Na terra dos monólitos, conhecida por belas paisagens cenográficas, palco de tantos filmes brasileiros, numa quarta feira comum o relógio bate 17h e alguns minutos. O calor intenso, servido com pouco e raro vento, banhado pelo fim da tarde, convida a uma caminhada e como turista, a conhecer/contemplar o pôr do Sol na Pedra do Cruzeiro, fincada dentro da cidade e com vista panorâmica para toda a região.
Entre perguntas e orientações de como chegar ao cume, o caminho se revela; segue por avenida, e de uma forma qse imperceptível entre o cartório Eleitoral e uma casa abandona, uma ruela, que por ela segue um Beco, com mais umas duas/três casas de aparência preocupante, movimentações estranhas, e é o único acesso para a subida.
Ao subir, a cidade vai se apequenando e ao mesmo tempo se integrando ao conjunto de gdes pedra com Formatados diversos (a galinha choca a mais famosa), o alaranjado/amarelado do Sol se esvaindo vai dando cores e inspirações diversas, uma contemplação da natureza, da vida e dos momentos.
Estando sozinho não arrisco deixar escurecer por completo, prefiro descer em luso-fosco. Descendo, e não tendo visto mais que um casal no auto do morro (e que lá continuaram) vou apreciando os momentos e observando para evitar perder-me. É preciso ficar atento para não seguir por rumos diferentes.
Enfim, chego mais perto da ruela, ainda no morro, mas já sem riscos de não reconhecer o caminho. A paz, me guiando em plenitude, eis que na luz dessa boca da noite, escuto gritos, e disparo de tiros (demorei a processar), qdo percebo a real situação estou já deitado no chão e abrigado atrás de uma pedra. Coração vai à boca!
Não há outro caminho, não há como retornar, não há o que fazer nesse momento em (consigo ver o que está acontecendo) que uma batida policial resultou em confronto real (aparentemente boca de fumo, drogas).
Os pensamentos são os mais diversos: e agora? Se eu for confundido (por qqer um dos lados)? Devo sair? Devo ficar? Se escurecer mais não será mais perigoso?
Respiro, retomo a consciência e entendo que é melhor aguardar atento. Fico uns 10 minutos que parecem dias, que me consomem. Percebo que aumenta o número de policiais, lanternas, e que a busca/confusão está concentra em duas casa e ao redor dessas.
Acredito que seja o momento, um policial joga foco de luz morro acima, respiro e na fé de que tudo dará certo, me levanto, na mão uma garrafa d’água, levanto com os braços abertos, e busco contato visual. E logo grito Turista.
O policial me ouve, me vê. Ele só acena para eu descer. Ha um risco eu sei, mas agora não tenho outro jeito. Passo por ele, que nada diz e nada faz, continuo descendo e ele com mais outro sobem correndo, aparentemente viram algo.
Chego no beco, há dois homens caídos no chão e mais policiais em prontidão e alerta. Eles só acenam pra eu sair rapidamente. Chego a rua, a iluminação da cidade já acessa me reconforta. Há muitos curiosos por perto, mas o silêncio reina. Sigo quieto e retomando meus pensamentos.
Estive no alto, aos pés de uma cruz, creio que seja por ela que a pedra leve o nome de Cruzeiro, de lá avistei o cemitério da cidade (dentre tudo o que se revela do alto), de lá vi açudes, casas, pedras, e luz do Sol se pondo. Ao descer foi surpreendido com o ocorrido, por momentos cheguei a achar que seria mais um a necessitar das rezas no Cruzeiro!
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