dezembro 06, 2025

A EMPATIA DO MAÇOM - Newton João dos Santos Sobral Jr.



A Maçonaria nos convida a enxergar um mundo ideal — não aquele que construímos de forma egoísta, centrado apenas nas nossas necessidades individuais, mas um mundo onde todos os seres convivem em harmonia, em irmandade e em respeito mútuo. Nesse mundo, não estamos sós. Ninguém caminha verdadeiramente sozinho, ninguém é totalmente autossuficiente, ninguém possui todas as virtudes ou habilidades necessárias para a jornada. Precisamos uns dos outros.

Cada um de nós carrega fragilidades e carências, da mesma forma que possui talentos e virtudes que faltam em outros. É justamente nessa troca silenciosa, nesse completar-se mútuo, que a verdadeira essência da Ordem se manifesta. Contudo, muitos ainda não compreendem essa verdade simples e profunda. Há irmãos que, tomados pela vaidade ou por uma percepção equivocada de si mesmos, acreditam que nada lhes falta, que tudo podem, que bastam somente a si mesmos.

Mas a empatia — esse atributo essencial do Maçom — lembra-nos que o outro também importa. Afinal, se eu não me preocupo com meu irmão, por que ele deveria se preocupar comigo? Sou eu, por acaso, mais merecedor que ele? Minha presença mais antiga na Loja, meu cargo ou meu grau me tornam superior ou mais digno de atenção? Jamais. Essa é a ilusão do maçom imaturo: acreditar que merece tudo porque aparece demais, porque fala demais, porque se exibe demais.

O verdadeiro caminho é outro. É olhar para dentro, reconhecer nossas imperfeições, compreender nossas limitações e, a partir disso, estender a mão ao irmão que segue ao nosso lado. Devemos ser mais atentos a nós enquanto irmandade, mais comprometidos enquanto família, mais conscientes enquanto filhos de uma tradição acolhedora, que nos guia pacientemente na senda da luz, pedindo apenas respeito à sua história e à sua missão.

Sejamos, portanto, mais maçons e menos profanos — na atitude, no coração, no espírito. Sejamos mais virtuosos e menos escravos de prazeres efêmeros. Que a vaidade não obscureça nossa visão, nem a arrogância roube de nós a capacidade de sentir.

Porque, no fim, a Maçonaria nada exige de extraordinário. Ela apenas pede que sejamos, a cada dia, mais dignos aos olhos dos homens de bem. Mais fraternos. Mais justos. Mais humanos. Mais empáticos.

E que assim, construindo uns aos outros, possamos juntos construir um mundo melhor.



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