abril 17, 2025

INSTALAÇÃO DO VENERÁVEL MESTRE


É uma cerimônia Maçônica, repleta de simbolismo e alegorias, tendo por finalidade a transmissão do cargo de Venerável Mestre, que é a autoridade máxima de uma determinada Loja. Ao ocupar o “Trono de Salomão”, alegoricamente falando, o obreiro deverá ficar revestido de poder e sabedoria e, durante um ou dois anos, assumirá o veneralato da referida Loja.

Segundo alguns historiadores maçônicos essa cerimônia foi, a princípio, típica do Rito praticado na Inglaterra, na metade do século XVIII, quando ainda haviam lá duas emergentes Obediências: a dos Modernos e a dos Antigos, que posteriormente, em 1813, se uniram e formaram a G∴L∴U∴I∴.

Segundo Mackey, a Instalação é mais antiga, surgindo juntamente com as Constituições de Anderson, em 1723, elaborada por Desaguliers.

Inclusive, em 1827, devido a pequenos desvios que começaram a surgir, foi criado, pelo Grão Mestre, na Inglaterra, um “Conselho de Mestres Instalados” com a finalidade de coordenar todas as atividades contidas no Ritual de Instalação.

Com o passar dos tempos, todos os demais Ritos, como o R∴E∴A∴A∴, por exemplo, copiaram e adotaram essa prática Maçônica.

O novo Venerável Mestre é “Instalado” pelo Mestre Instalador, que pode ser um Grão Mestre, ou um ex Venerável Mestre, e sua comitiva. Em seguida, o novo Venerável Mestre instala todos os Oficiais de sua Loja que realizarão suas funções, sob juramento, até que sejam substituídos por outros, instalados da mesma forma.

Na verdade, esse ato de dar posse de um cargo, dando o direito de exercer os privilégios inerentes, é bem antiga e já era praticada pelos antigos romanos, que instalavam seus novos sacerdotes, normalmente pelos Augures (sacerdotes que prediziam o futuro).

A origem do nome “instalação”, em português, vem da palavra francesa installer que por sua vez vem do latim medieval Installare (stallumsignifica cadeira, e in é estar dentro, adentrar).

Outras associações iniciáticas, também possuem Instalações. Os padres da Igreja Católica, por exemplo, também são instalados em suas paróquias.

Fonte: pilulas maconicas.

abril 16, 2025

PESSACH E PÁSCOA - Bruno Bezerra de Macedo




LIBERDADE É RENASCER-SE COM O FERVOR DAS QUATRO ESTAÇÕES 

Pessach é o nome hebraico da Páscoa judaica, que significa "passagem". É uma das principais celebrações do judaísmo, que relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. O ponto central das celebrações modernas da Pessach é o Sêder, uma refeição ritual que comemora a fuga dos israelitas da escravidão no Egito. O Sêder é realizado após o anoitecer na primeira noite de Pêssach.


A palavra Sêder significa "ordem". O Sêder é um banquete altamente estruturado. Cada Sêder é diferente e é regido pelas tradições da comunidade e da família. O Sêder nos serve: Matzá (pão ázimo), maror (ervas amargas), karpás (cebola ou batata), charósset (maçãs, peras e nozes liquidificadas ou raladas), betsá (ovo cozido), zeroá (pescoço ou asa de frango) e, também, quatro taças de vinho.


A Pessach evoca a memória de Moisés. Foi ele que, segundo o Livro do Êxodo, recebeu de Deus a missão de libertar os israelitas da opressão do faraó e, pelos próximos 40 anos, guiá-los até a Terra Prometida. O Livro de Números (Números 15:38-41), conta que quando o povo de Israel saiu do Egito, e da escravidão, ainda no deserto, Deus manda Moisés dizer aos filhos de Israel que no canto de suas vestes façam borlas... para que se lembrassem que pertenciam a Deus, e lembrar-lhes dos mandamentos e praticá-los.


O poder das Tsitsit (franjas ou borlas) que são colocadas nas extremidades das vestimentas de alguns judeus como um mandamento da Torá, repousa na perene lembrança dos mandamentos divinos e são comumente usadas em talit, um manto de oração judaico. O Livro de Deuteronômio (Deuteronômios 22:12), traz a determinação de Deus: “Farás borlas (franjas) nos quatro cantos do manto com que te cobrires”, significando que em qualquer uma das direções (norte, sul, leste e oeste) que os israelitas se voltassem, as borlas os tornariam conscientes da presença de Deus.


A Páscoa Cristã está centrada na figura de Jesus. É uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. A data é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início da primavera (no Hemisfério Norte) e do outono (no Hemisfério Sul). A Páscoa é interpretada como a passagem para novos tempos e novas esperanças para a humanidade.


Desse ponto de vista, foi por meio da ressurreição que a humanidade teve a redenção de seus pecados. Jesus Cristo, portanto, voluntariamente sacrificou-se para redimir a humanidade e dar-lhe uma nova chance de salvação. Uma vez realizado o sacrífico, o poder de Deus teria se manifestado. Para a teosofista e escritora russa Helena Blavatsky, a Páscoa é a estação espiritual da purificação e da libertação.


“É uma época para grande celebração, e não de lamentações. É um tempo em que a energia da música e das flores pode ser descoberta pelas pessoas que são sensíveis a ela. Para a maioria das pessoas, incluindo os aprendizes dos mistérios e os discípulos, as energias celestiais do equinócio eram festejadas por “reflexo” no dia da lua cheia, afirma historiadora, pesquisadora e terapeuta holística Helena Gerenstadt. 


A Páscoa, no caminho esotérico, é como uma virada de ano espiritual, porém é mais voltada para dentro de si, com introspecção, presença e conexão. É vista como uma oportunidade para renascer, transformando-se interiormente. Os símbolos da Páscoa, como o ovo, o cordeiro e a cruz, são interpretados como portais de significado. No Hermetismo, o “ovo do mundo” é também o símbolo da criação cósmica – o início de tudo que existe. 


O Simbolismo do Ovo representa o potencial divino oculto em todas as coisas – uma capsula de luz que guarda a essência da alma prestes a emergir. Quebrar o ovo representa o rompimento das barreiras do ego para que a luz interior possa nascer. Na Europa medieval, o ovo representava o nascimento da vida após o inverno e era consagrado em festividades ligadas à deusa da primavera, Ostara.


O Simbolismo do Cordeiro tem sua origem profundamente arraigadas nas culturas judaica e cristã. Foi o sangue do cordeiro que protegeu os judeus das pragas que assolaram o Egito, passando a ser um símbolo da redenção e da libertação. Já os Cristãos, o cordeiro representa o espírito que se entrega à evolução, se oferecendo em sacrifício para despertar o coletivo. Jesus é o cordeiro que entrega por amor a humanidade. 


O Simbolismo da Cruz representa o ponto de encontro entre a matéria e o espírito. O eixo vertical é o céu, o divino. O eixo horizontal é o mundo terreno. A crucificação do Crista é vista com ato iniciático – a morte do ego e a ascensão do Eu Superior. É a passagem simbólica que todos nós somos chamados a fazer: carregar a própria cruz significa aceitar os desafios como parte do caminho de iluminação.


O Simbolismo do Renascimento representa o despertar da consciência, uma nova fase da jornada na qual nos libertamos de padrões antigos e nos alinhamos com a verdade interior. A alma, após enfrentar seus próprios infernos, emerge renovada – mais próxima de sua essência divina. Este processo cósmico é visto em todo o orbe terrestre: Osiris no Egito, Dionísio na Grécia, Krishna na Índia etc. – morrem e renascem iluminando a humanidade.


Para alcançar esta iluminação, é preciso viver simultaneamente as quatro estações do ano a cada dia. Deve-se combinar a confiança e a capacidade de aprender, características da primavera, com a força e a coragem do verão, que corresponde à juventude. A maturidade do outono está associada à sabedoria e à humilde renúncia que são típicas do inverno. O ciclo inteiro é sagrado, e cada Páscoa celebra o seu conjunto.



PAST SGM JORGE ANYSIO HADDAD RECEBE LIVRO DA AMVBL - Michael Winetzki





    O past SGM da GLESP, irmão Jorge Anysio Haddad, recebe na noite de ontem, o primeiro exemplar impresso do novo e extraordinário livro editado pela Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras.  que tenho a honra de presidir e que será oficialmente lançado no próximo dia 21 de abril em sessão solene da Academia.

    O livro de 340 páginas intitulado "Os desafios da Maçonaria na contemporaneidade: Tecnologia, Olhares e Impactos na Sociedade" contem 25 textos dos mais cultos e experientes maçons acadêmicos do Brasil, analisando o futuro da Ordem sob múltiplas visões, produzindo um dos melhores retratos já feitos no país sobre o futuro da maçonaria.
 

CONSERVADORISMO x MAÇONARIA - Kennyo Ismail




Com certeza você já ouviu falar que “homens fortes criam tempos fáceis e esses tempos fáceis geram homens fracos; então os homens fracos criam tempos difíceis; e esses tempos difíceis geram homens fortes”. Essa crença popular coaduna com o entendimento de que alguns fatos históricos se repetem, tendo o tempo um comportamento de espiral, com alternações de polarização, ou seja, um ciclo, tão virtuoso quanto vicioso.

Na política isso é identificado com a alternância de governos de espectro progressista e conservador. O Brasil é um bom exemplo claro disso. Após um período conservador (Monarquia), veio um período de décadas de relativo progressismo (Primeira República). Então surge outro período conservador (Era Vargas), seguindo do retorno ao progressismo (República Populista). Daí, mais uma vez, o conservadorismo retorna (Ditadura Militar) até a volta dos progressistas ao poder. E agora, iniciou-se mais uma onda conservadora, em 2019.

Esse fenômeno não está restrito ao Brasil. É mundial. Como exemplo, tomemos a América do Sul. Na década de 70, enquanto havia Ditadura Militar no Brasil, o mesmo ocorria na Argentina, na Bolívia, no Chile e no Uruguai. Outros dados, mais recentes, são de que em 2011, Brasil, Paraguai, Argentina e Peru tinham governos progressistas; enquanto que em 2018 os mesmos países passaram a ter governos conservadores.

E quanto a Maçonaria? Seus postulados não deixam dúvidas ao declarar a Maçonaria como progressista, o que sobrevive em muitas das constituições das potências maçônicas e em suas apresentações em websites oficiais. Ela sempre atuou nesse sentido, seja no exterior como no Brasil, onde defendeu a independência, lutou pela abolição da escravatura e envolveu-se com a criação da República. Não por acaso, nossa bandeira ostenta a expressão “Ordem e Progresso”, de origem positivista, que fazia parte do vasto campo progressista.

Outra inegável evidência da essência progressista da Maçonaria é que ela foi perseguida nos períodos de conservadorismo mais radical. No Brasil, fechada duas vezes na Monarquia (1818 e 1822), voltou a ser fechada no Estado Novo da Era Vargas (1937). Nesse período da década de 30, com a onda conservadora que assolou meio mundo, foi fechada por Franco, na Espanha; por Mussolini, na Itália; por Salazar, em Portugal; e por Hitler, na Alemanha, que perseguiria maçons em outros países, durante a II Guerra Mundial.

Que sejamos claros: Progressismo é a favor de grandes inovações, transformações e reformas. Princípios como Igualdade de todos perante a lei, garantia de Liberdades fundamentais, Democracia, Equidade, Justiça Social e Laicismo são conquistas progressistas dos séculos XIX e XX. O Conservadorismo é contrário a essas mudanças, defendendo a retomada de um modelo político-social anterior ao gerado pós-Iluminismo, que propôs ao homem a emancipação da tutela da Igreja e do Estado autoritário por meio da razão, e ocasionou na separação Igreja-Estado e no surgimento do Ensino Laico e da Liberdade Religiosa, dentre outras benesses.

A grande mensagem do Iluminismo sobre política era de que o povo não precisa de um messias, um salvador da pátria, um herói, para dizer-lhes o que é certo e governa-los. O Chefe de Estado deve ser enxergado como um servidor público, ou seja, que está ali para servir o povo. Por essa razão, não precisa ser amado e defendido como se fosse seu melhor amigo ou um membro de sua família, pois qualquer coisa boa que ele faça não é mais do que sua obrigação em servir. Por outro lado, ele deve ser sempre fiscalizado e cobrado. Quer ser idolatrado? Vire artista pop ou jogador de futebol. Política é serviço público. Mas o Brasil não teve um movimento iluminista de fato e boa parte da população ainda não aprendeu essa lição. 

A Maçonaria sempre defendeu a total separação entre Igreja e Estado (Religião e Política), o Ensino Laico, as Liberdades e a Igualdade. Desde suas primeiras publicações, na primeira metade do século XVIII, a Maçonaria considera que você ter uma religião diferente ou mesmo não crer em Deus não pode ser um crime ou impedi-lo de receber uma educação formal. Não podemos nos esquecer da chamada “Questão Religiosa” no Brasil, conflito entre Igreja Católica e Maçonaria na década de 70 do século XIX, exatamente pela Maçonaria defender essas bandeiras progressistas contra o conservadorismo dos sacerdotes ultramontanistas da época. Lembremos também que muitas das primeiras escolas laicas do Brasil foram de iniciativa maçônica.

O lema “Deus, Pátria, Família”, tão repetido na atual onda conservadora brasileira, era o lema dos Integralistas, grupo fascista que surgiu na década de 30 e foi bastante atuante no período mais conservador da Era Vargas. Esse grupo, liderado intelectualmente pelo antimaçom e antissemita Gustavo Barroso (uma espécie de Olavo de Carvalho com diplomas), era contra a Maçonaria. Barroso chegou a escrever livros atacando a Maçonaria, como “História Secreta do Brasil” e “Judaísmo, Maçonaria e Comunismo”. 

O retorno do Conservadorismo ocasiona nisso, na proliferação de ideias integralistas, fascistas e nazistas. E essa proliferação começa a ficar evidente com a defesa de um terreno favorável ao nazismo em um famoso podcast, apoiada por uma discreta saudação nazista em outro programa. Há pesquisas que indicam que os grupos neonazistas cresceram quase 300% no Brasil nos últimos três anos e especialistas temem que o uso da violência seja alavancado por esses grupos.

E qual é a próxima vítima? Provavelmente a Maçonaria. É o que já está acontecendo nos EUA e em outros países. Em março do ano passado, um edifício maçônico foi incendiado por um conservador, em Vancouver, Canadá. Em janeiro deste ano, a sede da Grande Loja da Irlanda sofreu um incêndio criminoso. O mesmo ocorreu em um prédio maçônico de Ohio no início deste mês, seguido de uma publicação antimaçônica em redes sociais que sugeria novos incêndios, feitas por um famoso pastor evangélico norte-americano. Somente nesta semana, a porta de vidro da fachada da Grande Loja de Illinois foi apedrejada duas vezes. E lojas daquela jurisdição têm relatado outros casos de vandalismo.

Você acha que isso é muito distante da realidade brasileira? Não víamos inflação há trinta anos e olha ela de volta… Só é necessário que um conservador desorientado atire a primeira pedra, para experimentarmos esse pesadelo no Brasil. Caso isso aconteça, esperamos que nossas lideranças tenham postura diferente dos líderes maçônicos brasileiros no Estado Novo, que optaram àquela época por trair os irmãos e os princípios maçônicos, prostituindo a Maçonaria em troca de migalhas.

Por fim, quanto a você ser conservador e ser maçom, não há problema algum nisso. Assim como há pardo nazista, preto de alma branca, prostituta apaixonada e pobre contra o SUS, todos encontram de alguma forma uma lógica em seus raciocínios, de modo a não sofrerem uma dissonância cognitiva. Conservadores sempre foram e ainda são bem vindos na Maçonaria que, enquanto progressista, é tolerante (ao contrário do conservadorismo).

abril 15, 2025

A ORIGEM DOS PONTOS DE FRATERNIDADE




Pergunta: Qual é a origem dos Pontos de Fraternidade

Resposta: Um resumo dos 17 textos rituais mais antigos, de 1696 a 1730, mostra os Pontos sendo descritos de maneiras variadas em 14 desses textos, incluindo cinco das versões mais antigas de 1696 a 1714. certamente, têm origem no período operativo, a maioria deles pertencendo ao Segundo Grau no sistema de dois graus, talvez desde a metade da década de 1950.

Quanto à questão da origem, 12 dos 14 textos não têm sequer uma única palavra para indicar de onde vêm os Pontos ou o que eles significam. Só duas das versões mais antigas, datadas de 1726 e 1730, contém pistas quanto à sua finalidade. Em cada caso, aparecem como parte das nossas lendas mais antiga, a primeira sobre Noé e a segunda relacionada com Hiram Abiff. Os Pontos, nas duas histórias, descrevem a mecânica real de exumar cadáveres dos túmulos e as lendas sugerem que os participantes estavam tentando obter um segredo de um corpo morto.

Os Pontos, com algumas versões muito melhoradas da lenda hirâmica, aparecem novamente em várias publicações espúrias francesas de 1744 a 1751, mas nenhuma delas, inglesa ou francesa, explica o que os Pontos realmente significam. Mas a sua complexidade dá a entender que deveria haver uma explicação, não teriam sido usados se fossem totalmente sem significado. Lidando com esse problema na sua Lição Prestoniana, de 1938, Douglas Knoop citou três exemplos bíblicos de "restauração milagrosa da vida", em cada caso por algo bastante parecido com os Pontos:

I – Reis, 17:21, em que Elias reviveu o filho da viúva em cuja casa ele morava.

II – Reis, 4:34, em que Eliseu reviveu o filho da mulher Sunamita.

Atos, 20:9-10, em que São Paulo ressuscitou um jovem que morreu depois de uma queda.

Eles são todos interessantes, mas o segundo, com Eliseu, fornece a história em detalhes úteis:

"E ele [Eliseu] subiu à cama, deitou-se em cima do menino, colocou seus olhos sobre os olhos dele, suas mãos sobre as mãos dele, e enquanto estava assim estendido, o corpo do menino se aqueceu".

O Irmão Knoop estava sugerindo que os Pontos são muito próximos daquilo que descrevemos atualmente como "Beijos da Vida". Porém, ele levou esse argumento um pouco mais longe, dizendo que nos séculos XVI e XVII essas histórias bíblicas teriam se desenvolvido em "práticas necromânticas", isto é, a arte de prever o futuro por meio da comunicação com os mortos. Nesse ponto preciso abandonar a sua teoria. Podemos muito bem imaginar o tipo da pessoa que se envolveria com "magia negra" depois de ler esses versos no Velho e Novo Testamento, mas é difícil acreditar que pudessem ter afetado todo o Ofício maçônico por vários séculos. Estamos lidando com a Maçonaria e, num problema desse tipo, uma explicação prática seria muito mais útil.

Independentemente das palavras precisas em que os Pontos aparecem nas várias versões antigas (ou nas padronizadas que vieram depois), parece provável, caso tivessem algum propósito prático, que foram ensinados e usados originalmente como um meio de erguer um corpo quebrado ou de reviver alguém que havia morrido em uma queda durante o seu trabalho. Acidentes desse tipo devem ter sido comuns no período operativo. Assim, buscando por evidências documentais antigas sobre o assunto, fui até os Schaw Statutes, de 1598. Eles foram promulgados por William Schaw, Mestre de Obras da Coroa da Escócia e Vigilante-General do Ofício Maçônico, "para que fossem observados por todos os Mestres Maçons dentro deste reino". Estes são os mais antigos regulamentos oficiais para a administração das Lojas operativas, incidentemente contendo o mais antigo regulamento oficial sobre andaimes; e aqui está ele, palavra por palavra, na ortografia moderna, embora termos obsoletos sejam mostrados em colchetes:

Item, que todos os mestres, empreendedores de trabalhos, sejam muito cuidadosos com seus andaimes e passagens [futegangis] para que eles estejam colocados com firmeza, para que por meio de sua negligência ou preguiça não seja causado por dor ou dano [skaith] para qualquer pessoa que trabalhe na dita obra, sob penalidade de serem proibidos [dischargeing] de trabalhar como mestres encarregados de qualquer trabalho, mas estarão sujeitos a trabalhar pelo resto dos seus dias sob ou com outro mestre principal encarregado do trabalho deles.

Essa era a regra mais estrita de todos o código de 1598. todas as outras ofensas podiam ser satisfeitas por uma multa, mas não esta.  Um Mestre, no pico de sua carreira, se fosse considerado culpado depois de um acidente pela colocação descuidada de um andaime, estaria condenado pelo resto de sua vida a nunca mais usar andaimes novamente, a não ser sob ou com outro Mestre principal. Ele não poderia responsabilizar um subalterno, era sua responsabilidade pessoal.

Acredito que essa regra explique a origem e a finalidade dos Pontos, e também resolve o maior problema de todos: o porquê de as 12 versões mais antigas dos Pontos não terem qualquer tipo de explicação. Os maçons não precisavam dela. Eles aprendiam esses procedimentos no curso normal de treinamento, como uma criança aprende o alfabeto como preliminar para a leitura. Os Pontos eram simplesmente o "Beijos da Vida" dos maçons.

Fonte: Livro Ofício do Maçom

abril 14, 2025

FRATERNIDADE - José Airton de Carvalho


Grandes Mestres da humanidade, como Buda, Platão e Cristo, pregaram a fraternidade de todos os homens. 

Sêneca dizia que “A natureza fez de nós uma família” e Marco Aurélio que “O universo é como uma cidade“

“Ama o teu próximo como a ti mesmo”, é a grande lição deixada por Jesus, o Cristo.

Muitos séculos se passaram e o homem ainda não conseguiu entender os preceitos dessa lei divina, e continua a transgredir o que não é de sua autoria, e sim, uma expressão real de uma particularidade cósmica.

O resultado dessa transgressão, ao longo do tempo, vem desencadeando graves problemas sociais. As drogas, a violência, a impunidade, o poder, a fome, o descaso com a saúde, a precariedade da educação e do conhecimento, são frutos do egoísmo dominante que se opõe à fraternidade.

Onde não se cultua a fraternidade, impera a desigualdade e a escravidão.

Depreende-se, pois, que teoricamente, a Fraternidade é um conceito de filosofia em consonância com a Igualdade e a Liberdade.

Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, o primeiro artigo afirma que “todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e de consciência e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”

Fraternidade – do latim fraternitate – significa “irmandade” ou “conjunto de irmãos”. Exprime simplesmente o sentimento de afeição recíproca entre irmãos. 

Victor Hugo asseverava que “Liberté, c’est um droit; Égalité, c’est un fait; Fraternité, c’est un devoir“.(Liberdade é um direito; Igualdade é um fato; Fraternidade é um dever).

Nenhuma instituição humana oferece oportunidade para a prática da fraternidade como a Maçonaria. No entanto é preciso que o maçom tenha consciência do papel que deve desempenhar, quer na sua Loja, no seio de sua família, no seu trabalho ou onde se encontrar, agindo como verdadeiro artífice na consolidação da fraternidade.

Fundamentada no Amor Fraternal e preocupada com o bem-estar da Humanidade, a Maçonaria prepara o homem para participar, efetivamente, na construção de uma Sociedade mais justa e equilibrada.

“A Maçonaria ensina que o mais sublime dos deveres do maçom consiste na prática da solidariedade ou fraternidade maçônica, traduzida no socorro aos Irmãos em suas aflições e necessidades; no encaminhamento dos Irmãos na senda da Virtude, desviando-os da prática do Mal; no estímulo a praticarem o Bem, dando exemplos de Amor, Tolerância, Caridade, Justiça e respeito à liberdade individual, reconhecendo no Irmão e em todos os seres humanos, como seu semelhante”. 

Optar pela renúncia à prática da Solidariedade e da Fraternidade é uma atitude que revela o quanto o iniciado ainda se encontra distante de ser um homem de bem e, por conseguinte, um verdadeiro maçom.

A verdadeira fraternidade é um reflexo do caráter e da personalidade do ser humano. Conectemos o nosso cérebro às ondas mais elevadas do conhecimento superior e teremos como consequência ações cada vez mais voltadas para o bem geral.

Assim, renovemos a esperança com Amor a Deus, à Pátria, à Família e ao próximo; com Tolerância, Virtude e Sabedoria; com a constante e livre investigação da Verdade; com o progresso do Conhecimento Humano, das Ciências e das Artes, sob a tríade – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – dentro dos princípios da Razão e da Justiça, para que o mundo alcance a Felicidade Geral e a Paz Universal.

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abril 13, 2025

EPISTEME, PARA CONSTRUIR UM 2025 DE SUCESSO - Sérgio Quirino .


Inicio a 19ª série de artigos dominicais com este sincero desejo a todos os Irmãos: EPISTEME.

A palavra tem origem grega e se traduz como conhecimento, e a maioria de nós, traduzimos como conhecimento, acumulo de informações, habilidades adquiridas, oratória exemplar e até mesmo plágios filosóficos.

O valor real do Episteme para nós Maçons, vai além do repetir instruções, saber das lendas, intercambiar interpretações, não pode ser o conhecimento empírico advindo de ações não planejadas, nem o conhecimento teológico revelado por crenças.

Seria natural intuirmos que devemos trabalhar a reflexão e o raciocínio, que são as bases do conhecimento filosófico, já que a Maçonaria também é vista como um movimento filosófico, porém a Maçonaria não existe por si própria, ela não é um destino, é um caminho.

A concretização de sucesso em 2025, seja em quaisquer setores da vida do Irmão, vai depender do desenvolvimento de sua capacidade em entender, aprender e compreender o momento em que vive.

Evoluímos da Maçonaria Operativa para a Maçonaria Especulativa para irmos além da aceitação concreta das formas apresentadas, é o chamado conhecimento científico, que é racional, exato e verificável de sua aplicabilidade na realidade em que vivemos.

Não nos cabe estarmos na Maçonaria, necessário sermos Maçons, não podemos ter simples opiniões de tudo que nos envolve, o que chamamos de Doxa.

Exemplifiquemos pelo Esquadro: Simbolo da retidão! E?????

ENTENDO que a inflexibilidade das duas hastes perpendiculares em ângulo de 90 graus, nos mostra que, em qualquer posição, a retidão interna não muda. APRENDO pela sensibilidade que, se me manter inflexivel na retidão, o caminho será sempre correto e COMPREENDO intelectualmente o conteúdo do saber simbólico do esquadro e que evidencia a realidade da ideia, tornando-se um conhecimento verdadeiro.

Um exemplo da Episteme como Conhecimento Verdadeiro, para a criação dos filhos:

Entender, vieram de mim, então somos um só, eles precisam captar o que é um pai. Aprender, já fui como eles, nos erros e nos acertos, eles precisam sentir a irmandade na relação.

Compreender que eles crescerão e um dia serão pais, eles precisam ser educados para serem exemplo aos filhos.

Apropriando-me de uma instrução do Livro da Lei, deixo uma recomendação provocativa e desejosa de sucesso em 2025, para todos os Irmãos:

"Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou." Colossenses 3:9-10

NÃO FUJA DA REALIDADE DO QUE SÃO OS OUTROS, POIS QUE JÁ VOS DESPISTES DO VELHO ANO COM SEUS FEITOS E DEFEITOS E VOS VESTISTES DO NOVO ANO, QUE QUE SE RENOVA PARA O CONHECIMENTO VERDADEIRO, SEGUINDO O PROPÓSITO DAQUELE QUE LHE CRIOU.




ESPERANÇA e PROPRIEDADE - Adilson Zotovici



Assim caminha a humanidade

No incabível modernismo

O irredutível egocentrismo 

O niilismo em verdade 


É reinante o incivismo 

A vida é banalidade 

E fluída obscuridade

É flagrante o ostracismo 


Mas há esperança e propriedade

Na Arte Real sem sofismo

Basta olhar com acuidade 


Vê-se o pulcro racionalismo

Na Sublime fraternidade 

Qual o fulcro do Iluminismo !



VAIDADE DESMEDIDA CORRÓI O HOMEM - Aldy Carvalho


                                   

“Vaidade, vaidade, tudo sob o céu é vaidade.”

“... 2 Vaidade de vaidades! — diz o pregador, vaidade de vaidades! É tudo vaidade. 3 Que vantagem tem o homem de todo o seu trabalho, que ele faz debaixo do sol?.” (Eclesiastes1: 2,3)

     O filósofo Mathias Aires, na sua obra "Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens", diz: “Se a vaidade fosse uma virtude, só nos havia de inspirar meios virtuosos" e, "o homem nasce e morre vaidoso, a vaidade lhe segue e ele a ela, em todos os momentos de sua vida, do nascimento à morte". Contudo, saber pontua-la, toureá-la, é uma virtude a ser cultivada.

     A Vaidade, quando equilibrada, pode ser um estímulo ao aprimoramento pessoal, à busca pelo conhecimento e ao zelo pela própria imagem. No entanto, quando se torna desmedida, transforma-se em um mal corrosivo, que afasta o homem da humildade e do verdadeiro propósito da existência.

     E nós, os Maçons? Estamos imunes a essa praga? Infelizmente, não.

     Em nossas Lojas, vemos Irmãos que se julgam superiores, ostentando títulos, medalhas e aventais como se fossem sinais de grandeza, esquecendo-se de que a verdadeira distinção de um Maçom não se encontra no brilho de suas insígnias, mas na retidão de seu caráter e na sinceridade de seus atos. A prepotência se disfarça de sabedoria e aqueles que deveriam ser exemplos de fraternidade e humildade tornam-se meros aduladores de si mesmos.

     Quantos não buscam a Maçonaria não para se tornarem homens melhores, mas para alimentar seus egos, acumulando graus e distinções sem jamais compreender a essência dos ensinamentos simbólicos? Criam um pedestal imaginário, de onde olham os demais com desprezo, julgando-se mais esclarecidos, mais dignos, mais importantes.

     No mundo profano, maçons que deveriam ser luz no mundo tornam-se soberbos, esquecem a humildade que deveriam cultivar. Em suas profissões, em seus círculos sociais, "arrotam" grandeza, dão-se importância exagerada como se isso os fizesse superiores, ignorando que a verdadeira superioridade está na capacidade de servir e de se colocar ao lado do outro como um igual.

     A Maçonaria nos ensina que a maior glória não está em ostentar títulos, mas em agir com justiça, humildade e amor fraterno. Não é o avental mais ornamentado que faz um verdadeiro Maçom, mas a sinceridade do seu compromisso com a Ordem e com a sociedade.

     Que cada um de nós reflita sobre isso e busque combater diariamente a vaidade e a prepotência em nossos corações. Sejamos, de fato, construtores do nosso próprio templo interior, onde a humildade seja a pedra fundamental e a fraternidade, o alicerce inabalável de nossas ações. 

Que O G.: A.: D.: U.:, a todos nós ilumine por igual.


                                                   

abril 12, 2025

PASSAGEM e TRAVESSIA - Newton Agrella


No universo semântico das palavras, determinados termos que expressam um significado singular como PESSACH e PÁSCOA que querem dizer "PASSAGEM", na sua essência  "alegórica", isto é, como figuras de linguagem, denotam relações distintas.

O termo hebraico *PESSACH* - que se comemora de Hoje para Amanhã -  na cultura  judaica diz respeito  à saída do Egito, liderada por Moisés, após cerca de 400 anos de escravidão, representado pela travessia do Mar Vermelho rumo à Terra Prometida, bem como uma referência a uma das pragas do Egito, quando o anjo da morte passou pela Terra levando os primogênitos egípcios e poupando os judeus, que marcaram as portas de suas casas com sangue de um cordeiro macho e sem defeito.

Por outro lado, a  *"PÁSCOA"* na cultura cristã é marcada pela figura exponencial de Jesus Cristo, reconhecido pelos cristãos como o Cordeiro de Deus, que foi morto para salvar e libertar a humanidade do pecado. 

O significado alegórico é o da  passagem da morte para a vida quando ressuscitou ao terceiro dia, durante o Pessach.

A História explica e revela o surgimento do Cristianismo a partir do Judaísmo.

Os conceitos e idéias que revelam suas identidades se manifestam sob uma gama de diferentes proposituras dialéticas.  Porém inúmeros e inquestionáveis traços comuns se exteriorizam após detidas análises e estudos na sua coexistência.

PESSACH e PÁSCOA são águas da mesma nascente, mas que se tornaram rios que percorrem trajetos com suas próprias características. Cada um deles segue seu percurso geográfico, mas são cultuados em momentos muito próximos um do outro.

Jamais porém, deixarão de se identificarem como passagens ou travessias a que o ser humano se submete no curso da vida.

Sempre oportuno registrar que a MAÇONARIA carrega no seu arcabouço uma vasta quantidade de exemplos e referências históricas, místicas, lendárias e religiosas que dão sustentação à SIMBOLOGIA como a ciência base da Sublime Ordem, sejam nos graus simbólicos ou nos seus graus superiores ou filosóficos.

No final das contas o que importa é que a Passagem seja límpida, fluida e plena de significado no interior de cada um de nós, livre de dogmas ou proselitismos, posto que somos  resultado de nossa consciência.



ARLS COLUNAS DE AKHENATON 603 - São Paulo



 

        A Augusta e Respeitável Loja Simbólica Colunas de Akhenaton n. 603 fica muito longe do local onde estou hospedado em São Paulo. Tive de embarcar no metro desde S. Cecília até o ponto final no Jabaquara, e de lá o irmão Mauro Ferreira, meu confrade de duas Academias e editor de alguns de meus livros, me apanhou e ainda levou algum tempo rodando para chegar.
        O prédio é antigo, porem nele reúnem-se Lojas todos os dias da semana. A escadinha que leva ao Templo é íngreme para quem já não é jovem como eu, mas a vista da espetacular abóbada compensa tudo, é a mais bela que já vi em centenas de visitas a Lojas.
    Outra novidade da Loja é o ultra moderno altar dos juramentos, transparente e resplandecente, como dá para ver na foto acima.
     Devido as dificuldades de transito alguns irmãos não puderem comparecer, mas os que vieram participaram de uma bela sessão de aprendiz com dois excelentes trabalhos apresentados, conduzida pelo Venerável Mestre Ademar Mori, que me concedeu a honra de ocupar a oratória. 
    Também fiz um mini palestra sobre o tema de um de meus livros "O Caminho da Felicidade".
    Ao final da sessão a alegre confraternização foi em torno de um rodízio de pizzas e vinho. Noite memorável.

A CONFLITANTE ARTE DA LEITURA - Newton Agrella



Sabe por que muitas pessoas têm preguiça de ler ?

Uma das respostas mais verdadeiras se deve ao fato de que quando se está lendo, a pessoa precisa criar imagens em sua mente, elaborar ideias sobre os sons dos diálogos, os ruídos dos cenários em que se ambienta o texto, dentre tantos outros aspectos sensoriais que a leitura obriga o leitor a experienciar.

Vez por outra, ter que buscar no dicionário o significado de alguma palavra ou expressão.

E talvez por isso,  mais desalentador e cansativo seja o fato do leitor se ver obrigado a "interpretar"  o texto conforme seu conteúdo ou narrativa.

Tudo isso, concorre para que a leitura em muitos casos, se torne um verdadeiro fardo para muita gente.

Afora isso, há um outro aspecto crucial que contribui largamente para que a pessoa não se entusiasme pela leitura. 

Trata-se da "concorrência".

Ou seja, outros veículos de comunicação como a televisão, os computadores e smartphones que já trazem tudo mastigado, sem que se precise ler para se inteirar sobre as coisas.

Ler impõe um mínimo de foco e atenção, exige um raciocínio mais detido e depurado .

Enquanto os outros meios permitem um relaxamento; uma forma mais descontraída de atenção, a leitura por sua vez, requer um vínculo mais intenso entre o livro e o leitor. 

Ao manuseá-lo, sentir a textura de suas folhas e o próprio cheiro que ele exala, o leitor meio que se torna um cúmplice do livro.

Há uma interação muito mais profunda entre o Leitor e o Livro do que entre a Pessoa e um Instrumento de Mídia.

E para dar números finais a esta tênue crônica, desnecessário registrar que a falta de incentivo na própria formação escolar - e neste caso referimo-nos particularmente ao nosso país - é algo que não pode e nem deve passar inc

De modo geral, a Educação no Brasil, que deveria se ocupar de estimular o estudante ao hábito da leitura desde a mais tenra idade, simplesmente ignora esta condição.

Ler faz com que a capacidade crítica de uma pessoa se desenvolva quase que imperceptivelmente.

A leitura produz um terreno mais fértil para a argumentação e contra-argumentação no campo das ideias.

Além disso, proporciona um alastramento do território vocabular, tornando a pessoa cada vez mais fluida e versátil no exercício do raciocínio.

Apenas a título de observação, lembre-se que fontes de referência não são "googlegráficas". 

Elas são legitimamente "bibliográficas".



O VENERÁVEL MESTRE MAÇOM NÃO PODE SER UM FROUXO - Rudy Rafael


Mestre Maçom


Uma pessoa jamais deve falar sobre aquilo que ignora e em relação às instituições terrenas ligadas à espiritualidade a maçonaria é a instituição onde isto é mais gritante. A ciência sobre uma instituição terrena ligada à espiritualidade que tornaria alguém apto a discorrer sobre ela não é necessariamente decorrente da participação efetiva na mesma – não é necessário ser ou ter sido de uma religião para falar sobre ela -, mas em relação à maçonaria sim. Quem não é um maçom de uma loja reconhecida pela Grande Loja Unida da Inglaterra (GLUI) não tem condição alguma de falar sobre a maçonaria, pois não fazendo parte da egrégora espiritual maçônica que age no plano terreno não faz parte da egrégora espiritual maçônica e assim não sabe o que é maçonaria pois não recebe o influxo espiritual necessário para tirar o véu. Os conspiracionistas que propagam pelo mundo uma pretensa trama de dominação global pela maçonaria não são maçons de uma loja reconhecida pela GLUI e consequentemente não sabem o que é a maçonaria para poder falar sobre o que ela é, fez, faz e pretende. Toda a ideia que os conspiracionistas têm sobre a maçonaria é apenas produto de repetição cega e vazio e raso por sua falta de essência.


Basta que uma pessoa tenha uma simples faísca da centelha divina vibrando em seu coração para que, com tal consciência, não se deixe levar pelas besteiras que dizem sobre a maçonaria, principalmente sobre as pretensas tramas de dominação global. Enquanto os conspiracionistas acreditam que os maçons passam o tempo tramando sobre a dominação do mundo os maçons estão debatendo sobre comer peixe assado na brasa ou churrasco de frango em um evento social. Os conspiracionistas e todos aqueles que veem na maçonaria uma instituição com força e intenção voltada ao domínio do mundo apenas superestimam a maçonaria vendo nela forças que ela não tem. Tais pessoas, por não serem maçons de uma loja reconhecida pela GLUI e não saberem o que é a maçonaria, imaginam que a maçonaria tem planos para o mundo inteiro inclusive para as próximas décadas, enquanto que lojas maçônicas penam para aprovar o calendário das sessões do ano e imaginam que a maçonaria se infiltra na política para aumentar a sua teia de poder, enquanto que a discussão política é de fato proibida e a consciência política dos maçons não é melhor do que a dos não maçons, pois impera o “todo partido político é igual”.


Todo este superestimar que os não maçons têm em relação à maçonaria não é aproveitado de forma instigativa pelos maçons. Se os conspiracionistas e outras pessoas acreditam que a maçonaria tem poder para controlar o mundo é isto que a maçonaria deve fazer, pois, considerando o que é necessário que um homem seja para ser maçom, não há pessoas melhores para controlar o mundo do que os maçons. O mundo atual, no atual estado de consciência da humanidade, necessariamente é controlado por alguém e o mundo deve escolher quem quer que o controle. Não adianta as pessoas de bem se omitirem do controle do mundo, pois se elas não tomarem as rédeas outras pessoas tomarão. Desconsiderando a choradeira de que todo controle é “opressão”, que “as coisas devem ser feitas por amor” e “por consciência”, que “controle é coisa de gente do mal” e toda uma infinidade de chororôs, o fato é que o mundo atual no atual estado de evolução da humanidade terá controle por alguém e se não for por uns será por outros. Há pessoas que simplesmente não pretendem ver o mundo sendo controlado por pessoas que são completamente opostas aos ideais maçônicos, principalmente no que tange à sua falta de moral e à sua falta de ética.


Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por homens que não traiam suas esposas a homens que tenham amantes e sejam sustentados por uma propaganda de que o que importa são suas decisões políticas. Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por pessoas inteligentes, cultas e sábias a analfabetos funcionais que louvem a própria ignorância e transformem sua ignorância em virtude sendo sustentados por uma propaganda de que pessoas ignorantes têm um coração mais puro. Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por pessoas que acreditam em Deus e o reconhecem como todo poderoso submetendo-se a ele e às suas leis a pessoas que não acreditam em Deus e por isto ignoram e rejeitam suas leis, mas que são sustentadas pela propaganda de que uma pessoa não é melhor que outra por não acreditar em Deus. Há pessoas que preferem ver o mundo sendo controlado por pessoas plenamente conscientes o tempo todo a pessoas viciadas em maconha, cocaína, crack e outros entorpecentes, mas que são sustentadas por propagandas insanas em defesa do uso das drogas. O mundo atual em seu atual estado de evolução coloca tais escolhas a todos.


O maçom não é perfeito, mas busca ser e este é o seu trabalho. É através desta boa vontade, de reconhecer-se como ser imperfeito e que necessita ser alguém melhor, que as portas dos céus são abertas ao maçom. O maçom olha para cima e vê Deus como um ser perfeito, por isto se reconhece imperfeito. O exemplo do maçom é Deus e é nele que o maçom se espelha. Toda a consciência sobre Deus que a maçonaria entrega aos maçons não adiantará se os maçons aceitarem ser controlados por pessoas que não acreditam em Deus. A geometria na vida do maçom deve ser aplicada em seu pensamento e consequentemente em suas ações. Se o maçom sabe o que está de um lado na busca por Deus deve também saber o que está do outro lado onde há a negação e a rejeição a Deus. Se o maçom sabe o que pode esperar de um homem que maçom busca a perfeição do Supremo Arquiteto do Universo deve também saber o que esperar de alguém que nega e rejeita a Deus. O maçom não pode ser egoísta e se ele quer Deus para si e sua família deve querer também para os outros de forma a não aceitar que os outros sejam controlados por quem nega e rejeita a Deus. O maçom não pode aceitar que o mundo seja controlado pelo oposto do que ele busca.


É incoerente que o maçom, que busca a igualdade, a liberdade e a fraternidade entre os povos, que vive pela fé, a esperança e a caridade, que sabe o que é ser maçom e sabe o que é a maçonaria e o que a maçonaria quer para o mundo, aceite que o mundo seja controlado por pessoas que são o oposto da maçonaria e do ser maçom. Se os conspiracionistas e outros acreditam que a maçonaria tem poder para controlar o mundo é exatamente isto que a maçonaria deve fazer; ou, quem os maçons querem ver controlando o mundo? Os que negam e rejeitam a Deus? Os usuários de drogas? Os que traem suas esposas? Os analfabetos funcionais? Os que no futuro vão querer casar com um pepino porque sentem atração física por pepinos? Os que clamam pela morte de fetos humanos? Se a maçonaria não se importa que tais pessoas controlem o mundo também não deve se preocupar em protestar contra os resultados das ações de tais pessoas. Uma pessoa que vive por e para Deus agirá neste sentido, enquanto que a que vive contra Deus agirá contrariamente a Deus. Um maçom verdadeiro sabe o que é a maçonaria e sabe quem são seus irmãos e não precisa pensar muito para constatar o que é melhor para o mundo.


Controle é poder, o poder é para ser usado e para ser usado é preciso ter coragem. Muitas pessoas ambicionam o poder mas não têm força interior e poder de espírito para mandar o cachorro fazer cocô fora de casa. O cargo de venerável mestre maçom de uma loja é ambicionado por muitos maçons, mas a maioria não têm pulso para ser um venerável mestre maçom de uma loja. O ser que existe foi criado para existir assim como o poder que foi institucionalizado foi criado para ser usado. Não adianta desejar ser venerável de uma loja e não ter coragem de usar os poderes inerentes ao cargo de venerável. Se alguém não tem coragem para exercer as atribuições inerentes ao cargo que exerce deve deixar que outro o faça. A sustentação espiritual de uma loja é o seu venerável e a maçonaria a nível global se faz com a conduta – de ação ou omissão – do venerável de sua loja. O venerável faz a sua loja e a prepara para aquilo que ela fará para o mundo maçônico e para o mundo profano. Não se trata de “ego”, “escravidão” ou “opressão”, mas de cumprir a função que se exerce. O venerável deve ter coragem de ser venerável; não pode ter medo de fazer o seu dever por medo de ferir os sentimentos de um irmão ao contrariá-lo em sua opinião.


A maçonaria, à luz da Grande Obra de Deus, é piramidal e consequentemente hierárquica. Quem não tem condições de compreender e aceitar um sistema hierárquico e obedecer regras não pode ser maçom. Uma pessoa que leva para o lado negativo – principalmente o da ofensa pessoal – uma decisão hierárquica tomada por seu superior na mais completa e absoluta imparcialidade e com lealdade e boa-fé não pode ser maçom. O venerável de uma loja deve confiar em seus irmãos a ponto de ter a confiança de que suas decisões, tomadas quando necessárias e para o bem da loja, não serão levadas para o lado negativo, o lado do vitimismo. O maçom, além de não poder ser vitimista, deve tanto ser maduro para não levar a decisão do venerável como uma afronta pessoal quanto deve confiar em seu irmão exercendo o cargo de venerável. A vida é feita de fases e para alcançar uma nova é preciso transcender a fase em que se encontra e se uma loja não consegue aprovar o cardápio de um evento social quanto mais conseguirá construir o seu próprio templo. Quando as questões ordinárias e pequenas de uma loja começam a procrastinar indefinidamente cabe ao venerável usar o malhete para que a loja possa evoluir.


Fora da maçonaria existe um mundo que não para e enquanto maçons perdem tempo discutindo se vão comer peixe ou frango em um evento social existem pessoas moral e eticamente abomináveis que trabalham constantemente para controlar o mundo para fins abomináveis. A maçonaria deve otimizar o seu tempo para que os maçons possam trabalhar aquilo que realmente precisa ser feito no mundo e que diz respeito não só à loja ou aos maçons, mas a todos. As questões ordinárias e pequenas de uma loja devem ser resolvidas, mas não se deve perder tempo com isto e cabe ao venerável da loja fazer com que a loja resolva logo tais questões sem deixar que coisas assim procrastinem-se eternamente a ponto de comprometer o tempo dos maçons dentro da maçonaria. A maçonaria não está no mundo para perder tempo discutindo cardápios, locais de festa, se a festa vai ter banda ou DJ e coisas que não têm importância alguma à humanidade. Para que a maçonaria cumpra o seu dever no mundo ela terá que ir ao mundo e para isto ela terá que ter feito o seu dever de casa, terá que ter resolvido as questões ordinárias e pequenas da loja. É dever do venerável ser venerável ao ver que a loja insiste em não seguir em frente.


Entre a maçonaria que controla o mundo e a maçonaria que não consegue decidir se vai comer peixe ou frango certamente o mundo precisa mais da maçonaria que controla o mundo, mas para que a maçonaria controle o mundo é necessário que já tenha decidido se vai comer peixe ou frango e quando os maçons demoram mais que o necessário para decidir se vão comer peixe ou frango cabe ao venerável mestre maçom da loja agir como venerável mestre maçom da loja. Para alcançar as grandes coisas é necessário transcender as pequenas. Uma loja que não consegue resolver suas questões ordinárias e pequenas não está pronta para sair ao mundo e agir como maçonaria. O venerável mestre maçom não pode ser um frouxo, não pode ter medo de usar o poder que lhe foi investido, pois se não houvesse necessidade de ter tal poder tal poder não ser-lhe-ia dado. O venerável de uma loja é responsável pela loja e é seu dever levá-la ao mundo, pois o mundo precisa disto. Atualmente a maçonaria é superestimada e muitos pensam que a maçonaria é muito mais do que é, mas poderá chegar o tempo em que ao invés de os não maçons acreditarem que a maçonaria pode tudo acreditarão que ela não pode coisa alguma.