fevereiro 24, 2025

O QUE É VERDADE - Redaelli

Desejar a Verdade é aspirar à Divindade - Plutarco


I - INTRODUÇÃO

Antes de iniciar este trabalho é bom dizer algumas palavras daquele que   está na origem do título desta placa “Desejar a verdade é aspirar à divindade”.

Plutarco, nascido em Queronéia (Beócia) em 46, morreu em Tebas em 120, é especialmente famoso por suas Vidas Paralelas de Homens Ilustres , uma obra que o tornou o mestre indiscutível da biografia comparativa.

Sendo mais retratista do que historiador, ele traça paralelos entre uma grande figura da Grécia e sua contraparte de Roma. Foi assim que colocou César ao lado de Alexandre, Cícero ao lado de Demóstenes, etc.

Ele foi criticado por subestimar o lado histórico dos personagens, em comparação com seu   lado mais moralista. A influência que teve sobre pensadores e escritores foi considerável, de modo que ele é tão importante como historiador quanto como biógrafo.

Para um grande número de personagens e dos acontecimentos em que participaram, ele é a única fonte de referência. Se apesar do extremo rigor na relação omite alguns detalhes, é porque o seu objetivo não é escrever histórias, mas sim vidas, como ele mesmo diz. Entre suas principais obras citaria a vida de Péricles, a Vida de César, Pompeu de Bruto etc. Pessoalmente recomendo a leitura: A vida dos 12 Césares que reúne as biografias dos maiores imperadores romanos.

O trabalho que se segue será organizado em duas partes: primeiro, desejar a verdade e depois aspirar à divindade.

II – DESEJA   A   VERDADE

Desejo

Para Spinoza, a razão deveria governar a conduta dos homens, mas é o desejo que verdadeiramente os faz agir.

O desejo não deve ser interpretado aqui como uma disposição perniciosa, mas como o sintoma de uma falta original. É uma viagem necessária para redescobrir a nossa comunidade original com o divino. É neste sentido que devemos entender a frase: Deseje a verdade.

A verdade é uma ideia que conduz nossa busca. É um princípio regulador que não diz respeito a uma necessidade, mas, pelo contrário, caracteriza uma energia para pesquisas infinitas.

A necessidade e o desejo são diferentes porque a necessidade é certeza, credulidade, confusão, como se a Verdade pudesse ser dada, mas só pode ser procurada.

A necessidade de acreditar na Verdade não existe, pois pode ser confundida com a necessidade de certeza nas verdades estabelecidas.

O que existe é a vontade de acreditar em possíveis trocas no futuro. Este desejo pela Verdade é a sede do Infinito, da Perfeição. É um orgulho que a humildade sempre salva no Homem.

A verdade

Verdade para o filósofo

Verdade, do latim Véritas, conforme o que é e o que se diz, qualidade do que é verdadeiro.

A Verdade em si é impossível de encontrar porque se analisarmos um fenómeno ou uma ideia, esta verdade pode ser consistente com este fenómeno ou esta ideia tal como nos aparece de acordo com o nosso pensamento. Isto pressupõe um trabalho da mente que seja capaz de distinguir a verdade da falsidade. Temos um rigor interior que nos leva a rejeitar tudo o que não parece provável. Para afirmar, para saber a verdade, para tentar dizer que a sabemos, na verdade já devemos ter uma ideia disso. Esta pesquisa nos faz compreender que existe um mundo de ordem, e que a mente que é ordem deve encontrar essa ordem   no mundo que a rodeia. A busca da verdade consiste em renunciar à estreiteza de espírito e ao isolamento em nós mesmos.

Por outro lado, a nossa busca interior pode talvez tornar possível chegar a esta verdade, enquanto o recolhimento em si mesmo é apenas um abandono puro e simples da busca, um obstáculo à verdade que se contenta com as coisas aparentes. Quem pode afirmar conhecer a verdade nas relações humanas? Esta verdade parece diferente para cada um de nós, de acordo com a nossa percepção e quem somos nós aos olhos dos outros? O próprio espelho nos dá uma imagem distorcida da nossa própria personalidade.

Mas que verdade é esta?

A verdade não é facilmente decifrada.

Devemos afastar-nos das ideias preconcebidas, daquelas verdades que acreditamos serem irrefutáveis, e obrigar-nos a ter cuidado com as notícias falsas que são negadas no dia seguinte. Não há verdade e razão de um lado e erro do outro.

Para muitas populações, e por vezes inteiras, as pessoas que são sinceras nos seus erros dão vida verdadeira às suas convicções. Muitas coisas acontecem como se a falsidade fosse verdade.

Às vezes, essas falsas crenças lhes permitem manter força suficiente para sobreviver em um ambiente sem esperança. Não podemos desiludi-los porque todo o seu sistema que, segundo eles, lhes faz bem, poderá entrar em colapso. Freqüentemente, você precisa esperar muito tempo antes de transformá-los em designs reais.

Verdade para o Maçom.

Porque a Verdade faz parte do absoluto, provavelmente temos, graças ao nosso trabalho, à compreensão do nosso rito, do nosso simbolismo, a possibilidade de nos aproximarmos mais de perto desta noção.

Existe uma definição secular e filosófica da palavra verdade e uma definição maçônica.

Eles são diferentes e não se relacionam com a realidade.

A verdade maçônica é uma verdade pessoal que aparece durante a progressão da jornada iniciática. Cada um é criador da sua própria verdade, na sua própria consciência e gradualmente.

Não é uma verdade filosófica que surge do raciocínio sobre o homem e o mundo. A característica da verdade maçônica é ser múltipla. Isto é contrário a todo dogmatismo, seja político ou religioso. Como resultado, a sua investigação permite todas as possibilidades e como dizem a Declaração de Princípios e as Constituições da GLDF: “ Na busca constante pela verdade e pela justiça, os maçons não aceitam obstáculos e não impõem limites.

Sendo o seu domínio completamente incognoscível, abre todas as possibilidades. Não podemos nos impor limites em nossa pesquisa. Se cada verdade é diferente dependendo de cada indivíduo, isso deve ser entendido como um elogio à diferença e à tolerância, um dos seus pilares. Neste cadinho que é a loja, cada irmão encontrará a sua verdade através de diferentes ritos e diferentes obediências, diferenças de pensamento.

Desde a primeira fase a nossa atenção é atraída para a dificuldade de conceber a noção de verdade. Não basta estar na sua presença (é preciso ainda percebê-la) para que ela nos seja inteligível. A luz só ilumina o espírito humano quando nada se opõe ao seu brilho. No mundo profano o valor das coisas e das honras é relativo. No mundo espiritual, trabalhamos para alcançar a unidade e a realidade última. Portanto, é a nossa visão que muda e não o mundo. Nossa visão se ampliou, estamos em constante ascensão e a verdade está gradualmente retirando de nós o véu das ilusões. Aos poucos nos leva cada vez mais alto, como se estivéssemos em uma espiral ascendente. Ao querermos avançar no caminho do Conhecimento, nossa consciência do universo torna-se proporcional à qualidade e quantidade de energia que liberamos durante nossa busca. É ela quem nos permite combater o fanatismo, a superstição e a ambição. Ela é a luz colocada ao alcance de todo homem que deseja abrir os olhos e olhar para o caminho que leva ao Dever, como ensina o ritual. A verdade depende do conteúdo dos conselhos e do conhecimento de cada um de nós. É por isso que o iniciado não imporá a sua verdade a um indivíduo que não tenha maturidade suficiente. Conscientes destas realidades, não podemos mais profanar a palavra da verdade, concedendo-a às concepções humanas. O ensinamento iniciático não é formulado exatamente, mas sob um véu, uma aparência, portanto não compreensível às concepções humanas propriamente ditas. Para perceber esse ensinamento é preciso estar conectado ao divino, em um templo consagrado. É um trabalho longo e sério voltado para pessoas motivadas. A metodologia REAA nos auxilia nessa abordagem por meio do uso de símbolos, intuição e sacralização. Retomando o Discurso do Método Descartes, a REAA adverte-nos: Respeite todas as opiniões, mas só as aceite como corretas se assim lhe parecerem depois de as ter examinado.  





 


Diz-se que a verdade absoluta não existe, então por que procurar o inacessível? Mas se não houvesse busca pela verdade, qual seria a nossa abordagem? Se a detivessemos, não haveria nenhuma ação, portanto a verdade provavelmente não viria à tona. Acho que não existe uma verdade, mas verdades. Ou seja, aquele que permite encontrar o equilíbrio não será igual para todos. Quando buscamos, temos uma direção, um objetivo. Mas este objetivo não é o mais importante. O importante é começar. A Verdade também é a busca pela Luz e só existe uma, a Grande Luz. Acho que quando falamos de verdade pessoal, estamos falando da nossa própria construção.

Uma imagem muito conhecida é a da Verdade saindo de um poço.

Isto implica que só se pode nascer espiritualmente emergindo do caos interior, para alcançar a recomposição pessoal.

Esta será apenas a nossa própria verdade que, se não for universal, merecerá, no entanto, ser escrita com V maiúsculo.


III – ASPIRANDO   À   DIVINDADE 


É através do silêncio interior que o Homem despertará a sua consciência, o que resultará numa aspiração de ascensão ao Espiritual.


Noto aqui a palavra “aspiração”, que é um dos dois movimentos da vida, vindo ela própria da Respiração do Logos. (Aspiração, expiração)

O termo exato a ser usado seria “inspiração”: ação pela qual o ar entra nos pulmões.

Existe outra definição desta palavra que significa: Estado onde a alma se encontra quando está diretamente sob a pressão de um poder sobrenatural.

Da inspiração passamos para a Aspiração que é: Movimento da Alma em direção a Deus.

Encontrei essas definições numa edição muito antiga, datada de 1904, do Petit Larousse Illustré.

Qualquer Homem que sinta esta aspiração, esta elevação a Deus ou ao Grande Arquiteto do Universo, dependendo da sua sensibilidade, sente-se em harmonia e em aliança com todos aqueles que têm o mesmo objetivo. Porque é o mesmo Sopro que os anima. Mas para estar em harmonia, ele deve estar na mesma sintonia que eles, nem superior nem inferior. O que deveria levá-lo a questionar-se e a estar disponível aos outros através do dom de si.   Este dom deve ser completo e não ser nem pretensioso, para querer impô-lo aos outros, nem parasitário, na constante expectativa dos outros. 


Divindade

O que é divino

Quando trabalhamos na loja, o Volume da Lei Sagrada está aberto ao Prólogo de João. Parece claro ao iniciado que esta abertura corresponde ao que, originalmente, manifesta o pensamento de GADLU através do ato de criação do mundo. Existe um Livro do Universo e um Livro da Lei, uma manifestação e uma revelação que se sucedem para contribuir para a harmonia universal. Esta correspondência é o verdadeiro fundamento do simbolismo. É o elo que liga a ordem cósmica ao plano do Grande Arquiteto do Universo.  

 



Através do estudo dos símbolos, através do amor à verdade, a Maçonaria possui valores encontrados nas profundezas do homem. Isto supõe um esoterismo universal e eterno. É um reflexo dos valores do espírito humano respondendo a uma necessidade que não mudou desde a centelha criativa. Em todos os lugares da alvenaria somos confrontados com a morte, a caverna, a escuridão, mas também com a vida, a Luz, o leste.

É um ciclo de imortalidade.

A iniciação tornou-se uma necessidade desde o outono. A verdade seria oferecida ao homem sem velar o olhar, pois ele nasceu para contemplá-la e homenageá-la. Mas desde então ele desceu à matéria, a uma região oposta à Luz. É a verdade que ele submeteu ao trabalho de iniciação. O homem é o único que possui fala, que é nele a linguagem da inteligência e das faculdades espirituais, o meio pelo qual se comunica com todos os seres, até a divindade.


A busca pela Verdade requer a busca ou imitação do divino?

Estamos num processo fundamental para um maçom, e a busca do divino, ou seja, um retorno a si mesmo para encontrar em nós mesmos esta partícula de eternidade, é o mínimo que podemos fazer para escapar do tumulto da vida e dos murmúrios da o mundo. Porque temos uma noção da perfeição que procuramos e da liberdade que a acompanha, sabemos o que depende da nossa própria decisão e do que podemos escapar.


IV - CONCLUSÃO


Estamos num mundo muito particular que é o do simbolismo, do sagrado, e onde as palavras que usamos podem ser interpretadas de forma simbólica. Nosso trabalho na loja como iniciado nos permite, em comparação com outros homens, ir mais longe no caminho da busca por esta Verdade. Penso que graças a este caminho iniciático e às nossas possibilidades podemos ir mais longe nesta abordagem às noções de absoluto. Porque a Verdade faz parte do absoluto e temos a possibilidade, através da compreensão do nosso rito e do nosso simbolismo, de podermos aproximar-nos deste absoluto.

Devemos sentir-nos preocupados com esta missão que permitirá posteriormente a transmissão aos irmãos que nos sucederão.

Lembremo-nos da nossa iniciação ao 1º grau :

Como você foi apresentado à Loja? Por três grandes golpes.

Qual é o seu significado?   Peça e você receberá (A LUZ); Busque e você encontrará (A VERDADE); Bata e ela será aberta para você   (A PORTA DO TEMPLO).  

O que você viu quando entrou na Loja? Nada que a mente humana não consiga compreender: um espesso véu cobriu meus olhos. Não basta sermos levados à presença da Verdade para que ela seja inteligível para nós. A luz só ilumina o espírito humano quando nada se opõe ao seu brilho. Enquanto a ilusão e o preconceito nos cegarem, as trevas reinarão em nós e nos tornarão insensíveis ao esplendor da Verdade. 

O conteúdo simbólico de cada Grau pretende alertar o destinatário contra qualquer certeza: se a Verdade (com T maiúsculo) é una, as verdades são múltiplas e falaciosas. 


O simbolismo da Luz é amplamente utilizado para indicar ao F \ M \ que se a Noite emerge do Caos, as Trevas que a povoam são inadequadas para receber qualquer ensinamento iniciático e que a Luz deve emergir das Trevas. Mas se isto constitui uma condição necessária para a elevação espiritual, não é menos insuficiente porque os preconceitos (ignorância, fanatismo, ambição descontrolada) estão sempre à espreita para derrubar o vaidoso e apenas dar-lhe a aparência de um ensinamento do qual ele só possuirá os chocalhos insignificantes. É assim que qualquer Luz, qualquer raio que a componha, pode ser detido por um obstáculo que o ritual simboliza por uma ligadura opaca, susceptível de impedir a comunicação espiritual. E mesmo que o progresso do ritual remova o obstáculo durante a cerimónia, ele permanece presente em todo o seu simbolismo. É permanecendo no mesmo nível que se sugere o trabalho incessante a ser realizado pelo destinatário, a fim de eliminar qualquer interposição entre ele e a Luz e para que construindo seu Templo espiritual ele possa se aproximar da VERDADE.

 

 


A Verdade não se encontra seguindo uma linha reta, porque então estaríamos no caminho da verdade dos fanáticos, para quem o Homem deve ser escravizado por todos os meios, mesmo os mais perniciosos.

Da mesma forma, não devemos deixar-nos guiar pela razão pura, porque então acabaríamos com uma verdade científica que não é a verdade real.

Devemos seguir um caminho pouco convidativo, onde não há conforto, nem glória, nem riqueza além da do espírito e que chamo de Verdade dos fracos, porque, como a cana, triunfamos sobre a força através do poder do Conhecimento correto.

É estudando as crenças dos homens na sua busca pela Verdade universal que poderemos fazer a ligação entre o visível e o invisível e reunir o que está disperso, o que une em vez de separar.

Agindo desta forma, teremos dado um pequeno passo em direção ao divino e provado assim que os maçons não são ateus estúpidos nem libertinos irreligiosos.

fevereiro 23, 2025

ARLS UNIVERSITARIA GOIANA 4094

 


Atendendo à programação feita pelo irmão e confrade José Mariano, presidente da Academia Goiana Maçônica de Letras, estive na manhã deste domingo na ARLS Universitária Goiana 4094 para proferir a palestra "Maçonaria, de Isaac Newton à Internet" em conjunto com a mostra virtual dos livros dos acadêmicos da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras.

A Loja, do Rito Moderno, conduzida pelo Venerável Mestre Miguel Tiago, funciona em um dos templos da ampla sede do GOB Goiás e é repleta de intelectuais e professores universitários, a maioria jovens e muito cultos.

A palestra despertou grande interesse e a sessão terminou depois do meio-dia devido aos enriquecedores comentários dos irmãos. Merece destaque o belíssimo comentário do irmão Orador, Anderson Lima da Silveira, que passeou com facilidade e erudição pela filosofia Maçônica, ao comentar a apresentação.

A Loja se comprometeu com a doação de 5 cestas básicas como retribuição da minha palestra. Foi um promissor início do meu trabalho em Goiânia.

PRATICAR FRATERNIDADE - Adilson Zotovici



É dito em Loja amplamente 

Predito pela irmandade 

Ouvir que o coração sente 

Ação de solidariedade 


Inda que seja prudente 

A carência, à verdade 

Ao profano, à nossa gente 

Prevalência da bondade 


A alguém que de repente 

Em grande dificuldade 

Num momento então carente 


Vasta a possibilidade 

Não  basta falar somente 

Mas *praticar Fraternidade* !!!



PALESTRA O CAMINHO DA FELICIDADE - Michael Winetzki


Vídeo da palestra realizada na Academia Maçônica de Letras de Rondônia em 02/12/2023




fevereiro 22, 2025

GRANDE LOJA MAÇÔNICA DE GOIÁS



 Chegando neste momento em Goiânia para uma semana de palestras e mostra de livros dos membros da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras que tenho a honra de presidir.

Ficarei hospedado nos apartamentos da Grande Loja que me trazem tantas e tão boas recordações.

O trabalho começa amanhã, domingo, com uma palestra na ARLS Universitária Goiana 4094 do GOB GO e prossegue todos os dias, encerrando na próxima sexta feira com outra palestra na ARLS Reintegração e Concórdia 57, da GLEG, da qual sou membro honorário.

Nas duas semanas que fiquei em Brasília a retribuição às minhas palestras gerou mais de 100 cestas básicas doadas a entidades. Espero obter resultados semelhantes nesta belíssima capital de Goiás.

DIA INTERNACIONAL DO MAÇOM - Domingos da Paz



Queridos Irmãos Maçons,

Neste Dia Internacional do Maçom, celebremos a essência dos princípios que nos unem como uma irmandade global. Que a luz da Fraternidade, Igualdade e Liberdade brilhe intensamente em nossos corações e guie nossas ações.

A busca pelo conhecimento é um pilar fundamental da Maçonaria. Que nunca deixemos de aprender e crescer, buscando sempre o aprimoramento pessoal e coletivo. Que possamos compartilhar nosso saber com generosidade, iluminando o caminho para um futuro mais esclarecido e harmonioso.

A conexão com o divino nos fortalece e nos guia em nossa jornada. Que encontremos paz e inspiração nas nossas práticas espirituais, e que nosso compromisso com a fé nos sustente em momentos de desafio. Que a harmonia entre o espírito, a mente e o corpo seja sempre nossa meta.

Como irmãos, somos unidos por laços de amizade e apoio mútuo. Que a fraternidade nos inspire a construir pontes de entendimento e solidariedade, fortalecendo nossa irmandade e promovendo a união entre todos os seres humanos.

Que possamos lutar pela justiça e pela equidade, reconhecendo e respeitando a diversidade de pensamentos e culturas. Que a igualdade seja a base de nossas ações e de nosso compromisso com a humanidade.

Neste dia especial, renovemos nossos votos de fraternidade e compromisso com os ideais maçônicos. Que a amizade e o apoio mútuo sejam sempre presentes em nossas vidas, e que possamos continuar a construir um legado de paz, justiça e amor fraternal. 


TELHAMENTO OU TROLHAMENTO - Pedro Juk


Em 30.06.2014 o Respeitável Irmão Clovis Luciano de F. Júnior, sem declinar o nome da Loja, Rito, Obediência, Cidade e Estado da Federação apresenta a questão seguinte.

Caros amigos da redação Trolha, eu comprei um livro recentemente os Cadernos de Bolso de Aprendiz, Companheiro e Mestre; e lendo o Caderno de Aprendiz na pagina 63 sobre o telhamento ou trolhamento? O livro nos diz que o correto é telhamento, mas li em outro livro que na verdade seria trolhamento porque consultando o dicionário priberam da língua portuguesa de português europeu, trolha é aquele operário que assenta e conserta tijolos, logo trolhamento seria assentar e consertar telhados já o telhador é aquele que telha e o verbo telhar significa cobrir com telha. Eu li um livro muito interessante do Kennyo Ismail que me deu uma base muito mais sólida para esse assunto. Gostaria de saber uma posição de vocês em relação a isso.

Considerações: 

Assim se pronuncia o Novo Dicionário Aurélio – atualizado e versão eletrônica: 

Trolha - Substantivo feminino - 1. Espécie de pá na qual o pedreiro tem a argamassa que vai usando. 2. Brasil - Desempoladeira. Substantivo masculino. 3. Pedreiro ruim. 4. Servente de pedreiro. Se

Telhar - Verbo transitivo direto - 1. Cobrir com telhas; atelhar. Telhador (De telhar + -dor) - Substantivo masculino - 1. Aquele que telha.

Telhadura (De telhar + -dura) - Substantivo feminino - 1. Ato ou efeito de telhar. 2. Lugar onde se fabricam telhas. 

Neologia – Substantivo feminino - 1. Emprego de palavras novas, ou de novas acepções. 

Neologismo - Substantivo masculino - 1. Palavra ou expressão nova numa língua. 2. Por extensão - Significado novo que uma palavra ou expressão de uma língua pode assumir. 

Ponderações sobre os termos “telhamento e trolhamento” em Maçonaria: 

A origem dos “trabalhos cobertos” vem dos canteiros medievais onde os planos da obra, contratos de trabalho e o ensinamento da “arte” eram sigilosos. Essa prática estendeu-se para a Maçonaria Especulativa e por extensão a Moderna Maçonaria. 

Nesse caso a referência feita à “cobertura” significa exatamente o sigilo no trato dos acontecimentos e assuntos maçônicos dentro da Loja. Assim o rótulo assumiu o neologismo maçônico de “telhamento” pela cobertura dos trabalhos – ninguém pode ver nem ouvir o que se passa no canteiro (Loja). Desse costume apareceria o cargo do Cobridor como aquele que figuradamente cobre os trabalhos na Loja. Dependendo da vertente maçônica existe o Guarda Externo (francesa) e o Tyler (inglesa), assim como os conhecidos Cobridores, ou Guardas Internos. 

Como o termo se refere ao sigilo, os Sinais, Toques e Palavras guardados como verdadeiros segredos da Ordem assumiram também as características de “cobridores do grau”, posto que além de afastar bisbilhoteiros, preserva os segredos de cada grau, dando o caráter de qualidade para o maçom participar ou não de uma sessão de acordo com o seu nível de aprendizado. 

Assim o termo “cobertura” identifica-se com “telha” que, por extensão dá o caráter de “telhamento” (neologismo – termo encontrado no idioma vernáculo é telhadura). Também dessa associação apareceria o uso da palavra “goteira” para um não iniciado (costume adquirido pela má cobertura do recinto). 

Infelizmente, embora já exaustivamente explicado, alguns ainda produzem o equívoco de confundir “telhamento” com “trolhamento”. Essa interpretação enganosa foi inserida nos rituais brasileiros de há muito tempo atrás e veio se reproduzindo como uma erva daninha, embora alguns autores ainda “tentem” achar uma justificativa para a mesma. 

A palavra “trolha” rotula um instrumento usado pelo pedreiro no seu ofício. Ela pode ser a “colher de pedreiro”, ou a “desempoladeira, ou desempenadeira” donde o artífice se serve da argamassa e alisa a superfície para aparar arestas. Desse procedimento operativo, surgiria o termo figurado de “trolhamento” (outro neologismo maçônico) sugerindo a ação de aparar rusgas por eventuais desentendimentos entre os Irmãos. 

Assim, o ato do trolhamento significa apaziguar, enquanto que o de telhamento implica em cobrir. Afinal cobre-se um recinto com telhas ou com trolhas? O que não faz sentido é fazer analogia do trolhamento com o sigilo e o segredo maçônico, já que como Landmark específico o sigilo e o segredo fazem parte da “cobertura dos trabalhos maçônicos”, e nunca da digamos... “trolhadura dos trabalhos”. 

Definições maçônicas para os termos: 

Telha (do latim tegula) – substantivo feminino: designa uma peça, em geral de barro cozido, usada na cobertura de edifícios. 

Telhador – substantivo masculino: designa aquele que telha. 

Telhadura – substantivo feminino: designa o ato ou efeito de telhar. 

Telhamento – neologismo maçônico: designa o mesmo que telhadura. 

Trolha (do latim trullia, variação do latim trulla) – substantivo feminino: designa uma espécie de pá na qual o pedreiro tem a argamassa da cal que vai se servindo. Designa no Brasil, também a desempoladeira; a desempenadeira. 

Trolhamento – neologismo maçônico: designa o ato ou efeito de trolhar (neologismo). 

Telha – Na Maçonaria moderna como uma “construtora social”, os instrumentos de trabalho e materiais são simbolicamente os dos construtores de edifícios. Assim a cobertura do Templo também está em não permitir a presença de intrusos e bisbilhoteiros. Simbolicamente é feita a cobertura com telhas através do Telhador, por extensão o Cobridor, ou aquele que cobre. É a origem do termo “goteira” que em Maçonaria significa o lugar descoberto, ou o bisbilhoteiro que espiona os trabalhos – para que isso não venha acontecer o Cobridor “cobre o Templo”. 

Telhador – Como oficio daquele que cobre de telhas. Em Maçonaria recebe também o título de Cobridor, ou o Guarda do Templo, a quem compete o ato de “telhar”, ou fazer o “telhamento” naqueles que se apresentam à porta do Templo para verificar a sua qualidade maçônica de iniciado, bem como o seu Grau conforme o trabalho da Loja. 

Telhar – verbo transitivo direto significa o ofício de cobrir com telhas. Em Maçonaria compete ao Cobridor, ou Telhador, o ofício de telhar, ou examinar nos toques, sinais e palavras, os visitantes que se apresentam à porta do Templo no intuito de verificar se os mesmos são realmente Maçons e posteriormente se certificar da qualidade maçônica conforme o Grau para ingressar nos trabalhos que estão sendo realizados. Infelizmente o termo tem ainda sido confundido com o ato de “trolhar”, que verdadeiramente significa o ato de “passar a trolha”. Assim, trolhar nesse caso é termo altamente incorreto para se designar o referido exame, já que telhar está ligado ao ato de cobertura e cobertura é feito com telhas, não com trolhas. Do mesmo modo o Cobridor, ou Telhador não possui o título de “trolhador” em qualquer Rito ou Trabalho maçônico. 

Trolha – a Moderna Maçonaria como construtora social, viria absorver inúmeros instrumentos da arte de construir. Sob esse prisma a trolha não deixaria de nela ter um importante significado simbólico. Alguns autores, provavelmente pela etimologia da palavra, defendem a tese de que a trolha seria a colher de pedreiro. Contudo seja ela a colher de pedreiro, seja ela a desempoladeira, ou desempenadeira, conforme a definição apontada por bons dicionaristas do idioma vernáculo, a verdade é que ela, dentro das suas funções, serve para alisar a argamassa aparando e preenchendo as rugosidades. 

Nesse sentido a trolha e o ato de trolhar (neologismo maçônico) significa o meio que é usado para apaziguar os Obreiros que porventura estejam em litigio - aparar arestas. Esse apaziguamento, ou esse entendimento é rotulado pelo neologismo maçônico como “trolhamento”, já que trolhar designa o ato de passar a trolha. 

Lamentavelmente o termo “trolhamento” ainda tem sido equivocadamente usado em lugar de “telhamento” como se ambos tivessem o mesmo sentido. 

Finalizando: “telhamento” é um dos ofícios do Cobridor quando verifica a qualidade maçônica de um visitante. Já “trolhamento” significa o ato de apaziguar eventuais rusgas ou desentendimentos entre os Irmãos. 

O Cobridor Externo no Craft (inglês e norte-americano) é o “Tyler”. 

Desculpe o abuso do “prolixo”, todavia é uma das armas para combater essas carcaças de dinossauro – a insistência do tal “trolhamento” para a verificação. 

Finalizando, o Caderno de Bolso “A Trolha”, Instruções para a Loja de Aprendiz, R∴E∴A∴A∴ no que concerne a vossa questão está corretíssimo.



fevereiro 21, 2025

HELIO PEREIRA LEITE


 











Na palestra que realizei na noite de ontem na ARLS Águas Claras 4380 recebi a honrosa visita do irmão Hélio Pereira Leite, Grão Mestre Honorário do GOB DF e presidente da Academia Nacional de Maçons Imortais, da qual faço parte como membro correspondente.

Intelectual e escritor de vasta obra maçônica o irmão Hélio e eu trocamos obras com gentis dedicatórias. Eu o presenteei com o meu livro de maior sucesso, "O caminho da felicidade" e recebi a obra "Maçonaria e Democracia", coletânea organizada por ele e pelo  irmão Luiz Abner de Holanda Bezerra.

Tanta a Loja, como eu ficamos felizes e orgulhosos com a presença do irmão Hélio, que devido a provecta idade já não tem comparecido a Lojas dedicando-se a literatura e a ANMI. Sua participação na sessão de ontem mostra o carinho e respeito que demonstra pela ARLS Águas Claras 4380 e por mim pessoalmente.


ARLS AGUAS CLARAS 4380 - Brasília



69 cestas básicas - fiquei quase sem fôlego quando ouvi o irmão Marcelo Gêa dizer em alto e bom som, que esta era a retribuição da ARLS Águas Claras 4380 do GOB, pela minha palestra de ontem "O grande incêndio de Londres em 1966 e a origem da maçonaria especulativa"

A Loja opera no Rito York em uma sala comercial em Águas Claras, uma região  desenvolvida e afluente da Capital Federal. Há cerca de dez anos, quando foi fundada, eu a visitei e comentei que, pela simplicidade, parecia uma Loja portátil. A aparência não mudou, mas o conteúdo de estudo e beneficência é impressionante.

Sob o comando do Mestre Charles Dickens e com a honrosa presença do Grão Mestre de Honra do GODF e presidente da Academia Nacional de Maçons Imortais, irmão Hélio P. Leite, a Loja estava lotada de jovens maçons.

Como sempre, a palestra e a exposição de livros dos acadêmicos da AMVBL despertaram grande interesse e a sessão de perguntas durou tanto quanto a própria apresentação.

Com esta extraordinária contribuição estas duas semanas de visitas e palestras em Brasília geraram, para doação, 110 cestas básicas. Eu me sinto realizado e feliz de poder conduzir esta missão.


PALAVRAS DE ALBERT EINSTEIN - Ernani Fornari



"Eu não passei a entender as leis fundamentais do universo através da minha mente racional. ”

"Em relação ao caso, estávamos completamente errados. O que chamamos de matéria é energia, cujas vibrações são tão baixas que é perceptível aos sentidos. A matéria é a mente reduzida à visibilidade. Não importa. ”

"O tempo e o espaço não são condições em que vivemos, mas condições em que pensamos.

"Conceitos físicos são criações livres da mente humana, e não são, por mais que pareça, determinados pelo mundo exterior. "

"O tempo não existe - nós o inventamos. Tempo é o que o relógio diz. A diferença entre passado, presente e futuro é apenas uma teimosa ilusão. ”

"Penso 99 vezes e não encontro nada. Eu paro de pensar, nado em silêncio, e a verdade vem até mim. "

"O intelectual tem pouco a fazer no caminho da descoberta. Existe um salto na consciência, chame de intuição ou o que quiser, a solução vem até você e você não sabe como ou porquê. ”

"Uma pessoa experimenta a si mesmo, os seus pensamentos e sentimentos como algo separado dos demais, uma espécie de movimento de consciência óptica. Essa ilusão é uma espécie de prisão para nós, que nos limita aos nossos desejos pessoais e afeto por algumas pessoas mais próximas de nós. A nossa tarefa deve ser libertar-nos desta prisão alargando o nosso círculo de compaixão para abraçar todos os seres vivos e toda a natureza na sua beleza. "

"A nossa separação um do outro é uma ilusão de ótica. "

"Quando algo vibra, todos os elétrons do universo ressoam com isso. Tudo está conectado. A maior tragédia na existência humana é a ilusão da separação. ”

"A realidade é apenas uma ilusão, mesmo que seja muito persistente. ”

"Somos almas vestidas com roupas bioquímicas sagradas e nossos corpos são os instrumentos com os quais nossas almas tocam sua música. ”

"A medida que percebe a vida de algumas das pessoas mais influentes que já andaram entre nós, vai descobrir um fio que percorre todas elas. Eles são primeiro adaptados com sua natureza espiritual e primeiro depois com seu eu físico. ”

"O verdadeiro valor de uma pessoa pode ser encontrado na medida em que ela alcançou a libertação de si mesma. ”

"Os antepassados sabiam algo que parecemos ter esquecido. ”

"Quanto mais aprendo sobre física, mais atraído fico pela metafísica. ”

"Aprendi uma coisa numa longa vida: que toda a nossa ciência, medida pela realidade, é primitiva e infantil. Ainda não sabemos um milésimo de um por cento do que a natureza nos revelou. É bem possível que por trás da percepção das nossas mentes escondam mundos que desconhecemos. ”

"Eu não sou ateu. O problema é muito grande para nossas mentes limitadas. Estamos na posição de uma criança pequena a entrar numa enorme biblioteca cheia de livros em muitas línguas. A criança sabe que alguém deve ter escrito livros.

"A ideia geral de que sou ateu é baseada em um grande erro. "Quem interpreta minhas teorias científicas desta forma não as entendeu. "

"Tudo é determinado, todo começo e fim, por forças sobre as quais não temos controle. É determinado para o inseto e para a estrela. Pessoas, vegetais ou pó cósmico, todos nós dançamos ao som de uma melodia mística, sintonizada à distância por um pio invisível. "

“A religião do futuro será uma religião cósmica. Vai além de um Deus pessoal e evitará dogmas e teologia. ”

"A energia não pode ser criada ou destruída, só pode ser transformada de uma forma para outra.

"Tudo é energia e é tudo o que há. Ajuste a frequência da realidade que você quer e não pode mas receber essa realidade. Não pode ser de outra forma. Isto não é uma filosofia. Isto é física. ”

"Sou feliz porque não quero nada de ninguém. Não quero saber de dinheiro. Decorações, títulos ou prémios não significam nada para mim. Não quero elogios. Eu fico com os louros de nada. Um homem feliz está muito satisfeito com o presente para se preocupar demasiado com o futuro. "


fevereiro 20, 2025

SEBASTIÃO MARCONDES


O irmão Sebastião Marcondes é o atual Venerável Mestre da ARLS Mário Behring n. 19, onde tive o prazer de palestrar nesta semana. Mas temos contato de longa data porque é membro fundador de ambas as Lojas Virtuais das quais também faço parte, a Lux in Tenebris 47, da GLOMARON e a Luz e Conhecimento 103, da GLEPA e espectador assíduo de minhas palestras virtuais.

Mineiro de Andradas radicado em Brasília, Marcondes é analista de TI, jornalista e editor de livros e revistas, além de autor dos dois livros expostos na imagem, que dão a medida de seu talento aplicado à maçonaria e a fé.

Recebi os seus livros como cortesia ao final da palestra, com carinhosa dedicatória, e por serem os textos tão interessantes passarão a ser publicados também neste blog.

O IMPASSE E A EGRÉGORA - Newton Agrella


Há alguns poucos anos começou-se a ouvir com maior frequência em algumas Lojas Maçônicas, independentemente do Rito, uma palavra grega transliterada como "egrégora", cujo significado é algo inteiramente alienígena aos princípios dialéticos da Maçonaria.

Não há qualquer registro em Rituais Maçônicos dando conta a respeito da referida expressão.

O termo "Egrégora" é particularmente atinente às sociedades teosóficas e espiritualistas e de antigas doutrinas gnósticas.

O termo refere-se a uma espécie de entidade ou força extrafísica que se manifesta através de uma corrente vibratória de pensamento podendo ganhar efeito através de uma projeção de espaços e dimensões.

Nesse caso, a rigor estaríamos falando de ocultismo e não de esoterismo. 

Coisas díspares.

Há é claro, público para tudo, bem como autores que se predispõem a adotar modismos, até como forma de agradar leitores.

Talvez, e isto é apenas uma hipótese, esse culto à Egrégora, tenha surgido até como um meio de querer imprimir à chamada "Cadeia de União" - esta sim, uma verdadeira e reconhecida prática maçônica - um caráter de maior requinte.

Cumpre lembrar que a prerrogativa da promoção da "Cadeia de União" na Maçonaria, obedece a um critério particular de acordo com a Potência Maçônica, bem como do Rito de que dela se vale.

Seu significado simbólico está atrelado a algumas situações e ritos.

Para o *Rito Escocês Antigo e Aceito*, que se constitui amplamente, no mais praticado aqui no Brasil, a "Cadeia de União"  é basicamente  evocada para a transmissão da Palavra Semestral, cuja finalidade administrativa é a de conferir o nível de regularidade do Maçom, no que tange à sua frequência em Loja, porém executada de maneira litúrgica e ritualística, como herança das corporações de ofício na Idade Média, (Cantarias) onde os Maçons Operativos davam-se as mãos formando uma corrente, e conforme o Rito, cruzando ou não os braços.

Esse costume que acabou sendo adotado pela Maçonaria Especulativa e cuja prática se materializa ao encerramento dos trabalhos de Loja - no caso da transmissão da Palavra Semestral - a mesma ocorre, a partir do Venerável Mestre e se resume apenas e tão somente aos Obreiros do Quadro.

Para o Grande Oriente de São Paulo, por exemplo, o Ritual de Aprendiz do R.'.E.'.A.'.A.'. prevê que a Cadeia de União trata-se de um adendo à Sessão Ordinária para a transmissão da Palavra Semestral podendo ocorrer somente no Grau de Aprendiz - ou alguma outra intenção que o Venerável Mestre repute justificável.

Cabe no entanto deixar claro que numa evocação da Cadeia de União não é cabível qualquer espécie de "Egrégora" e tampouco que se procedam quaisquer orações, rezas, cantos ou outras manifestações de caráter religioso, divinal ou transcendental.

São descabidas no arcabouço cultural e acadêmico maçônicos, práticas excêntricas que possam ferir a própria essência dialética da Sublime Ordem.

É inequívoco que interpretações distintas, ideias contraditórias e entendimentos difusos fazem parte da própria heterogeneidade humana, porém o Maçom deve sempre trazer consigo a marca de um Livre Pensador, apoiado antes de tudo no bom senso e no discernimento, como legítimos instrumentos de sua caminhada.






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fevereiro 19, 2025

LUIZ GONZAGA DA ROCHA


 O irmão e confrade Luiz Gonzaga da Rocha, pernambucano de Pesqueira, radicado em Brasília, é um dos mais notáveis eruditos da maçonaria. Escritor, poeta, historiador e filósofo, autor de robusta obra em cada uma destas áreas.

 Na noite de ontem, ao chegar para a palestra na Loja, recebi como cortesia duas de suas obras mais recentes, com singelas dedicatórias, escritos sob o pseudônimo Abbas Al Mansour, que aparecem nas imagens acima, "Prédicas do Pai Eterno," e "Breviário do Amor e da Ironia".

Destaco a Epístola ao Leitor com a qual Abbas principia o livro Prédicas do Pai Eterno: - " Atenta, leitor, para as vantagens que te pode trazer a leitura deste e de todo e qualquer livrinho. Chamado desta forma à leitura, quem negará aos livros o direito de existir; o poder de penetrar em todas as mentes; e tornar o leitor apto a palmilhar com mais segurança o caminho que o deve conduzir à meta final; Tornar-se Divino."

Um dos diversos significados do nome Abbas é a forma abreviada do hebraico Abiah, cujo "Pai é Deus", composto do aramaico ab, Pai, e Iah, Deus.  Este vocábulo se apresenta na composição de inúmeros nomes, designando uma divindade.