agosto 11, 2025

A D V O G A D O - Adilson Zotovici




Tenho em meu ideário

Um assunto pertinente 

Que merece comentário,

Sobre o “jurisprudente”

E seu trabalho diário 


Qual deve ser competente

Naquilo tudo que faz 

Em petições consciente,

Também deveras  sagaz

E no verbo...eloqüente 


Se questionado capaz,  

De responder com convicção

Em toda ação, eficaz 

Qual trilha a senda da razão

Com coragem, pertinaz 


Às vezes até abre mão

Pela justiça, em detrimento,

De coisas do coração

Para honrar seu juramento,

Como profissional e cidadão 


Tem que ter conhecimento

Das leis, da jurisprudência...

Em todo procedimento,

Dignidade, ética, independência 

Pra surtir bom julgamento 


Ser doutor do direito, que ciência, 

Após seu bacharelado 

De erudição, referência, 

Pela qual...“o que foi chamado ” 

Digno de admiração e deferência 


Antigo oficio consagrado 

Às vezes, delegado, promotor,

Quiçá, professor, magistrado ...

Tal Santo Ivo, seu protetor,

Um justo e perfeito ...advogado !


IRMÃO COM TRÊS PONTINHOS


A palavra irmão, tal como se encontra no dicionário, significa pessoa que descende de um ou dos dois pais comuns. Essa definição baseada na origem biológica da pessoa, embora bastante simples e precisa não é suficiente para definir a palavra irmão no sentido mais amplo do termo.

Muitas religiões, notadamente os evangélicos no Brasil, utilizam o termo irmão para definir aquele que professa a mesma religião que a sua, esse sentido deriva da crença que todos somos filhos de um único Deus e, portanto a humanidade formaria, segundo esse entendimento, uma grande família, sendo todos irmãos. É sem dúvida uma bela e filosófica visão e talvez seja um fim a ser alcançado.

Nos Estados Unidos da América, os índios Sioux, tinham uma tradição que era a seguinte: todo menino nascido na tribo, durante os primeiros meses era amamentado por todas as mulheres da tribo, dessa forma esse menino ao tornar-se um guerreiro, considerava todas as mulheres da tribo como suas mães e todos os velhos como seus avós, destarte todos os outros guerreiros eram seus irmãos e estando em batalha, cada um cuidaria da sua vida e da vida de seus irmãos, sendo esse um sentimento tão forte que jamais um irmão seria abandonado no campo de batalha, se tivessem que morrer morriam juntos, irmãos na vida e na morte.

Na Maçonaria temos o costume de tratar-nos como irmãos, demonstrando dessa forma o caráter fraternal de nossa organização. Quando um profano recebe a luz em um templo, durante o ritual de iniciação, a primeira coisa que ele vê são seus irmãos armados com espadas, jurando protege-lo sempre que for preciso.

A partir desse momento todos que a ele se referem o tratam por irmão, os filhos de seus irmãos passam a tratá-lo como tio e as esposas de seus irmãos passam a ser suas cunhadas. Forma-se nesse momento um elo firme entre o novo membro da ordem e a família maçônica.

É difícil precisar, no entanto, como esse vinculo se cria e se mantém. Porque? ao sermos reconhecidos como Maçons o outro lado prontamente abre um sorriso amigo e te abraça, como se já te conhecesse de toda a vida. Que força é essa que nos une e faz com que homens de diferentes, raças, credos, profissões e classes sociais, tenham um sentimento de irmandade mais forte entre eles, que entre irmãos de sangue?

A Maçonaria que passou por várias fases em sua existência desde a Maçonaria operativa até as atuais Lojas Simbólicas, foi refinando a maneira pela qual seus membros são escolhidos e convidados para integrar nossas colunas, o possível candidato sem saber está sendo observado em seus atos e na forma de conduta na vida profana, sendo que ao ser formalmente convidado, parte de sua avaliação já foi concluída, bastando agora cumprir os regulamentos da respectiva potência maçônica, para levar a cabo o ingresso do novo membro.

Talvez devido ao fato que todo o Maçom sabe dos rigores dessa seleção, em que pese o fato de que algumas vezes cometemos erros, iniciando irmãos que nem de longe mereceriam essa honra, nós temos a tendência a confiar em um irmão porque sabemos que ele é livre e de bons costumes.

Aquele que ao apor sua assinatura em uma folha qualquer acrescentar os três pontinhos deve saber que está dizendo ao mundo, “Sou Livre e de Bons Costumes”. E como tal será cobrado em suas ações e atitudes tanto dentro dos templos como no mundo profano.

Creio que muitos irmãos adentram à nossa ordem sem a devida reflexão da responsabilidade que isso lhes impões, repetem os juramentos sem entender a verdadeira abrangência de suas palavras, o fazem por que isso faz parte do ritual, da mesma forma que pessoas que jamais freqüentam a igreja se casam e juram amor eterno e fidelidade diante do sacerdote sem, no entanto ter a menor intenção de cumprir esse juramento.

È compreensível que muitos irmãos entrem na Ordem sem o devido conhecimento da mesma, até porque esse conhecimento é pouco divulgado e muitas vezes os padrinhos e aqueles que fazem as sindicâncias não esclarecem o profano devidamente sobre as responsabilidades que estará assumindo. O que não é aceitável é que depois de ingressar e conhecer nossas normas e formas de conduta exigidas o irmão continue agindo como antes do ingresso, ou seja, o irmão transforma-se naquilo que costumamos chamar de “Profano de Avental”, é aquele irmão que embora imbuído de boas intenções não permeou seu espírito com os ensinamentos da Maçonaria e mesmo que permaneça na Ordem por toda a vida jamais será um Maçom no mais completo sentido da palavra.

Nossa ordem necessita de irmãos que tenham entre si aquele sentimento de fraternidade e solidariedade, tal qual os guerreiros Sioux, que sendo filhos genéticos de pais diferentes se sentem irmãos, porque participam de algo que é maior que cada um deles individualmente.

Nossas Lojas precisam de irmãos de verdade, aqueles que tem orgulho de pertencer a essa instituição e estão dispostos a sacrifícios pessoais em benefício da mesma. Ele deve lembrar-se sempre que ele não escolheu a Maçonaria, mas foi por ela escolhido por reunir as condições necessárias para tal. No entanto ele escolheu ficar e deve ser fiel aos seus juramentos.

Precisamos, portanto de Irmãos com três pontinhos de verdade.

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Fonte: cidademaconica.

O ESPAÇO ENTRE A PERFEIÇÃO E O APRIMORAMENTO - Newton Agrella


O substantivo "Perfeição" merece uma consideração toda especial e exclusiva.

Afinal de contas, trata-se de um termo tão frequentemente utilizado pelos maçons, seja pela sua busca ou pelo seu exercício, que o fascínio que a "Perfeição" exala e provoca, alimenta o sonho e o desejo da imensa maioria das pessoas.

Cabe no entanto, uma breve ponderação etimológica.

A origem desta palavra advém do Latim e consiste na derivação do verbo "perficio" composto da partícula "per" (completamente) e "facere" (fazer).

Do referido verbo surgiu o substantivo abstrato "perfectio, -onis", que significa "completo", "terminado" ou "acabado". 

O verbo "perficio", compõe-se de "per" (completamente) e "facere" (fazer, realizar). 

Portanto, "perfeição" refere-se a algo que foi totalmente realizado, que não falta nada para sua completude, ou seja, algo que não requer ou exige qualquer melhora.

Semanticamente portanto, detecta-se que a "Perfeição humana" caracteriza ou traduz a existência de um ser ideal que congrega e dispõe de todas as qualidades e não possui nenhum defeito, bem como, designa uma circunstância que não possa ser melhorada.

Em razão de todo este postulado simbólico que a "Perfeição" encerra é que talvez o termo "Aprimoramento", fosse aquele que melhor representasse ou traduzisse o exercício filosófico que a Maçonaria propõe.

Afinal de contas, "Aprimoramento" significa o ato ou o resultado de tornar algo melhor, mais primoroso.

Refere-se ao processo de desenvolvimento e refinamento de habilidades, conhecimentos ou qualidades. 

Em outras palavras, é o simbólico exercício de dar forma e conteúdo à nossa Pedra Bruta, desbastando-a, conferindo-lhe forma e essência, polindo-a e tornando-a cada vez melhor.

Trata-se no entanto, de uma prática contínua e inesgotável que o maçom, como ser humano, precisa encarar e entender como infinita.

A Maçonaria é sim, um campo dialético filosófico em que o maçom, busca o incessante "Aprimoramento da própria Conscíência", como forma de contribuir, para de algum modo, tornar feliz a humanidade e a sí mesmo.

Trata-se pois de um processo antropocêntrico, especulativo, sujeito a estudo e inspirado no reconhecimento inteligente da existência de um "Princípio Criador e Incriado do Universo", ao qual o maçom dedica sua obra.

A Perfeição é Deus.

 O Aprimoramento é a missão a que o Ser Humano se submete.



agosto 10, 2025

DIA DOS PAIS - Joab Nascimento




I

Ser pai é missão divina,

Cada pai tem sua missão,

O pai com exemplo ensina,

Por meio da educação,

Me desculpe o trocadilho,

Todo pai também é filho,

Nem todo filho é pai não.

II

Ser pai não é só fazer,

Pelo acasalamento,

Pai é aquele que cria,

Dando amor e sustento,

Preparando para a vida,

Aquela criança querida,

Pro seu desenvolvimento.

III

Ser pai é oferecer,

O seu mais sincero amor,

Dá conselhos, entender,

Cada momento de dor,

Ser bom pai, é ser parceiro,

Um amigo verdadeiro,

Ser um fiel protetor.

IV

O pai sempre dá a mão,

Para o seu filho amado,

Aconchego e proteção,

No momento inusitado,

O pai é porto seguro,

É claridade no escuro,

Exemplo a ser copiado.

V

São Joaquim e São José,

Pais de Maria e Jesus,

Nos mostraram como é,

O amor que nos conduz,

Imagine o sofrimento,

De José, vendo ao relento,

Seu filho, preso na cruz.

VI

Engravidar um alguém,

Sem responsabilidade,

Mostra o mau caratismo,

Perante a sociedade,

Toda culpa é do casal,

Em um sexo casual,

Tem que ter cumplicidade.

VII

O papel que é do pai,

A mulher pode assumir,

Na hora da dor e do ai,

A mamãe vai acudir,

Só precisa ser mãe solo,

E pôr seu bebê no colo,

Sem querer se despedir.

VIII

No Brasil, o dia dos pais,

Um dia foi comemorado,

No ano de 53,

Lá no século passado,

No dia 16 de agosto,

O motivo foi exposto,

Comércio fortificado.

IX

Silvio Behringer, publicitário,

Diretor de um jornal,

Tinha em seu objeto,

Um cunho comercial,

São Joaquim, pai de Maria,

A ele associaria,

Essa data social.

X

Só para finalizar,

Deixo aqui minha mensagem,

Que Deus venha abençoar,

Aquele pai de coragem,

Que entrega o seu amor,

Ao filho assumindo a dor,

Nessa sua longa viagem.



O INCÊNDIO DE LONDRES E A FUNDAÇÃO DA MAÇONARIA ESPECULATIVA - Michael Winetzki

Palestra apresentada por Michael Winetzki para a A.:R.:L.: de Pesquisa Maçônica Quatuor Coronati de São Paulo n. 333 - GLESP em 07/08/25.



PAI, HOJE É TEU DIA ! - Adilson Zotovici


Olá pai, como estás ?

Comemoramos hoje “ teu dia” !

Estamos todos em paz

Lembrando de ti com alegria 


Sentimos tua calmaria

Sem tuas mãos ou tua voz

Por teres aqui moradia

Pois vives dentro de nós 


A saudade às vezes é atroz 

Mas traz até mesmo leveza

Pelo tempo, que  assaz veloz

Todavia, não paira tristeza 


Sentaremos  breve  à mesa

Unidos, o acostumado 

Com bons manjares e a certeza

Que ali estarás sentado 


Herança de ti pai amado 

Legado de amor supernal

Pelo SENHOR abençoado

Amigo eterno...sem igual !

agosto 09, 2025

ARLS ALCIDES DO VALLE E SILVA 174 - São Paulo

 


Mensagem recebida do Irmão Osvaldo Cabral, da ARLS Alcides do Valle e Silva por ocasião de minha visita a esta Loja nesta sexta feira.

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A propósito, durante minha gestão como VM na ARLS Alcides do Valle e Silva, 174, em 2006/2007, eu programei várias reuniões conjuntas com outras Lojas (15/09 com ARLS Cavaleiros da Esperança, 642 e ARLS Estrela de Davi, 421 / 30/03, com ARLS Cavaleiros da Luz) e palestras:

- 20/11 - Antimaçonaria, ministrada pelo Irmão Descartes de S. Teixeira

- 30/03 - Fé e Felicidade, ministrada pelo Irmão @⁨Michael Winetzki⁩ e

- 01/06 - Aprendiz, ministrada pelo Irmão Ari Casarini.

Na palestra do Irmão @⁨Michael Winetzki⁩, foi lhe concedida a comenda comemorativa dos 30 anos de Fundação da ARLS Alcides do Valle e Silva, 174, conforme atesta o documento anexo.

ARLS ALCIDES DO VALLE E SILVA 174 - São Paulo




Há alguns anos visitei esta Loja para fazer uma palestra e recebi uma homenagem que relatarei na próxima postagem. Ontem, sexta-feira, a convite do irmão Osvaldo Cabral, que era o Venerável Mestre naquela ocasião, retornei para nova visita.

O atual Venerável Mestre é o irmão Osvaldo Fernandes Bacelar, que é um bombeiro condecorado por bravura. O Brasil todo tomou conhecimento do seu heroísmo, ao colocar sua vida em risco para salvar uma criança em um incêndio em São Paulo.

Na sessão de ontem houve uma instrução e um excelente trabalho apresentado por um aprendiz. Todos os irmãos fizeram comentários às apresentações, o que é relativamente raro em Lojas e mostra a alta qualidade do ensino maçônico na Alcides.

O ágape foi um panelão de cachorro quente, o que fez com que aqueles homens sérios se comportassem como adolescentes, manchando suas roupas com molho e maionese. Muito divertido. Uma sessão excelente em todos os sentidos.

POESIA DA VIDA - Newton Agrella


Poesia é para o poeta.

Para aquele que elabora rimas,

transita pelos fonemas e é

íntimo amigo da métrica.

Poesia é a expressão da alma

É a virtude das letras traduzida

em versos que sublima o pensamento e se converte em arte.

Poesia desconhece a rigidez da realidade e se funde em sonhos 

como quem transita pela vida e se esquece da idade.

Poesia é a fonte ilimitada da sabedoria.

Sai sorrateiramente do coração e se instala no sentimento alheio, sem pedir licença.

Poesia é uma propriedade anônima, pois se esvai do interior humano, flui pelo ar e se instala no universo de cada um que consegue absorve-la.

Poesia não se explica, não se ensina e nem se constrói.

Ela simplesmente brota, como a semente de um pronome, de uma vírgula ou de uma preposição num cenário único e particular de um idioma.

Poesia é uma variante da linguagem, que o ser humano encontra pra manifestar sensações e sentimentos represados e que se exprimem com legitimidade no augusto grito da Liberdade.

A HISTÓRIA DA MAÇONARIA PARA ADULTOS - Kennyo Ismail


Como a Maçonaria Operativa sucumbiu diante da Maçonaria Especulativa?

Diversos historiadores maçons se dedicaram a contar e recontar a história do surgimento da Maçonaria Especulativa como conhecemos hoje. As versões são geralmente bastante similares entre si e, pelo conteúdo, se parecem com as histórias contadas para crianças antes de dormir:

_“Era uma vez, há muito tempo atrás, os maçons operativos, que construíam castelos e catedrais. Eles começaram a aceitar nobres, burgueses e intelectuais na Maçonaria, chamados de “Aceitos” ou “Especulativos”. Esses se apaixonaram pela Maçonaria e trouxeram outros nobres, burgueses e intelectuais. Em pouco tempo, eles se tornaram maioria. E com o passar dos anos, a Maçonaria foi se aprofundando nos aspectos filosóficos e intelectuais, até que não se via mais maçons operativos na Maçonaria. E os maçons especulativos viveram felizes para sempre.”_

Parece uma ótima história para explicar ao seu filho de cinco anos de idade o motivo de você ser um “pedreiro-livre” e não construir casas. Mas, definitivamente, não serve como História da Maçonaria, em pleno século XXI, a ser ensinada ao novo maçom de hoje, que possui nível superior e um mínimo de senso lógico e crítico.

Não se pode contar a história da Maçonaria e de sua transição de Operativa para Especulativa sem considerar o contexto histórico e os aspectos socioeconômicos da época. A extinção da Maçonaria Operativa não se deveu por um simples processo de evolução interna dentro da Maçonaria, que teria então evoluído para Especulativa. Não foi um movimento interno, impulsionado pelos membros “aceitos”, que assumiram a liderança da instituição e promoveram seu desenvolvimento por uma via mais intelectual e elitista. Na verdade, foi um movimento estritamente externo e incontrolável pela Maçonaria. Para se compreender o fenômeno, deve-se, antes de tudo, contextualizá-lo:

A Maçonaria, sendo antiga e ocidental, teve logicamente origem no Velho Mundo: a Europa. Documentos históricos como a “Carta de Bolonha” (Século XIII), o “Poema Regius” (Século XIV), os Manuscritos de “Cooke” e “Estrasburgo” (Século XV) e alguns outros confirmam essa teoria, apresentando a Maçonaria Operativa, com suas cerimônias e Antigos Costumes, antes mesmo do descobrimento do Novo Mundo. Assim sendo, nada mais natural do que as primeiras Grandes Lojas terem surgido na Europa, nas primeiras décadas do Século XVIII.

O documento mais antigo citado, a “Carta de Bolonha”, evidencia que, já no século XIII, maçons especulativos conviviam com os operativos. Quando do surgimento da primeira Grande Loja, na Inglaterra de 1717, é sabido que, das quatro Lojas fundadoras, três eram compostas predominantemente por maçons operativos. Há inúmeros relatos e documentos que indicam que, durante quase todo o século XVIII, Lojas Operativas conviveram com Lojas Especulativas em boa parte da Europa. Isso significa que, por pelo menos 500 anos, meio milênio, os maçons operativos conviveram com os especulativos, sendo os operativos maioria. Afinal, o que então aconteceu com os maçons operativos? Por que eles desapareceram da Maçonaria no final do século XVIII?

O que exterminou a Maçonaria Operativa não foi a Especulativa, nem mesmo um processo de evolução cultural. O que pôs fim à Maçonaria Operativa foi… a Revolução Industrial. A mudança no processo produtivo, originada pelas invenções de máquinas e impulsionada pelo surgimento das indústrias, pôs fim à era de produção manual baseada nas guildas.  O trabalho estritamente manual foi substituído pelo trabalho de controle de máquinas. A iniciativa inglesa rapidamente se espalhou pela Europa, promovendo um êxodo rural e o abandono dos ofícios artesanais e manuais para atender a demanda por mão-de-obra industrial. Ao fim do século XVIII, o maçom operativo não teve outra escolha a não ser se tornar operário fabril e trabalhar uma média de 80 horas por semana.

Muitos dos países europeus, preocupados em consolidar o novo modelo econômico, chegaram a adotar leis proibindo a Maçonaria Operativa. Esse foi o caso do famoso Ministro Turgot, da França, que determinou que:

_“Proibimos todos os mestres e companheiros, operários e aprendizes do direito de formar associações, ou mesmo assembléias entre eles, sob qualquer pretexto. Em conseqüência, suprimimos todas as confrarias que possam ter sido estabelecidas tanto pelos mestres dos corpos e comunidades, como pelos companheiros e operários, das artes e ofícios”. (Fonte: Recueil Général des Anciennes Lois Françaises. 1774-1776)._

Leis como essa foram o tiro de misericórdia para as poucas Lojas Operativas que ainda tentavam sobreviver aos primeiros anos da Revolução Industrial. Dessa forma, a Maçonaria Operativa desapareceu de vez, ficando a Maçonaria Especulativa como única e legítima herdeira de sua essência, responsável por preservar e passar adiante seus ensinamentos.

Essa é a história real. Sem contos de fadas.

agosto 08, 2025

A DISSOLUÇÃO DA MAÇONARIA NA ALEMANHA


Em 08 de agosto de 1935, Hitler dissolveu, por decreto, a Maçonaria Alemã e os Templos foram ocupados, saqueados e destruídos, sendo que vários irmãos que não conseguiram fugir para a França foram presos e mortos, alguns acompanhados de suas famílias. 

Não há como esquecer essa data...

"Todas as abominações supostas, os esqueletos e caveiras, os caixões e os mistérios, são coisas simples para as crianças. Mas há um elemento perigoso e que é o elemento que copiei a partir deles (os maçons). Eles formam uma espécie de nobreza sacerdotal. Eles desenvolveram uma doutrina esotérica não apenas formulada, mas transmitida através dos símbolos e mistérios em graus de iniciação. A organização hierárquica e da iniciação através de ritos simbólicos, isto é, sem incomodar o cérebro, mas através do trabalho sobre a imaginação através da magia e dos símbolos de um culto, tudo isso tem um elemento perigoso. Vocês não veem que o nosso partido tem de ser uma Ordem? Uma Ordem. A Ordem hierárquica de um sacerdócio secular... Nós mesmos, ou os maçons, ou a Igreja - há espaço para um dos três e não mais... Nós somos os mais fortes dos três e devemos nos livrar dos outros dois",

[Trecho de discurso de Hitler sobre a "ameaça maçônica"]

Com a ascensão de Hitler ao poder, as dez Grandes Lojas da Alemanha foram dissolvidas. Muitos entre os dignatários proeminentes e membros da Ordem foram enviados para campos de concentração. A Gestapo aproveitou a listas de membros das Grandes Lojas e saquearam suas bibliotecas e coleções de objetos maçônicos. Grande parte deste tesouro foi então exposto em uma "Exposição Anti-maçônica" inaugurada em 1937 por Herr Dr. Joseph Goebbels em Munique.

A exposição incluiu completamente mobiliados templos maçônicos.

A perseguição foi transportada para a Áustria, quando o país foi capturado

pelos nazistas. Os Mestres da várias lojas de Viena foram imediatamente confinados em campos de concentração, inclusive o inferno horrível em Dachau, na Baviera. O mesmo procedimento foi repetido quando Hitler assumiu a Checoslováquia, e em seguida, a Polônia. Imediatamente após conquistar a Holanda e Bélgica, os nazistas ordenaram a dissolução das lojas nessas nações. 

Pode ser tomado como parte do mesmo feito o General Franco na Espanha, em 1940, condenou todos os maçons em seu reino automaticamente a dez anos de prisão. Quando a França caiu em junho passado, o governo de Vichy fechou os dois corpos maçônicos da França, o Grande Oriente e a Grande Loja foram dissolvidos, suas propriedades foram apreendidas e vendidas em leilão.

O ódio de Hitler da Maçonaria foi claramente divulgado num documento em 1931, às autoridades do partido nazista foi dado um "Guia e Carta de Instrução", que declarava: "A hostilidade natural dos camponeses contra os judeus, e sua hostilidade contra o maçom como um servo do judeu, devem ser trabalhados até um frenesi."

Em 07 de abril de 1933, Hermann Goering, que quase chegou a se tornar um maçom, realizou uma entrevista com o Grão Mestre von Heeringen da Grande Loja da Alemanha, dizendo-lhe que não havia lugar para a Maçonaria na Alemanha nazista. O Manual Oficial de Ensino da Juventude Hitlerista, atacava maçons, marxistas, e as igrejas cristãs pelo seu "ensino equivocado da igualdade de todos os homens", pelo qual eles diziam estar procurando o poder sobre o mundo inteiro.

fonte: https://www.facebook.com/ritoeaa/

1666 - O INCÊNDIO DE LONDRES E A FORMAÇÃO DA MAÇONARIA ESPECULATIVA".- Michael Winetzki

 


Na noite de ontem, quinta feira, a convite da A:.R:.S:. de Estudo e Pesquisa Quatuor Coronati n. 333 da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, realizei a palestra virtual "1666 - O INCÊNDIO DE LONDRES E A FORMAÇÃO DA MAÇONARIA ESPECULATIVA".

O estudo apresentou uma nova perspectiva de abordagem da formação da Grande Loja de Londres e Westminster com base em um retrato econômico da Inglaterra no século 18 apos uma linha de tempo que percorreu  mais de três séculos.

Para minha honra, além de maçons de todo o país estavam presentes irmãos da Espanha e da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Fruto de um aprofundado estudo a palestra foi muito elogiada pelos participantes.

Os irmãos que desejarem os slides podem me solicitar no privado.

A QUINTESSÊNCIA - Luis Reinaldo Sciena


As ideias originais atribuídas aos grandes filósofos gregos (Sócrates, Platão, Aristóteles e principalmente Pitágoras), de que todos os corpos, vivos ou não, são compostos por terra, fogo ar e água (os quatro átomos), parece aos olhos do Sec. XXI algo muito primitivo e desprovido de caráter científico. Por sinal, é muito fácil associar ideias místicas a essa concepção e justificá-la por meio de argumentos pouco prováveis e de impossível verificação.

Porém, não podemos desconsiderar a racionalidade científica dos gregos que, para dizer pouco, moldou o pensamento ocidental moderno. E num exercício de raciocínio, vamos voltar para época de Pitágoras (570/71 – 496/97 AC), e fazer uma pesquisa científica imaginária: do que é feito um ser humano?

Durante a vida, precisamos de alimentos. Esses alimentos, de alguma forma, se transformam em corpo humano e nos sustentam. Considerando a cadeia alimentar, tudo o que consumimos é de origem vegetal, o que conduz à pergunta: vegetais são feitos do que? A mais óbvia resposta é terra.

Sem a água os vegetais não se desenvolvem. Além disso, nosso consumo de água é notável. A água é muito diferente da terra e juntos formam lama que, grosso modo, é comparável em viscosidade e densidade a certos fluidos corporais.

O ar é essencial para as plantas e para nós. O consumo direto de ar pela respiração também o coloca na condição de elemento constituinte.

O Sol é essencial para a vida. Ele é a força transformadora de terra, água e ar em plantas. As plantas com água e ar em seres do reino animal, incluindo nós. O melhor representante terreno desse poder transformador é o fogo.

Logo, não é difícil concluir que nós somos feitos de terra, água, ar e fogo, assim como todos os demais corpos animados e inanimados, em diferentes concentrações dos quatro elementos.

Parece uma hipótese razoável considerando que o principal instrumento de investigação dos gregos era a lógica.

Mas nós, diferentemente de corpos inanimados, temos consciência de nossa própria existência, somos movidos por ideias e empreendemos ações transformadoras. Isso conduziu à ideia da existência de um quinto elemento superior aos quatro primeiros, a quintessência, que nos fez passar do mundo quaternário (da matéria inanimada) ao mundo quinário. Do mundo da matéria para o mundo da vida e da inteligência.

Para representar o ser humano e a inteligência, a escola Pitagórica apropriou-se do pentagrama como seu símbolo e estudou suas propriedades matemáticas. Interpreta-se sua forma como a de um ser humano com cinco prolongamentos (braços, pernas e cabeça), e a inteligência é representada pelo centro do pentagrama.

Uma vez inserido no mundo da inteligência, animado pela quintessência, o ser humano inicia seu aprendizado e a construção de sua representação do universo. Temos ferramentas para esse aprendizado e construção: nossos sentidos e nossa inteligência.

Atualmente, sabemos que obtemos informações do meio ambiente por meio dos cinco sentidos que exploram o meio ambiente (visão, audição, gustação, olfato e tato), o sentido do equilíbrio, que é capaz de avaliar a posição de nosso corpo em relação ao campo gravitacional (o labirinto), o fluxo contínuo do tempo e o estado de nosso organismo (informações processadas, em sua maioria, inconscientemente).

Interessa-me nessa abordagem os cinco sentidos que nos dão acesso a exploração do meio ambiente e às informações veiculadas pelas linguagens humanas (verbal, escrita, gestual etc.).

Os cinco sentidos são janelas abertas para o universo que permitem, ao longo da existência humana, acumular informações que, uma vez processadas, criam um modelo mental da Natureza. Enquanto os sentidos do tato, olfato e gustação permite-nos absorver informações físicas num raio de abrangência muito limitado, a visão e a audição expandem esse raio ao infinito graças às linguagens de codificação de informações. 

Boa parte do conhecimento humano está disponível para quem dele quiser se apropriar, por meio de livros, filmes, softwares etc.

Os conhecimentos memorizados e processados, com a devida reflexão que cada tema merece (isso é de caráter pessoal) criará, em nossa mente, um modelo representativo do universo que enxergamos que não é intrinsecamente igual para todos.

Sabe-se hoje que o córtex visual e o córtex auditivo do cérebro reagem da mesma forma quando vivemos uma experiência ou nos lembramos dela. De fato, aparentemente não há diferença para o cérebro entre viver uma experiência ou recordar uma experiência.

Como temos a linguagem que permite compartilhar essas recordações e experiências com outros seres humanos, podemos conversar longamente sobre elas, portanto, revive-las, relatando nosso ponto de vista. Talvez ocorra a convergência de ideias para um consenso comum em torno de uma ideia que denominei realidade média.

O microcosmo (o Homem) tem dentro de si a representação do macrocosmo (a Natureza). No meu entendimento, o que convencionamos chamar de macrocosmo é a realidade média, que versa parcialmente sobre o comportamento do macrocosmo e não exatamente o que ele é.

Concluindo esse raciocínio, a quintessência parece ser o universo conspirando para ter consciência de si próprio, portanto da realidade. Desconcertante...

Nos últimos 15 minutos apresentei conceitos que agora estão na memória dos leitores. Esses 15 minutos tornaram-se uma experiência que agora faz parte de um mundo virtual que poderemos compartilhar pela linguagem. A realidade se virtualizou e virou informação. Muito desconcertante.


Bibliografia:

• Curso de Maçonaria Simbólica - Autor: Theobaldo Varoli Filho - Editora: A Gazeta Maçônica

• Grau de Companheiro e seus Mistérios - Autor: Dr. Jorge Adoum - Editora: Editora Pensamento

• Periódico: Scientific American Brasil - Edição Especial 04 - Segredos da Mente

• Artigo: Como o Cérebro Cria a Mente, autoria de Antonio R. Damasio

• Artigo: O Problema da Consciência, autoria de Francis Crick e Christof Koch

• Artigo: O Enigma da Consciência, autoria de David J. Chalmers Editora Campus

• Periódico: Scientific American Brasil - Edição 31 - dezembro 2004.

• Artigo: Computador Buraco Negro - autoria de Seth Lloyd e Y. Jack Ng Editora: Duetto

• Filósofos gregos na Internet:www.wikipedia.org. Londrina, abril de 2008.