agosto 06, 2025

O APRENDIZADO QUE NOS UNE - Jorge Gonçalves


O dia de fazer uma palestra é sempre um pouco mais tenso. Existe a responsabilidade de transmitir conhecimento e o desejo de que nada ocorra de errado. Mentalmente, é preciso estar preparado.

A palestra de ontem, dia 05 de agosto, foi na Loja Maçônica Piauhytinga nº 1521, quase centenária, em Estância, município localizado a aproximadamente 70 km. Minha primeira providência foi me programar para sair cedo, levando notebook e data show, garantindo que todos os recursos estivessem prontos.

Sempre depois de uma palestra, algum irmão comenta: “De tanto fazer essa palestra, você já decorou, não é?”. E eu sempre respondo que nunca é a mesma apresentação, nunca.

Já falei sobre o movimento aparente anual do Sol observado da Coluna do Norte, sobre Astronomia dissecada ou, por fim, sobre os filhos das estrelas. Mas, a bem da verdade, existem inúmeras possibilidades para explicar a relação entre a Astronomia, uma das Sete Artes Liberais, e a Maçonaria. *São possibilidades infinitas*.

Por isso, é preciso estudar sempre. Dedico pelo menos uma hora por dia para estudar a Maçonaria. Ao ver o conhecimento de irmãos como Pedro Juk, Eleutério Nicolau, Zardo, Michael Winetzki e tantos outros estudiosos, percebo como não sei quase nada. Talvez nunca alcance o nível de excelência deles, mas não é possível ficar paralisado. É preciso conhecer-se e aperfeiçoar-se. Então, o que posso fazer é continuar estudando e aprendendo. A cada palestra, quem mais aprende sou eu, quem mais se deslumbra com a beleza dos sinais e símbolos da Maçonaria sou eu.

A palestra de ontem teve um ingrediente adicional. Além de palestrante, estava como *Venerável Mestre da Loja Constâncio Vieira nº 3300*, representando minha Loja. Não no sentido de posse, mas no sentido de estar no coração, representando-a da melhor maneira possível. Apesar da distância e das dificuldades de deslocamento, meus irmãos de Loja estavam presentes, acompanhando e dando apoio. Lá estava o nosso irmão Lourival Mariano, ex Grão Mestre do GOB Sergipe, mas com a disposição e humildade de um Aprendiz, exemplo que orgulha todos nós. Também estavam presentes Clodoaldo, Marco Aurélio, Dudeck e Glauber. Além disso, contamos com a presença da comitiva do nosso Eminente Grão Mestre Wolney de Melo Dias.

Ao final, lembrei-me de um texto escrito por Eleutério Nicolau da Conceição, 

“A Desiderata: Reflexões sobre o poema”:

Conta-se que certo filósofo aproximou-se de um canteiro de obras onde operários, maçons operativos, atarefados preparavam as pedras para a edificação. 

Perguntou a um deles: O que você está fazendo? E ouviu a resposta em tom aborrecido: Estou talhando pedras, não está vendo? 

Foi-se o filósofo e encontrou outro operário, no mesmo ofício, e repetiu a pergunta. Desta vez, teve como resposta: Estou ganhando meu pão. 

Foi, ainda, a um terceiro e perguntou: O que você está fazendo? E ouviu, então, como resposta: Estou construindo uma catedral.

*Ontem, senti-me como o terceiro homem.* Integrado a um projeto maior, participante de algo que ultrapassa as necessidades pessoais e se projeta na construção de um ideal coletivo.



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