agosto 08, 2023

O SEGREDO DO MAÇOM


*Perco minha vida, mas não revelo os segredos! *

Existe um grande segredo na Maçonaria!

É com esse segredo que o Maçom vive e o carrega em seu peito apartir da sua Iniciação. É nele que estão as raízes que alimentam a Sublime Instituição com que o Obreiro, ao chegar na plenitude Maçônica, está imbuído da coragem para vivenciar e lutar pelos conceitos que aprendeu na sua caminhada ascendente.

O reino da Maçonaria é como um tesouro incrustado na humanidade.

O homem, após Iniciado, o encontra e o mantém escondido, e, cheio de alegria, compreende que passou a fazer parte dele.

A Maçonaria é, ainda, como a rede lançada ao mar que apanha peixes de todos os tipos. Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. Assim acontece com a Maçonaria, que busca aqueles HOMENS LIVRES e de BONS COSTUMES, rejeitando os maus do que são justos e de boa índole. Em suas reuniões não são permitidas discussões políticas e religiosas, preferindo uma ampla base de entendimento entre os Homens a fim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil cotidiana.

Às vezes aparecem Joios no trigo...

Toda iniciação, qualquer que seja a entidade, carrega em si mesmo elementos de cultura social onde a mística se alia à tradição para orientar o seu círculo de acuidade, no qual o Iniciado possa vivenciar a experiência espiritual a que vai se integrar.

Essa experiência transcende a condição de profano ( como é designado o não Iniciado) e irá alcançar melhor compreensão dos segredos que ser-lhe-ão revelados.

Na Maçonaria, espera do Iniciado, dentre outras coisas, que seja Iluminado e generoso e não buscar o seu caminho no simples aprendizado que irá receber mas, sim, em compartilhar e irradiar seus conhecimentos, colaborando em projetos filantrópicos e melhoria da sociedade.

Desde os tempos imemoriais existem sociedades secretas. Elas estão presentes em todas as culturas, de todas as épocas, junto a todos os povos. Pode-se afirmar que é bastante provável que respondem a uma necessidade inerente à própria natureza do Homem que sempre buscou a sua conveniência com objetivos de encontrar aliados para reforçar ligações e relacionamentos que lhes permitam alcançar suas metas.

Em termos culturais, é própria das sociedades corporativas a manutenção de um ambiente de segredos em relação aos seus elementos de interesse profissional. Inclusive, na própria vivência familiar. É prática, pois construir muros corporativos, normalmente protegidos por uma linguagem própria só perceptível aos próprios Iniciados ou componentes das corporações e até em famílias. Toda organização tem seus segredos, seus assuntos reservados e suas coisas confidenciais, que só interessam aos seus membros e seus associados. Uma empresa industrial tem segredos para proteger seus patentes dos seus concorrentes. A Igreja Católica tem seus segredos, que os bispos juram respeitar no dia de sua Sagração e, também, elege o Papa em segredo.

O colégio Apostólico, que era presidido pelo próprio Jesus Cristo, teve momentos reservados só para os discípulos e em outras oportunidades Jesus recomendou-lhes, textualmente, que não contassem a ninguém aquele " GRANDE SEGREDO " e as coisas vistas por eles. ( Mateus 12:15 e 16; Mateus 16:20; Mateus 17:9) , existem mais outros segredos na bíblia: Daniel 2:16 ao 30; Marcos 4:9,10 e 11.

O segredo Maçônico, que o adepto da Ordem deve preservar e guardar, é complexo, difícil de ser definido e localizado. Debaixo dessa expressão colocam-se coisas bem conhecidas dos que delas quiserem informar-se, tais como Ritos, senhas, juramentos diversos e variáveis.

O segredo da Maçonaria não se refere tão somente a confidências como muitos imaginam; ele vai muito além disso e é mais profundo do que se pode imaginar e possuí raízes históricas muitos importantes, que invocam a tradição multimilenar.

Surgiu com a construção do Templo de Salomão.

É fundamental o segredo pois faz parte do juramento prestado quando da Iniciação. Entretanto, o verdadeiro segredo Maçônico, de fato, evidência-se da relação íntima que todo Maçom tece no decorrer dos anos consigo mesmo, com os membros de sua Loja e com os próprios valores da Sublime Ordem.

A tradição Maçônica abunda em exemplos dos fortes laços que unem os Maçons uns aos outros.

Na verdade, os Maçons tem meios que lhes são próprios de mútuo conhecimento e realizam cerimônias privadas, que por óbvias razões não são acessíveis aos não Maçons. O sigilo acerca de quanto se aprende e ocorre nos Templos e Lojas ou entre os Irmãos, é o primeiro dever do Maçom, conforme o Neófito ouve do Orador, no dia da sua Iniciação.

E, por solene compromisso, ratificado no final de todas as sessões, os Obreiros prometem observar essa rigorosa e irrevogável regra e o conceito de honra pessoal os obriga continuarem a segui-la, mesmo quando saem da Ordem.

Na Maçonaria Operativa os segredos consistiam em processos, métodos e usos profissionais que deviam continuar ignorados pelos não Iniciados, sob pena de privar os operários culpados de indiscrição do benefício de um longo aprendizado. O posicionamento, com essas proibições, era rigorosamente observado, e os profanos expulsos das obras em construção quando postas em prática.

No século XVIII (18) surge a Maçonaria Especulativa em substituição da Operativa, e, ela conserva, desde suas origens, as mesmas proibições com a relação aos profanos.

Com base nesses conceitos, tanto da Operativa como a Especulativa, há os que definem o segredo Maçônico como INDEFINÍVEL, porque nenhum Maçom, seja de qual Obediência ou Potência, conseguem dar uma definição única e simples desse segredo. Por ser Iniciático, o segredo é um processo intuitivo, impossível de encerrar dentro de uma formulação qualquer.

Apesar do segredo Maçônico ser coletivo, seguindo a lei absoluta de todos os segredos compartilhados, é tratado individual e misticamente, de maneira que nunca pode ser violado ou traído.

O Maçom genuíno o usa, construtivamente, com sinceridade e fervor, com pujança, com firmeza e absoluta lealdade, em busca dos objetivos ministrados pela Arte Real. A Maçonaria só revela a seus verdadeiros adeptos. É de natureza única.

Todavia, quem passa pela Instituição como se fosse um agrupamento qualquer, um clube social, uma agremiação de simples amigos, não pode conhece-la somente permanecendo nela. ( O joio! ....)

Os não Iniciados (profanos) nos vêem, com a relação ao segredo Maçônico, de forma equivocada, acham que a Maçonaria, zelosamente, esconde seus segredos, e, isso os leva a interpretações presunçosas ao erro. Aos olhos dos insensatos, a Ordem convive com teorias conspiratórias que tem sido descritas desde o final dos anos 1700, e, que são classificadas em três categorias distintas:

-> Política, normalmente envolvendo alegações de controle de governos.

-> Religiosas, em geral abrangendo acusações de anticristianismo ou crenças e práticas Satânicas.

-> Culturais, mescladas ao entretenimento popular, onde entrelaçam vários símbolos e numerologia na cultura moderna, tais como logotipos corporativos.

Muitos escritores de teorias conspiratórias tem ligado os Maçons e os Cavaleiros Templários com a adoração ao diabo, cuja ideias foram baseadas em interpretações errôneas das doutrinas das referidas organizações, mitos e enormes invencionices.

Se a realidade da Maçonaria é o segredo do Maçom, isso não significa que tenha de ficar escondido aos olhos do mundo. Ao contrário, uma das primeiras coisas que lhe é ensinado é que a Maçonaria é uma Instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, através do AMOR, APERFEIÇOAMENTO dos COSTUMES, pela TOLERÂNCIA, pela IGUALDADE dos povos, pelo RESPEITO às autoridades e a crença de cada um. Fica ciente de que está integrado a um grupo para combater a tirania, a ignorância, os preconceitos e os erros. Ainda, glorificar o DIREITO, a JUSTIÇA e a VERDADE.

Saberá que tem de estar pronto para promover o bem estar da Pátria e dos Homens, levantando Templos à Virtude e cavando Masmorras ao vício.

Para tanto, a Sublime Ordem é Universal e suas Oficinas se espalham por todos recantos da Terra, sem preocupação, de fronteiras, de políticas, de religiões e de raças.

Para a Maçonaria não interessa se o adepto tem religião ou, mesmo, se tem ou não uma. O que, realmente, importa, para a Sublime Ordem é a conduta perante o seu semelhante, à família, à sua comunidade perante ao mundo.

As características de um genuíno Maçom são: VIRTUDE HONRA e BONDADE que, embora banidas de outras sociedades, estão sempre presentes no seu coração, calçadas na sua coragem sem abandonar a descrição. Não é sem razão e significado que, o Brasão da Grande Loja do Estado de São Paulo, e de outras Potências e Obediências Regulares, ostentam a citação latina AUDI, VIDE, TACE ( Ouça, Veja, Cale) , extraída do brocado latino Audi, Vide, Tace, si vis vivere in pace (Ouça, Veja, Cale, se queres viver em paz). Tal citação está transcrita na magnífica flâmula da Grande Loja Unida da Inglaterra, estabelecida apartir de 1813.

Assim é entendido o segredo entre os Maçons!

Que o Maçom é distinto!

No meio da multidão é diferenciado!

Não é igual aos demais!

É o segredo que ele não apregoa. Guarda para si.

Não canta suas proezas de forma espalhafatosa nem de trombeta em praça pública.

Que a mão esquerda não saiba o que a direita faz!

A descoberta do verdadeiro segredo Maçônico, na realidade, acontece no SILÊNCIO do coração de cada Maçom, conciliando com sua própria evolução mental e espiritual, e, com desdobramentos que influenciam sua vida e a vida das pessoas que te cercam e vem a ser o grande mistério da Maçonaria

Eis o grande segredo Maçom!

" OH ! QUAM BONUM EST ET QUAM JUCUNDUN, HABITARE FRATRES IN UNUM ! "

(autor desconhecido)

agosto 07, 2023

A ORIGEM DO GAÚCHO - Paulo Mena


A origem do gaúcho deu-se no século XVIII após as missões jesuíticas teriam sido destruídas, ocasionando um grande êxodo de índios (guaranis e tapes) pela região, misturando-se num primeiro momento com espanhóis e depois com os luso-brasileiros. 

Esses "novos" habitantes se espalha pelos campos e logo muda a sua maneira de viver, passando de agricultores sob a coordenação dos jesuítas, a exímios cavaleiros, tendo em vista que o rebanho, que havia nos "Sete Povos das Missões", se dispersava pelos campos dando origem a grandes rebanhos livres.

Segundo a professora de antropologia e pesquisadora Maria Eunice de Souza Maciel: “Então, esses gaúchos eram indivíduos que viviam sozinhos ou em bandos e procuravam esse gado para caçar. Não era para criar, era um período de caça ao gado mesmo. Como passavam de um lado para o outro, eram considerados marginais perante a estrutura existente na época. Eram como se fossem bandidos, tipos perigosos que não tinham lugar em uma sociedade”.

Num primeiro momento foi chamado de Guasca (pelo o seu trabalho com o couro cru), depois chamado de Gaudério (índio vago) e por ultimo chamado de Gaúcho, sendo uma denominação dada às pessoas do bioma denominado Pampa, que é uma planície que se estende pela Argentina, Uruguai e no Brasil alcança o estado do Rio Grande do Sul.

Entre as varias teorias encontradas para a origem da palavra Gaúcho, destaquei duas: a primeira de acordo com Augusto Meyer, seria na palavra "huachu" que significa órfão, designaria os filhos de índia com branco português ou espanhol, "registrados nos livros de batismo dos curas missioneiros, simplesmente como filho de fulano com uma china das Missões".

 A segunda teoria, fala sobre os colonizadores espanhóis, agricultores das ilhas Canárias que povoaram Montevidéu, ao chegarem na região chamavam os habitantes locais de guanches ou guanchos, depois mudaram o termo, passando a se referir aos órfãos como "guachos" e aos vagabundos como "gaúchos". 

 Até a metade do século XIX, o termo gaúcho era usado de forma pejorativa, sendo dirigido aos aventureiros, ladrões de gado e malfeitores que viviam nos campos. Porém em 1845 após Revolução Farroupilha, a palavra" gaúcho" perde a conceito ofensivo e  passa a significar homem de bem, digno, bravo, e principalmente patriota. 

 Hoje em todo Brasil, Gaúcho é usado como sinônimo de sul-rio-grandense, mas o seu significado ultrapassa as fronteiras do estado do Rio Grande do Sul:, denominando também todas as pessoas que cultuam as tradições do folclore gaúcho por esse Brasil a fora. 


agosto 06, 2023

ATRAVESSANDO O UMBRAL PROFANO - Roberto Ribeiro Reis



Despojar-se de tudo o que nos remeta à nossa pujante materialidade não é tarefa fácil.

Desapegar-se daquilo que nos alimenta o ego, como sejam as paixões vulgares, as companhias bajuladoras do cotidiano, pode parecer algo de somenos, quando na verdade não o é.

No entanto, atravessar o umbral da porta que antecede o Templo Maçônico dá azo a que, por instantes de horas em nossa semana, permitamo-nos enveredar pela seara que nos conduz à elevação de nós mesmos, ocasião na qual nos metamorfoseamos em seres um pouco melhores, sem as amarras que nos deixam à mercê do jugo profano.

A nossa revolução íntima não se dará instantaneamente, como que em um passe de mágica; assim, feito seres grosseiros e errantes, vagando pela imensidão sem fim de nossa   ignorância, recebemos a   dádiva –espiritual,   ritualística e esotérica-   de trabalharmos as asperezas de caráter e moralidade, cinzelando-as, de sorte que essa lapidação nos enseje uma mentalidade um pouco mais evoluída.

Somos concitados e conclamados a nos refugiarmos pelas veredas do que existe de melhor, quando o assunto tratado é a essência: a imersão pelo nosso templo interior, o famigerado VITRIOL, ocasião na qual somos confrontados ora com a sombra que nos assedia, ora com a luz que deseja nos transcender.

É nesse precioso -e não menos sagrado- momento que vivenciamos os paradoxos, as contradições, as dúvidas e as várias incógnitas que assolam o imo de nossa alma; é também nessa hora que somos tomados de um "silêncio eloquente", que tende a nos trazer para a jornada de reflexão e, consequentemente, proporcionar-nos um pouco de paz.

É imprescindível que possamos perscrutar o que há de melhor na Maçonaria.  Que sejamos tomados por um estado de consciência que possa edificar nossos alicerces espirituais.

A cada vez que sairmos de casa, que não pensemos somente em desfrutar de um jantar ou refeição após a sessão maçônica.

O alimento que ali buscamos é o estudo constante, que tem por divisa maior o trabalho de “exaltação de nossa alma”.

Tudo o que for de encontro a esse propósito maior só nos levará ao estacionamento intelectual e à nossa degradação enquanto Construtores Reais. 

Se desejamos romper as masmorras dos vícios, se aspiramos nos tornar seres menos grosseiros e vulgares, é imperativo que levemos nossa ritualística mais a sério, entendendo-lhe as sutilezas, a fim de que não sejamos rebaixados aos umbrais da bestialidade e da cegueira mental de outrora.



agosto 05, 2023

O QUE SE FAZIAM NAS REUNIÕES NOS PRIMÓRDIOS DA MAÇONARIA ESPECULATIVA - Almir Sant"AnnaCruz


As tavernas onde se realizavam as sessões maçônicas do início de sua fase Especulativa eram ricas cervejarias providas de quartos, cabeleireiros, salões de leitura e salas de reuniões. Depois da Sessão Ritualística, realizada em uma das salas de reuniões, os Maçons realizavam seu banquete, igualmente ritualístico. 

Para ilustrarmos o que se faziam nessas reuniões, vejamos através dos depoimentos dos Irmãos Dionísio Hogan e Dom Hugo O’Kelly, este último Venerável Mestre da Loja de Lisboa em 1738, ambos irlandeses e servindo a soldo, como mercenários (o que era muito comum na época), o exército português, o primeiro como tenente de cavalaria e o segundo como coronel de infantaria, quando do primeiro processo instaurado em Portugal contra a Maçonaria pela Inquisição. 

Relativamente ao que se faziam nas reuniões realizadas nas tardes da primeira quarta-feira de cada mês na taverna do Irmão Guilherme Reys, responderam:

Irmão Dionísio Hogan: “... nos ditos ajuntamentos era proibido falar em matéria de Religião e de Estado, e o que faziam nos dias em que se juntavam era comer, beber, dançar, tocar instrumentos e cantar, conforme cada qual sabia ...”

Irmão Dom Hugo O’Kelly: “... que se empregam em músicas e instrumentos (...) porém o que nela se contém é tratar-se de várias matérias, umas pertencentes ao governo econômico, outras ao público, observando as ocasiões das suas conveniências, e também a de querer cada um exceder-se em qualquer ciência destas. Tem também a Arquitetura, em que se empregam  com vários discursos e exames e para em tudo serem peritos discorrem nos Pedreiros Livres Mecânicos, e nos Pedreiros Livres Nobres e Cavalheiros ...” (Arquivo Nacional da Torre do Tombo – Promotor da Inquisição de Lisboa – caderno 108)

Excerto do livro Simbologia Maçônica dos Painéis: Lojas de Aprendiz, Companheiro e Mestre – Irm.’. Almir Sant’’Anna Cruz

agosto 04, 2023

NO JAPÃO NÃO EXISTE O DIA DO PROFESSOR

 

No Japão, não existe o Dia do Professor.

Um dia, perguntei ao meu colega japonês, professor Yamamota: - Como você comemora o Dia do Professor no Japão? Surpreso com a minha pergunta, ele respondeu: - Não temos Dia do Professor.

Quando ouvi sua resposta, não tinha certeza se deveria acreditar nele ou não. Um pensamento passou pela minha cabeça: - "Por que um país tão avançado em economia, ciências e tecnologia, tão desrespeitoso com os professores e seu trabalho?" 

Uma vez, depois do trabalho, Yamamota me convidou para sua casa. Pegamos o metrô, pois era longe. Era o horário de pico da noite e os vagões do trem do metrô estavam superlotados. Consegui encontrar um espaço para ficar de pé, segurando firmemente o corrimão superior. De repente, o senhor que estava sentado me ofereceu seu assento. Não entendendo esse comportamento respeitoso de um homem idoso, recusei, mas ele foi persistente e fui forçado a sentar. 

Assim que saímos do metrô, perguntei a Yamamota para explicar o que exatamente o barba-branca fazia. Yamamota sorriu e apontou para a etiqueta do professor que eu estava usando e disse: - Este velho viu a etiqueta de professor em você e em sinal de respeito à sua condição, ofereceu-lhe seu lugar.

Como eu estava visitando Yamamota pela primeira vez, me senti desconfortável em ir lá de mãos vazias, então decidi comprar um presente. Partilhei o meu pensamento com o Yamamota, ele apoiou a ideia e disse que pouco mais adiante, existe uma loja para professores, onde se pode adquirir produtos a preços reduzidos. Mais uma vez, não consegui conter minhas emoções: - Os privilégios são oferecidos apenas aos professores? Perguntei . Confirmando minhas palavras, Yamamota disse: - No Japão, ensinar é a profissão mais respeitada e o professor é a pessoa mais respeitada. Os empresários japoneses ficam muito felizes quando os professores vêm às suas lojas, eles consideram uma honra. 

Durante minha estada no Japão, observei várias vezes o maior respeito dos japoneses pelos professores. Eles têm assentos especiais reservados para eles no metrô, há lojas especiais para eles, os professores lá não fazem fila para comprar ingressos para qualquer tipo de transporte.

É por isso que os professores japoneses não precisam de um dia especial, pois todos os dias de suas vidas são comemorados.

 Espalhe esta história para todos. Deixe a sociedade crescer para apreciar os professores a este nível.

agosto 03, 2023

LEVANTA, SACODE A POEIRA... - Heitor Rodrigues Freire


A vida, de cada um de nós, algumas vezes é uma caixa de surpresas, pois as situações que se sucedem – a cuja causa nós mesmos demos motivo com nossos atos, nem sempre conscientes, mas de nossa responsabilidade –, com acontecimentos alegres e também sofridos, nos proporcionam a oportunidade de um aprendizado constante.

Principalmente quando por irresponsabilidade ou inconsequência, cometemos atos que geram vicissitudes, prejuízos, em que, por defesa própria, atribuímos a outros, às circunstâncias, etc. a causa dessas situações. O que normalmente acontece é queremos livrar nossa cara. Mas a fuga, não resolve o problema, pelo contrário, o acentua.

A atitude que se impõe é a de assumir a culpa e tocar o barco. A vida é infinita e nos proporciona n possibilidades de reparar o erro.

Em 1960, Paulo Vanzolini (1924-2013), compositor e zoólogo, escreveu a canção “Volta por Cima”, cujos versos: “Reconhece a queda/ e não desanima. / Levanta, sacode a poeira/ e dá a volta por cima” ensinou àquele que caiu a usar o que depois se chamou de resiliência, deixando para trás o motivo da queda e prosseguindo na caminhada. A primeira gravação foi feita pelo cantor Noite Ilustrada.

Desde que ouvi pela primeira vez essa canção, a sua lição me serviu sempre para que, ante as situações difíceis porque passei, continuar a caminhada, transformando-se num verdadeiro hino permanente. Sempre em frente, com amor e alegria.

Agora, lendo no site judaico pt.Chabad.org, em artigo escrito pelo Rabino Jonathan Sacks, tomei conhecimento dos últimos dias de Moisés, que, por ter duvidado de Deus, no episódio da fonte de Meribá, foi impedido de entrar na Terra Prometida.

Ele que, aos 80 anos, suscitado por Deus, assumiu o compromisso de conduzir o povo judeu para a Terra Prometida, numa caminhada pelo deserto, por 40 anos, com todas as dificuldades encontradas no caminho, o fez com muita coragem, dedicação, determinação e competência, se viu frustrado ao chegar, já com 120 anos, e não poder desfrutar do seu triunfo.

E o que fez Moisés então. Se revoltou? Se lamentou? Bradou contra Deus? Não. Com toda consciência, “reconheceu a queda, não desanimou, levantou-se, sacudiu a poeira e deu a volta por cima”.

Moisés, dedicou o último período da sua encarnação para ajudar o povo judeu a mudar o curso da história judaica.

Diz o Rabino em seu artigo: 

“Durante um mês, Moshe convocou o povo e se dirigiu a eles. Suas palavras e orientações formam a essência e o conteúdo do livro Devarim, Deuteronômio. Juntos, eles constituem a visão mais abrangente e profunda do que é ser um povo santo, dedicado a D'us, construindo uma sociedade que serviria de modelo para a humanidade em como combinar liberdade e ordem, justiça e compaixão, dignidade individual e responsabilidade coletiva.

Muito além do que Moshe falou no último mês de sua vida, é o que Moshe fez. Ele mudou de carreira. Ele mudou seu relacionamento com as pessoas. Não mais Moshe, o libertador, o legislador, o operador de milagres, o intermediário entre os israelitas e D'us. Ele se tornou a figura conhecida na memória judaica: Moshe Rabeinu, ‘Moshe, nosso professor’

Nesse momento decisivo de sua vida, Moshe entendeu que, embora não estivesse fisicamente com o povo quando eles entrassem na Terra Prometida, ele ainda poderia estar com eles intelectual e emocionalmente se lhes fornecesse os ensinamentos para levarem consigo para o futuro. Moshe tornou-se o pioneiro da talvez maior contribuição do judaísmo ao conceito de liderança: a ideia do professor como herói.

Não havia nada semelhante com essa preocupação com a educação universal em outras partes do mundo antigo. Os judeus se tornaram o povo cujos heróis eram professores, cujas cidadelas eram escolas e cuja paixão era o estudo e a vida intelectual.

A transformação do fim da vida de Moshe é uma das mais inspiradoras de toda a história religiosa. Nesse único ato, ele libertou sua carreira da tragédia. Ele se tornou um líder não apenas para o seu tempo, mas para todos os tempos. Ele pode ter sentido que não havia mudado seu povo durante sua vida, mas em toda a perspectiva da história, ele os mudou mais do que qualquer líder já transformou qualquer povo, no povo do livro e na nação que não construiu zigurates ou pirâmides, mas escolas e casas de estudo”.

Além de reconhecer a queda, não desanimar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, Moisés também seguiu o que Geraldo Vandré (12/09/35 -) advogado e compositor, cantou com muita garra, em sua canção “Prá não dizer que não falei de flores” que se classificou em segundo lugar no Festival da Canção, em 1968, cujo refrão dizia: “Vem, vamos embora/ que esperar não é saber/ quem sabe faz a hora/ não espera acontecer”.

Moisés fez e aconteceu. O exemplo dele é o mais significativo que eu conheço de superação, determinação e coragem.


agosto 02, 2023

VAMOS TOMAR UM CAFEZINHO ?- Michael Winetzki


 

           Este blog teve início no dia 20 de setembro de 2011. Aproveitei um blog pessoal que já existia para dar início ao compartilhamento dos melhores trabalhos que eu recebia nos grupos maçônicos, e não só maçonaria, mas história, filosofia, ciência, arte, cultura, etc.

          Desde então foram mais de 1.700 excelentes textos, quase uma centena de autores, 303.000 acessos até o dia de hoje e bem mais de 1.200 horas de trabalho para proporcionar este conhecimento aos interessados.

         É um grande prazer fazer este blog e na medida de minhas forças continuarei a faze-lo. Mas dá trabalho e algumas despesas.

         Assim, não há obrigação nenhuma. Ele sempre será gratis, mas se você curte a minha companhia, ainda que virtual, quem sabe pode pagar um cafezinho. Apenas um café, que tenho certeza, ofereceria com alegria se nos encontrássemos ao vivo.

        Deposite, se quiser, o valor de um café no Pix de Michael Winetzki, na Caixa Econômica Federal, chave tel. cel. (61) 9.8199.5133. Não precisa se identificar, não precisa enviar comprovante, não precisa fazer nada. E nem tem obrigação de depositar nada. 

       Encaro apenas como cortesia de algum leitor que agradece pelo trabalho que me dá lhe proporcionar o prazer destas leituras.

       Um caloroso TFA

        

    

A SALA DOS PASSOS PERDIDOS - Walter Pereira



Se perguntarmos a um profano o significado de tal expressão, poderemos receber a seguinte resposta: 

 - “E uma expressão estranha, a primeira vista sem significado, mas refletindo melhor, parece ser um local onde se caminha sem chegar a lugar algum”. 

Isto nos faz crer que os fundadores do parlamento inglês, em 1296, foram felizes em escolher o nome da sala de espera, onde as pessoas aguardavam uma entrevista com os parlamentares, pois ali as mesmas circulavam sem rumo definido, sem destino exato, daí a denominação “Passos Perdidos”, ou seja, que leva a lugar nenhum. 

Em 1776, a grande Loja de Londres inaugurou o primeiro templo maçônico e buscou no parlamento inglês a forma e até o nome da sala que antecede o átrio, como curiosidade também a mesa dos oficiais, a grande cadeira do V.’. M.’. e o lugar dos IIr.’. nas colunas tem a mesma origem, lembrando que o parlamento inglês é cerca de 500 anos mais antigo que o primeiro templo maçônico. 

Já no campo simbólico podemos concluir que, fora da disciplina maçônica, todos os passos são perdidos. 

Mackey diz: o sentido desta denominação se origina no fato de que todo passo realizado antes do ingresso na maçonaria, ou que não respeite suas leis, deve ser considerado simbolicamente como perdido. 

Nas lojas Maçônicas do Brasil como as de Paris, da Hungria e da Áustria, é assim denominada a antessala do Templo. 

Na Alemanha a expressão é completamente desconhecida, para concluir, no rito Schroder, em particular e na Alemanha, usa-se a expressão, “Antessala do Templo”. 

Enfim a “Sala dos Passos Perdidos”, é o local onde a irmandade se reúne sem maiores preocupações, destinado a receber os visitantes, onde as pessoas possam andar livremente, como se fosse uma sala de espera, onde nos cumprimentamos brincamos, tratamos de negócios, assinamos o livro de presenças, o tesoureiro faz as cobranças. 

Enfim um local de socialização, o M.’. de Cer.’. distribui os colares e começa a preparação para o ingresso no templo, forma-se o ambiente adequado e que conduza a um bem-estar, um refugio, aonde os amigos irão se abraçar e uma vez devidamente paramentados são convidados pelo M.’. de Cer.’. a ingressarem no Átrio. 

O Átrio Designa, genericamente os três grandes recintos do templo de Salomão:

1) o primeiro era o átrio dos gentios, onde era permitida a entrada de qualquer um que fosse orar,;

2) o segundo era o átrio de Israel, onde somente os hebreus podiam penetrar, (depois de haverem sido purificados);

3) e o terceiro era o átrio dos sacerdotes, onde se erguia o local dos holocaustos e os sacerdotes exerciam seus mistérios. 



agosto 01, 2023

O LATIM NOSSO DE CADA DIA - Newton Agrella




As expressões idiomáticas, e elas são inúmeras na Língua Portuguesa, via de regra, originam-se de usos e costumes  que ganharam vida ao longo da História e sobretudo no tocante ao comportamento humano.

Uma dessas expressões que denota literalmente sua origem é do "bajulador".  

Aliás, cabe aí, breve explicação etimológica. 

"Bajulare" do Latim "bajulus" significa, o que leva a carga para outro, mensageiro.

Essa palavra está intimamente ligada à expressão popular "puxa-saco", cujos relatos orais dão conta que  parece ter surgido da época do Brasil Colônia, quando os oficiais do Exército, ao serem transferidos para outra cidade, chegavam levando os seus pertences num saco de pano. 

Ao chegarem ao seu destino, procurando um lugar para pousar, sempre aparecia alguém querendo pegar o saco para ajudá-los, de olho na gorjeta ou em qualquer outra vantagem.

Esse viés do comportamento humano, estende-se frequentemente e ganha raias do chamado "people pleaser", expressão amplamente utilizada na língua inglesa, que nada mais é, senão o puxa-saco desmedido, por alguns aqui no Brasil,  também chamado de "bajulador psíquico".

Essa expressão faz referência a alguém que adota determinadas atitudes e comportamentos com o claro e inequívoco intento de agradar e bajular o outro. 

Dizer sempre "sim", externar elogios gratuitos, bater palminhas, concordar com tudo, fazer favores a cada pouco, colocar-se sempre à disposição dos outros, fingir que concorda com a opinião alheia mesmo que isso fira seus valores mais recônditos, são exemplos tácitos desse tipo de pessoa.

Diferente do que possa parecer, o objetivo não é nada altruísta.

A bem da verdade, o “bajulador psíquico” quer sim  induzir o outro a satisfazer seus mais íntimos desejos psíquicos.

Esse tipo bem característico é facilmente encontrável nos mais diversos segmentos da sociedade humana, e independe de sexo, gênero, tamanho ou idade e até mesmo do nível sociocultural.

Cabe contudo lembrar, que ninguém consegue agradar a todos o tempo todo e uma hora ou outra a insatisfação e a frustração vão bater à porta do bajulador.

Talvez esse comportamento e essa predisposição estejam ligados à questão da autoestima e à busca de aceitação.

Seja qual for o grupo social a que se esteja atrelado, aprender a se valorizar e enxergar o mundo com mais personalidade, pode ser um caminho para a própria evolução.

É missão do Maçom, projetar, esculpir e buscar  aprimoramento de formas e conteúdo de seu templo interior, independentemente de agradar aos outros, mas sabendo conviver, e sendo natural, sincero e transparente em cada atitude que traduza o seu ritual de vida.

Respeitar-se a si mesmo é o primeiro passo.



julho 31, 2023

AS APARÊNCIAS ENGANAM - Sidnei Godinho



Todos já ouvimos este dito popular que se consagrou pelo lado negativo, quando se espera algo de bom, pelo que se vê, e o que se apresenta futuro é o inverso.

Para esta análise, não se acrescenta muito que já não seja a expectativa frustrada e muitas vezes causada por nossa própria cegueira em querer enxergar o que não existe.

E nestas horas não cabe acusar, mas sim a resignação de que falhas são esperadas por ambos, afinal tanto quem é idealizado quanto quem sonhou, em algum momento, hão de se mostrar humanos.

Mas hoje o que me trouxe à reflexão foi o oposto do ditado, aquela situação quando se depara com alguém carrancudo e de imediato, o preconceito fala primeiro, e já se rotula a pessoa sem lhe conhecer melhor. 

Quantas oportunidades são perdidas de se construir novas amizades simplesmente porquê não se deu tempo para ouvir e conviver com o que outro, tomando-o por uma imagem que só possui signicado para próprio.

É um paradigma do espelho, que ao projetar-se nos outros o faz temer pela aparência daquilo que é e não expressa a realidade de quem o é a sua frente.

Lembro da infância, de um amigo que tinha dois cães, um Dog Alemão e um Pequinês.

O Dog era enorme e latia grosso, dava medo só de ver solto no quintal.

Mas quem impunha o Respeito mesmo era o Pequinês que media dois palmos, latia fino, mas atacava qualquer um. 😁

Moral da história, o cão enorme e forte era dócil como um bebê e o pequeno e frágil era o cão chupando manga. 😁 😁 😁

Aproveite então o dia de hoje para pensar sobre seus posicionamentos pessoais e de como pode ser menos preconceituoso.

Busque compreender que As Aparências Enganam e que a Felicidade pode estar ao seu lado e os Rótulos Sociais não lhe permitem enxergar.


julho 30, 2023

O MESTRE MAÇOM PERANTE A LOJA - Rui Bandeira


No meu entendimento, o termo que melhor ilustra o que deve ser o Mestre Maçom perante a Loja é “disponível”.

Disponível para exercer os ofícios para que seja designado. Previamente a isso, disponível para aprender os deveres dos ofícios que deve exercer. Durante esse exercício, disponível para detectar, preparar e executar a melhor forma de exercer o seu ofício. Sempre disponível para entender que o exercício de qualquer ofício em Loja – incluindo o de Venerável Mestre; particularmente o de Venerável Mestre – não constitui o exercício de um qualquer Poder, mas tão só um serviço, o cumprimento do dever de cooperar na administração da Oficina. Disponível para, cessado o período de exercício do ofício, deixar ao seu sucessor tudo o que a ele é inerente pelo menos em tão boas condições como as que recebeu – preferentemente, em melhores condições.

Disponível para ensinar e aprender. Disponível para preparar e apresentar pranchas na Oficina. Não será pedir muito a um Mestre Maçom que, pelo menos de dois em dois anos, tenha uma prancha traçada pronta para ser exibida perante a sua Oficina – e se todos os Mestres da Loja assim procederem, seguramente em todas as sessões de Loja haverá trabalhos apresentados. Disponível para ouvir os trabalhos dos demais e sobre eles ponderar e deles aproveitar o que lhe seja útil. Disponível para debater, trocar opiniões, não para “ganhar discussões”, mas para extrair de diferentes conceções os pontos de convergência, as pontes de ligação, os denominadores comuns, os patamares que permitam as evoluções das posições expostas, os consensos atingíveis.

Disponível para as tarefas e projetos e iniciativas que a Oficina leve a cabo. Para auxiliar na execução das muitas boas ideias que surgem, independentemente de quem as tem.

Sobretudo disponível para estar presente, não só fisicamente, mas com toda a sua diligência e atenção – porque só assim será verdadeiramente útil à Loja e verdadeiramente a Loja lhe será útil a ele.

Finalmente, também disponível para, estando presente e pronto para o que preciso for, nunca impor, nem a presença nem a disponibilidade, deixando que naturalmente todos contribuam para todos. O Mestre Maçom integra, faz parte de uma Loja, não é “dono” nem “mentor”, nem colonizador da sua Loja. Tão importante como estar disponível para a sua Loja é ter a noção e o equilíbrio de que os demais também estão e que uma Loja saudável recebe os contributos de todos, não só de alguns mais assertivos em fazê-lo. Há um tempo para fazer e um tempo para descansar e deixar que os demais também façam. Numa Loja equilibrada, não há “estrelas” nem “seguidores”, todos são “primas donas” e todos são “carregadores do piano” – a vez de ser uma ou outra coisa chega a todos e deve ser por todos bem acolhida. O Mestre Maçom que verdadeiramente o é tem a clara noção de que a Loja deve ter todos disponíveis, mas ninguém insubstituível – o cemitério, esse sim, é que está cheio de insubstituíveis… e a vida continua…

Em suma, disponível para entender e praticar que integrar uma Loja maçônica é dar e receber. E, portanto, que se impõe estar sempre disponível para dar ao grupo a colaboração, a atividade, a solidariedade, a atenção, o tempo, o esforço, que o grupo necessita e merece que se lhe dê, mas também saber estar disponível para receber do grupo e de todos os demais que o integram a ajuda, os ensinamentos, as críticas, as opiniões, as sugestões, os contributos que o ajudarão a conseguir ser um pouco melhor. Ao contribuir para a Loja, para o grupo, está a juntar-lhe algo que fará do todo um grupo melhor. Quanto melhor for o grupo, dele mais e com mais qualidade receberá e aproveitará. E indivíduo e grupo mutuamente se vão fortalecendo, vão progredindo, vão melhorando, num virtuoso ciclo que só depende de um pouco do esforço e da contribuição de cada um.

Dar e receber. Estar disponível para ambas as ações. É, afinal, tão simples ser maçom…

Texto de _Rui Bandeira_

julho 29, 2023

CONJECTURAS SOBRE SER RECONHECIDO - Newton Agrella


Uns querem entrar na Ordem, porque acham que isto lhes confere um "status" social.

Outros assim o fazem, porque ouvem dizer, que ao ingressar na Maçonaria ficarão ricos e poderosos.

Há uma parcela que supõe que ser Admitido, seja um passaporte para fazer uma exitosa carreira política.

Nem tão distante disto, há os que acreditam, que em sendo Iniciados, todas as portas do mundo ser-lhe-ão abertas.

E finalmente, há um raquítico contingente de candidatos, que esperam, caso sejam admitidos, possam vir a desempenhar um trabalho de aprimoramento interior,  humanístico, ético, moral e intelectual, que possa torná-los mais consistentes como seres humanos.

Por obra de fortuitas circunstâncias, o que se percebe, especialmente em tempos mais recentes, é um "descompasso" entre o que se jura ou se compromete durante a Iniciação e o comportamento após um breve período de convivência.

Uns acabam simplesmente querendo contestar o que desconhecem. 

Outros, travestem-se de re-inventores da história e buscam inócuas invencionices, como forma de querer deixar uma pretensa marca registrada.

Há também a legião dos que decidem incorporar o espírito divinal e messiânico durante sua pseudo-jornada filosófica, evocando preces, orações e citações religiosas, como se a Arte Real se constituísse num permanente e extenuante encontro ecumênico.

E para fechar com chave de ouro, existe aquele grupo de Iniciados, que prefere abdicar inclusive da crença num "Princípio Criador e Incriado" de tudo o que gira em torno de sua própria existência, como se isso fosse um sinal de consistência intelectual.

A bem da verdade, não é assim que a banda toca...

O mérito de toda essa história está na medida do equilíbrio, da ponderação e do bom senso.

Aquiescer a ideia de que a busca da Verdade (leia-se : "Conhecimento") está no exercício do pensamento, da reflexão, do raciocínio e da especulação ilimitada em prol do aprimoramento da Consciência, muito provavelmente seja o primeiro passo para que de fato, o suposto Obreiro, possa vir a ser reconhecido como um verdadeiro maçom.

Maçom é pedreiro, é construtor, é arquiteto de seu próprio templo interior, cuja missão é tornar-se cada vez melhor, assim como tornar a própria humanidade mais feliz, compartilhando e agregando os valores mais virtuosos do bem contidos na alma humana.

A essência filosófica e moral da Maçonaria reside em sempre  lutar pela Liberdade, promover a Igualdade, e fazer da Fraternidade seu instrumento perene de diretos e obrigações.

O Maçom é soberano juiz de seu tempo e de sua consciência.



julho 28, 2023

EU SOU OU EU ESTOU? SER É DIFERENTE DE ESTAR




SER é diferente de ESTAR.

O verbo ser é um verbo de ligação, que define uma característica permanente de um ser. Ser branco, ser negro, ser forte, ser fraco, ser profissional, ser um professor, ser um advogado, ser engenheiro, ser educado, ser gentil, ser romântico, ser honesto.

O verbo estar é um verbo irregular,, momentâneo, de mudanças no qual não há uma constância de tempo em que pode permanecer naquela situação.

SER gentil é diferente de estar gentil. Ser gentil é alguém que possui atributos de gentileza e assim o é onde estiver.

ESTAR gentil é usar momentaneamente a gentileza, mas não é gentil.

Muitos confundem esses dois verbos que não têm a mesma funcionalidade.

Então sejamos gentis, sejamos educados, sejamos honestos, sejamos humanos!

Sou honesto, logo a honestidade faz parte de meus princípios.

Sou leal, logo a lealdade está em mim.

Usemos então o verbo SER para denotar nossa felicidade, mesmo em momentos de dificuldades.

Não estou feliz. Sou feliz. SEJA! Não ESTEJA!

Seja bem humorado seja humilde, seja de caráter, seja moral!

Há momentos na vida que são difíceis e se usarmos sentimentos positivos momentaneamente, sempre viveremos na inconstância de somente estarmos felizes, depois voltamos ao ponto inicial de tristeza ou indiferença.

ESTAR – Se estamos educados, voltaremos a ser deselegantes, usando o dito popular: “Trato as pessoas como elas me tratam” isso é estar à mercê do humor de outrem.

SER – “Trato as pessoas de maneira como eu gostaria de ser tratado” É ser o que você é, indiferente da posição de alguém.

Influencie o ambiente positivamente com o seu  “SER” e não seja influenciado com o clima do momento, com pessoas que só  “ESTÃO” e não SÃO. 

SEJA e não ESTEJA!