julho 06, 2025

GUARDA DO TEMPLO E COBRIDOR INTERNO - Ir.·. Assis Carvalho (Xico Trolha)

 









 

Ao ser juramentado como Guarda do Templo, o Mestre Instalador diz estas palavras: "Cabe lembrar-vos que estas Espadas Cruzadas indicam que só deveis dar ingresso em nosso Templo àqueles que têm direito a tomar parte em nossos trabalhos. Simbolicamente os ferros cruzados, em guarda para o combate, nos ensina a nos pormos em defesa contra os maus pensamentos e a ordenarmos moralmente as nossas ações". 

A Espada é, também, um instrumento do Guarda do Templo. A Espada tem na Maçonaria um simbolismo vastíssimo. É a arma da Vigilância, por meio da qual o Iniciado procura defender-se de toda intromissão violenta do mundo Profano nos Augustos Mistérios da Maçonaria. Para os Maçons a Espada é um simbolismo de proteção contra o mundo profano, um símbolo de consciência, um símbolo de honra e de igualdade. 

Armado de Espada o Guarda do Templo fica no interior do Templo, à direita de quem entra, ao lado da porta cuja guarda lhe é confiada e que deve manter fechada a chave. Por esse motivo é que, em determinadas Potências, é também chamado Cobridor Interno. 

Representando o traço de união entre o mundo externo e a Loja, só ele pode abrir ou fechar a porta. Ainda, citando Nicola Aslan, (Comentários ao Ritual de Aprendiz): "Em certas Obediências francesas, este cargo é confiado ao Ex-Venerável que passa do Oriente ao Ocidente, das funções mais elevadas às mais humildes, dando a todos os Irmãos, o exemplo da modéstia e da dedicação". 

Contudo, é preciso que fique bem claro que, em Maçonaria, não existem cargos brilhantes ou humildes; todos têm igual importância uma vez que a Loja não funcionará se eles não forem preenchidos. O que se pode dizer é que há carga de maior ou menor responsabilidade. Longe de ser o mais humilde, o cargo de Guarda do Templo é um dos mais importantes da Loja, mas como o Venerável que sai torna-se o Conselheiro do Venerável que assume, este cargo bem poderia ser, sem nenhum desdouro, ocupado pelo ex-Venerável Imediato, depois da eleição do novo Venerável Mestre, se não for designado para uma função onde seus talentos se tornarem mais necessários em benefício da Loja. 

A prova da grande importância deste cargo, se verifica na Maçonaria Inglesa. Lá as Lojas elegem apenas o Venerável, o Tesoureiro e o Guarda do Templo, por considerarem tais cargos os de maior responsabilidade, devendo por isso merecer o voto de todos os Irmãos da Loja. O Venerável Mestre é que nomeia os ocupantes de todos os outros cargos, inclusive, os Vigilantes. 

Ignorando-se tais detalhes, um grande número de Lojas, quando falta o titular e alguns Mestres, para completar o número necessário exigido para início dos trabalhos, não hesita em confiar este Cargo a um Aprendiz ou Companheiro, inexperiente, o que é uma lástima, uma heresia. 

O Irmão Guarda do Templo não deverá deixar ninguém entrar no Templo a não ser Irmãos convenientemente revestidos de Avental e indumentária. Nicola Aslan afirma ainda que: "Em hipótese alguma, e insistimos nesse particular ritualístico, o Guarda do Templo poderá afastar-se do seu lugar junto à porta do Templo, cuja guarda lhe foi confiada. Quando estiver sentado, há de segurar sempre a Espada na mão; estando a Oficina de pé e à ordem, ele deverá segurar a Espada com a mão direita apoiando-se sobre o ombro esquerdo formando, assim, uma esquadria. Essa é sua maneira peculiar de ficar à ordem, durante o cerimonial". 

Como vai ficando patente que cada cargo em Loja precisa ser esclarecido e usado com a devida responsabilidade, cada um possui caracteres próprios e dinâmica própria. 

Só um estudo aprofundado das obras dos grandes pesquisadores poderá dar aos Irmãos a cultura necessária para o bom desenvolvimento da ritualística de suas Oficinas. 

O Guarda do Templo ou Cobridor Interno, no Rito Escocês, senta-se no Ocidente, junto à porta do Templo e ao lado direito de quem entra (mais propriamente, senta-se a Sudoeste). O Guarda do Templo Externo ou Cobridor (que a maior parte das Lojas, estranhamente, não possui), por outro lado, fica no átrio, durante toda a cerimônia de abertura dos trabalhos e, depois, entra e senta-se no Ocidente, só que à esquerda de quem entra (a Noroeste). Desta maneira, o Guarda do Templo faz parte da Coluna do 2o Vigilante, enquanto que o Cobridor integrará a Coluna do 1o Vigilante. 

Realmente, a palavra ao Guarda do Templo é concedida pelo 2o Vigilante, quando ela passa pela Coluna do Sul; da mesma maneira, ele recebe ordens e instruções desse Vigilante. A exceção, no caso, é, exatamente, a abertura dos trabalhos, quando o 1o Vigilante ordena, diretamente, que o Guarda do Templo, ou Cobridor Interno, verifique se o Templo está coberto. 

Para essa verificação, o Guarda do Templo bate três vezes na porta, com o punho de seu alfanje (ou Espada), bateria que é respondida na parte externa da porta, pelo Cobridor. 

Existem algumas diferenças, em relação aos demais Ritos praticados no Brasil: No Rito Moderno, o Guarda do Templo também tem lugar a Sudoeste, mas a Coluna do Sul, aí, é a do 1o Vigilante. Para a verificação da cobertura do Templo, o Venerável passa a ordem ao 2o Vig. ́., que a transmite ao 2o Experto (que se senta ao Norte, na Coluna do 2o Vig. ́.); este por sua vez, fecha a porta do Templo e coloca a chave sobre o Triângulo (mesa) do 2o Vigilante, dirigindo-se, depois, ao Guarda do Templo e dizendo-lhe para velar pela guarda do Templo. O Guarda do Templo, dá, então, com o punho da Espada, na porta, a bateria do Grau, embainha a Espada e, à ordem, comunica ao 2o Vig. ́. e este ao Venerável, que o Templo está coberto. 

No Rito Brasileiro, a verificação da cobertura do Templo é igual a do Rito Escocês, mas o lugar do Guarda do Templo é a Noroeste, na Coluna do 1o Vigilante. No Rito de York, o Guarda do Templo Interno também tem seu lugar a Sudoeste (como no Rito Escocês), mas a verificação da cobertura é feita pelo 2o Vigilante, através do Guarda do Templo, que dá também as pancadas da bateria, na porta, respondidas externamente, pelo Cobridor. 

No Rito Schroeder não existe o Guarda do Templo, sendo a verificação da cobertura do Templo, feita pelo 2o Diácono, que tem assento a Noroeste, à esquerda do 1o Vigilante (neste Rito, o 1o Vigilante fica no Ocidente, de frente para o Venerável Mestre). Por ordem do 1o Vigilante, o 2o Diácono dá a bateria do Grau, na porta, sendo esta, repetida pelo Cobridor. 

No Rito Adonhiramita, o Guarda do Templo também tem assento a Sudoeste, mas a Coluna do Sul, aí, é a do 1o Vigilante (como no Rito Moderno). Todavia, quem faz a verificação da cobertura do Templo é o 2o Experto, que fica sentado à direita do 1o Vigilante, no Sul. Por ordem do Venerável Mestre, o 1o Vigilante manda o Experto verificar o Templo se está coberto; este, armado de Espada, dirige-se ao Vestíbulo e, após as devidas verificações, volta, fecha a porta e comunica, ao 1o Vigilante, que o Templo está devidamente coberto. Neste Rito, quem fica no átrio é o 1o Experto (Irmão Terrível), enquanto que o Cobridor fica na Sala dos Passos Perdidos. 

A verificação de cobertura do Templo é uma cerimônia ritualística imprescindível. Muitas Lojas (a maioria), infelizmente, não possuem o cargo de Cobridor, sob a alegação estapafúrdia de que o Templo possui um zelador (ou um porteiro,

nos edifícios com vários Templos), que já vela pela segurança dos trabalhos. Isso é bobagem grossa, pois leva ao pé da letra uma exigência simbólica; não se pode esquecer que o Cobridor fica no átrio somente durante a abertura dos trabalhos, entrando, depois, e ocupando o seu lugar em Loja.

Ou uma Loja funciona ritualísticamente bem, com todos os seus Oficiais e todo o cerimonial apropriado às Sessões ritualísticas, ou perde a sua qualificação maçônica, transformando- se num  simples clube de amigos.

MAÇONARIA DIA A DIA EM POESIA - Adilson Zotovici


PRÉ  LANÇAMENTO  DE  LIVRO

MEUS IRMÃOS,

Com a Graça do GADU, escrevi e editei  meu 6º Livro de poemas maçônicos intitulado *MAÇONARIA DIA A DIA EM POESIA*  , com 425 poemas em 269 páginas, dirigidos à maçons, não maçons, homens e mulheres, prefaciado pelo escritor e Palestrante Michael Winetzki.

Parte do resultado das vendas desse livro, como os anteriores, será revertido à beneficência.

O valor de cada exemplar é de R$ 70,00  mais postagem para todo Brasil no valor de R$ 10,00,  num total de *R$ 80,00* , que poderá ser pago através do PIX  11984488008 ( Vivian Zotovici) 

Após a compra, por favor, queria informá-la com seu endereço postal completo (com CEP)  no WhatSapp (11) 98448.8008

Adilson Zotovici

MI ARLS Chequer Nassif-169-São Bernardo do Campo-SP

ARLSV Lux In Tenebris-47 -Rondônia

Membro das Academias Maçônicas de Letras :

AMVBL –Rondônia 

AIMI – Brasilia-DF

AMLJF- Juiz de Fora –MG

ALAGOA- Alagoas

ABMLTCAM – São Paulo-SP

Gratidão a todos .

É UM LIVRO ...- Adilson Zotovici


Tua vida é um livro obreiro

Que escreves passo a passo

Lida dum Livre pedreiro

Descreves a cinzel e maço


No capítulo primeiro

Vives ufano embaraço

No negrume derradeiro

Do fim do profano laço


Breve a Luz ao teu canteiro

Atilas tua pedra em compasso

Folha a folha medra o roteiro


Em verso, prosa, flor e aço...

História e o labor verdadeiro

O teu estilo...teu traço !



julho 05, 2025

LANDMARKS - Antonio Onías Neto


Qual a origem e o significado da palavra LANDMARK?

Ela origina-se do inglês. LAND: terra, país, terreno ou território, MARK: marco, sinal, mancha. Em inglês define-se LANDMARK como lugar conhecido, ou marco de território. Em português diríamos marca de terreno, estaca, baliza, lindeiro, marco lindeiro, linda, limite territorial.

Vamos encontrar nesse sentido, pela primeira vez, na Bíblia em:

Jó, 24, 2 – “Há os que removem os limites,…”

Deuteronômio, 19,14 – “Não removerás os marcos do teu próximo, os quais teus antecessores fixaram na tua herança…”

Deuteronômio, 27,17 – “Maldito aquele que remove os marcos do seu próximo.”

Provérbios, 22, 28 – “Não removas o antigo marco, que teus pais puseram.”

Provérbios, 23, 10 – “Não removas o antigo marco, nem entres nos campos dos órfãos; …”

Na Maçonaria, vemos, com o sentido de antigas obrigações, usos, costumes, tradições, ser empregado pela primeira vez em 1721, na compilação dos Regulamentos Gerais da Grande Loja de Londres, em seu artigo 39, quando era Grão Mestre nosso irmão George Payne: “Cada Grande Loja anual tem inerente poder e autoridade para modificar este Regulamento ou redigir um novo em benefício desta fraternidade, contanto que sejam mantidos invariáveis os antigos Landmarks…”

No entanto, já em 1723, a Assembléia Geral da Grande Loja da Inglaterra substitui a palavra “Landmark”, por “RULE”, ou seja, “REGRA”.

Vejamos como a maioria dos autores maçônicos se expressa sobre os Landmarks:

Albert G. Mackey – “Há diversidade de opiniões entre os tratadistas a respeito da natureza dos antigos landmarks da Maçonaria: porém o melhor método será limitá-los aos antigos e universais costumes da Ordem que acabaram por concretizar-se em regras de ação, ou que se articularam em leis por alguma autoridade competente, e o seria em tempo tão remoto que não deixou sinal na história.” (Jurisprudence of Freemasonry, e apresenta sua relação com 25 landmarks)

Albert Pike – “Os princípios fundamentais da antiga Maçonaria Operativa eram poucos e simples e não se chamavam Landmarks.” (Atas da Veterana Associação Maçônica, transcritas por T. S. Parvin, onde critica Mackey e no final relaciona 5)

Bernard E. Jones – “Seria impossível, portanto, alguém dogmatizar em matéria em que a Grande Loja (a da Inglaterra) não fez qualquer pronunciamento, e em que os Maçons com experiência não podem concordar. Infelizmente existe a tendência de se usar a palavra “landmark” como um substantivo conveniente para descrever algo que não tem significado definido.” (Freemasons Guide and Compendium).

George Oliver, Rev. – “A respeito dos landmarks da Maçonaria, alguns se limitam aos sinais, toques e palavras. Outros incluem as cerimônias de iniciação e exaltação; os ornamentos, paramentos e jóias da Loja ou seus símbolos característicos. Outros opinam que a Ordem não tem outros landmarks além de seus segredos peculiares.” (Dictionary of Symbolic Masonry e apresenta sua relação com 31).

H. G. Grant – “Não pode considerar-se landmark da Maçonaria o que não está estabelecido pelos escritos de nossos pais ou reconhecidas autoridades como regra ou crença dos Franco-maçons em 1723, ou antes, ou que não esteja aceita como marca.” (Ancient Landmarks with suporting evidence, e apresenta sua relação com 54)

John W. Simons – “Consideramos como marcas os princípios de ação que identificam com a forma e essência da Maçonaria, e, que a grande maioria aceita, são invariáveis e todos os maçons estão obrigados a manter intactos, sob pena de irrevogáveis sanções.” (Principles of Masonic Jurisprudence, mas apresenta sua relação de 15)

Josiah Drummond – “Tudo quanto podemos saber é que são leis e costumes existentes desde tempo imemorial. Se há algum uso universal de origem desconhecida, é um landmark.” (Maine Masonic Text Book)

Jules Boucher – “Na Maçonaria francesa, a “Liberdade de Pensamento” é um “landmark” fundamental e, paradoxalmente, este “landmark” não tem limites!” (“La Symbolique Maçonnique”, pg. 217)

Luke A. Lockwood – “Os landmarks da Maçonaria são aqueles antigos princípios e práticas que assinalam e distinguem a Maçonaria como tal, e são fonte de jurisprudência Maçônica.” (Masonic Law and Practice, apresentando 19 Landmarks)

Oswald Wirth – “Os landmarks são de invenção moderna e seus partidários jamais conseguiram se por de acordo para fixá-los. Isso não impede que os anglo-saxões proclamem sagrados esses limites essencialmente flutuantes, que ajustam de acordo com seus particularismos. Cada Grande Loja fixa-os de acordo com seu modo de compreender a Maçonaria; a maçonaria é compreendida de modos muitos diferentes, razão das definições contraditórias, destrutivas da unidade dentro de uma instituição que visa à concórdia universal.” (Qui est Régulier)

Robert Morris – “Os dogmas invariáveis que a assinalam dão a conhecer e mantêm os limites da Francomaçonaria.” (Dictionary of Freemasonry e relaciona 17)

W. B. Hextal – “Os antigos landmarks da Francomaçonaria, como todo outro landmark material ou simbólico, só se podem manter estáveis quando se apóiam em seguros fundamentos. Ao se aprofundar o filósofo sobre a pedra em que descansem descobre que o nosso seguro fundamento é o trino dogma da fraternidade de Deus, a fraternidade dos homens e a vida futura. Todas as leis, usos, costumes e métodos que não se apóiem neste dogma básico, serão convenções ou acomodações, porém de modo algum participarão da natureza dos antigos landmarks.” (Ars Quattuor Coronati, volume XXV)

Entre os brasileiros nós podemos citar:

Henrique Valadares (Cayru) – “Os landmarks delimitam o que é Maçonaria e o que não é Maçonaria: o que estiver nos landmarks, ou dentro deles, é Maçonaria regular; o que estiver fora dos landmarks não é Maçonaria ou é Maçonaria espúria”. São os “limites”. O Livro das Constituições de Anderson refere-se aos “antigos Landmarks”, que devem ser “respeitados cuidadosamente”.

“Para que uma regra ou norma seja considerada landmark tem que reunir em si vários requisitos:

a) antigüidade, isto é, deve existir desde um tempo imemorial. Por isso, se hoje as Autoridades maçônicas pudessem reunir-se e decretar uma lei universal, esta não seria absolutamente um landmark.

b) espontaneidade e generalidade, isto é, o landmark não tem autor conhecido, não se origina de nenhuma autoridade pessoal, só é landmark todo uso universal, de origem desconhecida.

c) invariabilidade e irrevogabilidade, isto é, todo landmark é inalterável.”

(O Aprendiz-Maçom)

Nicola Aslan – “Evidentemente, o problema dos Landmarks continuará sem solução possível, e de nada irá adiantar a melhor definição ou a melhor compilação apresentada, porque sempre será um trabalho estabelecido sobre a areia. Como já tivemos oportunidade de dizer para nós, os Landmarks, e particularmente os de Mackey, que obtiveram o maior sucesso, representam, ou para melhor dizer, pretenderam representar dentro da Maçonaria o mesmo papel que as Falsas Decretais desempenharam, outrora, dentro da Igreja Católica.” (Landmarks e outros problemas Maçônicos)

Vanildo de Senna – “Os Landmarks, na verdade, constituem atualmente, problema de difícil solução. Tratadistas, jurisconsultos e todos quantos deles se ocuparam jamais puderam chegar a um acordo no sentido de defini-los, enumerá-los, classificá-los e interpretá-los.” (Landmarks – Tese, Antítese e Síntese)

Se formos verificar a relação dos Landmarks existentes observaremos a diversidade dos mesmos, quase todos levantados por Virgílio A. Lasca e alguns por nós constatados:

São somente 3 para Alexandre S. Bacon e Chetwood Crawley;

5 para Albert Pike , aceitos por Morivalde Calvet Fagundes e José Castellani;

6 para Jean Pierre Berthelon e para a Grande Loja de Nova York, tomando por base os capítulos em que se dividem as Constituições de Anderson.

7 para Roscoe Pound e o cubano Carlos f. Betancourt, adotados pela Grande Loja de Virgínia;

8 para a Grande Loja de Massachusetts, repetindo a relação de Mackey, apenas diminuindo-lhe a numeração;

9 para J. G. Findel, aceitos pelo Rito Moderno;

10 para a Grande Loja de Nova Jersey;

12 para A. S. MacBride;

14 para Joaquim Gervásio de Figueiredo;

15 para John W. Simons adotados pela Grande Loja de Tennessee;

17 para Robert Morris;

19 para Luke A. Lockwood adotados pela Grande Loja de Connecticut;

20 para a Grande Loja Ocidental da Colômbia;

23 para a Grande Loja de Louisiana;

25 para Albert G. Mackey e Chalmers I. Paton, aceitos pelas Grandes Lojas Brasileiras;

26 para a Grande Loja de Minnesota;

29 para Henri A. Lecerff;

31 para o Rev. George Oliver;

54 para H. G. Grant adotados pela Grande Loja de Kentucky.

Por seu lado, a Grande Loja Unida da Inglaterra, embora não chame de Landmark, fixa 8 condições sem as quais não reconhece outro Corpo Maçônico.

Como vemos cada Grande Loja adota uma compilação, e cada estudioso do assunto acrescenta mais uma.

Não cansaremos os leitores com a transcrição de todas elas, nos restringiremos a citar textualmente a de Findel, que é aceita pela maioria das Lojas do Rito Moderno, embora também se possam fazer ressalvas sobre alguns deles, e comentaremos item por item a de Mackey, endeusada pela maioria dos Maçons brasileiros, inclusive faltando com a verdade ou a transcrevendo ora com a supressão, ora alterando-lhe o conteúdo, com a intenção de não ferir susceptibilidade de alguns ou de conseguir mais adeptos.

Compilação de Findel

1.- A obrigação de cada Maçom professar a religião universal em que todos os homens de bem concordam. (Praticamente transcrevendo as Constituições de Anderson)

“Um Maçom está obrigado, por sua condição, a obedecer à Lei Moral, e se compreende bem a Arte, não será jamais em um estúpido Ateu nem um Libertino irreligioso. Mas se bem que nos Tempos antigos fossem obrigados em cada País a ser da Religião, qualquer que fosse, desse País ou dessa Nação, contudo é considerado mais conveniente de somente os sujeitar àquela Religião sobre a qual todos os Homens estão de acordo, deixando a cada um suas próprias Opiniões, isto é, serem Homens de bem e leais, ou Homens de Honra e de Probidade, quaisquer que sejam as Denominações ou Confissões que os possam distinguir; pelo que a Maçonaria se torna o Centro de União, e o Meio de firmar uma Amizade entre Pessoas que teriam ficado perpetuamente Distanciadas.”

2.- Não existem na Ordem diferenças de nascimento, raça, cor, nacionalidade, credo religioso ou político.

3.- Cada Iniciado torna-se membro da Fraternidade Universal, com pleno direito de visitar outras Lojas.

4.- Para ser Iniciado é necessário ser homem livre e de bons costumes, ter liberdade espiritual, cultura geral e ser maior de idade.

5.- A igualdade dos Maçons em Loja.

6.- A obrigatoriedade de solucionar todas as divergências entre os Maçons dentro da Fraternidade. (Como eu gostaria que isso se tornasse realidade…)

7.- Os mandamentos da concórdia, amor fraternal e tolerância; proibição de levar para a Ordem discussões sobre assuntos de religião e política.

8.- O sigilo sobre os assuntos ritualísticos e os conhecimentos havidos na Iniciação.

9.- O direito de cada Maçom colaborar na legislação maçônica, o direito de voto e o de ser representado no Alto Corpo.

Classificação de Mackey

1.-Os meios de reconhecimento.

Ora, os modos de reconhecimento na maçonaria nem sempre foram os mesmos. A princípio todos os sinais eram dados assim que os Aprendizes eram iniciados. As palavras de passe e sagrada são diferentes nos diferentes Ritos. A palavra que substituiu a palavra perdida é diferente nos diversos ritos, e os sinais e toques também o são. Portanto a existência dos meios de reconhecimento são um landmark, mas não cada um deles em si. Alguns mudaram desde a fundação do Rito até os dias atuais.

2.- A divisão da Maçonaria em 3 graus.

Sabemos que antes de 1717, quando da fundação da primeira Grande Loja, só havia dois graus na Maçonaria. O grau de Mestre só foi criado em 1725 e institucionalizado em 1738, e considerado regra pela Grande Loja em 1813. Se um landmark deve ser imemorial, este não poderia ser um.

3.- A Lenda do 3º Grau.

Somente após a criação do grau de Mestre é que foi criada esta Lenda. Portanto não é imemorial. E, outra, o Herói da Lenda é diferente nos Ritos Hiramitas e Adonhiramitas. A estrutura da Lenda também. Uma lenda egípcia adaptada à Bíblia judaico-cristã.

4.-O governo da Fraternidade deve ser exercido por um Oficial denominado Grão Mestre, eleito por todo o povo Maçônico.

A criação do cargo de Grão Mestre de uma Potência, conforme entendemos hoje, só foi acontecer após a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Anteriormente, o nome Grão Mestre era também utilizado para Veneráveis de Lojas, e não de toda a Fraternidade.

5.- A prerrogativa do Grão Mestre de presidir toda reunião maçônica, onde e quando se realize.

A objeção é mesma que a anterior, só depois da criação de um Alto Corpo, reunindo maçons de todas as Lojas é que houve o que seria o cargo atual de Grão Mestre.

6.- A prerrogativa do Grão Mestre de conceder licença de conferir graus em tempo anormais, com dispensa dos prazos.

Repetimos a mesma alegação dos anteriores itens.

7.- A prerrogativa que tem o Grão Mestre de autorizar fundação e manutenção de Lojas Maçônicas.

Anteriormente, as Lojas eram fundadas por decisão dos Maçons, sem influência estranha. Era o lema “Maçom livre em Loja livre”. A prática das Cartas Constitutivas é recente.

8.- A prerrogativa do Grão Mestre de “fazer maçons à vista”, ou seja, reunindo determinado número de Irmãos poderem iniciar sem que sejam necessárias sindicâncias, provas ou o que mais seja da iniciação.

Isso já foi feito no Brasil, infelizmente, com drásticas conseqüências.

Como se vê, os chamados landmarks, do 4º ao 8º, são regras que cabem mais num estatuto, numa constituição, podendo ser alterados por decisão do povo Maçônico, como já o foram.

9.- A necessidade dos Maçons de se congregarem em Loja.

Finalmente, encontramos uma afirmativa que efetivamente é um “landmark”, na concepção de seus definidores. Desde que concebeu a Maçonaria os seus membros se reúnem em organismos denominados Lojas.

10.- O governo da Fraternidade, quando reunida em Loja, deve ser exercido por um Venerável e dois Vigilantes.

Este é efetivamente um landmark, pois desde tempos imemoriais, mesmo quando não havia os graus, as Lojas eram presididas por um Presidente (Mestre da Loja) e dois Vice-Presidentes (Senior Warden e Junior Warden) , escolhidos entre seus membros.

11.- A necessidade de uma Loja, quando reunida, estar resguardada ou coberta.

O sigilo maçônico assim o exige, eis outra regra definitiva.

12.- O direito de todo Maçom se fazer representar nas reuniões gerais da Fraternidade, e de instruir seus representantes.

Anteriormente os Maçons (aprendizes ou companheiros) compareciam pessoalmente às reuniões do povo Maçônico, mas não podiam ser representados. O direito de representação foi criado posteriormente, e é diferente conforme a legislação da Obediência, quer seja Grande Loja ou Grande Oriente. Em uma os representantes são o Venerável e os Vigilantes, e no outro é o deputado.

13.- O direito de recurso de cada Maçom perante a Grande Loja ou Assembléia Geral.

Nos primórdios da Maçonaria Especulativa não existia esse direito de recorrer da decisão de uma Loja a que pertencesse o Maçom, pois a Loja era livre e não filiada a nenhum Alto Corpo. E, atualmente, por exemplo, tanto nos Grandes Orientes como nas Grandes Lojas existem órgãos judiciários específicos para decidir recurso de Maçom.

14.- O direito de todo Maçom visitar e tomar assento em qualquer Loja.

Tentem visitar uma Loja inglesa. Antes do atual Tratado da Grande Loja com o Grande Oriente houve Irmãos barrados em Loja da Grande Loja. E, por outro lado, qualquer membro de uma Loja pode vetar a entrada de um visitante. A regra citada deveria ser válida, mas infelizmente não o é.

15.- Nenhum visitante, desconhecido dos Irmãos de uma Loja, pode ser admitido à visita, sem que, antes de tudo, seja examinado, conforme os antigos costumes.

Seria no caso o inverso do landmark anterior, no entanto, como a maioria não conhece os toques, os sinais e as palavras de outros Ritos, é de fato não cumprido. Já ouvi Vigilante dizer que “batem irregularmente à porta do templo”, quando ouve as baterias de outro Rito que não o seu.

16.- Nenhuma Loja pode intrometer-se em assuntos que digam a outra, nem conferir graus a Irmãos de outros quadros.

Em tese, é verdadeiro, no entanto, um visitante pode votar contra o ingresso de um profano em uma Loja, o que é certa forma de se imiscuir em assuntos de outra, e isto jamais foi proibido nem poderia sê-lo. Quanto a conferir graus, pode, desde que por delegação da Loja de origem do Irmão.

17.- Todo Maçom está sujeito às leis e aos regulamentos da Jurisdição Maçônica em que reside, mesmo não sendo membro de qualquer Loja.

Outra afirmação que, em tese, é de aceitar, posto que não se filiar já seria uma infração maçônica, no entanto, a residência temporária está sendo considerada? Poderia a Obediência regional obrigar o Maçom designado a prestar serviços por tempo determinado em outro país, ou região, a filiar-se à sua Jurisdição sob a ameaça de infringir um landmark?

18.- Todo candidato à iniciação deve ser homem livre de nascimento, não mutilado ou isento de defeitos físicos e maior de idade.

Que maioridade? Civil, eleitoral ou criminal? Os lowtons, em nossa legislação, têm direitos especiais quanto à idade.

O escravo liberto ou o filho de escravo não poderia ser iniciado? No Brasil o foram.

Quando se impunha a iniciação apenas dos homens as mulheres eram submissas, em todo sentido. O são agora? Atualmente, há algumas que são mais livres que alguns homens. E mais capazes.

È bom citar o que constava no Poema Régio ou Manuscrito Régio ou ainda Manuscrito Halliwell, de 1390, um dos primeiros documentos da Maçonaria Operativa senão o primeiro conhecido, em seu preâmbulo onde vemos: “Pois assim cada um poderia ensinar ao outro e amar-se mutuamente como Irmão e Irmã”, e no seu artigo X consta “Nenhum Mestre deve suplantar outro Mas ficar juntos como Irmão e Irmã”. Nada faz crer ou admitir que o termo Irmã não se referisse a presença da mulher, portanto a proibição é recente.

A higidez exigida é efetivamente total, no entanto, conhecemos diversos Irmãos mutilados; já soubemos de casos históricos de cegos iniciados, a própria Constituição exige, atualmente, que a higidez lhe dê condições de praticar todos os atos ritualísticos. Seria essa exigência atual? E o avanço no campo das próteses? Permanece este landmark por séculos, como, infelizmente, se exige.

19.- Que todo Maçom deve crer na existência de Deus como Grande Arquiteto do Universo.

Não seria a exigência um dogma, que fere os princípios Maçônicos? A Maçonaria tem princípios, não dogmas. Anderson falava em religião universal, não definia no que deve crer. A Grande Loja Unida da Inglaterra chega a exigir uma religião monoteísta, como ficariam os panteístas e os politeístas, de diversas facções. Eles são religiosos. Houve época em que algumas Lojas exigiam a crença no dogma da Trindade. Quando se pretendeu fixar esta afirmativa como landmark, sequer se conheciam todos os tipos de crenças existentes no planeta. Só é permitido ser Maçom se for de origem judaico-muçulmano-cristão? Onde a liberdade de crença? Onde a exclusão do preconceito religioso?

Melhor seria falarmos na crença, na aceitação de um Princípio Criador, que abrangeria melhor todas as possíveis formas de credos, conforme consta da Constituição do Grande Oriente do Brasil.

20.- Subsidiária à crença em Deus, a crença em uma vida futura e na imortalidade da alma.

Vemos que alguns landmarks, como o de Pound, que prefere falar em “imutação da personalidade”, no lugar de imortalidade.

A maior parte dos autores brasileiros (por má fé?) esconde que Mackey cita a crença na ressurreição, que fere grande parte dos maçons brasileiros, que crêem na reencarnação e não na ressurreição. Toda afirmativa dogmática colocada como landmark é um perigo para a liberdade de pensamento, fundamento da Ordem.

Vejamos o que diz o texto em inglês do Landmark coligido por Mackey: “is the belief in a resurrection to a future life.” E mais adiante: “To believe in Masonry, and not to believe in a resurrection, would be an absurd anomaly.” Como é que ficam os Maçons não reencarnacionistas?

21.- A existência do “Livro da Lei”, como ornamento indispensável em uma Loja.

Em primeiro lugar, há de se observar que não existia antigamente a exigência de qualquer livro, religioso ou não, como ornamento das Lojas, basta consultar os diversos rituais antigos a inexistência do livro no compromisso dos iniciados. Os autores brasileiros exageram, ainda mais, dizendo que o landmark fala em “livro da lei que deve conter a verdade revelada pelo Grande Arquiteto do Universo”; e algumas Grandes Lojas, ainda, citam especificamente a Bíblia. Ora, onde a liberdade religiosa? Onde a liberdade de pensamento?

Fala Mackey em religião do país, é incrível depois das Constituições de Anderson falar-se que deve ter a religião do país. Ninguém pode ter outra religião senão a religião da maioria??!! Eis o que diz Mackey: “The ‘Book of de Law’ is that volume which, by the religion of the country”.

Falar em Velho Testamento (Old Testament) para os judeus? O livro sagrado do Judaísmo não é todo o Velho Testamento, mas apenas o Pentateuco ou Torá. No Brasil nós temos religiões (não só no Brasil), que não têm livro sagrado, pois toda tradição religiosa é oral (Candomblé, Umbanda, Pajelança, etc.). Quem não entende de outra religião senão a sua, quando entende; quem nunca estudou outras religiões, como pode falar desta ou daquela religião?

Nós mantemos presente um Livro Sagrado em virtude do Tratado que existe com a Grande Loja Unida da Inglaterra. Diz o item 5 dos seus 8 pontos: “All Freemasons under its jurisdiction must take their obligations on or in full view of the Volume of the Sacred Law (i.e. the Bible) or the book held sacred by the man concerned”, portanto o compromisso não é feito obrigatoriamente sobre o Livro da Lei Sagrada, basta que ele esteja presente.

22.- Que todos os homens são iguais perante Deus e que na Loja se encontram no mesmo nível.

Em primeiro lugar, muda-se a redação de Mackey, que diz simplesmente a igualdade de todos os Maçons. Diz ele: “THE EQUALITY OF ALL MASONS is another Landmark of the Order.”

Mas não há dúvida que a igualdade dos Maçons em Loja é um landmark, desde que obedecida à hierarquia e os graus, portanto a igualdade não é tão absoluta. A grande verdade é que o Maçom não goza dos privilégios e prerrogativas que possam gozar no mundo profano.

23.- Que a Maçonaria é uma sociedade secreta de posse de segredos que não podem ser divulgados.

Por que será que nossos Irmãos alteram a redação dos landmarks de Mackey, será que é porque não podem sustentá-los na forma que são, mas pretendem endeusá-los? Na tradução da Grande Loja de Sergipe consta o termo correto.

Ora, a Maçonaria não é uma sociedade secreta, só o sendo nos países onde a liberdade de associação não é permitida. Nem em Cuba comunista.

Ela tem seus estatutos registrados e sede conhecida. Ela é, isto sim, uma sociedade sigilosa, que tem seus segredos, como muitas outras sociedades civis e religiosas. O que existe na Maçonaria é o sigilo que seus membros devem guardar dos conhecimentos havidos pela iniciação

Se segredo existe é aquilo que é tratado dentro de Loja, o, que infelizmente não acontece.

24.- A Maçonaria consiste em uma ciência especulativa fundada numa arte operativa.

Definir a Maçonaria como ciência é absolutamente anticientífico, em nenhum conceito de ciência cabe admitir a Maçonaria como uma delas. A Maçonaria incentiva o estudo da ciência, incentiva a prática das artes, mas não é nenhuma nem outra. A afirmativa não é um landmark, e ainda mais, é uma inverdade.

25.- Os landmarks da Maçonaria são inalteráveis. ”Nolumus legen mutari”

É muita veleidade, no mínimo, afirmar que os landmarks que Mackey relaciona são inalteráveis. Não há dúvida que devem existir princípios fundamentais (e existem), mas relacioná-los, afirmá-los como verdadeiros, porque por si escolhidos, é pretender se tornar um Papa da Ordem.

Alguns Irmãos chegam à infantilidade de faltar com a verdade na defesa desses landmarks, como nosso querido Irmão Rizzardo da Camino, quando afirma: “Coube a Inglaterra reunir esses landmarks e apresentá-los à maçonaria moderna…” e cita os landmarks de Mackey. Ora, a Inglaterra, tanto no tempo, da Grande Loja da Inglaterra e Grande Loja de York, como depois da união, formando em 1813 a Grande Loja Unida da Inglaterra, nunca fixou ou compilou uma relação como verdadeira, como legítima. Ela considera que os Antigos Deveres contidos nas Constituições de Anderson, em sua primeira edição, alterada posteriormente por ela, são a lei fundamental onde constam os princípios vitais da Maçonaria Moderna.

O que Inglaterra fez foi listar “oito pontos”, que exige de outras Obediências para reconhecê-las como Corpo Maçônico regular.

Nos Estados Unidos, onde existem os maiores defensores dos landmarks, é onde existe a maior variedade de relações e compilações, cada Grande Loja lista os seus e os considera como os verdadeiros e inalteráveis.k

Os landmarks relacionados por Mackey tiveram como um de seus maiores críticos Albert Pike, que foi Soberano Grande Comendador da Jurisdição Sul do Rito Escocês Antigo e Aceito nos Estados Unidos, do qual Mackey foi Grande Secretário Geral.

No Brasil, chegou a constar da Constituição dos Grandes Orientes. Felizmente, quando estávamos no Grande Oriente de São Paulo, dissidente, atual Grande Oriente Paulista, em 1982, conseguimos excluí-lo. E, no Grande Oriente do Brasil foi escoimado de sua Constituição em sua última reforma, em 1991, onde consta atualmente a exigência dos landmarks, mas sem citar qualquer deles, ficando a cargo da Loja ou do Rito escolher qual deles adotar.

Efetivamente, o problema dos landmarks é insolúvel, porque a maioria pretende tornar a Maçonaria, a seu modo, num grupo dogmático em que só a sua vontade seja válida, pretende infirmar princípios fundamentais na Maçonaria que são a Busca Constante da Verdade, a Liberdade Absoluta de Pensamento, a Liberdade Absoluta de Consciência.

NOTA:  O crédito da bibliografia e dos autores que fundamentaram esse trabalho está no corpo da redação, sempre em negrito. Fonte: https://bibliot3ca.com/landmarks/

ESOTÉRICO E EXOTÉRICO - Newton Agrella


Vejam duas palavras muito semelhantes, mas de significado totalmente diferente. O “Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Aurélio” nos relata:

ESOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era reservado aos discípulos completamente instruídos. 2) todo ensinamento ensinado a circulo restrito e fechado de ouvintes. 3) diz-se de ensinamento ligado ao ocultismo. 4) compreensível apenas por poucos; obscuro; hermético.

EXOTÉRICO: 1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era transmitido ao publico sem restrição, dado o interesse generalizado que suscitava e a forma acessível em que podia ser exposto, por se tratar de ensinamento dialético, provável, verossímil.

Referente à Maçonaria, temos alguns relatos de conceituados Mestres:

Octaviano Bastos: “na Maçonaria, a parte esotérica ou interna só é conhecida dos estudiosos e compreendida dos homens de alma e faculdades privilegiadas, e por isso o esoterismo da Ordem constitui a Iniciação íntima em todos os segredos e tendências Maçônicas”.

Albert G. Mackey: “as palavras esoterikós, interno, e exoterikós, externo, derivam do grego e foram usadas, em primeiro lugar, por Pitágoras, cuja filosofia foi dividida em exotérica, isto é, aquela que ensinava a todos; e a esotérica, ou aquela ensinada a alguns poucos selecionados; dessa forma, os seus discípulos foram divididos em duas classes, de acordo com o grau de Iniciação que tinham atingido ... esse modo dúplice de instrução foi imitado por Pitágoras dos sacerdotes egípcios, cuja teologia eram de duas espécies – uma exotérica dirigida para o público em geral e a outra esotérica, e limitada a um número selecionado de sacerdotes e aos que possuíam ou estavam para receber o poder real. Dois séculos mais tarde, Aristóteles adotou o sistema de Pitágoras, e no Liceu de Atenas, de manhã, comunicava aos discípulos selecionados as suas sutis e ocultas doutrinas, e a tarde, ensinava sobre assuntos elementares a uma assistência indistinta”.

Nicola Aslan: “como em todas as escolas filosóficas e iniciáticas são inúmeros aqueles que não passam do umbral. Por isso, inúmeros Maçons, que não passaram do estudo do aspecto social da Maçonaria, não tendo conseguido compreender ou se interessar ao aspecto esotérico e iniciático da Instituição, tem-se mostrado desiludidos. Porem, se por seus próprios esforços conseguirem retirar a venda que tem sobre os olhos, há de lhes aparecer uma visão deslumbrante da “Luz” iniciática e maçônica”.

Fonte: pilulasmaconicas.

DESCALÇAMENTO & MAÇONARIA - Kennyo Ismail


Pra começar, esse negócio de chinelo é coisa relativamente nova, apenas para os candidatos não pegarem um resfriado, machucarem o pé ou mesmo se sujarem em demasia. Preocupações que não existiam anteriormente, mas passaram a fazer parte da sociedade. Afinal de contas, pé com chinelo não é pé descalço!

Os rituais e livros são extremamente omissos quanto ao motivo do descalçamento, muitas vezes informando apenas que se trata de uma questão de respeito. Há ainda os “achistas” de plantão, para viajarem em teorias tendenciosas e sem embasamento como Jesus lavando os pés de um discípulo, ou que o caminho do candidato é ao Oriente e no Oriente (Japão) as pessoas tiram os calçados para entrar em casa. Se neles falta pesquisa, sobra imaginação. Não me assustará se uns desses quiserem um dia lavar o pé do candidato no Mar de Bronze!

Para demonstrarmos a antiguidade e a importância do costume do descalçamento, podemos recorrer a vários povos e épocas. Entre os exemplos, há no livro “Êxodos”, 3:5, quando Deus fala com Moisés por meio de uma “sarça ardente”: “não te chegues para cá; tira os sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.” Outro exemplo interessante, dum personagem muitas vezes ligado à Maçonaria, é uma instrução de Pitágoras aos seus discípulos: “Ofereça sacrifício e adoração descalço” e “Devemos nos sacrificar e entrar nos templos sem sapatos”.

Tal costume, existente entre judeus e gregos, também é observado entre muçulmanos, hinduístas, e várias religiões orientais, o que comprova seu caráter universal. Tão antigo e presente em tão diferentes povos e culturas, é impossível e desnecessário determinar seu início e origem. Parece fruto de um senso comum, assim como a própria existência de um Ser Superior. Trata-se de um óbvio reflexo do simbolismo dos templos: um local sagrado é um local puro, portanto, livre do que é sujo. Dessa forma, o pé descalço simboliza o respeito e a deferência da pessoa para com aquele lugar, seu reconhecimento de que aquele solo é realmente sagrado.

Mas, como sempre, alguns ritualistas fizeram o favor de desconsiderar a história e o motivo de existir do rito de descalçamento, tornando os rituais, no mínimo, incoerentes: os candidatos descalçam o pé para pisarem num lugar puro, mas colocam sandália para não sujarem o pé. Uma verdadeira distorção do símbolo e de sua simbologia. Será que é preguiça de limpar a Loja? Espero que não.

julho 04, 2025

A VISÃO DE DEUS PARA ESPINOZA - Notebooklm


Para Espinoza, o conceito de Deus é fundamental e radicalmente diferente das concepções teológicas e filosóficas tradicionais da sua época. Espinosa identifica Deus com a Natureza, usando a expressão central "Deus sive Natura" (Deus ou Natureza).

As principais características do conceito de Deus de Espinosa, com base nas fontes, são:

Substância Única e Absolutamente Infinita: Deus é a única substância que existe. É definido como um "ente absolutamente infinito", que consiste em infinitos atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita. Destes infinitos atributos, a mente humana conhece dois: o Pensamento e a Extensão (matéria). Esta perspetiva implica que Deus não é apenas um espírito puro, mas também matéria, o que contraria as visões tradicionais.

Identidade entre Essência e Existência: A essência de Deus envolve a existência, o que significa que Deus existe necessariamente. A sua existência não é contingente, mas decorre da sua própria natureza e perfeição.

Causa Imanente e Não Transitiva ou Final: Deus é a causa imanente de todas as coisas, ou seja, as coisas existem *em* Deus e são concebidas *através* de Deus, e não como algo produzido por uma causa externa ou separada (transitiva). Deus age exclusivamente pelas leis da sua própria natureza e não é coagido por nada. Espinosa **rejeita a ideia de causas finais** (teleologia) para Deus, argumentando que atribuir propósitos ou fins a Deus implicaria que Ele careceria de algo ou buscaria algo fora de si, o que é um absurdo para um ser absolutamente perfeito e infinito. A vontade de Deus é sinónimo da necessidade e inteligibilidade das leis pelas quais a realidade é produzida.

Intelecto e vontade divinas: O intelecto e a vontade que comumente são atribuídos a Deus na teologia popular diferem incomensuravelmente do intelecto e da vontade humanos. Para Espinosa, o intelecto e a vontade de Deus não são faculdades separadas, mas são uma e a mesma coisa com a sua essência e potência. Dizer que Deus "quis" ou "decidiu" algo é o mesmo que dizer que Ele "entende" essa verdade eterna. Deus não opera pela "liberdade da vontade" no sentido de poder ter agido de outra forma, pois tudo o que se segue da sua natureza é necessário e eterno.

Eternidade e Imutabilidade: Deus é eterno. A eternidade para Espinosa não significa uma duração infinita no tempo, mas sim a identidade entre a essência e a existência divinas, implicando uma necessidade intrínseca. Deus é também imutável; a ideia de que Deus poderia mudar de natureza ou decretos é considerada absurda.

Ausência de Paixões e Rejeição do Antropomorfismo: Deus está isento de paixões humanas; Ele não é afetado por alegria, tristeza, amor ou ódio no sentido em que os humanos o são. Espinosa critica as conceções populares de Deus como um rei, legislador ou um ser com emoções, considerando-as projeções da imaginação e da superstição. Ele via a superstição como uma paixão negativa que forja a ideia de uma Natureza caprichosa e de um Deus externo que a controla. A sua filosofia visa desmistificar tais noções e promover uma compreensão racional da divindade.

Conhecimento Divino e Humano: O conhecimento de Deus não provém de objetos externos, mas de Si próprio. A mente humana, sendo uma parte do intelecto infinito de Deus, tem a capacidade de alcançar um conhecimento adequado da essência eterna e infinita de Deus. O conhecimento e o amor intelectual de Deus são o sumo bem e a suprema virtude da mente humana, levando à beatitude e à liberdade.

Em resumo, o Deus de Espinosa não é um ser pessoal, distante e criador de um mundo à parte, mas a própria realidade, a Substância única e infinita que se auto produz e se manifesta através de infinitos atributos, agindo por uma necessidade interna e eterna, sem fins ou paixões humanas.

O OLHO QUE TUDO VÊ E O AMOR DIVINO EM NÓS - Bruno Bezerra de Macedo


O Olho que Tudo Vê é um lembrete de que sempre somos observados pelo Grande Arquiteto do Universo. Portanto, “sempre que fizer algo, mesmo que ninguém venha a saber, faça como se o mundo estivesse olhando para você”, fulcra Thomas Jefferson, pois, este agir alicerça com sólida honradez as relações humanas, que são o conjunto de interações que realizamos com quem orbita ao nosso redor, durante nosso viver em Terra. 

Assim, quando falamos em "olho de águia" descrevemos pessoas com grande capacidade de observação, atenção aos detalhes e discernimento. Cabe aqui destacar que a busca pela felicidade passa frequentemente pela habilidade de discernir entre opções, priorizando aquelas que trazem bem-estar a longo prazo e alinhadas com valores pessoais, conquistando conexões sociais significativas e relações familiares e amorosas saudáveis.

No entanto, desde a infância aprendemos que uma vida de realização, sucesso e felicidade é alcançada por meio do status, poder, popularidade, beleza e, principalmente, da riqueza. Esse padrão estabelecido pela sociedade refere-se ao contexto externo, sendo ele determinante do que somos. Entretanto, quando essas referências nos movem, agimos como seres irracionais, motivados somente pelos prazeres e emoções efêmeras.

A mitologia grega demonstra esse condicionamento por meio da história do Rei Midas. Ele acreditava que seria mais feliz ao se tornar o homem mais rico do mundo. Motivado pela riqueza, Midas pediu ao deus Dionísio, que lhe devia um favor, que tudo por ele tocado se transformasse em ouro. Se desejo foi prontamente atendido. Porém, a felicidade de Midas, baseada no externo, durou pouco.

Midas, logo descobriu que não podia comer ou beber já que tudo se transformava em ouro ao seu toque, sendo impedido de se alimentar. Assim, faminto e exausto, implorou a Dionísio que retirasse o dom concedido. Novamente foi atendido. Para curar-se, o deus instruiu o rei a “esfriar” literalmente, sua cabeça nas águas do rio Pactolo (ou Sarte), na Turquia. Isso equivale a ter Inteligência Emocional. Há outros Midas surgindo a cada dia?

É fato que cultivar a felicidade envolve práticas como gratidão, otimismo, autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Filósofos como Aristóteles viam a felicidade (eudaimonia) como um estado de realização pessoal, alcançado através do exercício da virtude e da busca pela excelência. A felicidade não é vista como um mero prazer passageiro, mas como um estado duradouro resultante de uma vida bem vivida. 

Psicólogos e cientistas sociais abordam a felicidade como um estado emocional caracterizado por satisfação e equilíbrio. Estudos científicos têm investigado os fatores que contribuem para a felicidade, como a capacidade de adaptação, relacionamentos positivos e uma visão otimista da vida. Felicidade é um estado de espírito que gera paz, harmonia, alegria e amor por ser e não por ter.

A verdadeira felicidade é uma sensação de plenitude e satisfação que vem de dentro de nós. Ela está enraizada na autenticidade, na conexão com nossos valores e propósito de vida. O segredo da felicidade não é único e universal, mas, sim uma combinação de fatores pessoais e externos que variam de pessoa para pessoa. A felicidade se alicerça nestes cinco princípios basilares: significado, espiritualidade, amor, viver no presente e maestria da mente. 

Quando dizemos que a felicidade nos define, constatamos que a felicidade nos caracteriza e nos identifica, já que, a alegria e o contentamento são elementos fundamentais do nosso ser, que nos incorpora e se faz refletida em nossas ações e atitudes, indicando claramente que não dependemos de fatores externos para alcança a felicidade, pois, esta vem de dentro. Nossa felicidade vetoriza positivamente tudo e todos ao nosso redor. 

A felicidade é cultivada através de hábitos saudáveis e mudanças de atitude. Sendo fundamental compreender emoções e valores, pois, isto traz verdadeira satisfação. Buscar coerência entre o que se pensa, fala e faz é essencial para evitar conflitos internos. Bons princípios e boas crenças ajudam a construir uma vida mais autêntica e feliz. Para isto, cultivar laços com pessoas que apoiam, inspiram e fazem (o) bem é crucial.

A conexão humana e o senso de pertencimento são componentes importantes da felicidade. Sentir-se parte de algo, seja uma família, um grupo social ou profissional, promove segurança, autoestima, fortalece os laços e reduz o estresse, contribuindo para uma vida mais feliz e satisfatória. Lembremos sempre que a felicidade não é algo imposto, mas, algo que se constrói a partir do conhecimento de si mesmo.

Em suma: O olho que tudo vê é a observância que incita a prática de seguir e respeitar o que é estabelecido, seja por meio de leis, regras, preceitos ou costumes, com o fito de manter a ordem, a disciplina e o bom funcionamento deste status quo in voga, já que este virtuoso hábito nos conduz ao desenvolvimento de um convívio feliz, a partir do qual alcançamos a felicidade plena, que transfigura nosso amor humano em amor divino. 


julho 03, 2025

PORQUE A MAÇONARIA NÃO INICIA MULHERES -:Martha Follain -



Há, basicamente, dois fundamentos para a Maçonaria não aceitar mulheres como membros:

1º) - a origem Operativa da Ordem, e

2º) - por ser, a Maçonaria, um rito solar (masculino).

1º) - Origem Operativa:

A origem da Maçonaria moderna está nas Corporações de Ofício? Espécies de sindicatos, na Idade Média. Especificamente, a corporação de pedreiros. A palavra "Maçonaria" em francês, "Maçonnerie", é derivada do francês "maçon", pedreiro. Ou, como preferem alguns, do inglês "Masonry" (Maçonaria) e "mason", igualmente, pedreiro.

Pode-se inferir que, seus primeiros integrantes operavam, materialmente, em construções, obras - eram trabalhadores especializados, construtores de Templos, de Igrejas, pontes, moradias etc, os quais, desde a Antigüidade, detinham conhecimentos especiais e constituíam uma espécie de aristocracia do trabalho. Eram os profissionais mais qualificados da Europa, e mantinham as técnicas de seu ofício, em segredo.

Esta fase da Maçonaria é conhecida como "Operativa", porque seus membros trabalhavam em construções? Eram obreiros. Na Idade Média havia dois tipos de pedreiros: o "rough mason", pedreiro bruto que trabalhava com a pedra sem extrair-lhe forma ou polimento, e o "free mason", pedreiro livre, que detinha o segredo de como polir a pedra bruta.

A Ordem Maçônica, atualmente Maçonaria Especulativa, não inicia mulheres, pois tendo evoluído da Maçonaria Operativa, adotou a antiga regulamentação que previa o seguinte (por entender que, a mulher não é afeita ao trabalho árduo de pedreiro, ofício original dos primeiros integrantes.

As corporações de pedreiros eram constituídas, exclusivamente, por pessoas do sexo masculino:

"As pessoas admitidas como membros de uma Loja devem ser homens bons e de princípios virtuosos, nascidos livres, de idade madura, sem vínculos que o privem de pensar livremente, sendo vedada a admissão de mulheres assim como homens de comportamento duvidoso ou imoral".

Apesar da Constituição de Anderson (1723), que é o marco inicial da Maçonaria Especulativa, não permitir a admissão de mulheres, há algumas correntes maçônicas que admitem o fato como sendo um princípio antigo.

No Egito e na Índia, pelas pinturas nas tumbas e pelos manuscritos do Antigo Egito, a esposa está presente quando o marido, como sacerdote, executa cerimônias. Nas tradições das sociedades iniciáticas antigas, tanto homens como mulheres de qualquer posição social e cultural, podiam ser iniciados, e a única exigência era a de que deveriam ser puros e de conduta nobre.

Porém, na Idade Média, (final do século XVI) havia restrições quanto ao ingresso da mulher na Maçonaria.

A Maçonaria, em 1730, na França, criou o movimento da "Maçonaria de Adoção". A Maçonaria de Adoção foi um fenômeno da última metade do século XVII. Uma Loja de Adoção, era conduzida por uma Loja Maçônica regular que promovia sessões especiais, no curso das quais as mulheres eram admitidas em Loja e participavam de rituais quase maçônicos.

Tais Lojas foram particularmente bem sucedidas na França, onde houve uma revitalização da Maçonaria de Adoção depois da Revolução e que continuou pelo século seguinte. A própria imperatriz Josefina, esposa de Napoleão Bonaparte, era a Grã-Mestra da Loja de Adoção Santa Carolina.

Porém, a Maçonaria, atualmente, conserva a regulamentação – conforme reza a Constituição de Anderson, de não iniciar mulheres.

2º) - Ritos Masculinos e Ritos Femininos:

O grupo de primatas, do qual descendemos, provém de um tronco insetívoro. Esse grupo subdividiu-se: alguns tornaram-se herbívoros e, outros, carnívoros. Esses carnívoros tiveram que se lançar na competição com outros animais terrestres e, tornaram-se melhores caçadores.


Começaram a utilizar instrumentos e aperfeiçoaram as técnicas de caça, com a cooperação social. Diferentemente dos lobos, os hominídeos não se dispersavam após o ataque - e, o grupo caçador era formado por machos.


As fêmeas estavam muito ocupadas em cuidar da prole, e não podiam participar ativamente na perseguição e captura das presas. Assim, o papel de cada sexo tornou-se diferenciado.


Socialmente, os machos aumentaram a necessidade de comunicação e cooperação com os companheiros, e desenvolveram expressões faciais e vocais - em seus grupos caçadores, exclusivamente formados por machos.


Com o advento da agricultura e da domesticação de vários animais, como cabras e ovelhas, os machos tiveram suas funções caçadoras, diminuídas.


Essa falta, muito provavelmente, foi compensada pelo trabalho e por associações masculinas - proporcionando oportunidade para a interação entre machos e para atividades em grupo. Nessas associações, há um forte sentimento emocional de união masculina.


O mesmo não ocorre com as mulheres. Esses grupos, associações, preocupam-se com a união entre machos, que já existia nos primitivos grupos de caçadores cooperativos - essas entidades exercem um importante papel na vida de machos adultos, revelando a manutenção de instintos básicos ancestrais.


Muitas mulheres ressentem-se quando seus maridos saem para compartilhar sua masculinidade essencial - ou desejam fazer parte dessas associações, o que é um equívoco, porque trata-se apenas da necessidade moderna da tendência ancestral da espécie para formar grupos de machos caçadores. É interessante observar, que grande parte desses encontros masculinos, termina com um jantar, um lanche, um banquete etc. - o sucedâneo da partilha da comida (caça).


Assim, mulheres e homens, geneticamente, possuem necessidades diferentes. E, criaram-se mistérios masculinos e femininos. Para a mulher a maternidade, a comunhão com a flora, etc. Para o homem, a caça, a guerra, a comunhão com a fauna. A mulher, a Lua; o homem, o Sol.


Porém, para recriar os ciclos da Natureza, o princípio feminino e o masculino juntam-se: diferentes, porém complementares.


A Maçonaria reverencia o feminino - seus Templos apresentam o Sol e a Lua como símbolos: o positivo e o negativo. O Sol e a Lua são símbolos herméticos e alquímicos (ouro e prata). O Sol é a vida, o masculino? A Lua, sua complementaridade, o feminino.


A Maçonaria é uma Ordem Solar (masculina), porém, os maçons, trabalham à noite, em suas Lojas, sob a energia feminina, equilibrando os dois pólos. O Sol deve estar presente na decoração do Templo, no teto, mostrando a Luz que vem do Oriente, com a Lua, que representa a Mãe Universal que fertiliza todas as coisas. A mulher é a formadora, a que reúne, rega e ceifa - a Natureza do princípio passivo é reunir e fecundar. As forças da Lua são magnéticas, opostas e complementares às do Sol, que são elétricas.


Atualmente, há Maçonarias mistas, mas, não regulares. A Ordem, por ter uma origem muito, muito antiga, respeita a diversidade entre as energias masculinas e femininas.


Os maçons usam três pontos dispostos em triângulo (∴), como símbolo - símbolo solar, símbolo masculino. Os Três Pontos têm uma origem bem antiga? Nos objetos celtas do século IX a. C e, muito antes, nas cerâmicas egípcias e gregas. A tradição grega considerava o triângulo a imagem do céu. Os Três Pontos traduzem a concepção piramidal egípcia.

Símbolo sexual masculino completo (pênis mais testículos). O sexo em função procriativa. Procriação, que necessita do masculino e feminino.

A Maçonaria, mesmo não iniciando mulheres, demonstra um grande respeito à energia feminina


Bibliografia:

Blanc, Claudius - "Maçonaria Sem Mistérios" - São Paulo, Editora Nova Leitura, 2006.

MacNulty, W. Kirk - "Maçonaria" - São Paulo, Editora Madras, 2006.

Morris, Desmond - "O Macaco Nu" - São Paulo, Círculo do Livro, 1975.


Fonte: lojamontemoria.

O BOM MAÇOM - Antonio Marcus de Melo Ferreira,

 


A partir do momento que alguém se torna Maçom, há de se conscientizar que haverá um caminho longo a percorrer. Pode-se dizer que é um caminho sem fim. Ao longo dessa caminhada há bons e maus momentos.

Os bons deverão ser aproveitados como incentivo, e os maus não poderão ser motivo de esmorecimento e desistência da viagem iniciada. A linguagem, sempre empregada nas Lojas Maçônicas, diz que o Aprendiz Maçom é uma pedra bruta que deve talhar-se a si mesmo para se tornar uma pedra cúbica. É o início da sua jornada Maçônica.

O nutrimento elementar para a viagem é conhecido do Maçom desde de nossa primeira instrução recebida: A régua de 24 polegadas, o maço e o cinzel. Com o progresso, nós Maçons vamos recebendo outros objetos, tais como o nível, o prumo, o esquadro, o compasso, a corda, o malhete e outros.

Os utensílios de trabalho, obviamente, são simbólicos. Todos os símbolos nos abrem as portas sob condição de não nos atermos apenas às definições morais. É em nossa 4a instrução, onde começamos a entender os significados de nossa jornada maçônica, do espírito Maçônico, que nos ensina, um comportamento original que não se encontra em nenhum outro grupo de homens. Se isso não for absorvido, não será um bom Maçom, livre e de Bons costumes.

O que é “ser livre e de bons costumes” na concepção maçônica? Livre e de Bons Costumes implica que, apesar de todo homem ser livre na real acepção da palavra, pode estar preso a entraves sociais que o privem de parte de sua liberdade e o tornem escravo de suas próprias paixões preconceitos. Assim é desse jugo que se deve libertar, mas, só o fará se for de Bons Costumes, ou seja, se já possuir preceitos éticos (virtudes) bem fundamentados em sua personalidade.

O ideal dos homens livres e de bons costumes, que nossa sublime Ordem nos ensina, mostra que a finalidade da Maçonaria é, desde épocas mais remotas, dedicar-se ao aprimoramento espiritual e moral da Humanidade, pugnando pelos direitos dos homens e, pela Justiça, pregando o amo fraterno, procurando congregar esforços para uma maior e mais perfeita compreensão entre os homens, a fim de que se estabeleçam os laços indissolúveis de uma verdadeira fraternidade, sem distinção de raças nem de crenças, condição indispensável para que haja realmente paz e compreensão entre os povos.

Livre, palavra derivada do latim, em sentido amplo quer significar tudo o que se mostra isento de qualquer condição, constrangimento, subordinação, dependência, encargo ou restrição.

A qualidade ou condição de livre, assim atribuído a qualquer coisa, importa na liberdade de ação a respeito da mesma, sem qualquer oposição, que não se funde em restrição de ordem legal e, principalmente moral. Em decorrência de ser livre, vem a liberdade, que é faculdade de se fazer ou não fazer o que se quer, de pensar como se entende, de ir e vir a qualquer parte, quando e como se queira, exercer qualquer atividade, tudo conforme a livre determinação da pessoa, quando não haja regra proibitiva para a prática do ato ou não se institua princípio restritivo ao exercício da atividade.

Bem verdade é que a maçonaria é uma escola de aperfeiçoamento moral, onde nós homens nos aprimoramos em benefício de nossos semelhantes, desenvolvendo qualidades que nos possibilitam ser, cada vez mais, úteis à coletividade. Não nos esqueçamos, porém, que, de uma pedra impura jamais conseguiremos fazer um brilhante, por maior que sejam nossos esforços.

O conceito maçônico de homem livre é diferente, é bem mais elevado do que o conceito jurídico. Para ser homem livre, não basta Ter liberdade de locomoção, para ir aqui ou ali. Goza de liberdade o homem que não é escravo de suas paixões , que não se deixa dominar pela torpeza dos seus instintos de fera humana.Não é homem livre, não desfruta da verdadeira liberdade, quem esta escravizado a vícios. Não é homem livre aquele que é dominado pelo jogo, que não consegue libertar-se de suas tentações.

Não é homem livre, quem se chafurda no vício, degrada-se, condena-se por si mesmo, sacrifica voluntariamente a sua liberdade, porque os seus baixos instintos se sobrepuseram às suas qualidade, anulando-as.

Maçom livre, é o que dispõe da necessária força moral para evitar todos os vícios que inflamam, que desonram, que degradam. O supremo ideal de liberdade é livrar-se de todas as propensões para o mal, despojar-se de todas as tendências condenáveis, sair do caminho das sombras e seguir pela estrada que conduz à prática do bem, que aproxima o homem da perfeição intangível.

Sendo livre e por conseqüência, desfrutando de liberdade, o homem deve, sempre pautar sua vida pelos preceitos dos bons costumes, que é expressão, também derivada do latim e usada para designar o complexo de regras e princípios impostos pela moral, os quais traçam a norma de conduta dos indivíduos em suas relações domésticas e sociais, para que estas se articulem seguindo as elevadas finalidades da própria vida humana.

Os bons costumes, referem-se mais propriamente à honestidade das famílias, ao recato das pessoas e a dignidade ou decoro social.

A idéia e o sentido dos bons costumes não se afastam da idéia ou sentido de moral, pois, os princípios que os regulam são, inequivocamente, fundados nela.

O bom maçom, livre e de bons costumes, não confunde liberdade, que é direito sagrado, com abuso que é defeito, crê em Deus, ser supremo que nos orienta para o bem e nos desvia do mal. O bom maçom, livre e de bons costumes, é leal. Quem não é leal com os demais, é desleal consigo mesmo e trai os seus mais sagrados compromissos, cultiva a fraternidade, porque ela é a base fundamental da maçonaria, porque só pelo culto da fraternidade poderemos conseguir uma humanidade menos sofredora, recusa agradecimentos porque se satisfaz com o prazer de haver contribuído para amparar um semelhante.

O bom maçom, livre e de bons costumes, não se abate, jamais se desmanda, não se revolta com as derrotas, porque vencer ou perder são contingências da vida do homem, é nobre na vitória e sereno se vencido, porque sabe triunfar sobre os seus impulsos, dominando-os, pratica o bem porque sabe que é amparando o próximo, sentindo suas dores, que nos aperfeiçoamos.

O bom maçom, livre e de bons costumes, abomina o vício, porque este é o contrário da virtude, que ele deve cultivar, é amigo da família, porque ela é a base fundamental da humanidade. O mau chefe de família não tem qualidades morais para ser maçom, não humilha os fracos, os inferiores, porque é covardia, e a maçonaria não é abrigo de covardes, trata fraternalmente os demais para não trair os seus juramentos de fraternidade, não se desvia do caminho da moral, quem dele se afasta, incompatibiliza-se com os objetivos da maçonaria.

O bom maçom, o verdadeiro maçom, não se envaidece, não alardeia suas qualidades, não vê no auxílio ao semelhante um gesto excepcional, porque este é um dever de solidariedade humana, cuja prática constitui um prazer.

Não promete senão o que pode cumprir. Uma promessa não cumprida pode provocar inimizade. Não odeia, o ódio destrói, só a amizade constrói.

Finalmente, o verdadeiro maçom, não investe contra a reputação de outro, porque tal fazer é trair os sentimentos de fraternidade. O maçom, o verdadeiro maçom, não tem apego aos cargos, porque isto é cultivar a vaidade, sentimento mesquinho, incompatível com a elevação dos sentimentos que o bom maçom deve cultivar.

Os vaidosos buscam posições em que se destaquem; os verdadeiros maçons buscam o trabalho em que façam destacar a maçonaria.

O valor da existência de um maçom é julgado pelos seus atos, pelo exercício do bem.

BIBLIOGRAFIA PESQUISADA

Ritual do Grau de Aprendiz Maçom

Dicionário Aurélio – 1999

Adaptação do Texto Original do Ir∴ Nery Saturnino - A∴R∴L∴S∴ Amor e Fraternidade

Fonte: JBNews - Informativo nº 118 - 24/12/2010

julho 02, 2025

O AVENTAL MAÇÔNICO - Antonio Carlos de Souza Godoi


O primeiro contato do Maçom com essa insígnia, que expressa sua condição, é na Iniciação. Ao entregar o Avental ao Iniciando o Venerável diz: Recebei este Avental, a mais honrosa insígnia do Maçom, pois é o emblema do Trabalho, a indicar que devemos ser sempre ativos e laboriosos. Sem ele, não podereis comparecer às nossas reuniões. Deveis usá-lo e honrá-lo; porque ele, jamais vos desonrará. 

Diante dessas palavras cerimoniais poderia um Irmão menos avisado concluir que o único propósito do Avental seria o de simbolizar o Trabalho e isso está longe de ser a verdade. Existem outras aplicações para essa importantíssima peça de indumentária maçônica, ligadas às forças que circulam na Natureza e nos afetam diretamente, estejamos ou não em Loja.

Talvez por essa razão, ou seja, por requererem tais forças muito estudo para serem devidamente compreendidas é que na Iniciação não se mencione as outras relações que existem no uso do Avental. O Aprendiz, recém iniciado, ainda tem muito o que aprender antes de palmilhar os caminhos onde se encontram as devidas explicações. Colocá-lo, portanto, diante desses assuntos já em sua aurora iniciática seria grande imprudência. 

Segundo o Irmão C. W. Leadbeater, 33º em nosso corpo existem sete centros de força através dos quais a energia flui, ou seja, na base da coluna vertebral, no baço, no umbigo ou plexo solar, no coração, na garganta, no espaço entre os cílios, ou seja, diretamente sobre o ponto da glândula pineal onde, segundo a sabedoria hindú, estaria localizado o centro da terceira visão (nesse sentido, inclusive, é bastante esclarecedora a obra do monge tibetano Lobsang Rampa) e sobre a cabeça (daí a denominação de coronário a esse centro particular). 

Ora, esses centros de força, ou Chakras, estão divididos em três campos bem definidos: Inferior, Médio e Superior que correspondem, respectivamente, aos planos fisiológico, pessoal e espiritual. No plano inferior estão localizados os Chakras da coluna e do baço; no plano médio os do umbigo, coração e laringe; restam, no plano superior, o frontal e o coronário. 

Sendo centros de energia de uma ordem que transcende a capacidade do Homem profano ou espiritualmente pouco desenvolvido, os Chakras reclamam muito cuidado e isso é particularmente delicado no que diz respeito aos centros inferiores, pois as energias que os acionam são de caráter negativo e se ligam à parte densa do Homem, ao seu lado mais animal e primitivo. 

Tais forças, assim como as positivas, encontram-se livres no Universo e podem ser captadas voluntária ou acidentalmente já que o corpo humano é uma verdadeira antena e que funciona não apenas para emitir como - e principalmente - para receber energia. E essa energia pode ser de qualquer ordem, quer positiva ou negativa, fluida ou densa pois estamos imersos em energia e com elas interagimos o tempo todo. 

O Avental, cujo uso se liga a costumes antiquíssimos relatados não só na Bíblia, quando Moisés instruiu os hebreus para que tivessem os rins 

cingidos na noite da libertação do jugo egípcio, por exemplo, mas nos mistérios persas, na Grécia cerca de 40 séculos antes de Cristo, no Hindustão ou nas Américas, tem a finalidade de isolar e de filtrar as vibrações primitivas que atuam no corpo do Homem evitando que seu pensamento seja desviado dos planos superiores para o plano das forças mais densas. 

Quando isso ocorre, o que não é raro acontecer, cria-se uma fluidez magnética intensamente negativa e, como é óbvio, altamente prejudicial ao trabalho em Loja. 

É mistér, portanto, impedir que isso ocorra e o Avental tem a propriedade de fazê-lo desde que devidamente magnetizado e usado corretamente, pois ele tem uma espécie de tela etérica que atravessa o seu cinto. Essa tela funciona como uma barreira contra as forças negativas e contra a comunicação prematura entre os planos astral e físico o que é muito importante, especialmente para o Aprendiz já quer este detém muito pouco ou nenhum conhecimento sobre esse assunto. 

O Chakra umbilical, ou solar, é particularmente sensível às forças negativas por estar diretamente ligado ao corpo astral e pode ser facilmente atingido por essas forças se estiver desprotegido. E é exatamente sobre essa região que o cinto atravessa, criando a barreira de isolamento e proteção. 

Vemos, portanto, que nosso Avental, não importa o grau que detenhamos, merece que lhe dediquemos um especial cuidado. Primeiramente, porque temos que honrá-lo como símbolo do trabalho que eleva e dignifica o Homem em sua trajetória terrena; e em segundo lugar, porque se o tratarmos como deve ser tratado ele será nossa proteção permanente contra as forças maléficas que pululam ao nosso redor e que podem ser fácil e rapidamente atraídas por nossos corpos. 

Se desleixarmos dele, seremos falsos para com o juramento que fizemos e ele tornar-se-á como um frágil barco em um oceano tormentoso, de nada nos valendo.

A OBESIDADE MENTAL


O prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard, publicou em 2001 o seu polêmico livro “Mental Obesity”, que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.

Nessa obra introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna. Há apenas algumas décadas, a humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física decorrente de uma alimentação desregrada. É hora de refletir sobre os nossos abusos no campo da informação e do conhecimento, que parecem estar dando origem a problemas tão ou mais sérios do que a barriga proeminente. ”

Segundo o autor, “a nossa sociedade está mais sobrecarregada de preconceitos do que de proteínas; e mais intoxicada de lugares-comuns do que de hidratos de carbono. As pessoas se viciaram em estereótipos, em juízos apressados, em ensinamentos tacanhos e em condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. ”

“Os ‘cozinheiros’ desta magna “fast food” intelectual são os jornalistas, os articulistas, os editorialistas, os romancistas, os falsos filósofos, os autores de telenovelas e mais uma infinidade de outros chamados ‘profissionais da informação’”.

“Os telejornais e telenovelas estão se transformando nos hamburgers do espírito. As revistas de variedades e os livros de venda fácil são os donuts” da imaginação. Os filmes se transformaram na pizza da sensatez.”

“O problema central está na família e na escola”.

“Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se abusarem dos doces e chocolates. Não se entende, então, como aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, por videojogos que se aperfeiçoam em estimular a violência e por telenovelas que exploram, desmesuradamente, a sexualidade, estimulando, cada vez com maior ênfase, a desagregação familiar, a permissividade e, não raro, a promiscuidade. 

Com uma ‘alimentação intelectual’ tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é possível supor que esses jovens jamais conseguirão viver uma vida saudável e regular”.

Um dos capítulos mais polêmicos e contundentes da obra, intitulado “Os abutres”, afirma: “O jornalista alimenta-se, hoje, quase que exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, e de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.”

O texto descreve como os “jornalistas e comunicadores em geral se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polêmico e chocante”.

“Só a parte morta e apodrecida ou distorcida da realidade é que chega aos jornais.”

“O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para quê ela serve. Todos acham mais cômodo acreditar que Saddam é o mau e Mandella é o bom, mas ninguém se preocupa em questionar o que lhes é empurrado goela abaixo como “informação”.

Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um “cateto.”

Prossegue o autor: “Não admira que, no meio da prosperidade e da abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se e o folclore virou ‘mico’. A arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce, entretanto, a pornografia, o cabotinismo (aquele que se elogia), a imitação, a sensaboria (sem sabor) e o egoísmo. Não se trata nem de uma era em decadência, nem de uma ‘idade das trevas’ e nem do fim da civilização, como tantos apregoam. 

Trata-se, na realidade, de uma questão de obesidade que vem sendo induzida, sutilmente, no espírito e na mente humana. O homem moderno está adiposo no raciocínio, nos gostos e nos sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.” 

(Blog Teoria da Conspiração - O Que Eles não gostariam que você soubesse…)