outubro 07, 2022

ANIMAL POLÍTICO - Newton Agrella




Newton Agrella é escritor, tradutor e palestrante. Considerado um dos maiores intelectuais da maçonaria no país


Ao filósofo grego Aristóteles que viveu entre 384 e 322 a.C. é atribuída a autoria da frase que diz:

 "O homem é um sujeito social que, por natureza, precisa pertencer a uma coletividade. 

Somos, animais comunitários, gregários, sociais e solidários.

Considerando que possuímos o dom da linguagem, somos também seres políticos, capazes de pensar,  de verbalizar e de realizar o bem comum."

Quem eventualmente teve a chance de ler sua obra intitulada “Política", nela Aristóteles afirma que:

 “A "polis" faz parte das coisas naturais e que o homem é por natureza um animal político. 

A política, ou melhor a ação política, que significa “atitude ou empreitada que visa o bem comum” é e pode ser praticada por todos os cidadãos, ou melhor os políticos (filhos da Polis).

Lembrando que POLIS significa cidade.

E por sua vez, a palavra "política" tem sua origem no grego “ta politika”, ou seja, é uma derivação da palavra “polis”. 

O vocábulo "politika" era utilizado para se referir aos assuntos relacionados a polis (Cidade-estado) e à vida em coletividade. 

Contudo, ao longo do tempo, as condições econômicas, as circunstâncias sociais e o comportamento humano, foram fatores decisivos que contribuíram para que o significado da palavra Política, sofresse um processo de identidade e de significado que se tornou compatível e intimamente associado aos interesses pessoais, individuais ou de determinados grupos ou coletividades.

O substantivo "político", assumiu em grande parte das comunidades de todo o planeta, um caráter pejorativo, que colide frontalmente com a ideia original desenvolvida por Aristóteles.

A utilização de imagens, considerações subjetivas, interpretações propositalmente equivocadas e sem critérios, levam políticos a lançarem mão de argumentos sem a menor ponderação ou conhecimento para tentarem manipular pessoas como "massa de manobra", para de algum modo acreditarem em dogmas ou doutrinas falaciosamente elaboradas.

Maçonaria, Igreja, Seitas, Instituições Filosóficas são todas jogadas como num balaio de gatos, para a partir daí, criarem falsos juízos de valores, que possam levar os incautos e ingênuos a acreditarem em assertivas sofismáticas, sob a infame e pseudo-retórica de Arautos da Moral e dos Bons Costumes. Seja pela direita, pela esquerda ou pelo centro.

É desse jeito que a banda tem tocado e promovido comportamentos frenéticos, instáveis e acima de tudo irracionais, tornando o ser humano refém de sua própria ignorância, que longe de um Animal Político, tal qual preconizava o genial filósofo grego, revela-se outrossim, um bárbaro guerreiro, que opta pelos punhos e armas, ao invés de se aprofundar na dialética do Pensamento, como o instrumento mais eficaz e poderoso para traçar seu destino mais seguro.

Princípios e Valores íntimos não se negociam, pois são propriedades inalienáveis da vida.


outubro 06, 2022

SER LIVRE E DE BONS COSTUMES - Antonio José Rodrigues



Ser Livre não é privilégio algum. É apenas o anseio de buscarmos o início do caminho, pois, existe vários caminhos.

A dificuldade de encontrarmos esses caminhos reside no fato de se nos apresentar outros caminhos que servem para nos confundir e tumultuar o nosso desejo de crescimento e desenvolvimento. Esses caminhos têm nome. Eles são: o Medo, a Dúvida, a Descrença, a Ocupação, a Incerteza, a Insegurança e a Soberba. Cada um desses caminhos se apresenta de muitas formas.

O Medo, por exemplo, pode se apresentar como o medo de enfrentar a novidade, o medo de assumir uma posição, o medo de encontrar o que se teme, o medo de enfrentar a verdade.

A Dúvida por sua vez, pode acabar por nos deixar prudentes em excesso, faz com que duvidemos sobre uma notícia recebida e, pior, faz com que duvidemos se vale a pena realizar um ato de humildade, de tolerância, carinho ou de amor ao próximo.

Já a Descrença situa-se num campo minado porque o descrente já perdeu ou está prestes a perder a fé. 

A Ocupação aparece como uma grande desculpa. Uma grande parcela de homens está sempre “ocupada”, não tem tempo para nada e fazem desta situação a sua fuga. 

O complexo de superioridade impede que um homem vislumbre o benefício e a vantagem de SER LIVRE.

A Incerteza identifica os fracos, que não sabem como se libertar dos entraves da vida e vivem se lamentando. 

A Insegurança cresce cada vez mais no mundo, onde ninguém

está mais seguro de coisa alguma. O homem está sempre de sobreaviso, sempre vigilante e custa a tomar uma decisão libertária.

A Soberba é outra característica negativa, que faz com que ninguém deseje e aceite ser humilde. Esse comportamento afugenta a liberdade. 

Esses exemplos dos caminhos nos dão uma ideia das dificuldades que o homem enfrenta no seu dia a dia.

Ser Livre não significa romper as cadeias da tradição, do sistema social ou da conjuntura familiar; Ser Livre significa trilhar um caminho de satisfações puras e sadias que possa conduzir à meta mais realista que é a FELICIDADE.

Ser Livre, no conceito do pensamento maçônico, é possuir o pensamento limpo, pronto a aceitar o que é bom e satisfatório. 

Ser Livre, portanto, passa a constituir um dom espiritual que pode ser nato ou cultivado. Ser Livre exige ser também de Bons Costumes. 

Esses costumes, obviamente, devem ter como característica principal serem bons, porque não se aceitaria na MAÇONARIA, algo que não pautasse por uma moral aceita, consagrada e já comprovada de ser adotada. 

“BONS COSTUMES’, portanto, no sentido amplo é o comportamento moral do indivíduo dentro da SOCIEDADE.

O bom comportamento faz parte da vida. Assim, os excessos num comportamento, representam desvios de conduta. O hábito pode ser considerado sinônimo de Costume. 

A moral tem sido sempre o motivo da ordem, do prestígio, da credibilidade e, de certa forma, da estabilidade.

A Moral não é nenhum freio, ou camisa de força, não entravando a liberdade, porque tudo deve ser considerado como possuindo implicitamente o valor moral. É como a vida onde tudo tem vida, inclusive a inanimadas.

A Maçonaria pode usar o direito natural do perdão, uma vez que seu membro tenha comprovado ter se regenerado, arrependido e reabilitado. 

Em nossas LOJAS não queremos apenas intelectuais, mas sim pessoas de bons hábitos, cuja escolaridade pode estar no grau mínimo, desde que tenha disposição de somar conhecimentos, para ingressar em uma filosofia de vida compatível com o ideal maçônico que é “AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO”.

Ser “LIVRE E DE BONS COSTUMES”. Não são duas atitudes separadas, mas sim complementares. Ninguém poderá ser livre e de bons costumes se não tiver bons costumes e ninguém terá bons costumes se não for Livre.

A MAÇONARIA é inflexível no exigir de seus membros, procedimentos rigorosamente ajustados aos postulados maçônicos. 

É certo que a Loja Maçônica é uma escola de aperfeiçoamento moral onde o homem vai aprimorando-se em benefício próprio e dos semelhantes, desenvolvendo qualidade que o possibilitem ser cada vez mais útil a humanidade.

Para ser um bom Maçom, é preciso não confundir liberdade com abuso. É preciso ser leal, praticar a FRATERNIDADE, não se desviar do caminho da moral, fazer o bem sem ver a quem, abominar o vício, e ser tolerante.

O bom Maçom, não se abate, jamais esmorece, não se revolta com as derrotas, é nobre na vitória e é sereno se vencido. É amigo da família, não humilha os fracos, respeita a opinião alheia, não odeia e não se deixa levar pela vaidade.

Em resumo o bom Maçom deve ser Livre e de Bons Costumes e crer em um ente supremo, que denominamos “GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO”.

outubro 05, 2022

CAPTAÇÃO MAÇÔNICA - Jair Donó



Além de questões da ritualística e até mesmo questionamentos menores sobre normas e procedimentos, um tema, em especial, vem provocando a atenção, estudos e debates institucionais dentro da Maçonaria.

Há, na maioria dos países, um visível decréscimo do número de Maçons. Esta é uma realidade incontestável. Alguns indicadores causam preocupação. Na década de 1960, por exemplo, estima-se que a Maçonaria nos Estados Unidos contava com cerca de 4 milhões de obreiros. Hoje, as estatísticas nos informam que são apenas 1 milhão e meio. Mas, esse “apenas” significa que são 1.500.000 homens Justos e de Bons Costumes.

A diminuição do número de membros não é exclusividade da Maçonaria. Passadas 6 décadas, muitas organizações mundiais também sofreram processo de evasão, como instituições religiosas, clubes de serviço e entidades filantrópicas. Algumas, quase extinguiram.

Diante desta realidade, não nos cabe, como OBREIROS, a simples e passiva observação da situação. Lembremos que ela não ocorre nas Potências ou Obediência. A evasão se concentra nas Lojas vinculadas a estas formas administrativas e representativas.

Se há culpados por esta realidade, somos nós mesmos, os Mestres Maçons! Quantos de nós MESTRES apresentamos trabalhos? Quantos de nós MESTRES ensinamos os Aprendizes e Companheiros pelo exemplo da presença constante e devidamente trajado?

Quantos de nós MESTRES submetemos nossa vontade e paixão, não fazendo das reuniões campos de batalha ou auditórios para intermináveis discursos de ego?

Enfim, somos, realmente, a Pedra Bruta que faz trincar a obra. E o fazemos em duas situações: Primeiro não sabendo conservar os elementos que temos e, segundo, errando na captação de novos elementos.

A princípio, os Irmãos devem compreender a captação maçônica como obtenção e conquista de novos membros, mas não é só isto.

Na ação de ampliar o número de membros das Oficinas, cometemos alguns equívocos: De início, convidamos o profano para ser iniciado em “nossa Loja”. Mas, as ARLS apenas promovem o cerimonial. O candidato deve ser iniciado é na Maçonaria. 

Adotamos uma abordagem equivocada junto ao profano. Ele adentra ao Templo não só inteiramente ignorante quanto à ritualística, como também, ele desconhece completamente o que seja a Maçonaria como um todo.

Passamos a ele a ideia de que somos um grupo de leais amigos. Será? Que nos reunimos apenas uma vez por semana. Será? Que nosso conhecimento é supremo e único no mundo. Será? E até mesmo, que as despesas financeiras não são apenas as taxas e per capitas.

Com tanta propaganda equivocada, para não dizer enganosa, o novo membro não se torna um Irmão, não participa e acaba saindo por desilusão. 

Para fazer frente à evasão maçônica no presente, a solução correta é melhorar a qualidade das sessões maçônicas, uma obrigação dos Aprendizes, Companheiros e Mestres, indiferente de graus e cargos.

Maior dedicação durante a captação maçônica é a ação preventiva mais eficaz contra a evasão no futuro. O roteiro básico passa pela instrução do Padrinho. Antes de fazer o convite ao candidato, ele deve, primeiramente, contar a ele a história da Maçonaria, os valores que nos são preciosos, nossas grandes obrigações morais e éticas e, principalmente, informá-lo que a Irmandade na Maçonaria não é dada, é conquistada.

Ele deverá ter consciência de que estará vinculado a uma Loja, mas, será membro de uma grande Instituição, que tem outras organizações em seu entorno, chamadas Para-maçônicas e que ele precisará conhecer.

A convivência semanal apenas com os mesmos Irmãos não é salutar. O neófito deve ser conscientizado de que, frequentemente, deverá comparecer a outras Oficinas para aprender e ensinar.

A mãozinha esquerda no Tronco de Solidariedade é mais um ato ritualístico do que o cumprimento real do dever de socorrer os menos afortunados, seja por metais, seja pelo afeto demonstrado nas ações filantrópicas da Loja.  

outubro 04, 2022

AS VAIDADES E O PERDÃO - Sidnei Godinho



Ao iniciar na senda da virtude, todos juram cavar masmorras aos vícios e edificar Templos às virtudes.

Contudo, com o passar do tempo, fica notório comprovar aqueles que realmente se identificam com a Ordem.

Isto porque as vaidades são tantas que, por vezes, ao galgar os degraus da escada de Jacó, alguns irmãos se perdem pelo pseudo poder que julgam possuir e ignoram aquele JURAMENTO que fizeram.

É triste quando nos deparamos com irmãos que nos foram referência na iniciação, pela inocência do principiante, e que depois, já na maturidade da consciência maçônica, damo-nos conta de quão vis são suas ações de tão vaidosas e então acontece a tristeza da decepção...

Mas a sabedoria da Maçonaria também reside nestes casos, afinal aqui se busca ser Justo e Perfeito, o que denota um estado de ação, algo a alcançar.

É uma trajetória que pugna pela Tolerância, mas nunca pela conivência.

Ou seja, os irmãos sempre estarão de braços abertos para perdoar e receber aquele que em algum momento fraquejou, desde que o arrependimento seja eficaz.

Todos estamos sujeitos às decepções de nossas vaidades.

Um dia elas afloram e são postas à público. 

Nada fica omisso aos olhos do Criador. 

Portanto, mesmo nos momentos cruciais, quando se deparar com a exposição de suas fraquezas e se fizerem reveladas suas vaidades, não tome por derradeiro, como se não houvesse mais o que fazer.

Ao contrário, volte ao primeiro Amor, ao Primeiro Juramento e reconheça sua fraqueza.

Peça perdão aos seus irmãos pelo mal que causou enquanto cego pelo poder e volte a trilhar o caminho dos Aprendizes.

Afinal, até a escritura sagrada registra que os céus cabem às crianças, pela inocência de seus atos.

Assim também é o arquétipo dos Aprendizes em nossa Ordem.

A pureza do primeiro juramento é o segredo para se chegar ao Santo dos Santos e ofertar suas ações como sacrifício de incenso, para serem recebidas Justas e Puras pelo Grande Arquiteto. 

À começar por mim, Perdão àqueles que um dia, no afã de ser melhor, provavelmente ofendi.



outubro 03, 2022

USAR PALAVRAS COMO ARMAS, NO BOM SENTIDO - Rick Boxx


 

O falecido Primeiro Ministro britânico Winston Churchill era um homem complicado com uma história pitoresca. Ele tinha muitas realizações e experiências políticas notáveis, mas seus anos iniciais também incluíam alguns fracassos colossais. Felizmente para ele, Churchill é lembrado hoje pelas realizações posteriores em sua vida. Sua liderança corajosa estimulou a Grã-Bretanha e seus aliados a derrotar a Alemanha na II Guerra Mundial quando a vitória parecia improvável. 

Embora a estratégia fosse uma parte importante no sucesso de Churchill, seu maior talento era o uso inteligente das palavras. De fato, sua habilidade em comunicação verbal se tornou a melhor arma britânica. Devido à cuidadosa escolha de palavras, Churchill sabia como inspirar as pessoas agrupando-as em torno de ideias impopulares. 

Aqui vai uma amostra de algumas das mais notáveis e famosas – às vezes humorísticas - citações do estadista: 

“O sucesso não é definitivo; o fracasso não é fatal; o que conta é a coragem para prosseguir.”

“O homem ocasionalmente tropeça na verdade, mas a maioria deles se levanta e sai correndo como se nada tivesse acontecido.”

“Quanto a mim, sou um otimista – não me parece de nenhuma utilidade ser qualquer outra coisa.”

“Sucesso é cambalear de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo.”

“Não é o bastante fazermos o nosso melhor; às vezes, devemos fazer o que nos é requerido.”  

Talvez a mais conhecida citação de Churchill, feita em 1941 durante a II Guerra Mundial tenha sido: 

“Nunca se renda. Nunca se renda. Nunca, nunca, nunca, nunca se renda a nada - grande ou pequeno, amplo ou insignificante – exceto às convicções de honra e bom senso. Nunca se renda pela força. Nunca se renda ao poder aparentemente avassalador do inimigo.”

Cada uma dessas afirmações nos dá muito em que meditar. O líder britânico certamente compreendeu o poder das palavras, mas não foi a primeira pessoa a reconhecer isso. 

Milhares de anos antes, Salomão, o antigo rei de Israel, declarou: “As palavras do homem são águas profundas, mas a fonte de sabedoria é um ribeiro que transborda.” (Provérbios 18:4). Alguns versículos adiante, Salomão também observou: “A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto.” (Provérbios 18:21).  

Dois capítulos adiante encontramos essa avaliação do valor da palavra proferida: “Mesmo onde há ouro e rubis em grande quantidade, os lábios que transmitem conhecimento são uma rara preciosidade.” (Provérbios 20:15). 

Todos nós podemos recordar momentos em que ouvimos pessoas falando sem terem tão elevada consideração pela palavra proferida. É possível que você mesmo tenha sido vitimizado por alguém que fez uso de palavras como armas para ferir, e não para o bem de todos os que ouviam. 

Talvez seja por isso que encontremos este alerta em Provérbios: “O que guarda boca e a língua guarda a sua alma das angústias.” (Provérbios 21:23).  

A aplicação dessas verdades é óbvia: Se estamos buscando liderar ou influenciar outras pessoas, quem sabe motivando-as a se moverem em nova direção, precisamos lembrar que nossas palavras podem fazer grande diferença. O estabelecimento de metas e objetivos é importante, assim como mensurar produtividade e não perder de vista perdas e ganhos. Mas nossas palavras – quer sejam usadas para comunicar uma visão, ou inspirar e estimular – estão entre as maiores “armas” à nossa disposição enquanto batalhamos em meio aos desafios de cada dia.

O INFERNO DE DANTE - Roberto Ribeiro Reis


















        

Dante era apaixonado pela Maçonaria,

Mas ele não gozava de muita sorte;

Era ir à Loja, e depois encarar a morte,

Por pouco, sua esposa quase o batia.


Ele sempre foi o símbolo de alegria,

Da educação atualmente em extinção;

Obreiro cujo amor e paz no coração

É algo singular, e a todos nós irradia.


Semblante de paz, ternura e simpatia,

Ícone que exala humildade e paciência;

A par dessas virtudes e sua excelência,

Convive com o tridente todo santo dia.


É bastante estranho o mundo moderno,

Felizmente, a Ordem é bom estimulante;

Rogamos ao GADU saúde para o Dante,

Que precisa de forças pra vencer o inferno.


Quando com ele, sempre o tríplice fraterno,

Afinal de contas, poderoso é o seu abraço;

Dante já domina o Esquadro e Compasso,

Por isso recebeu a tolerância do Eterno.





outubro 02, 2022

OS MONGES MAÇONS - Pierre Invernizzi



Em 1786, bem dentro da Abadia de Clairvaux, localizada em Aube foi constituída uma Loja de 13 Irmãos Cistercienses, sob os auspícios do Grande Oriente de França. Que um grupo de clérigos pudesse montar uma Loja Maçónica pode, à primeira vista, parecer estranho quando sabemos da animosidade que existia entre o Catolicismo e a Maçonaria. Mas isso seria esquecer muito rapidamente a História…

Esta situação não é de fato excepcional nesse final do século XVIII, quando as bulas papais ainda não tinham esvaziado as lojas dos servos de Deus. Ela revela não uma fratura doutrinária ou ideológica, como muitas vezes é afirmado hoje, mas sim uma verdadeira convergência de ideias. Pouco antes da Revolução, a maior parte das lojas francesas praticava uma Maçonaria exclusivamente orientada para o aperfeiçoamento do homem através do trabalho, e cuja base repousava sobre as três virtudes teologais que são a Fé, a Esperança e a Caridade. Somente a Maçonaria do tipo anglo-saxão continua hoje a manter esse ternário como um pilar fundamental da metodologia maçónica.

Extrato da correspondência endereçada ao Grande Oriente da França, pelos monges cistercienses:

Ao Or∴ de Clairvaux, lugar muito forte e iluminado onde reina a Igualdade, a Paz, a União, o Silêncio e a Amizade, no quarto dia do segundo mês do ano da V∴ L∴ 5785,

Ao Mui Respeitável, Sapientíssimo, Esclarecido e único legítimo G∴ Or∴ de França

Nós estávamos na escuridão da irregularidade; para sair, nós nos dirigimos à R∴ L∴ Union de la Sincérité no Or∴ de Troyes, para que ela nos forneça através dos seus raios luminosos os meios para alcançar o caminho que conduz à via do augusto centro tribunal dos verdadeiros maçons; por conseguinte, no quinto dia de Abril no ano da V∴ L∴ 5785, traçámos uma prancha que endereçamos a essa R∴ L∴ para convidar os IIr∴ que a compõem a visitar os nossos trabalhos e nos indicar a qualidade dos materiais necessários a empregar para fundar o templo que queremos erigir. Esses RR∴ IIr∴ tendo-nos feito esse favor e impactados pelo brilho deste primeiro raio de verdadeira Luz, inspiraram-nos ainda mais o desejo de nos submetermos às Leis e regulamentos do vosso ilustre Areópago; já submetidos de coração e afecto às leis da sabedoria e virtude, aspiramos a felicidade de nos comprometer por um juramento irrevogável; podeis vós, Mui RR∴ IIr∴ considerar-nos dignos desse favor, podeis perdoar a irregularidade do nossos primeiros trabalhos, podeis vós, saciando os nossos votos, completar a nossa felicidade; nós vos exortamos a que se dignem de nos conceder os seus santos votos, dignai-vos aceitar as homenagens da nossa submissão aos seus respeitáveis decretos e constituições que emanam do seu augusto tribunal, dignai-vos de nos agregar aos verdadeiros maçons.

Nós vos pedimos para confirmar o título da Loja Vertu; este não é um título desprovido de realidade, nós o gravámos nos nossos corações e os nossos trabalhos estão sob garantia; ousamos esperar que favoráveis aos nossos desejos, vós possais aceitar como nosso Deputado junto ao vosso tribunal o Mui Q∴ Ir∴ Jean Eustache Peuvert, funcionário do Parlamento em Cais d’Orleans, confiantes de que teremos nele um sólido apoio; se puderem na sua sabedoria considerar os nossos desejos …

Muitos comentaristas viram no nascimento, mas também na vida tumultuada e efémera desta Loja, apenas os conflitos entre visão secular da Maçonaria e a visão secular da religião, a origem daquilo que foi em França um verdadeiro trauma espiritual.

Eles esquecem-se de enfatizar que as Ordens monásticas são dentro da Igreja Católica bem mais do que apenas ordens religiosas. Elas são uma Ordem dentro da Ordem, porque elas derivam a sua identidade numa história muito mais profunda e mais antiga que a sua assimilação pela Igreja de Roma. Elas eram desde tempos imemoriais, os actores operativos e económicos dos seus territórios, um pouco como também o eram as corporações de construtores antes do advento da Maçonaria.

A busca pelas virtudes teologais foi por muito tempo e quase até a recente generalização do Rito Escocês Antigo e Aceite e do Rito Francês (moderno) pela Maçonaria continental, o primeiro objecto da busca maçónica. Apenas o nome e o “logotipo” de certas Lojas actuais lembram essa realidade esquecida.

Portanto, não é surpreendente descobrir que trabalhadores apaixonados pela espiritualidade pudessem tentar completar a sua busca por outros meios que não fossem uma religião dogmática, para emancipar as virtudes essenciais da Escada de Jacob que conduz aos mesmos sonhos da maçonaria, menos religiosos de hoje: a paz e a emancipação social.



Pierre Invernizzi

Adaptado de tradução feita por José Filardo e publicada em BIBLIOT3CA

Fontes

As mais belas páginas da Maçonaria francesa

Institut maçonnique de France – Dervy 2003

Bibliografia

La Loge de la Vertu à l’Orient de l’Abbaye de Clairvaux (1785-1789)

Pierre Chevallier - Mémoires de la Société Académique de l’Aube

outubro 01, 2022

A PRANCHETA - José Castellani





A Prancheta é uma das Joias fixas da Loja. Analisemos, portanto, primeiramente, essas Joias: 

As três Joias Fixas da Loja, assim chamadas porque o lugar que ocupam é sempre o mesmo, independentemente dos dirigentes da Oficina, são: a *Pedra Bruta*, a *Pedra Cúbica* e a *Prancheta*. 

A *Pedra Bruta* é aquela na qual trabalham, simbolicamente, os Aprendizes Maçons, com a finalidade de esquadrejá-la e transformá-la numa pedra com formato cúbico, para que ela possa ser usada nas construções; é a pedra informe, a pedra de cantaria, que era moldada pelos canteiros medievais. Os canteiros formaram, na Idade Média, importantes associações profissionais, cujo trabalho era fundamental para a construção de edifícios. Para o esquadrejamento da pedra, são necessários, como instrumentos de trabalho, o maço, para atuar sobre o cinzel, que desbasta a pedra, além, evidentemente, da régua, para marcar os locais a esquadrejar. Por isso é que, ao lado do maço e do cinzel, a régua também deve ser considerada um instrumento do Aprendiz Maçom, embora alguns ritos, inexplicavelmente, não a considerem como tal. 

O *Maço* é um instrumento quadrangular (cúbico, ou com formato de paralelepípedo, se for considerado tridimensionalmente), de madeira rija, tendo, no meio, um cabo, sendo utilizado por artífices, para bater sobre formões, escopros, cinzéis, etc. O cinzel é um instrumento cortante numa das extremidades, usado por escultores e gravadores; um dos mais antigos artesanatos, a arte de cinzelar, já era conhecida em épocas remotas, pois foram encontradas peças cinzeladas em cobre nas cavernas pré-históricas. A régua é um instrumento de metal, madeira, osso, chifre, acrílico, de superfície plana e bordos retilíneos bem vivos, servindo para traçar linhas retas; em maçonaria, são usadas régias de dois tipos: a não graduada, que simboliza a lei, a ordem e a inteligência, que devem orientar as ações dos maçons, e a de vinte e quatro polegadas, símbolo do tempo, a mostrar a efemeridade da vida humana e sugerindo o bom aproveitamento da existência, nas obras do espírito humano. 

A *Pedra Cúbica* é a obra final do Companheiro Maçom, o grau que exalta o trabalho, em todas as suas formas. Ela é o sólido geométrico perfeito, pois se encaixa nas construções, sem que sobrem espaços entre elas e outras pedras iguais (o que ocorre, também, com o formato de paralelepípedo). Embora muitos rituais e muitos maçons façam referência a ela, como “Pedra Polida”, Pedra Cúbica e Pedra Polida não representam a mesma coisa, pois uma pedra pode ser polida, sem que o seu formato seja, necessariamente cúbico (pode ser cônico, esférico, piramidal, etc.). 

A *Prancheta*, ou *Tábua de Delinear*, é o objeto do trabalho do Mestre Maçom, onde este, simbolicamente, traça e delineia os projetos da construção. Nela estão traçadas a cruz quádrupla e a cruz de Santo André. A cruz quádrupla é formada por duas paralelas cruzadas e é o símbolo da limitação da capacidade do homem; já a cruz de Santo André --- assim chamada porque Santo André teria sido supliciado numa cruz com essa forma --- que tem o formato de um “xis”, com quatro ângulos opostos pelo vértice, simboliza o infinito --- porque suas hastes divergem ao infinito ---- os opostos e as díades. 

Como o trabalho dos Aprendizes deve ser orientado pelo 2º Vigilante, a Pedra Bruta fica junto à sua mesa. Como o trabalho dos Companheiros deve ser orientado pelo 1º Vigilante, a Pedra Cúbica fica junto à sua mesa. E a Prancheta fica no Oriente, à frente do Altar, à direita de quem ali está, sobre um cavalete, ou na própria face do Altar. 

Ela não tem medidas estereotipadas, mas um bom tamanho seria de 40 centímetros de altura, ou comprimento, e trinta de largura. Sendo uma prancha de traçar, ou Tábua de Delinear, deve ser de material onde se possa escrever, papel, papiro, tecido, devidamente enquadrado. 

A Carta Constitutiva, na realidade, deveria ficar na Sala dos Passos Perdidos, para que os visitantes pudessem saber que a Loja visitada é regularmente constituída. A colocação dela à frente do Altar retira tal possibilidade e não tem qualquer substrato histórico.

setembro 30, 2022

PONTOS DE VISTA - Paulo Sérgio Lopes

 





Por mais que o óbvio seja óbvio, para alguns haverá algo a questionar. Não se irrite com isso, pelo contrário, aproveite a oportunidade para exercitar a paciência e o bom humor.

Ao invés de irritar-se, procure olhar a situação por outro ponto de vista.

Será que o óbvio é 100% aceitável.  A Terra foi considerada plana por muitos anos e isso parecia ser o óbvio, mas não era...

Coloque-se no lugar do outro, tenha empatia e busque uma forma amável de lhe apresentar o seu ponto de vista, mas de uma forma inteligente e pacífica. 

Perceba que haverá momentos que o silêncio deverá imperar, pois qualquer verbo que utilizar será para alimentar ainda mais a raiva do outro.

Nessa hora é necessário ser inteligente e manter o seu controle. Mudar de assunto é uma estratégia, inventar uma desculpa e afastar-se é outra.

Admitamos que também somos falhos e que também erramos em nossos pontos de vista. 

O Sábio aprendeu a escutar e observar. Mas a principal ferramenta de trabalho dele é analisar todos os pontos de vista, sem combatê-los, simplesmente deixando fluir e se ele perceber que você não está preparado para a verdade ou seja o ponto de vista dele, não dirá nada e seguirá em frente.

Lógico que não devemos deixar o outro seguir em direção ao abismo, mas haverá horas que ele terá que ver o abismo, para poder tomar consciência de seu ponto de vista equivocado. 

Perceba que no final, temos que manter o nosso controle e ficar atento ao nosso ponto de vista, pois é ele que nos levará ao abismo ou não.  Fique atento a todos os óbvios que estiverem a sua frente, pois ele pode ser apenas o seu ponto de vista...

Medite!

A paz começa comigo!

A paz começa com você!


 

setembro 29, 2022

TU DECIDES - Adilson Zotovivi

 


Adilson Zotovici da ARLS Chequer Nassif-169 de S. Bernardo do Campo


Pedra bruta, criatura!...

Garimpeiro visionário

De estação arguta, escura,

Fez-te recipiendário


A uma Luz de grande alvura

Junto a antigo relicário

Fizeste jus com candura

Pra seres teu lapidário


Ganharás desenvoltura

Por labor pelo ternário

Serás de pedra escultura


_Tu decides teu salário_

Qual recebes em cultura

Na verdade...o numerário!


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

setembro 28, 2022

72 ANOS - PARECE QUE FOI ONTEM

 


Parece que foi ontem, atravessando o oceano com meus pais e irmã rumo ao Brasil, a nova terra prometida.

Parece que foi ontem, aprendendo português e tudo o que Monteiro Lobato ensina, no Grupo Escolar Visconde de Porto Seguro em Sorocaba.

Parece que foi ontem, estudos na OSE, Estadão e Liceu Pedro II fazendo amigos que mantenho até hoje.

Parece que foi ontem, trabalho na Folha de Sorocaba e no Cruzeiro aprendendo a escrever com mestres que ainda ensinam.

Parece que foi ontem, Faculdade de Direito na UCP em Petrópolis, e o primeiro emprego na Livraria Debret e na IBM.

Parece que foi ontem, meu primeiro casamento e a vinda de meus três filhos.

Mas eu só tinha 23 anos.

Parece que foi ontem, mudança para Campo Grande, MS, minha primeira empresa, a Brilhante Joias. Depois vieram outras.

Parece que foi ontem. Em 1981 me tornei maçom, em 1983, rotariano. Diretor da Associação Comercial. Sempre a serviço da comunidade.

Mas eu só tinha 33 anos.

Parece que foi ontem. Meu divorcio.
Minha mudança para Brasília. Meu trabalho em Telemedicina. Perdi um rim para o câncer.

Mas eu só tinha 46 anos.

Parece que foi ontem. Meu segundo casamento. Meu trabalho em Marabá. Meu primeiro livro: O caminho da felicidade. E iniciam as viagens de palestras por todo o Brasil e alguns países.

Minha mudança para Valparaiso de Goiás. A linda chácara. Outros livros, mais viagens. Meu primeiro enfarte.

Eu só tinha 63 anos.

No dia de HOJE faço 72 ANOS. Já vivi a maior parte da vida. Moro na beira do mar em Mongaguá. Sou imensamente feliz. Superamos, Alice e eu, todo tipo de dificuldades, de saúde, de dinheiro, problemas de família e quando acordo e da janela do quarto vejo o sol refletindo no mar penso que faria tudo de novo e entendo o poeta que diz: "tudo vale a pena, quando a alma não é pequena".


Obrigado de coração as centenas de amigos que enriqueceram meu dia com as suas mensagens de aniversário.

setembro 27, 2022

UM VENCEDOR - Heitor Rodrigues Freire



Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado, past GM da GLMMS e atual Presidente da Santa Casa de Campo Grande, MS.

As vicissitudes da vida quando nos afligem de forma exagerada podem comprometer nossa evolução, afastando-nos do verdadeiro caminho.

Desde que nascemos somos influenciados pelo meio onde vivemos, depois pela educação que recebemos de nossos pais – ou a falta dela –, e a seguir, pela escola, pela igreja, pela profissão, pela sociedade; enfim, há uma imensa massa de informações que, se de um lado, nos orientam, de outro, podem nos afastar da essência do nosso ser.

É importante entender que nada acontece por acaso. A família onde nascemos foi definida por nossa própria escolha e envolve uma ação conjunta que acaba sendo fator determinante no nosso destino.

Esses fatores externos podem nos levar ao esquecimento da nossa origem, fazendo com que a busca pelo autoconhecimento seja deixada de lado, porque exige tempo e meditação consciente.

O primeiro ponto que considero importante é a nossa origem, o nosso nascimento. Somos vencedores desde o princípio, porque o espermatozoide que fecundou o óvulo materno, venceu uma corrida disputada com centenas ou milhares de outros espermatozoides, sendo assim um vencedor nato, o que nos proporciona de imediato uma condição especial, original e única, formando o nosso corpo, para o qual Deus destinou o nosso espírito. Assim, todos nós que estamos encarnados temos o DNA de um vencedor. Urge que ajamos como tal e honremos esse ponto de partida.

Vencemos a primeira batalha. Com o conhecimento, entendimento e aceitação dessa condição, somos, de imediato, estimulados a dar continuidade a essa vitória. O que poucas vezes acontece, por falta de conhecimento ou de motivação.

Não somos produzidos em série, como acontece com as fábricas em geral. Somos seres pensados por Deus. Um por um. Na espiritualidade, temos um nome. Quando nascemos, nossos pais escolhem o que vai nos identificar na Terra. Ou, como disse Charles Chaplin no discurso de seu primeiro filme falado, O Grande Ditador: “Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!”

Nós não somos máquinas que funcionam com combustível, somos movidos por sentimentos, ações, fatores psicológicos e mentais, podemos superar tudo com uma força interna inquebrantável e centrada. A vida pode se desenvolver melhor se usarmos a consciência – guardiã do nosso ser – como fonte de renovação e de força.

A consciência nos conduz a entender que a vida transcorre aqui e agora, o ontem já se foi, o amanhã não chegou ainda. E quando chegar, será o presente novamente. A aceitação do que não podemos mudar e a decisão de mudar o que não podemos aceitar se constituem em atos de autoconsciência, de perdão e de amor.

A vida é um horizonte que se apresenta interminável, de infinitas possibilidades e o ponto de chegada é sempre o agora.   

Nesta minha encarnação tenho exercido muitos cargos – todos de forma voluntária –, quase sempre de comando, em algumas instituições. O cargo em si, nunca me empolgou. O que me empolga é o trabalho, a oportunidade de desenvolver minha inteligência no serviço ao próximo. Cargos são temporários, fugazes, mas o que marca e o que fica é a capacidade de bem se relacionar com as pessoas. Aprendi, por exemplo, que liderança não se impõe, se conquista. Quando alguém no exercício do poder impuser uma ação, esta não terá um efeito duradouro. Muitos, por necessidade, se submeterão. Outros se revoltarão e trabalharão contra. O resultado será sempre negativo. Mais importante do que a capacidade técnica é a habilidade de bem se relacionar e de conquistar o apoio dos companheiros de trabalho.

O ser vencedor deve praticar, necessariamente, a humildade, a solidariedade, o companheirismo e o respeito aos nossos companheiros de jornada. Dessa maneira, estaremos contribuindo efetivamente com o trabalho que nos foi designado por Deus.

Sejamos vencedores com consciência e por respeito à nossa origem, ao nosso DNA.

Heitor Rodrigues Freire – Corretor de imóveis e advogado.

setembro 26, 2022

O PODER MENTAL E A ORAÇÃO NA MAÇONARIA - Hercule Spoladore


O Ir.'. Hercule Spoladore é da Loja de Pesquisas Brasil em Londrina – PR

Pode ser sinônimo de prece ou reza. Entendida pelo povo como uma súplica pedindo algo a Deus ou à outra entidade sobrenatural. 

A oração mental é feita sem pronunciar palavras usando-se apenas o esforço da mente.

Oração oral é exercida através da palavra, evidentemente com participação da mente que emite a ordem para que a oração seja verbal.

Tanto a oração mental, como a falada pode ser individual ou comunitária. Existe a oração decorada e a oração que o indivíduo a produz apresentando suas súplicas ou pedidos através das profundezas do seu ser, ou seja, através da sua mente usando sua capacidade mental em ondas alfa ou até em ondas teta. 

As orações faladas ou mentais decoradas, as vezes a pessoa não presta a devida concentração e está meramente repetindo frases decoradas. Os judeus oram, curvando o tronco sobre a bacia em movimentos repetidos, pois esta manobra facilita a concentração dos propósitos da oração, ou seja, a mobilidade faz com que a atenção seja muito maior e não se fuja do foco.

Todavia há uma linguagem da mente que é independente da palavra escrita ou falada. É uma linguagem mental, além dos sentidos. Através desta podemos realizar uma oração chamada de oração “científica”.

Sabe-se hoje que nossa mente controla através de um mecanismo extrassensorial a cura de enfermidades de nosso corpo. Esta possibilidade tanto será maior quanto maior for a nossa convicção verdadeira.

Há tempo que a Ciência vem estudando a conexão corpo/mente. Os americanos demonstraram que esta conexão seria possível através do nervo vago e que ele seria o canal de comunicação entre a mente e o resto do corpo. Mera conjectura, não se prova esta afirmação.

A oração é emitida por um potencial mental que de forma consciente, sob o comando do subconsciente e através da mente age como uma fonte de energia que pode ser canalizada tanto para o bem como para o mal, mas sempre age em função de um objetivo.

Grisa (parapsicólogo) identifica a oração como o processo psíquico desencadeando o poder da mente. O resultado será tanto mais eficiente, na medida em que for ativado o poder mental. Portanto, a oração será mais poderosa na medida em que for devidamente acionado o poder mental especialmente com sentimento intenso e forte convicção. Quando se orar por alguém pedindo sua cura você estará liberando um poder que sua mente possui capaz de realizar e obter resultados importantes e inacreditáveis.

A intenção de se canalizar as energias curativas se faz através de mensagens telepáticas positivas para aquela pessoa necessitada. É a mesma coisa que as religiões utilizam com o nome de oração ou prece, só que o fazem em função da Fé. Esta capacidade pode ser desenvolvida e melhorada através do relax e do domínio da Imaginação. Não deixa de ser uma mensagem telepática, pois o emissor é quem está se dirigindo a um objetivo, isto é, desejando uma cura ou melhoras para uma pessoa à distância e o receptor recebe esta mensagem de forma subconsciente. A telepatia é uma forma de comunicação mental entre duas ou mais pessoas através de um processo extrassensorial. Tem a mente ou mentes que emitem e as que recebem.

No caso da oração quem emite energias, sabe o que está acontecendo, logo é consciente, porem quem as recebe o faz de modo subconsciente, isto é sua mente recebe a mensagem, mas não de forma consciente. Mas se um grupo programar uma oração em determinada hora, e a pessoa a ser contemplada souber, ela estará consciente de que está recebendo energias positivas, mas as receberá de forma subconsciente. Ela apenas constatará os bons resultados. Existem Irmãos enfermos que percebem quando está se fazendo uma cadeia de união ou uma cadeia de oração em seu favor. Se sentem melhor, mais felizes e mais esperançosos.

A Cadeia de União na Maçonaria não foi criada para este fim. Foi criada tão somente para a transmissão da palavra semestral, mas através de invenções o que é muito comum na Ordem esta prática  foi introduzida sendo muito utilizada hoje em para se pedir curas ou melhoras em favor de algum Irmão que está sofrendo de alguma moléstia. Parece que mesmo inventando e introduzindo um procedimento não pertencente a qualquer rito os introdutores desta prática de se pedir melhoras para Irmãos ou familiares, acertaram. Algumas Lojas praticam a Cadeia de União após terminar a sessão. Isto independe dos resultados pois,  ou após ou durante a sessão o que interessa é a concentração e a emissão de energias positivas enviadas ao Irmão enfermo.

Por que acontece isso? Quando se faz uma Cadeia de União, os Irmãos estão vibrando num mesmo padrão de energia mental com o mesmo objetivo e ainda de mãos dadas, esta cadeia de união se torna uma verdadeira bateria psíquica, carregada de energia mental. Se as intenções forem canalizadas para o bem só poderão causar bons resultados.

As intercessões à distância são uma extensão da oração em estudo. E elas tem a finalidade de se orar pedindo a uma força superior que interceda em favor de uma pessoa que necessite, mesmo que são se conheça esta pessoa, mais ou menos como é pedido nas instituições religiosas, nas igrejas. Todavia a comunidade científica tem restrições a este tipo de orações.

Interessante que as pessoas que oram, nem sempre sabem para quem estão orando, mas oram assim mesmo em intenção àquela pessoa que está necessitada de melhoras ou cura de um problema de saúde. Este ato só pode fazer bem a alguém.

Os americanos através da associação STEP (Study of the interçessory prayer), estudam a intercessão ou orações à distância. Ora-se muitas vezes para uma pessoa que não se conhece. A ideia é de que nós humanos temos a capacidade de usar outra pessoa utilizando suas mentes ou então pedindo a uma força maior que interceda em favor de um enfermo.

Os maçons to preocupados em ajudar a mudar a humanidade, ainda não se aperceberam deste poder mental que todos os seres humanos têm e poderiam usa-lo em favor dos Irmãos enfermos.

É claro que este trabalho está colocando como objetivo do poder mental, a saúde dos Irmãos. Mas a oração poderia ter outras finalidades, como a paz mundial, a felicidade pessoal, o bem estar dos outros, uma situação melhor para o pais, etc.

A Maçonaria brasileira conta com quase 200.000 maçons que poderiam orar em favor de alguma coisa melhor para a Ordem, ou simplesmente pela saúde dos Irmãos.