da Ciência Iniciática, precisa ser orientado, vencer paixões mundanas, pré-requisito para avançar em um novo alvorecer.
Os seus passos (retos) devem ser dados em busca da: luta, perseverança e fraternidade, intrínsecos ao Iniciado que acaba de renascer.
Nova vida, novos anseios. Sua determinação na prática da virtude, na fraternidade, na educação e no trabalho, são as novas qualidades emergentes do coração, que o auxiliarão na próxima jornada: a justa pretensão de mudança do Nível para a Perpendicular.
O Aprendiz começa a se levantar, dominou desejos fúteis, extinguiu preconceitos, passou para o grau II, o de Companheiro Maçom deixou para trás a Coluna do Norte (B) e passou a fazer parte da Coluna do Sul (J).
Inicia-se o grau II, também simbólico. O avental branco já não tem a sua abeta levantada. É o grau do Companheiro. O Irmão está mais forte, de posse dos passos laterais, não precisa mais caminhar em reta, linha central da Loja. Seus passos agora são a o da Imaginação (direita), da Afetividade (esquerda) e da Razão (pés unidos).
Com os novos passos o peregrino já pode galgar com firmeza o primeiro degrau da Escada de Jacob. É o Caminho da Luz Maior!
A sua filosofia é uma das importantes e profunda, pois é nela que o Companheiro tem a rara oportunidade para ver, sentir e verificar certos pré-questionamentos, tais como: o porquê das coisas e da vida, ou ainda, quem somos, de onde viemos, porquê e para quê estamos aqui e para onde vamos? Estes são considerados alguns dos mistérios; fazem parte da trajetória humana no orbe terrestre.
São enigmas, próprios para homens despertos, os que já não se contentam só com os instintos e benesses do mundo material. Desta plêiade, de verdadeiros avatares, sobressaem as mais variadas correntes do pensamento humano que vêm a nortear os destinos da humanidade.
As grandes ideias não surgem e não surgiram subitamente; as que têm por princípio "a verdade" tiveram percussores que lhes prepararam os caminhos para que um dia fossem divulgadas. Elas, continuam aquém da Luz Maior e longe da compreensão humana. Daí, então, o sábio, o pensador, o iniciado, se fazerem humildes, pequeninos, impotentes perante a Sabedoria Divina; conscientizam-se de que não podem orientar a toda a humanidade; restringem-se a uns poucos, aos iniciáveis... a estes, ensina os primeiros passos à procura da Verdade Verdadeira!
Segundo Tomás de Aquino, A Verdade " tem contornos cambiantes e cada um a reconhece à sua maneira, através de estados íntimos, nem sempre transferíveis e tão pouco comunicáveis".
A verdade é intrínseca ao espírito humano, adormecida em uns (maioria) e em outros não. Nestes o caminhar é uma constante, são determinados e aguardam com fé e esperança, um dia, contemplar a face da Verdade Verdadeira, ainda que seja por meditação; meditação, essa, que não é exclusividade dos homens letrados, mas também dos simples e ignorantes.
É através dela que contemplam suas próprias essências, dirigem-se para o que é puro, eterno, imortal... a Sabedoria!
Eles são os sábios. Sábios, enfim, são os que conseguem isolar a alma do corpo para verem com os olhos do espírito.
Neste patamar enfatiza-se a intelectualidade, o psiquismo e as artes. O pensamento ganha destaque para o bem da humanidade. É o campo vibratório do Espírito, do Uno no Múltiplo e do Múltiplo no Uno, traduzindo: nós estamos no Todo e o Todo está em nós.
É, ainda, nesta dimensão que se coloca em prática o Plano Teórico dos Mestres, com muita fé, alegria e fervor, tendo como pressupostos a liberdade da consciência, igualdade de direito e fraternidade universal.
A Ele, ao viajor, foi exigido cinco viagens: maço e cinzel (1ª); compasso e régua (2ª); régua e alavanca (3ª); alavanca e esquadro (4ª); sem instrumentos de trabalho (5ª).
Com as condições retro citadas desenvolvem-se: desbastamento da Pedra Bruta (aperfeiçoamento); perfeição individual, consciência, conhecimentos dos homens com retidão e sabedoria através da razão; desenvolve-se autoconfiança com coragem, firmeza e respeito e, ainda, a moral e educação maçônica; retidão na ação e eqüidade ao tratar os semelhantes, pré-requisitos que dão acesso aos primeiros clarões para a Estrela Flamejante; concluída a aprendizagem sobre o mundo material, não tendo mais os instrumentos de trabalho, o Companheiro transforma-se em Pedra Cúbica. Está preparado para nova missão cósmica. Ganha a liberdade, porém, para usá-la com responsabilidade e em ordem. O Mestre está pronto!
Salientamos, finalmente, o inigualável valor do pensamento em detrimento à leitura; a necessidade de sonharmos, meditarmos, de sabermos separar o joio do trigo (nem tudo que brilha é ouro). O real passa a ser irreal e o irreal transforma-se em real.
A Verdade não se deixa reger por nós, nós é que temos que nos reger por ela, portanto, e para encerrar, enfatiza-se, nesses níveis vibratórios de entendimento, a máxima cristã: "ORAI E VIGIAI".
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