julho 28, 2025

A BUSCA DE REVOLUÇÃO - Charles Boller

 



A iniciação é fundamental para a continuação da Maçonaria, porém a escolha de novos exige responsabilidade. Para ser maçom não basta ser livre e de bons costumes, amigo, bom esposo e pai. 

Exige-se do candidato inteligência e discernimento para absorver as filosofias e doutrinas maçônicas para si, agregados à capacidade de espargir a luz deste conhecimento aos outros.

Busca-se pessoa que: 

•  crê em Deus e numa vida futura; 

• seja sociável, honesta, livre e de bons costumes; 

• possua comportamento moral ilibado; 

• reconheça a importância dos valores; 

• traga dentro de si bons costumes adquiridos da educação; 

• busca incessante evolução; 

• seja estudante dedicado; 

• entenda o conceito de liberdade responsável; 

• tenha pensamento aberto; 

• respeite o pensamento do outro; 

• possua boa vida familiar; 

• disponha de recursos financeiros para despesas pecuniárias na instituição; 

• possua ilibado comportamento, apto, disposto a lutar pelo bem estar da humanidade.

Para entrar na Maçonaria há necessidade que alguém represente o cidadão, que conheça suas qualidades e esteja apto a julgar se o convite é viável.

Confirmadas as qualidades do candidato acontece o convite. 

Só depois de certificar merecimento faculta-se ao cidadão pedir adesão.

Viver de acordo e em plenitude com a filosofia maçônica é de difícil alcance. 

O maçom já existe dentro do candidato, o que se faz é encontrá-lo e iniciá-lo.

Não está fácil encontrar homem voluntarioso para trabalhar pela evolução da humanidade. 

É árduo o procedimento de convidar alguém que demonstre o conjunto de características desejadas. 

Não apenas atuante na filantropia, mas de forma comprometida e proativa engajar-se na luta para a solução de problemas da humanidade; alguém ciente da necessidade de melhorar sua educação; dotado de humildade e energia para efetuar mudanças em si mesmo. 

O candidato deve possuir boas características antes de entrar; *a Maçonaria não é reformatório!* 

Considerando a importância da questão para continuidade da Maçonaria cabe ao mestre maçom debater o tema da escolha de novos junto a seus irmãos e sob a luz da sabedoria do Grande Arquiteto do Universo.


A GLÂNDULA TIMO - Heitor Rodrigues Freire


O corpo humano em sua perfeição original tem sido fonte de estudo e de aprendizado constante em minha vida. Quando penso que já conheço muito, me surpreendo com algo que não tinha merecido minha atenção até então. Refiro-me ao esterno, que entre outras qualidades serve também de proteção à glândula timo.

O esterno é um osso chato com o formato da letra T em maiúscula, localizado na parte anterior do tórax. O esterno serve para sustentação das costelas e da clavícula, formando a caixa torácica, onde ficam protegidos o pulmão, coração, timo e os grandes vasos (aorta, veia cava, artérias e veias pulmonares). O esterno, bem como toda a caixa torácica e a musculatura, tem papel fundamental no processo respiratório, auxiliando os movimentos de inspiração e expiração.

Isso tudo do ponto de vista físico. Acontece que o esterno tem também um significado simbólico e esotérico que poucos alcançam.

O osso esterno tem o formato do Tau, que é um símbolo esotérico de grande importância. O Tau é a última letra do alfabeto hebraico, e é citado com valor simbólico no Antigo Testamento, no Livro de Ezequiel: “O Senhor disse: passa em meio à cidade, em meio a Jerusalém e marca um Tau na fronte dos homens que suspiram e choram…” (Ez 9,4). O Tau é o sinal que, colocado na fronte do povo de Israel, os salvou do extermínio no tempo de libertação do Egito antigo.

Essas informações servem para introdução ao nosso tema de hoje, que é a glândula timo.

O timo (do grego *thýmos* = energia vital) é um órgão piramidal formado por dois lóbulos, localizado no interior da cavidade torácica abrigado pelo esterno. Numa outra versão, a palavra timo tem origem do grego *thúmon*, que significa alma, espírito, coração, emoção, afetividade.

O timo é uma glândula essencial do sistema imunológico, desempenhando um papel crucial na maturação das células de defesa do organismo, e também está associada ao chacra do coração.

Rafael Oliveira Rezende, médico pós-doutorado em imunologia e genômica pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, explica que o sistema imunológico é composto por uma variedade de células, tecidos e moléculas que trabalham com a glândula timo para proteger o corpo contra agentes externos, conhecidos como patógenos. Esses agentes utilizam diversas estratégias para invadir o nosso organismo.

“As células de defesa, em sua maioria, são produzidas na medula óssea, um tecido localizado dentro de certos ossos. O nome ‘medula óssea’ se deve à sua presença nesses ossos importantes. Após serem produzidas, essas células imaturas são encaminhadas para o timo, onde ocorrem processos de maturação. Essa maturação permite que as células de defesa se desenvolvam e se tornem ativas conforme o organismo necessita”, escreveu o dr. Rezende.

Um estudo recente demonstrou a importância da glândula timo para o corpo humano. Em 2023, um artigo publicado pelo periódico *New England Journal of Medicine* mostrou que a glândula timo pode ajudar a prevenir o câncer e doenças autoimunes, desempenhando um papel crucial na regulação do sistema imunológico.

Depois que o corpo humano atinge o crescimento, a glândula timo permanece de forma passiva; ela está associada ao poder da intenção, da coragem e da autoafirmação. Para acioná-la e mantê-la ativa deve-se bater nela com a mão fechada, durante alguns minutos, produzindo uma ressonância muito positiva. Essa prática, se for diária, ativará a vitalidade, a alegria de viver e a jovialidade, além da imunidade. Por isso, tanta gente sem saber disso bate no peito diante de uma vitória, ou toca esse ponto para afirmação de sua identidade. Tarzan batia com as duas mãos. Os mais antigos vão se lembrar.

A glândula timo tem chamado a atenção dos adeptos de meditação e outras práticas em prol do bem-estar. Dessa maneira, localizada perto do coração, dizem que ela abriga a alma e até carrega a fama de “glândula da felicidade”, com o poder de soltar tensões e sentimentos reprimidos.

O professor Wilson Savino, cientista brasileiro da Fiocruz, estuda a glândula timo há mais de 30 anos e tem publicado suas conclusões, demonstrando a importância do timo para o nosso organismo.

Sugiro a todos que experimentem ativar o timo para estimular a vitalidade diária de que necessitamos, além de experimentar alegria constante e obter cada vez mais imunidade. 


julho 27, 2025

CAMINHO ETERNAL - Adilson Zotovici


Algo a ser considerado

Quando segues o caminho

Não te entregues pois sozinho

Vez que és iniciado

Se tua pedra em desalinho

À tua escultura interna

Com tua postura cultural

Luz verdadeira, teu fanal

Com alvura obra superna

Por sobranceira Arte Real


De maço municiado

Com cinzel, devagarinho,

Passo a passo em alinho

Em compasso nivelado

Esquadrejado e certinho

Se moda antiga ou moderna

Como instiga o ritual

Com tua marca filosofal

Que te guia e te governa

E que demarca teu astral


Esse caminho encantado

Se levado com carinho

Livrar-te-á dum espinho

De aprendiz ao mestrado

Que feliz e eu sublinho

Ao saíste da caverna

À expansão transcendental

Neste caminho sem final

Que assumiste união fraterna

Que à perfeição...é eternal  !




A MAÇONARIA, MITOS E FATOS - Luiz Vitório Cichosky

 





EU, PEDRA BRUTA QUE SOU - Nuno Raimundo

 


Um dos vários motivos que me levaram a “bater à porta” do Templo e entrar na Maçonaria, e o mais importante (disso tenho a certeza!) foi o de, precisamente, poder “desbastar a minha pedra bruta”.

Pedra Bruta essa que não é uma capa ou camada rochosa que sirva de sustentação para a minha pele ou corpo; mas antes sim, uma capa que envolve a minha Alma.

Essa Pedra Bruta a ser (e que quer ser!!!) lapidada sou EU!!!

Não que eu tenha imperfeições ou quaisquer defeito no meu corpo. Nada disso!!!

Tenho antes, algumas imperfeições na Alma. Imperfeições essas que me impedem de ser um Homem Bom, Justo e Perfeito.

São vícios, são vontades e paixões a combater, muitos “Eus” e poucos “Outros”, que me impedem de ser alguém melhor do que aquilo que sou na realidade.

E são estas arestas defeituosas que eu quero desbastar, partir, extirpar de Mim.

A Pedra Bruta em si, simboliza a Imperfeição do Homem comum, com os seus vários defeitos. 

E é o seu trabalho, o seu desbastar, o seu polir, que importa refletir.

Quais as ações a tomar, quais as ferramentas a ser usadas. 

Essas sim, são as tarefas de quem quer polir a sua pedra bruta.

Quando na cerimónia da minha Iniciação segurei as ferramentas de Aprendiz e dei as  pancadas rituais na Pedra Bruta, senti naquele momento que algo em mim estava a mudar, senti que algo mudava para melhor. 

Senti que naquele momento aquela pedra era eu, e reparei que ainda tinha muito trabalho pela frente. 

Pois aquela pedra bruta, com as faces “mal amanhadas” como se usa dizer, em nada se parecia com a Pedra Cúbica e Perfeita que tanto almejo em me tornar.

E sei que só cultivando a prática do Bem, da Solidariedade bem como da Caridade, do cultivo da Fraternidade, Tolerância e Respeito pelo próximo, com uma enorme disciplina e vontade de aprender; somente dessa forma me poderei tornar numa Pedra Polida, e deixar de ser esta pedra tosca e feia que hoje sou.

Não sei se algum dia terei as minhas faces tão polidas e serei tão perfeito como a pedra “polida” que se encontra no interior do Templo; mas uma coisa tenho eu bem por certa, é que não me cansarei de usar o malho e o cinzel, por mais que as “mãos me doam” ou que os “calos me incomodem”, até que a minha forma se assemelhe a ela. 

E quando chegar esse dia, poderei pousar e guardar finalmente as minhas ferramentas e então, poderei partir contente e satisfeito, pois pouco terei mais a fazer…


FUI FELIZ E NÃO SABIA - Joba de Oliveira Castro


SE VOCÊ,

Já foi um "pão" e conheceu um "broto". 

Teve um anel "brucutu". 

Foi a um baile de "garagem" com luz negra. Usou um "Vulcabrás" ou "Passo Doble". 

Teve uma "Sharp", "Telefunken", "Colorado RQ", ou "Philips". 

Teve um jogo de botão de galalite. 

Teve um toca-fitas Roadstar ou TKR cara preta.  

Sabe quem foi Teixeirinha e Valdick Soriano. Cantava "Only Youuuu". 

Curtia "National Kid" e "Ultraman". Assistiu aos "Reis do IÉ, IÉ, IÉ".

Teve uma blusa cacharrel de gola rolê.

Usou perfume "Lancaster", "Azzaro" e brilhantina Glostora. 

Dirigiu Fusca, Chevette, Brasília, TL Corcel, Opala, SP2, Karmanghia ou Maverick.

Sabe quem foi Denner,  Clodovil, Blota Jr. , J Silvestre, Chacrinha e Flavio Cavalcanti. Assistiu Wilson Simonal e Jair Rodrigues na TV. 

Assistia Ted Boy Marino no tele Catch.

Assistiu a seleção ao vivo na Copa de 70. Leu "Intervalo”, “Cruzeiro", "Manchete", "Realidade" e “Seleções”. 

Sabe o que é matiné. 

Assistiu filmes de Roy Rogers, Durango Kid, Flash Gordon e o seriado de Fumanchu no cinema.    

Curtiu o seriado de "Zorro e Tonto", "Bat Masterson"  "Ivanhoe" e "Daniel Boone". 

Viu "Perdidos no Espaço", "Túnel do Tempo" e "Terra de Gigantes".

Adorava "Rin Tin Tin" e o "Lobo" do "Vigilante Rodoviário". 

Gostava de "Jonny Quest", "Speed Racer" e "Tin Tin". 

Não perdia um capítulo de "O Bem Amado". Viu sua mãe usar "Rinso". 

Mascou chicletes "Adams" e "Ping Pong".

Curtia as músicas de "Tom Jones". Viveu a febre dos jeans "Lee" e "Levi's". 

Torceu nos festivais de MPB da Record ou assistia à "Jovem Guarda". 

Ouviu os cantores Altemar Dutra e Nelson Gonçalves. 

Usou calça "boca de sino" e "paletó com ombreira".

Viu, ao vivo, o homem pisar na lua. 

Brincou descalço na rua, de "amarelinha", "esconde-esconde", "polícia e ladrão" e "queimada". 

Jogou com bola de meia e capotão. 

Desceu ladeira abaixo com carrinho de rolimã. 

Fez compras na Sloper, Mesbla, Bemoreira e nas Lojas Brasileiras. 

Andou de Jeep kandango, Rural Willys, Vemaguet ou Gordini. 

Andou de bonde. 

Usou conga,  bamba ou "Kichute". 

Trocou gibis na frente do cinema. 

Saboreou Drops Dulcora, Pirulito Zorro e Ki-Bamba, a combinação perfeita de chocolate e mashmelow.

Tomou Grapette, Crush e Miranda. 

Assistia o canal 100. 

Andou de Simca  Chambord, Aero Willys e Impala hidramático.

Conheceu o caminhão Fenemê e Studbaker.

Fez tanque de cimento para criar peixes. Limpou terreno baldio para jogar bola. Destopou a unha do dedão jogando bola em terreno baldio. 

Tomou Biotonico Fontoura e Emulsão Scott. 

Bebeu Cuba Libre. 

Usou calça Topeka e US Top. 

Comeu quebra queixo. Tomou sorvete daquelas máquinas com frascos de vidro.

Então, meu amigo com certeza você foi muito feliz. 🤣🤣🤣

julho 26, 2025

O QUADRIVIUM - Luiz Airton Shen


O Quadrivium é um currículo educacional medieval que consiste em quatro disciplinas: Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. Essas disciplinas eram consideradas fundamentais para a educação de um indivíduo e tinham como objetivo desenvolver a compreensão da ordem e da harmonia do universo.

As Quatro Disciplinas do Quadrivium:

- Aritmética: Estudo dos números e das operações matemáticas. A aritmética era considerada a base do Quadrivium e era fundamental para a compreensão das outras disciplinas.

- Geometria: Estudo das formas e das proporções. A geometria era usada para entender a estrutura do universo e as relações entre as coisas.

- Música: Estudo da harmonia e da proporção nos sons. A música era considerada uma forma de expressar a harmonia do universo e era usada para desenvolver a sensibilidade estética.

- Astronomia: Estudo dos movimentos dos corpos celestes. A astronomia era usada para entender a estrutura do universo e as relações entre os corpos celestes.

Aplicação na Vida de um Homem:

- Desenvolvimento da razãoO Quadrivium ajuda a desenvolver a razão e a capacidade de pensar de forma lógica e sistemática.

- Compreensão da Ordem do Universo: O Quadrivium ajuda a entender a ordem e a harmonia do universo, o que pode levar a uma maior apreciação da beleza e da complexidade da criação.

- Desenvolvimento da Sensibilidade Estética: O estudo da música e da geometria pode ajudar a desenvolver a sensibilidade estética e a apreciar a beleza das formas e dos sons.

- Aplicação Prática: As disciplinas do Quadrivium têm aplicações práticas em diversas áreas, como arquitetura, engenharia, música e astronomia.

Benefícios do Quadrivium:

- Desenvolvimento Intelectual: O Quadrivium ajuda a desenvolver a inteligência e a capacidade de pensar de forma crítica e sistemática.

- Apreciação da Beleza: O Quadrivium ajuda a apreciar a beleza e a harmonia do universo, o que pode levar a uma maior gratidão e admiração pela criação.

- Desenvolvimento Pessoal: O Quadrivium pode ajudar a desenvolver a disciplina, a perseverança e a capacidade de trabalhar de forma sistemática e metódica.

Em resumo, o Quadrivium é um currículo educacional que visa desenvolver a compreensão da ordem e da harmonia do universo através do estudo de quatro disciplinas fundamentais. Suas aplicações são amplas e podem beneficiar indivíduos em diversas áreas da vida.

O GARFO - Paulo Monteverde


O Garfo Nem Sempre Foi Comum: A História de um Utensílio Polêmico 

Hoje considerado essencial à mesa, o garfo nem sempre foi bem-vindo. Durante séculos, comer com as mãos ou com facas e colheres era o padrão em muitas culturas. O garfo, tal como conhecemos, só começou a ganhar espaço na Europa a partir do século XI, quando princesas bizantinas o introduziram em banquetes venezianos. Porém, ele foi recebido com escárnio e até repulsa.

Na Idade Média, muitos o viam como um objeto vaidoso ou até herético. Sua semelhança com instrumentos “do diabo” e sua função de evitar o contato direto com o alimento geravam desconfiança entre os religiosos. Era como se o garfo estivesse desafiando a simplicidade e humildade cristã.

Somente no século XVII, na França e na Inglaterra, o garfo começou a ser aceito pela nobreza e, gradualmente, pela sociedade em geral. O rei Luís XIV, por exemplo, foi um entusiasta do uso refinado de talheres à mesa.

Curiosamente, o garfo só se tornou comum nos Estados Unidos no início do século XIX!

Hoje, o garfo é símbolo de etiqueta, mas sua jornada foi marcada por resistência, julgamentos e uma lenta aceitação cultural. 

julho 25, 2025

ARLS TRÍPLICE ALIANÇA 341 - Mongaguá


Minha querida ARLS Tríplice Aliança 341 tem sessão regular todas as terças-feiras. Entendendo que era necessário melhorar a beneficência praticada pela Loja, o irmão hospitaleiro, José Ricardo Alcântara Ramos, dono do melhor restaurante da cidade, está criando uma tradição e há vários meses os irmãos se reúnem para uma refeição festiva em seu estabelecimento, as vezes almoço, em outras ocasiões jantar.

Pagamos o valor normal pelas excelentes refeições e o restaurante fica apenas com o custo. O excedente é destinado a beneficência e ao longo destes meses inúmeras ações de auxílio a famílias menos favorecidas foram realizadas.

Na noite de ontem, quinta feira, ocorreu mais um destes encontros e além da alegre confraternização fortalecemos os recursos que vão proporcionar a tantas pessoas um momento de alegria. É a maçonaria de Mongaguá em ação.

FELIZ DIA ESCRITOR - Adilson Zotovici


Juntos nesta Academia 

Que pelas letras o amor 

Escrevendo em sintonia

Pela alegria, pela dor ...


Algum texto ou poesia 

D’alguma história o autor 

Sua glória do dia a dia 

Como das Letras um pastor 


Pensam alguns que utopia 

Surreal pelo esplendor 

Que Arte Real propicia 


Livre pedreiro de valor 

Com pena canteiro cria 

Feliz dia...oh ESCRITOR  !



DIA DO ESCRITOR - Michael Winetzki




  •  Escritor, foi a profissão que escolhi para o meu segundo tempo de vida, para compartilhar emoções, experiências e conhecimentos. Foram até agora 9 livros, mais de 50.000 exemplares, com grande parte da renda aplicada em beneficência.

Como cantou o gênio baiano Castro Alves, continuo a "semear livros" e me sinto abençoado por te-los nas mãos de tantos queridos leitores.

Estendo meus cumprimentos a todos aqueles, que fazem da arte de escrever, a sua missão.

A DELICADA ARTE DE VIVER MUITO - Mário Donato D’Angelo



Viver muito sempre foi, por séculos, uma raridade quase mítica. Era coisa de avó centenária que conhecia a cura das doenças no cheiro do mato, ou de personagem de romance russo, desses que morriam em São Petersburgo, sob a neve, citando Aristóteles em voz embargada. Longevidade era exceção. Agora virou estatística.

Vivemos mais. Isso é fato. A medicina avançou, os antibióticos viraram gente da casa, o colesterol passou a ser vigiado como se fosse um criminoso reincidente. A expectativa de vida subiu, e com ela a ideia, quase ingênua, de que bastaria durar para que tudo desse certo. Mas viver muito não é a mesma coisa que viver bem. E é aí que começa a grande arte.

Porque a verdade é que a longevidade chegou antes do manual de instruções. Achávamos que envelhecer seria como alcançar um mirante: olhar para trás com serenidade, cruzar os braços sobre o próprio legado, saborear os frutos de uma vida bem vivida. Mas a velhice, como a infância, exige cuidados diários, e também alguma poesia.

O corpo, esse velho cúmplice, começa a dar sinais de que o tempo passou. As juntas rangem como portas de armário antigo, os reflexos hesitam, os músculos se retraem. Mas não é só o corpo que envelhece: às vezes o mundo ao redor também se torna estranho, distante. Os amigos partem, os filhos se dispersam, as calçadas ganham degraus invisíveis. E de repente, o que mais dói não é o quadril, é o silêncio.

E então vem ela: a queda.

Não só a queda literal, essa que acontece no banheiro, no degrau da padaria, na pressa inocente de atravessar a rua. Mas a queda simbólica: do entusiasmo, da autonomia, da autoconfiança. A queda de uma imagem de si mesmo que antes era firme, decidida, ágil. A queda de um modo de viver que não se encaixa mais no corpo que agora abriga a alma com mais cuidado.

A Organização Mundial da Saúde diz que um terço dos idosos sofre uma queda por ano. E essa queda pode ser o primeiro passo de uma jornada difícil: fraturas, cirurgias, internações, perdas, de mobilidade, de independência, de ânimo. Mas veja bem: não se trata de um alerta sombrio. Trata-se, aqui, de um chamado amoroso à reinvenção.

Porque o envelhecimento também pode ser reinício. E preparar-se para ele é como preparar um jardim: exige tempo, presença, escolhas. É preciso cultivar força, sim, não para carregar sacos de cimento, mas para levantar-se da cadeira com leveza e poder abraçar um neto sem receio de tombar. É preciso elasticidade, não só nos músculos, mas nas ideias. E é preciso algo ainda mais raro: gentileza consigo mesmo.

Não se trata de negar a velhice. Ela chega, queira-se ou não, com suas rugas e suas lentidões, com seus esquecimentos charmosos e suas manias de repetir histórias. Mas há velhices e velhices. E há aquelas que florescem, porque foram cuidadas, porque tiveram sol e sombra, porque foram vividas com afeto, com liberdade, com algum humor.

Sim, o humor. Ele é, talvez, o músculo mais importante a ser mantido. Porque rir de si mesmo, das gafes, das perdas de memória, do tropeço nas palavras, é um jeito de desarmar o tempo. O velho ranzinza é um clichê injusto, há velhos encantadores, que dançam bolero na sala com o ventilador ligado e o cachorro olhando desconfiado. Que tomam vinho com moderação e sorvete sem culpa. Que, aos oitenta, aprendem a usar o celular, e ainda erram, mas riem do erro.

A longevidade, quando bem-vivida, é como uma tarde longa e luminosa. Daquelas em que o sol demora a ir embora e o tempo parece suspenso entre uma lembrança e outra. Não é preciso correr. Nem competir. Basta estar inteiro: corpo e alma em compasso.

É isso que propomos aqui: um olhar amoroso para o futuro que já chegou. A velhice não precisa ser sinônimo de decadência. Pode ser plenitude.

E envelhecer bem não é luxo, nem sorte, é construção diária. Com passos firmes, com gestos suaves, com a força das pernas e o riso no rosto. Com o cuidado do corpo, sim, mas também com a ternura da memória.

Porque o segredo não é apenas viver muito.

É fazer da longevidade uma arte íntima, uma coordenação delicada entre o tempo e o desejo.

E que, ao final, quando chegar a noite, a gente possa dizer, com lucidez e com alegria — “Foi bom ter vivido tanto. Mas foi melhor ainda ter vivido bem.”

MAÇONARIAS: LIBERDADE E DOGMAS - José Maurício Guimarães


"Onde estão os ensinamentos oficiais da Maçonaria?"

Essa singela pergunta está entre aspas porque não sou eu que faço a pergunta. Também não adoto o sistema de consultório maçônico, preenchendo o meu tempo e o dos leitores a responder perguntas. No entanto, certas perguntas são procedentes, pertinentes - e merecem ser compartilhadas mediante uma breve análise.

Temas como esse vêm sendo apresentados por vários Irmãos, perplexos diante da vasta "literatura" maçônica contida nos livros e disseminada pela internet:

"Onde estão os ensinamentos oficiais da Maçonaria?"

Em primeiro lugar, devemos considerar que não existem propriamente "ensinamentos maçônicos"; e menos ainda "ensinamentos oficiais". A palavra "ensinamento" faz supor o efeito de ensinar, um conjunto de ideias a serem transmitidas de uma pessoa para outra como doutrinas ou lições. 

A Maçonaria não doutrina nem prega um conjunto de ideias, mas HABILITA seus membros a desenvolverem, por si mesmos, uma compreensão mais alta e refinada da vida. Por isso dizemos que a Maçonaria é uma Ordem iniciática e não dogmática. 

Em outras palavras - a Maçonaria é uma associação de indivíduos, sujeitos às mesmas regras, associação essa que fornece FERRAMENTAS para que seus associados alcancem os cânones das Artes Liberais tradicionalmente desempenhadas pelos homens livres (especialmente a Lógica). 

Mas a utilização dessas FERRAMENTAS é ato voluntário; o maçom pode lançar-se ao trabalho, ou continuar frequentando sessões maçônicas pelo simples hábito ou diletantismo (sem falarmos, é claro, em outros interesses inconfessáveis!). 

O ato voluntário consiste na aplicação da inteligência sobre a matéria, visando a harmonia, a felicidade humana e as ciências sociais. Essas FERRAMENTAS estão contidas no Simbolismo do Templo, na execução PERFEITA dos Rituais e no estudo diligente das Instruções dos Graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre. 

O maçom que não tem conhecimento completo, amplo e perfeito domínio desse tripé " Simbolismo, Ritualística e Instruções " é um maçom inacabado, inapto para ocupar cargos em Loja ou na Obediência a que pertence. Percebem a extensão do problema?

As Instruções maçônicas não são, ao contrário do que muitos pensam, uma filosofia no sentido de se investigarem a dimensão essencial e ontológica do mundo real, ou mesmo inquirirem a respeito das "verdades primeiras" e incondicionadas, tais como as relativas à natureza de Deus, da alma e do universo. 

Mas paralelamente ao Simbolismo do Templo, Rituais e Instruções dos Graus, os maçons são livres para desenvolverem reflexões mais aprofundadas - ou menos aprofundadas, ou até tendenciosas dos conteúdos iniciáticos. 

Assim há os que escrevem livros, os que proferem palestras ou apresentam artigos em revistas, periódicos, blogs e sites da internet. Mas - repito - nada disso constitui "ensinamentos da Maçonaria", filosofia maçônica ou postura oficial da Ordem como organização estruturada sobre Obediências, Lojas e Corpos Maçônicos regulares. 

Mas é forçoso dizer: tudo o que escapa do conteúdo e escopo do Simbolismo, Rituais e Instruções é pura opinião pessoal advinda da experiência de UM maçom singular - é um conhecimento obtido por meio das faculdade específicas de UM estudioso; serve apenas para ELE, embora possa servir de referência - e apenas referência - para outros que se exercitam no autoconhecimento.

Daí a estranheza que muitos Irmãos percebem com relação a "novas teorias", interpretações e intenções "reformistas" em circulação nos meios maçônicos reais e virtuais. Vale lembrar que a nossa prática maçônica, organizada em instituições regulares, acompanha a disposição da Constituição Federal em seu Artigo 5º, IV que garante a liberdade e manifestação do pensamento; no nosso caso, vamos além: nossa Ordem não impõe nenhuma restrição à busca da verdade. 

Entretanto não há espaço, numa organização séria de livres pensadores, para invencionices e excentricidades. Tais atitudes revelam apenas o desejo imprudente, a ousadia e a temeridade próprias apenas de adolescentes imberbes que tudo fazem para chamarem sobre si a atenção dos adultos; essas condutas são mais preocupantes quando afrontam a mesma Constituição Federal que, no mesmo Artigo 5º, IV impede ou proíbe o anonimato.

Filosofemos, pois este é direito e dever do ser humano; eu também cometo a ousadia de "filosofar"; mas acautelemo-nos da cátedra categoremática; e enfrentemos de mente a mente o sofisma e as intenções sub-reptícias de quem tenta se utilizar da Maçonaria para fins pessoais.

"Quem tem ouvidos, ouça. Quem tem carapuça, use-a!" - já dizia o Marquês Burgrave de Nuremberg (Fürth, Baviera: 1371-1440).viera: 1371-1440).