O dia de fazer uma palestra é sempre um pouco mais tenso. Existe a responsabilidade de transmitir conhecimento e o desejo de que nada ocorra de errado. Mentalmente, é preciso estar preparado.
A palestra de ontem, dia 05 de agosto, foi na Loja Maçônica Piauhytinga nº 1521, quase centenária, em Estância, município localizado a aproximadamente 70 km. Minha primeira providência foi me programar para sair cedo, levando notebook e data show, garantindo que todos os recursos estivessem prontos.
Sempre depois de uma palestra, algum irmão comenta: “De tanto fazer essa palestra, você já decorou, não é?”. E eu sempre respondo que nunca é a mesma apresentação, nunca.
Já falei sobre o movimento aparente anual do Sol observado da Coluna do Norte, sobre Astronomia dissecada ou, por fim, sobre os filhos das estrelas. Mas, a bem da verdade, existem inúmeras possibilidades para explicar a relação entre a Astronomia, uma das Sete Artes Liberais, e a Maçonaria. *São possibilidades infinitas*.
Por isso, é preciso estudar sempre. Dedico pelo menos uma hora por dia para estudar a Maçonaria. Ao ver o conhecimento de irmãos como Pedro Juk, Eleutério Nicolau, Zardo, Michael Winetzki e tantos outros estudiosos, percebo como não sei quase nada. Talvez nunca alcance o nível de excelência deles, mas não é possível ficar paralisado. É preciso conhecer-se e aperfeiçoar-se. Então, o que posso fazer é continuar estudando e aprendendo. A cada palestra, quem mais aprende sou eu, quem mais se deslumbra com a beleza dos sinais e símbolos da Maçonaria sou eu.
A palestra de ontem teve um ingrediente adicional. Além de palestrante, estava como *Venerável Mestre da Loja Constâncio Vieira nº 3300*, representando minha Loja. Não no sentido de posse, mas no sentido de estar no coração, representando-a da melhor maneira possível. Apesar da distância e das dificuldades de deslocamento, meus irmãos de Loja estavam presentes, acompanhando e dando apoio. Lá estava o nosso irmão Lourival Mariano, ex Grão Mestre do GOB Sergipe, mas com a disposição e humildade de um Aprendiz, exemplo que orgulha todos nós. Também estavam presentes Clodoaldo, Marco Aurélio, Dudeck e Glauber. Além disso, contamos com a presença da comitiva do nosso Eminente Grão Mestre Wolney de Melo Dias.
Ao final, lembrei-me de um texto escrito por Eleutério Nicolau da Conceição,
“A Desiderata: Reflexões sobre o poema”:
Conta-se que certo filósofo aproximou-se de um canteiro de obras onde operários, maçons operativos, atarefados preparavam as pedras para a edificação.
Perguntou a um deles: O que você está fazendo? E ouviu a resposta em tom aborrecido: Estou talhando pedras, não está vendo?
Foi-se o filósofo e encontrou outro operário, no mesmo ofício, e repetiu a pergunta. Desta vez, teve como resposta: Estou ganhando meu pão.
Foi, ainda, a um terceiro e perguntou: O que você está fazendo? E ouviu, então, como resposta: Estou construindo uma catedral.
*Ontem, senti-me como o terceiro homem.* Integrado a um projeto maior, participante de algo que ultrapassa as necessidades pessoais e se projeta na construção de um ideal coletivo.
Um espetáculo 👏
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