abril 20, 2025

SALA DOS PASSOS PERDIDOS - Charles Evaldo Boller



A designação sala dos passos perdidos foi copiada pela Maçonaria do parlamento inglês, constava de uma antecâmara onde o cidadão esperava ser atendido, ou recebia decisões e despachos de assuntos de seu interesse. Era quando este perambulava sem destino para descarregar sua ansiedade; algo semelhante à sala de preocupações do tio Patinhas, onde aquele anda em círculos até afundar o piso sob seus pés pelas mesmas razões.

Na Maçonaria este cômodo está localizado antes do átrio e do templo. É a sala de espera para aguardar o inicio dos trabalhos e onde são tratados os mais diversos assuntos. Onde possível, consta de um local confortável, com poltronas ou cadeiras, mesa, e onde se pratica a sociabilização, cada um a sua maneira e de acordo com sua personalidade.

Neste local não existe ordem nem ritualística, as pessoas transitam pela sala em qualquer direção, formam grupos em diálogos de todos os tipos, nada tem rumo, daí a semelhança com a ante-sala do parlamento inglês.

Aproveita-se o tempo para pagar emolumentos ao irmão tesoureiro. Se houver alguma coleta de recursos para campanhas de caridade da loja, o irmão hospitaleiro faz esta coleta, dá recibo e a registra. Recebem-se recados do irmão secretário de alguma pendência de documentos ou outras providências burocráticas. O irmão mestre de cerimônias faz a distribuição dos colares aos oficiais se o obreiro tiver cargo em loja, mas estes não os vestem. Assina-se o livro de presenças junto ao irmão chanceler. É discretamente feito o telhamento de visitantes. Consulta-se o edital com alguma novidade em exposição. 

Regem as etiquetas e comportamentos profanos, dentro do maior respeito. 

A agitação vai lentamente cedendo lugar ao silêncio, e conforme os arranjos de preparação vão progredindo e a hora de inicio dos trabalhos se aproxima, vai perdendo a influência o mundo profano até adentrar ao átrio, onde toda a agitação cessa.

O mestre de cerimônias convida os irmãos a adentrarem ao átrio. 

O cobridor externo, já devidamente paramentado, portando espada, fecha a porta externa às suas costas. 

Passa a reinar silêncio e o comportamento é formal, ritualístico, silencioso e ordeiro. Consta em uma sala, normalmente de quase a mesma largura do templo e adequada para receber todos os irmãos perfilados. As lojas que possuem átrios de pequenas dimensões, usam a sala dos passos perdidos também como átrio. 

O átrio é o vestíbulo do templo, é onde cada obreiro coloca seu avental e paramentos com a garantia de estar fora de alcance de olhos profanos. 

É preparado o cortejo de entrada em duas filas, uma para cada coluna; os irmãos aprendizes ficam perfilados ao lado norte e os irmãos companheiros ao lado sul; os oficiais das colunas tomam o lado onde ficam locados dentro da Loja. 

Inicia-se a preparação espiritual do grupo; mesmo que não existente no rito escocês antigo e aceito, por simples tradição, o mestre de cerimônias recita oração e pede ajuda ao Grande Arquiteto do Universo para que a reunião seja agraciada de bons fluídos, comunicando ao venerável mestre que o templo está devidamente ornamentado e que os trabalhos já podem iniciar. 

O venerável mestre determina que o mestre de cerimônias cumpra com seu dever.

O mestre de cerimônias determina que os irmãos guarda do templo e mestre de harmonia tomem seus lugares dentro do templo. Estes entram e fecha-se a porta do templo atrás deles. 

O mestre de cerimônias aguarda um breve instante e dá uma batida com seu bastão na porta do templo, que é respondida pelo guarda do templo pelo lado de dentro. O guarda do templo abre a porta para entrada do cortejo ao interior do templo. 

O mestre de cerimônias coloca o cortejo em marcha, adentrando primeiro os irmãos aprendizes, seguidos pelos irmãos companheiros, mestres sem cargo seguidos pelos oficiais, o segundo vigilante, o primeiro vigilante, ficando para o final, o irmão venerável mestre, e após este, se presentes, outras autoridades da grande loja, remanescendo apenas o cobridor externo em sua função. 

Pela descrição das funções dos dois ambientes percebe-se que enquanto na sala dos passos perdidos reina o caos do mundo profano no átrio age o sacro, tem regras e ritualística. Num atua o mundano, noutro o sagrado, para honra e à glória do Grande Arquiteto do Universo.

O CRÂNIO - Adilson Zotovici




Símbolo que glorifico

Temido na sociedade

Mal entendido pontifico

Na Sublime fraternidade


O da furna escura critico

Que morte sua identidade

De porte maior justifico

Estrutura da irmandade


Negro, branco, pobre, rico

Homem, mulher...paridade

Fito-o e identifico ;


Silente, nele a verdade

E finalmente  explico :

"O crânio", mostra a "igualdade"



DOXA É O QUE NÃO NOS CABE EM 2025 - Sérgio Quirino


 

No artigo anterior, Episteme, para construir um 2025 de sucesso – ( publicado neste blog em 13/4), fizemos o seguinte alerta: não nos cabe estar na Maçonaria, é necessário sermos Maçons. Não podemos, assim, ter simples opiniões de tudo o que nos envolve – o que chamamos de Doxa.

Talvez tenha passado apenas como uma simples observação, mas isso é, de fato, um aviso.

Doxa é o oposto de Episteme. Conforme explicado, episteme é o conhecimento verdadeiro, adquirido e baseado na realidade concreta de fatos e elementos que possam ser experimentados e comprovados.

Em âmbito filosófico, Doxa é um conjunto de posicionamentos que adotamos, baseados em percepções pessoais, bagagem cultural, tendências filosóficas, religiosidade e passionalidade de interesses.

Em determinadas situações, visualizamos o que nos é apresentado como verdade óbvia, ou a chamada “evidência natural”, mas que não passa de uma crença.

O TERMO MAÇÔNICO PARA DOXA É ACHISMO.

Por conta da atual tecnologia, em que o acesso a conteúdos maçônicos ocorre em segundos e nas mais variadas linhas de pensamento, devemos desenvolver a postura de não acharmos nada e também entender que não precisamos ter opinião sobre tudo.

Primaz é entendermos, aprendermos e compreendermos quatro aspectos que se interligam, contudo são inteiramente independentes: Maçonaria, Ritos, Rituais e Maçons.

Vamos a exemplos práticos:

O que “sustenta” a Maçonaria são os Landmarks.

No entanto são os 25 de Albert G. Mackey ou os cinco de Albert Pike?

Há Ritos que apregoam que a cor do avental é azul; outros, que é vermelho.

Se o que você usa é o certo, então vários Irmãos estão errados?

O seu Ritual prescreve que a caminhada é feita no sentido horário.

Quando, em visita, houver o movimento anti-horário, você “ides ou vindes”?

Maçons são todos iguais.

Na sua Loja, todos os Obreiros estão sempre à disposição para trabalhar e praticam corretamente o Uso da Palavra?

O que devemos, pois, entender, aprender e compreender é que a nossa universalidade pétrea só é real e concreta em três aspectos: Fraternidade, defesa da Moral e enlevo Ético. Tudo o mais são detalhes, características, normas e procedimentos em que não cabem o EU ACHO e ESTA É MINHA OPINIÃO FINAL.

As diferenças são enriquecedoras fora do olhar crítico e comparador. Irmão é Irmão se como tal ele se comporta, dos pontos de vista moral e ético, indiferentemente de Potência, alfaias ou Coluna onde se assenta.

Ademais, já alertamos que ninguém deve ser um eterno aprendiz e que devemos, sim, estar em eterno aprendizado.

Sigamos o pensamento do cantor Raul Seixas:                            

“Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.

O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!


abril 19, 2025

SEMANA SANTA, PROCISSÃO & PÁSCOA (Breve abordagem Cultural) - Newton Agrella

 






Vai aí, uma breve abordagem cultural, "sem qualquer vestígio proselitista religioso", mas  levando-se em conta, o aspecto do imenso contingente cristão que vive em nosso país.

Quando se vive a Semana Santa, dificilmente deixamos de nos  lembrar de nossa infância,  que ao cair da noite, íamos com nossos pais à famosa Procissão.

Sem termos uma ideia mais consistente do que aquilo significava, ( pelo menos para a maioria de nós), íamos felizes e ao mesmo tempo com um certo ar de interrogação e  curiosidade para entender o que aquilo de fato representava.

Aquele monte de gente, mulheres usando véus, muitos portando velas acesas, ar circunspecto e  seguindo o padre que  ia à frente acompanhado de seu  séquito carregando a Imagem Santa....

Passos lentos, cânticos, orações e uma atmosfera solene em que a Fé era a condutora e protagonista do espetáculo.  

Era sinceramente algo especial, que de algum modo se instalou pra sempre em nossa memória...

"Procissão"  (provém do Latim  *procedere* ) que significa  "para ir adiante", "avançar", "caminhar").  

Este ritual segundo a crença, tornaria as pessoas e os locais abençoados.

Esse cenário é um encontro anímico e espiritual que reforça a Fé e a Crença de que as pessoas se veem
investidas como uma espécie de amortecedor ou dispositivo consolador  para todas as suas dores, sofrimentos e percalços ao longo da Vida.

Os passos da Procissão representam a entrega, o reconhecimento e o agradecimento pelo que Cristo se submeteu em nome de um espírito revelador e salvador para os cristãos...

Enquanto isso, no universo das reminiscências a Procissão continua dentro de nós, com a alma lavada, o espírito alegre e a felicidade incontida de não compreender o que exatamente se passava...

A ansiedade se espreitava diante da possibilidade de no Domingo da Passagem, podermos ainda crianças, desfrutar de um pedaço do Ovo de Chocolate ...

FELIZ  CAMINHO  DA PÁSCOA  A VOCÊ !!!



CRENÇA EM UM ENTE SUPREMO - Pedro Juk






Em 13/03/2017 o Respeitável Irmão Alisson Marcos, Loja Acácia do Sudoeste, REAA, GOB-PR, Oriente de Pato Branco, Estado do Paraná, formula a seguinte questão:

*É possível dizer que a maçonaria (especulativa) sempre teve como requisito a crença em um Ser Supremo?*

CONSIDERAÇÕES:

É bastante natural, já que os nossos ancestrais operativos viviam à sombra da Igreja Católica – veja as Associações Monásticas e as Confrarias leigas como percussoras da Franco maçonaria.

Os construtores da pedra viriam a ganhar grande impulso, sobretudo a partir do ano 1.000, época em que, segundo a Igreja, se esperava o final dos tempos. Como a previsão apocalíptica não aconteceu e visando agradecer a Deus por ter poupado o Mundo, os homens se arvoraram a elevar louvores de agradecimento ao Criador, dentre outros feitos, os de edificar igrejas e catedrais como que a deixar mensagens das suas almas na pedra. Nessa época a Igreja-Estado expandia os seus domínios e os Construtores, protegidos e ao seu serviço, edificavam igrejas, abadias, obras públicas, etc. Sob essa óptica, com a expansão desses domínios, as Guildas dos construtores amparadas e protegidas pela Igreja (ofícios livres) viriam experimentar um avanço extraordinário de desenvolvimento.

Assim, essa influência e cunho religioso dado ao trabalho, acompanhariam os canteiros da Idade Média.

Com o advento mais tarde da Maçonaria Especulativa, que surgiria principalmente pela queda de prestígio dos construtores operativos devido ao renascimento das Artes, muitos homens não ligados à Arte de Construir acabariam por adentrar nos quadros das Lojas no intuito de proteger e colaborar com a sobrevivência das construtoras. Documentalmente, o primeiro especulativo a ingressar na Maçonaria foi o latifundiário John Boswell, na Loja Capela de Maria na Escócia no ano de 1.600.

Esses novos protetores, geralmente detentores de prestígio e respeito, quase sempre eram ligados aos reinados da época que, por sua vez, mantinham estreitos laços com a Igreja Católica.

Por esse particular e pelas influências do passado, de modo imemorial e universalmente aceito, a Maçonaria Especulativa (dos Aceitos) adotaria o Landmark da crença em um “Arquiteto Criador” o que faria dela (da crença) uma condição de regularidade perante a Primeira Grande Loja, desde 1.717 já no período da Moderna Maçonaria – vide a Constituição de Anderson em 1723 e a sua revisão em 1.738.

Cabe aqui um pequeno comentário: não raras vezes presenciamos Irmãos a confundirem a Moderna Maçonaria com a Maçonaria Especulativa. Na verdade, o período Especulativo teve o seu início em 1.600 com aceitação do primeiro elemento estranho ao ofício. Já a Moderna Maçonaria, que é especulativa por excelência, teve o seu início no ano de 1.717 com a fundação da “Primeira Grande Loja” em Londres, cujo marco histórico inauguraria o sistema obediencial e a figura do Grão-Mestre. Cronologicamente a Maçonaria Especulativa, ou dos Aceitos teve o seu início documental no início do século XVII na Escócia, enquanto que a Moderna Maçonaria é do primeiro quartel do século XVIII em Londres.

Retomando o raciocínio, foi por essas influências cristãs sobre a Franco
maçonaria, brevemente aqui relatadas durante o desenvolvimento da sua história que possui aproximadamente 800 anos de idade (Maçonaria não é milenar), é que a crença em um Ente Supremo se tornaria uma condição “sine qua non” para obter ingresso na Sublime Instituição.

É bem verdade que essa crença não está na atualidade atrelada a nenhuma religião, já que essa crença é de consciência individual, nela não imperando qualquer prevalência das preferências religiosas. Em síntese, o maçom deve acreditar em Deus que, de modo conciliatório é denominado na Maçonaria como o Grande Arquiteto do Universo.

Cada maçom, à sua maneira, seja ela do ponto de vista teísta ou deísta, tem a liberdade, e deve, de professar a sua religião, desde que se manifeste sobre ela fora dos umbrais dos recintos maçônicos.

Talvez até possa parecer um paradoxo, mas na Maçonaria não se discute religião, embora ela, a Instituição condicione aos seus membros, de modo irrestrito, a acreditar em “Deus”.

A crença em um Ser Supremo é um Landmark da Ordem haurido dos nossos ancestrais e que se mantém até o presente na Moderna Maçonaria.



abril 18, 2025

O VERDADEIRO SEGREDO MAÇÔNICO - Rui Bandeira


O verdadeiro Segredo Maçónico...

É um segredo de vida

E não de ritual

E do que se lhe relaciona.

Os Graus Maçónicos comunicam àqueles que os recebem,

Sabendo como recebê-los,

Um certo espírito,

Uma certa aceleração da vida

Do entendimento

E da intuição,

Que actua como uma espécie

De chave mágica dos próprios símbolos,

E dos símbolos

E rituais não maçónicos,

E da própria vida.

É um espírito,

Um sopro posto na Alma,

E, por conseguinte,

Pela sua natureza,

Incomunicável


Fernando Pessoa


O Poeta escreveu com uma tal lucidez, uma tão esclarecedora clareza, um tão ofuscante brilho, que um simples escrevinhador de textos nada mais tem para acrescentar. Limita-se a extasiar-se e a partilhar com os demais o seu encantamento!



MENTE ABERTA - Newton Agrella




Tudo se torna mais difícil quando nos apoiamos no nosso próprio entendimento.

A autossuficiência humana, por vezes nos leva a um beco sem saída e até mesmo às fronteiras de nossa compreensão.

Isso contudo, não nos impõe que tenhamos que nos entregar ao conformismo, tampouco subjugarmo-nos a  dogmas ou a verdades absolutas, que inapelavelmente fazem com que a nossa capacidade especulativa seja relegada a segundo plano.

Muito pelo contrário, o emblema que a Maçonaria confere quando o Esquadro e o Compasso se encontram  traduzem os seguintes significados, conforme suas disposições sobre o Livro da Lei:

Primeiramente, demonstra em que grau a Loja está trabalhando.

O esquadro sobre o compasso simboliza o predomínio da matéria sobre o espírito. 

Um estágio de aprendizado.

Já no caso do esquadro e compasso entrelaçados, isto revela que matéria e espírito se completam num trabalho de constante evolução intelectual.

E num terceiro estágio, o compasso sobre o esquadro representa a predominância do espírito sobre a matéria, instante em que teoricamente, o maçom predipõe-se à entrega de um profundo exercício especulativo filosófico, baseado na investigação e no estudo do ser humano, da sua existência e da realidade que o cerca. 

Esse estudo ontológico caracteriza-se pela lógica, raciocínio, razão e intelecto, porém dotado de uma aura esotérica, como herança da Maçonaria Operativa que trazia em sua essência fortes influências históricas, religiosas, místicas e lendárias que não podem e nem devem ser desprezadas.

É diante desse esboço que insistir em apoiarmo-nos exclusivamente no nosso entendimento sobre as coisas, torna-nos reféns de nós mesmos, limitando nosso discernimento e nossa linha de ação.

Evoluímos à medida que predispomo-nos a ouvir mais e a prestarmos mais atenção àquilo que está mais distante de nós.

A primazia de nossa evolução está na troca de experiências e de termos a noção inequívoca de que não somos donos de verdade alguma.

Somos sim,  mera projeção do tempo, cuja estética física e mental se molda de acordo com o que somos capazes de esculpir interior e exteriormente.



abril 17, 2025

CEIA DOS CAVALEIROS ROSA CRUZES - Sérgio Quirino


Um Cavaleiro Rosa Cruz é um Maçom que passou pela iniciação do Grau 18 de alguns Ritos Maçônicos. 

Este grau é ministrado juntamente com os graus 15,16 e 17 nos Capítulos Rosa Cruzes e a mensagem do Grau de Cavaleiro Rosa Cruz é que devemos trabalhar pelo triunfo da Luz sobre as Trevas e que somente pela entrega ao Irmão é que alcançaremos a libertação. 

Um Cavaleiro Rosa Cruz é o mais humilde dos Obreiros, lembrando que não devemos confundir humildade com servidão.

Humildade maçônica é a qualidade daqueles que trabalham pela Ordem sem tentarem se projetar sobre os outros e nem se mostrar superior a alguém. 

A Ceia dos Cavaleiros. ENDOENÇAS.


Há um antigo costume, segundo o qual, em qualquer lugar do mundo em que se encontrem esse obreiros --- cavaleiros --- devem se encontrar, na quinta-feira de Endoenças (do latim: indulgentias), ou "quinta-feira santa", ou "quinta-feira da Paixão", que ocorre três dias antes da Páscoa.

A tradição que mencionei é a obrigatoriedade dos Cavaleiros Rosa Cruzes se encontrarem na noite que antecede à Sexta-feira da Paixão. 

Reza esta tradição que os antigos Irmãos após sua investidura como Cav.’. R+C saíam pelo mundo cumprindo seu juramento e que na primeira Lua Cheia após o Equinócio da Primavera (hemisfério norte), eles se encontrariam no local da Investidura. 

A idéia era rever os Irmãos, compartilhar experiências, trazer notícias de Irmãos adoentados ou que tenham falecidos. 

Há toda uma ritualística muito bonita e extremamente filosófica que resulta em seus participante um enlevo moral e espiritual.

A primeira e a segunda parte dos trabalhos acontecem em Templo e a parte final se dá em um ambiente de refeição.

Generalizamos dizendo que nesta noite os Cavaleiros Rosa-Cruzes se reúnem em Sessão de Endoenças. 

Ao final dos trabalhos temos um ágape cujo nome varia muito de Rito, Potência e Oriente e os mais comuns são: Ceia de Cavaleiros; Reunião de Endoenças; Ceia dos Cavaleiros Rosa Cruzes, Sessão de Mesa, Ágape Fraternal e Refeição Mística.


QUINTA FEIRA DE ENDOENÇAS




Religiosamente, a Quinta-Feira Santa é conhecida como “endoenças”, que é um termo de origem latina do verbo indulgeo, que significa perdoar, ser condescendente, interpretado pelo cristianismo como dias de perdão.

Porém, esse termo também pode receber outra interpretação, como sofrer, sentir dor. Daí a denominação desse período como de endoenças.

Foi nesse momento que Jesus anunciou um novo mandamento: 

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Assim serão reconhecidos como meus discípulos”.

“Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a Tua vontade”

Ele bebeu da Taça Sagrada até a última gota. Acredito que a Sua dimensão espiritual, o Seu conhecimento e a consciência de Sua missão davam a Ele o suporte necessário para encarar tudo de forma serena. 

E uma das mais emblemáticas cerimônias dos Altos Graus, especialmente para o Grau 18, Cavaleiro Rosa Cruz.


ENDOENÇAS - Adilson Zotovici

  


Por Pedreiros da Arte Real 

Nos canteiros egrégios de Luz

No sacro Conclave Divinal 

Litúrgica Endoenças induz 


Um  momento de fé, fraternal

Que a força à vida produz 

Com inteligência crucial

Humildade, à Verdade conduz 


Oh quão lindo cerimonial 

Das velas o bom lume reluz  

Pão e vinho, a força vital 


Tal qual Discípulo de Jesus 

O Livre Pedreiro em ritual  

Igual...Cavaleiro Rosa-Cruz ! 



INSTALAÇÃO DO VENERÁVEL MESTRE


É uma cerimônia Maçônica, repleta de simbolismo e alegorias, tendo por finalidade a transmissão do cargo de Venerável Mestre, que é a autoridade máxima de uma determinada Loja. Ao ocupar o “Trono de Salomão”, alegoricamente falando, o obreiro deverá ficar revestido de poder e sabedoria e, durante um ou dois anos, assumirá o veneralato da referida Loja.

Segundo alguns historiadores maçônicos essa cerimônia foi, a princípio, típica do Rito praticado na Inglaterra, na metade do século XVIII, quando ainda haviam lá duas emergentes Obediências: a dos Modernos e a dos Antigos, que posteriormente, em 1813, se uniram e formaram a G∴L∴U∴I∴.

Segundo Mackey, a Instalação é mais antiga, surgindo juntamente com as Constituições de Anderson, em 1723, elaborada por Desaguliers.

Inclusive, em 1827, devido a pequenos desvios que começaram a surgir, foi criado, pelo Grão Mestre, na Inglaterra, um “Conselho de Mestres Instalados” com a finalidade de coordenar todas as atividades contidas no Ritual de Instalação.

Com o passar dos tempos, todos os demais Ritos, como o R∴E∴A∴A∴, por exemplo, copiaram e adotaram essa prática Maçônica.

O novo Venerável Mestre é “Instalado” pelo Mestre Instalador, que pode ser um Grão Mestre, ou um ex Venerável Mestre, e sua comitiva. Em seguida, o novo Venerável Mestre instala todos os Oficiais de sua Loja que realizarão suas funções, sob juramento, até que sejam substituídos por outros, instalados da mesma forma.

Na verdade, esse ato de dar posse de um cargo, dando o direito de exercer os privilégios inerentes, é bem antiga e já era praticada pelos antigos romanos, que instalavam seus novos sacerdotes, normalmente pelos Augures (sacerdotes que prediziam o futuro).

A origem do nome “instalação”, em português, vem da palavra francesa installer que por sua vez vem do latim medieval Installare (stallumsignifica cadeira, e in é estar dentro, adentrar).

Outras associações iniciáticas, também possuem Instalações. Os padres da Igreja Católica, por exemplo, também são instalados em suas paróquias.

Fonte: pilulas maconicas.

abril 16, 2025

PESSACH E PÁSCOA - Bruno Bezerra de Macedo




LIBERDADE É RENASCER-SE COM O FERVOR DAS QUATRO ESTAÇÕES 

Pessach é o nome hebraico da Páscoa judaica, que significa "passagem". É uma das principais celebrações do judaísmo, que relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. O ponto central das celebrações modernas da Pessach é o Sêder, uma refeição ritual que comemora a fuga dos israelitas da escravidão no Egito. O Sêder é realizado após o anoitecer na primeira noite de Pêssach.


A palavra Sêder significa "ordem". O Sêder é um banquete altamente estruturado. Cada Sêder é diferente e é regido pelas tradições da comunidade e da família. O Sêder nos serve: Matzá (pão ázimo), maror (ervas amargas), karpás (cebola ou batata), charósset (maçãs, peras e nozes liquidificadas ou raladas), betsá (ovo cozido), zeroá (pescoço ou asa de frango) e, também, quatro taças de vinho.


A Pessach evoca a memória de Moisés. Foi ele que, segundo o Livro do Êxodo, recebeu de Deus a missão de libertar os israelitas da opressão do faraó e, pelos próximos 40 anos, guiá-los até a Terra Prometida. O Livro de Números (Números 15:38-41), conta que quando o povo de Israel saiu do Egito, e da escravidão, ainda no deserto, Deus manda Moisés dizer aos filhos de Israel que no canto de suas vestes façam borlas... para que se lembrassem que pertenciam a Deus, e lembrar-lhes dos mandamentos e praticá-los.


O poder das Tsitsit (franjas ou borlas) que são colocadas nas extremidades das vestimentas de alguns judeus como um mandamento da Torá, repousa na perene lembrança dos mandamentos divinos e são comumente usadas em talit, um manto de oração judaico. O Livro de Deuteronômio (Deuteronômios 22:12), traz a determinação de Deus: “Farás borlas (franjas) nos quatro cantos do manto com que te cobrires”, significando que em qualquer uma das direções (norte, sul, leste e oeste) que os israelitas se voltassem, as borlas os tornariam conscientes da presença de Deus.


A Páscoa Cristã está centrada na figura de Jesus. É uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). A Páscoa é interpretada como a passagem para novos tempos e novas esperanças para a humanidade.


Desse ponto de vista, foi por meio da ressurreição que a humanidade teve a redenção de seus pecados. Jesus Cristo, portanto, voluntariamente sacrificou-se para redimir a humanidade e dar-lhe uma nova chance de salvação. Uma vez realizado o sacrífico, o poder de Deus teria se manifestado. Para a teosofista e escritora russa Helena Blavatsky, a Páscoa é a estação espiritual da purificação e da libertação.


“É uma época para grande celebração, e não de lamentações. É um tempo em que a energia da música e das flores pode ser descoberta pelas pessoas que são sensíveis a ela. Para a maioria das pessoas, incluindo os aprendizes dos mistérios e os discípulos, as energias celestiais do equinócio eram festejadas por “reflexo” no dia da lua cheia, afirma historiadora, pesquisadora e terapeuta holística Helena Gerenstadt. 


A Páscoa, no caminho esotérico, é como uma virada de ano espiritual, porém é mais voltada para dentro de si, com introspecção, presença e conexão. É vista como uma oportunidade para renascer, transformando-se interiormente. Os símbolos da Páscoa, como o ovo, o cordeiro e a cruz, são interpretados como portais de significado. No Hermetismo, o “ovo do mundo” é também o símbolo da criação cósmica – o início de tudo que existe. 


O Simbolismo do Ovo representa o potencial divino oculto em todas as coisas – uma capsula de luz que guarda a essência da alma prestes a emergir. Quebrar o ovo representa o rompimento das barreiras do ego para que a luz interior possa nascer. Na Europa medieval, o ovo representava o nascimento da vida após o inverno e era consagrado em festividades ligadas à deusa da primavera, Ostara.


O Simbolismo do Cordeiro tem sua origem profundamente arraigadas nas culturas judaica e cristã. Foi o sangue do cordeiro que protegeu os judeus das pragas que assolaram o Egito, passando a ser um símbolo da redenção e da libertação. Já os Cristãos, o cordeiro representa o espírito que se entrega à evolução, se oferecendo em sacrifício para despertar o coletivo. Jesus é o cordeiro que entrega por amor a humanidade. 


O Simbolismo da Cruz representa o ponto de encontro entre a matéria e o espírito. O eixo vertical é o céu, o divino. O eixo horizontal é o mundo terreno. A crucificação do Crista é vista com ato iniciático – a morte do ego e a ascensão do Eu Superior. É a passagem simbólica que todos nós somos chamados a fazer: carregar a própria cruz significa aceitar os desafios como parte do caminho de iluminação.


O Simbolismo do Renascimento representa o despertar da consciência, uma nova fase da jornada na qual nos libertamos de padrões antigos e nos alinhamos com a verdade interior. A alma, após enfrentar seus próprios infernos, emerge renovada – mais próxima de sua essência divina. Este processo cósmico é visto em todo o orbe terrestre: Osiris no Egito, Dionísio na Grécia, Krishna na Índia etc. – morrem e renascem iluminando a humanidade.


Para alcançar esta iluminação, é preciso viver simultaneamente as quatro estações do ano a cada dia. Deve-se combinar a confiança e a capacidade de aprender, características da primavera, com a força e a coragem do verão, que corresponde à juventude. A maturidade do outono está associada à sabedoria e à humilde renúncia que são típicas do inverno. O ciclo inteiro é sagrado, e cada Páscoa celebra o seu conjunto.



PAST SGM JORGE ANYSIO HADDAD RECEBE LIVRO DA AMVBL - Michael Winetzki





    O past SGM da GLESP, irmão Jorge Anysio Haddad, recebe na noite de ontem, o primeiro exemplar impresso do novo e extraordinário livro editado pela Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras.  que tenho a honra de presidir e que será oficialmente lançado no próximo dia 21 de abril em sessão solene da Academia.

    O livro de 340 páginas intitulado "Os desafios da Maçonaria na contemporaneidade: Tecnologia, Olhares e Impactos na Sociedade" contem 25 textos dos mais cultos e experientes maçons acadêmicos do Brasil, analisando o futuro da Ordem sob múltiplas visões, produzindo um dos melhores retratos já feitos no país sobre o futuro da maçonaria.