setembro 12, 2023

FATO, HIPÓTESE, TEORIA E UMA LEI NA CIÊNCIA - Jumar Vicenth




Cada uma dessas palavra tem um significado específico e não intercambiável.

Você pode ter ouvido alguém menosprezar a evolução porque é apenas uma teoria. A gravidade, por outro lado, deve ser 100% real - afinal, é uma lei. Está tão completamente comprovado que você pode até chamá-lo de fato científico. Infelizmente, todas essas impressões comuns não estão corretas. As palavras fato, hipótese, teoria e lei têm significados muito específicos no mundo da ciência e não correspondem exatamente aos que usamos na linguagem cotidiana.

Fato.

Quando você deixa cair um lápis, ele cai no chão.

Este é bastante simples, mas tem uma grande ressalva. Na ciência, um fato é uma observação que foi confirmada tantas vezes que os cientistas podem, para todos os efeitos, aceitá-la como verdadeira. Mas tudo na ciência vem com um nível de incerteza, então nada é cientificamente verdadeiro sem sombra de dúvida. Você poderia dizer que todos os cisnes são brancos é um fato, mas sempre há a chance de você ver um cisne negro e jogar esse fato pela janela. Da mesma forma, você poderia dizer que é um fato que toda vez que você largar um lápis, ele cairá no chão, mas a ciência deixa espaço para a chance infinitamente pequena de que isso não aconteça.

Hipótese.

Um lápis cai porque há uma força puxando-o para baixo.

Uma hipótese é uma tentativa de explicação sobre uma observação que pode ser testada. É apenas um ponto de partida para uma investigação mais aprofundada. Qualquer observação geralmente vem com uma série de hipóteses. Se você observar que um cisne é branco, sua hipótese pode ser que ele é pintado, ou foi branqueado pelo sol, ou suas penas apenas carecem de pigmento. Você pode então investigar todas essas hipóteses e sair com aquela que é mais apoiada pelas evidências, se houver.

Ao longo da história, tem havido muitas hipóteses sobre por que as coisas caem quando você as deixa cair. Aristóteles acreditava que era porque os objetos materiais tinham uma tendência a cair em direção ao centro do universo, que os antigos gregos acreditavam ser a Terra. Newton raciocinou que todos os objetos ligados à Terra devem ser atraídos pela Terra, mas também todos os planetas também devem ser atraídos por outros planetas e assim por diante com todos os objetos do universo. Sua hipótese era que tudo isso acontecia por meio de uma força de atração que ele chamava de gravidade.

Lei.

Qualquer partícula de matéria no universo atrai qualquer outra com uma força que varia diretamente com o produto das massas e inversamente com o quadrado da distância entre elas.

Você pode esperar que a teoria seja o próximo passo natural neste caminho para a verdade científica (e para ser justo, nós meio que o preparamos para isso com a manchete), mas você estaria errado. Isso não quer dizer que uma lei seja inferior a uma teoria; é apenas uma coisa completamente diferente. Na ciência, uma lei é uma descrição detalhada de como algum aspecto do mundo natural se comporta, geralmente envolvendo matemática. A lei da gravitação universal de Newton, citada acima, descreve o comportamento da matéria com uma precisão impressionante. Isso facilita a previsão de como uma lua se comportará se for muito grande e próxima de seu planeta versus muito pequena e distante. Mas como tudo isso descreve - não explica por quê .

Teoria.

Massa e energia fazem com que o espaço - tempo se curve, e a força da gravidade surge da curvatura do espaço - tempo.

Uma teoria é uma explicação de algum aspecto do mundo natural que é bem fundamentada por fatos, hipóteses testadas e leis. A citação acima é uma versão simplificada da teoria geral da relatividade de Einstein. Newton disse que dois objetos se atraem com base em sua massa e na distância entre eles; Einstein disse que isso acontece porque a massa de cada objeto literalmente distorce o tecido do universo, e quanto maior a massa, maior a distorção.

Uma teoria é o avô de todas as afirmações científicas, e é por isso que não faz sentido dizer que a evolução é apenas uma teoria. Como Joe Hanson coloca em seu vídeo em "It's Okay to Be Smart", Pare de dizer isso como uma coisa ruim. Chamar isso de teoria significa que passou nos testes mais difíceis que podemos lançar, e a evolução foi testada talvez mais do que qualquer outra teoria que conhecemos.

Mas, como dissemos, a ciência nunca diz nada com 100% de certeza. A teoria de Einstein falha quando aplicada à mecânica quântica, que lida com o comportamento de minúsculas partículas subatômicas. Como resultado, muitos cientistas estão lançando novas hipóteses sobre a gravidade no ringue. 

Mas isso não significa que Einstein estava errado. A relatividade geral explica a grande maioria de nossas observações, e todas as vezes que os cientistas tentaram provar que ela estava errada, falharam. Essa é a força de uma teoria científica, ela é construída sobre uma base sólida o suficiente para que, mesmo que você encontre algumas rachaduras, você possa confiar que a estrutura como um todo permanecerá de pé.





MAÇONARIA CONTEMPORÂNEA - Hercule Spoladore


ABORDAGEM HISTÓRICA

        Se abordarmos a história da Maçonaria Contemporânea, sem perquirir a respeito de suas origens, não poderemos chegar a um consenso analítico razoável.

        O homem das cavernas, talvez mesmo antes de dominar o fogo e a linguagem, inicialmente solitário e agressivo, por uma questão de necessidade e de sobrevivência, tornou-se um ser gregário, pois querendo ou não, sempre dependeu da cooperação dos demais componentes de suas tribos ou clãs. Deixando as cavernas tornou-se nômade para depois tornar-se sedentário se agrupando com os demais seres humanos que o cercavam em pequenos vilarejos, vilas cidades, metrópoles etc. Para construir os locais onde pudesse habitar apareceu no decorrer do tempo quem os construísse, surgindo desta forma, os primeiros profissionais ainda que rudimentares dedicados à construção.

        Se formos abordar o complexo e intrincado surgimento da Maçonaria no mundo, teremos que, em suas raízes destacar o importante papel das associações de construtores, bem como analisar como aconteceram os fatos sociais que deram origem à Maçonaria, e posteriormente ao cooperativismo sindicalismo entidades estas que pelo menos em fase inicial de sua existência teve muito em comum, ou seja, a necessidade consequente do trabalho para subsistir, do auxílio mútuo e cooperação, vindo daí a relação empregados/patrões; reis/súditos, escravos/senhores. Depois, dentro do seu próprio contexto histórico cada associação seguiu seu caminho quer no sindicalismo quer no cooperativismo.

        Este fenômeno social de gregarismo se aplica a toda à humanidade, e é inerente ao ser vivo. Simplesmente é assim. Inicialmente havia cooperação e camaradagem, sintetizando mais um sentimento de agrupamento, para depois os grupos passarem a se organizar, em associações de defesa e proteção visando interesses mútuos, especialmente nas profissões, mas também em outras atividades.

        Entretanto, é no estudo da história do Império Romano que nos vem maiores indícios da “pré-história” da Maçonaria Operativa. Numa Pompilio (714 a 67l) A C, rei de Roma, sempre citado na literatura maçônica, por ter construído vários templos inclusive o de Janus, criou os “collegia fabrorum” dos quais foram criados os “coleggia constructorum”. Deduz-se, segundo alguns autores, porem sem provas definitivas, que estes colégios foram as sementes das futuras Lojas Maçônicas Operativas, mas não da Maçonaria tal qual a conhecemos hoje (1). Numa Pompilio regulamentou a profissão de construtor, e também a organização dos cultos já que estes colégios eram impregnados de forte religiosidade ainda naquela época politeísta, repleta de deuses, e cita-se ainda que também sob seu reinado, Roma teria sido urbanizada e as construções tiveram um grande desenvolvimento.

        Os “collegiati” no ano 65 a.C. teriam sido dissolvidos por um senatus consulto por apresentar uma ameaça ao patriciado romano. O trabalho dos “collegiati” também decaiu em função do trabalho escravo e a importação de produtos oriundos do vasto império romano. As legiões romanas nas suas conquistas destruíam tudo, mas levavam os “collegiati construtorum”, ou seja, os construtores, para reconstruir o que fosse destruído.

        Entretanto, existem trabalhos de autores maçônicos que contestam a existência dos “collegia fabrorum”, bem como que Numa Pompilio teria sido rei de Roma, já que não existem fontes primárias que comprovem este fato. Todavia, se seguirmos as citações de outros autores maçônicos, estes “collegiati” teriam existido, eles teriam se espalhado por todos os territórios romanos, inclusive os conquistados, sendo que muitos desapareceram porem outros permaneceram e participaram da trajetória histórica na arte da construção em direção à Maçonaria Medieval.

        Depois vieram os Mestres Comacinos (2) que surgiram em Como na Lombardia, que eram arquitetos construtores e hábeis escultores, sendo reconhecidos e regulamentados profissionalmente pelos reis longobardos pelo édito de Rotari em 634 d.C. e Liutprando em 713 d.C. Estes Mestres foram responsáveis pela Arte Romântica, que precedeu a Arte Gótica. Já em plena Idade Média, antes de aparecer a Maçonaria Operativa ou Maçonaria de Ofício, entrando em evidência a Arte Gótica, quando começaram a serem construídos muitos  conventos igrejas catedrais e palácios, neste período foram importantes as Associações Monásticas principalmente constituídas pelos Beneditinos e Cistercences, que eram clérigos, experientes projetistas e geômetras, excelentes oficiais na arte de construir. Dominaram o segredo da construção por muito tempo, o qual ficou inicialmente restrito aos conventos.

      Diz-se  que os termos “Venerável Mestre” e “Venerável Irmão” (3) já eram usados pelos abades do século VI, e que nós os maçons atuais, os emprestamos, aliás, como praticamente tudo na Maçonaria foi trazido de fora, isto é, copiado. E assim os Monásticos com seus conhecimentos monopolizaram por longo tempo a arte de construir guardando para a sua Agremiação, os seus segredos. Entretanto eram obrigados a contratar profissionais leigos, pois a demanda cada vez maior de construções e serviços secundários assim o exigia. Estes profissionais foram aprendendo com estes clérigos e com o tempo em face da decadência da fase Monástica, constituíram as Confrarias Leigas.

        Ressalte-se que influência destes clérigos foi muito grande, pois infundiram ensinamentos importantes na arte de construir, bem como princípios religiosos nas escolas e oficinas de arquitetura. Sabe-se que cada Corporação de Construtores tinha o seu Santo padroeiro (4), isto na Maçonaria Operativa que era totalmente católica, a qual recebeu por esta razão forte influência do clero. Os Beneditinos (Ordem de São Bento fundada por São Bento em 529 D.C. e os Cistercences os monges de Císter-França (fundada em 1098 pelo abade De Molesme) são considerados por vários autores como os ancestrais da Maçonaria Operativa, (5)).

        Seguindo-se o rumo da história, juntamente com as Ordens Militares e Religiosas, vieram as Guildas as quais influíram muito nas tradições maçônicas. As Guildas eram associações que surgiram no Norte da Europa e se  estabeleceram principalmente na Inglaterra, Alemanha e Dinamarca e em outros países. Eram associações inicialmente religiosas, mas que a partir do século XII se constituíram em associações profissionais fraternas, verdadeiras confrarias de defesa de autoproteção de seus sócios.

    Os novos participantes desta confraria eram obrigados a um juramento (6) além de pagar uma joia (7), coletavam dinheiro para auxílio mútuo, amparo às viúvas (8) e despesas funerárias.

        Interessante frisar que a palavra Loja (9) surgiu pela primeira vez em um documento emitido por uma destas corporações em 1292 servia para designar o local de trabalho ou mesmo como sinônimo de Guilda. Não se dedicavam somente às construções.

        Os componentes das Guildas reuniam-se em banquetes (10) e pleiteavam reformas políticas e sociais. Como estes costumes não eram bem vistos pela Igreja, e nem pelos reis, era comum elas adotarem nomes de monarcas ou de santos que consideravam como seu padroeiro ou patrono, para escapar a vigilância da Igreja e dos governantes.

        No século XII, na Alemanha surgiu a Corporação dos Steinmetzer que eram conhecidos por serem escultores e entalhadores de pedras ou canteiros e  que não se dedicavam exclusivamente á arte Gótica, porem trabalharam em muitas catedrais deste estilo de construção. O canteiro esquadreja e trabalha na escultura da pedra bruta.

        Os Steinmetzer tomaram grande impulso através do seu famoso arquiteto Erwin, natural de Steinbach. Segundo alguns autores, não há a unanimidade, a Convenção de Estrasburgo, dos Canteiros foi convocada por ele em 1275 para terminar uma importante catedral em arenito rosa existente naquela cidade. A fachada é ornamentada até hoje, com lindas estátuas representando virtudes e vícios (virgens loucas e virgens prudentes). À Convenção compareceram os principais arquitetos ingleses, alemães e italianos e de outros países. Nesta Convenção foram adotados os sinais, palavras e toques usados para identificação secreta membros da Confraria, (11), diga-se de passagem, pela primeira vez, pelo menos pelo que está registrado oficialmente. É bem provável que outras Corporações usassem suas próprias senhas.

        Ainda no século XII surgiu a Franco-Maçonaria ou Ofícios Francos, (12) a qual era constituída de pedreiros-livres ou franco-maçons e que deixaram a marca de sua influência de forma indelével na Maçonaria atual. Os franco-maçons puderam se dar totalmente à sua arte, pois eram trabalhadores privilegiados, porque estavam isentos de impostos, eram construtores categorizados, tinham livre trânsito, isto é, não ficavam presos numa mesma região à disposição de seu nobre senhor e alem disso eram muito respeitados e, além disso, não eram escravos. O termo franco significava liberdade total, livre de qualquer tipo de servidão ou compromisso, a não ser o de criar e construir.

        Mais ou menos a partir do século XV nasceu na França um tipo de agremiação de operários cristãos itinerantes, a Corporação dos Companheiros (Compagnonnage) e que teria sido fundada pelos Cavaleiros Templários. Eles iam de cidade em cidade, solicitando trabalho e prestavam assistência mútua. Não era permitido ingresso na organização senão após um tempo de aprendizado e também eram recebidos através de um cerimonial. (13) Eles construíram no Oriente Médio durante as Cruzadas, fortificações, cidadelas, especialmente pontes e obras de defesa militar. Ao voltarem às suas pátrias, construíram obras civis, igrejas e catedrais. Estas organizações duraram muito tempo e desapareceram por completo no início do século XIX com nascimento da grande indústria e do sindicalismo.

        Interessante que estas Corporações de Oficio se tornaram importantes em função da arte gótica que nasceu na França e se notabilizou na Alemanha e outros países e que durou cerca de trezentos anos. A Renascença viria e suas conseqüências se fizeram sentir tanto na arte gótica como no monopólio das Corporações das construções das fraternidades maçônicas operativas que dominavam as construções góticas, cujas edificações mais importantes, as catedrais, castelos e outras construções já estavam todas construídas. Já havia mais o que construir neste estilo.

        Este fato ocasionou a decadência das Corporações e já no século XVII, podemos notar que o povo europeu já estava preferindo o estilo clássico romano que era mais alegre que o austero estilo gótico. Assim a arte da construção teve que sair das mãos dos franco-maçons e se tornar um apanágio de outros operários construtores que não faziam parte da Confraria. As Corporações que sempre foram de certa forma perseguidas por vários governos, agora o eram também até pela Inquisição. Os chamados régulos e também os Jesuítas não admitiam os segredos das Confrarias e das Agremiações Corporativas. Estas Corporações viriam com o tempo a serem dissolvidas.

        Foi mais ou menos nesta fase da história que as fraternidades maçônicas operativas foram obrigadas a aceitar outras pessoas que não estavam ligadas construção, muito embora há muito já as estivessem aceitando. O primeiro maçom “Aceito” que se têm provas foi John Boswel, que era um lorde e que ingressou numa Confraria em 08.06.1600 como maçom aceito, não profissional na Loja da Capela de Santa Maria em Edimburgo, na Escócia. Esta aceitação passou a ser comum, em virtude da decadência das corporações admitindo-se sábios, filósofos, naturalistas, artistas, antiquários, nobres, militares, comerciantes, escritores e pensadores marcando assim uma grande transformação na Ordem. Estes “Aceitos” trouxeram novas concepções e contribuições para as agremiações, porem a transformaram radicalmente. Inclusive, segundo alguns autores, os Rosacruzes foram os que mais contribuíram para a filosofia maçônica, já que muitos destes primeiros “Aceitos” eram Rosacruzes.

        No início do século XX, mais precisamente em 1909 um escritor de nome Charles Bernadrin do Grande Oriente da França consultou 206 obras e selecionou 39 opiniões diferentes à respeito das origens da Maçonaria. Hoje é possível que o número de opiniões esteja aumentado. Alguns autores dão ênfase a uma possível origem da Maçonaria nos Templários. Entretanto está provado que foi uma tentativa do Cavaleiro de Ramsay que foi o idealizador desta teoria, talvez tentando dar uma procedência mais nobre à Ordem encobrindo desta forma, a origem humilde nos trabalhadores da construção.

        Ainda, até a presente data existem algumas Lojas Operativas na França.

        A Maçonaria Operativa faz alusões aos Old Charges, cerca de l50 manuscritos antigos, os quais não fazem quaisquer referências a templos, aos hermetistas, templários, rosacruzes, não citam o sentido simbólico das ferramentas, não é citada a Bíblia, não se fala em ocultismo, esoterismo alquimia, cabala etc. Era uma maçonaria francamente católica.

        As Lojas eram constituídas dos chamados “Maçom livre em Loja livre”. Estes documentos não citam os famosos landmarques, tais como os conhecemos hoje. Se lermos as mais variadas classificações de landmarques, as quais estimam em mais de sessenta, veremos que elas nada mais são que cópias dos estatutos das referidas  corporações, quer de Construtores quer das Guildas, cujos artigos foram copiados e adaptados à Maçonaria depois de 1717, tendo muito pouco a ver a nossa atual Maçonaria. Compulsando as cópias dos manuscritos inseridos nos Old Charges entre os quais o mais conhecido é o “Poema Régio”, sempre encontramos uma provável origem através de uma palavra, um sinal, um costume, uma cerimônia um objeto uma ferramenta que os maçons antigos usavam e que emprestamos para nós, e demos um simbolismo próprio.

        Verdade seja dita, se analisarmos com cautela sem preconceitos e sem predisposições, veremos que a Maçonaria Operativa tem menos a ver com a Maçonaria Moderna ou Especulativa, do que nos fazem crer e que se propala em muitas publicações maçônicas. Foi uma Ordem que se sobrepôs à outra, adotando seu nome, seus costumes, suas lendas, suas alegorias, seus sinais, suas palavras, aproveitando sua estrutura já pronta, porem modificando-a quase que totalmente e revestindo-a de valores simbólicos modificados.

        Os maçons se reuniam em tabernas, cervejarias, hospedarias e nos adros das igrejas. Não existiam templos. Estes locais de encontro tinham mais uma função social e de comemoração. O primeiro templo (Freemason’s Hall) só foi construído em l776 em Londres. Aliás, este templo foi ornamentado com as cinco Ordens de Arquitetura, de inspiração do grande escritor e o primeiro professor de Maçonaria, o inglês Willian Preston, tido como o primeiro maçom a dar o sentido simbólico às ferramentas de pedreiro, ligadas à construção, tal qual as conhecemos hoje.

        A Maçonaria caminhava neste trajeto, se transformando dia a dia com o mundo também se modificando e evoluindo. Na Inglaterra que foi o berço da Maçonaria Moderna existia uma famosa cervejaria “O Ganso e a Grelha”, onde se reuniam os franco-maçons. Inicialmente esta Corporação só constituída por profissionais de ofício, a partir de 1703, começou a receber os “Aceitos” indistintamente de todas as classes sociais, fazendoccom que houvesse uma profunda reforma na organização. Um dos líderes dos “Aceitos” o pastor protestante Desagulliers conseguiu reunir quatro confrarias cujos nomes soam um tanto estranhos para nós, no nosso tempo, tais como a “Macieira” a “Coroa” a já conhecida “O Ganso e a Grelha” e o “Copázio (Taça?) (14) e as Uvas”. Estas quatro corporações no dia 24.06.l7l7 se reuniram e fundaram a Grande Loja de Londres, surgindo daí o sistema de submissão a um Grão- Mestre que hoje conhecemos muito bem. Criaram assim a primeira Potência ou Obediência maçônica no mundo. Havia até então apenas dois graus, sendo que em 1725 foi criado o grau de Mestre finalmente incorporado nos Rituais a partir de 1738. E a recém inventada Lenda de Hiran levaria muitos anos para se consolidar e ter a versão que tem hoje, que, aliás, é a definitiva. Inicialmente a Grande Loja de Londres não foi bem aceita na Inglaterra.

        A partir deste ponto a Maçonaria seguindo a libertação que o Século das Luzes trouxe ao mundo, foi um verdadeiro cadinho de experiências culturais e ritualísticas dentro da Ordem. A Inglaterra ordeira e rígida em suas tradições manteve como mantém até hoje apenas os três graus simbólicos, a França como o seu perfil latino e ousado proporcionou uma enxurrada de graus, criando os Graus Superiores, e alem dos ritos tradicionais, criou uma série de outros ritos, alguns exóticos e mágicos. 

        A Alemanha e outros países inicialmente acompanharam a França neste festival de graus e ritos, porem a Alemanha depois resolveu enxugar e expurgar o que tinha de exagero. De qualquer forma neste século foi criada a base da Maçonaria Moderna ou Especulativa tal qual conhecemos hoje a partir da Maçonaria Operativa. Abordar o estudo de uma Instituição como a Maçonaria não é fácil. Ela é a pátria das contradições e dos paradoxos. Ela não é uma religião, muito embora muitos Irmãos pensem que ela o seja, e ainda para confundir ela se reúne em templos já que os mesmos dão idéia de igreja. Ela ensina o maçom a crer num Ente Superior, na imortalidade da alma e propaga que não é dogmática. Mas ela é dogmática sim, pois exigindo que o maçom creia no GADU, já é um dogma. Mas também aceita o Rito Moderno ou Francês que aboliu a Bíblia e qualquer citação do GADU em suas sessões. Sua intenção foi muito boa, pois deixa o maçom à vontade como livre pensador para buscar suas respostas existenciais.

        Ela adotou o modelo republicano, que, aliás, ajudou a criar e lutou por ele, contendo os três poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, funcionando como se fosse um pais dentro de outro, porem, sem território. Mas onde deveria existir uma democracia plena, onde as constituições das Potências deveriam democraticamente ser obedecidas, freqüentemente com raras exceções, são manipuladas por uma cúpula, que exerce um poder monárquico e despótico. A hipocrisia, a ganancia de poder, os falsos lideres, a mentira pairam em nossa Ordem atualmente É claro que é uma minoria, mas é uma minoria muito atuante, porque os bons maçons numa atitude que chega a ser covarde se calam.

        Temos inúmeros templos ociosos nas cidades onde existem mais de quatro ou cinco Lojas. Cada Loja quer ter o seu templo, onerando os Irmãos, quando poderiam se reunir várias Lojas num mesmo templo e usar o potencial de uma nova construção para uma entidade assistencial, ou escola.

        Não temos a representação política que deveríamos ter. Nossas sessões estão anacrônicas e desatualizadas. Num mundo competitivo onde a instrução e a informação tem um valor absoluto de sobrevivência das instituições, uma sessão maçônica que dura em média duas horas, com a quase totalidade de sua duração gasta em problemas administrativos de pouca importância, relega a instrução e a informação a respeito da Ordem a um segundo plano, quando ela deveria tomar todo tempo que assim é perdido, com assuntos de interesse tais como filosofia, história, ritualística liturgia, legislação, estudo da Política e do Bem Social como ciência etc.

        A Maçonaria Contemporânea fragmentou-se em inúmeras Potências ou Obediências cada qual se proclamando autônoma, legítima, verdadeira, regular e legal sendo que o relacionamento entre elas é muito complexo e chega até ser estranho, visto que o valor imensurável que dão a um fator chamado regularidade escapa à análise lógica e coerência de um maçom inteligente, servindo esta malfazeja regra de um complicador no relacionamento fraternal destas Potências entre si. Felizmente as lojas-bases entenderam que o caminho não é bem esse e todos os maçons se recebem e se abraçam como verdadeiros Irmãos, as vezes ignorando determinações superiores. Atualmente as potencias ditas regulares estão se achegando mais, mas isto não está escrito num tratado. É uma situação de fato.

        Felizmente, talvez por obra e graça do Grande Arquiteto do Universo a Essência da Iniciação, ou seja, a mensagem iniciática que envolve todo o maçom permaneceu intata, apesar dos rituais de um mesmo rito serem diferentes na mesma potência ou em potências diferentes. Permaneceu o sentido iniciático.

        Alguma coisa realmente na Maçonaria parece que deu certo, uma delas é o seu ecletismo, outra é o respeito que os Irmãos nutrem entre si, quer como fraternos, quer em suas idéias, respeitando assim os princípios da Dialética em que, mesmo não concordando com elas, aceitam ouvi-las e analisá-las, porem desde que fiquem tão somente no campo das idéias, porque se tratar da disputa de poder maçônico, muda-se completamente o paradigma, chegando até respeitáveis Irmãos aos mais baixos degraus das provocações mútuas, especialmente quando este poder atinge a vaidade de cada um. 

        A Maçonaria tem dois tipos básicos de adeptos, os místicos e os documentais. Ambos se respeitam mutuamente, porem divergem entre si, com relação ao fato dos maçons documentais se basearem em documentos antigos e autênticos, nas fontes primárias de pesquisas, e também na lógica enquanto que os místicos têm outra linha de pensamento totalmente baseada no esoterismo, alguns até exagerando e se tornando mistificadores.

        No Brasil temos uma Maçonaria pobre e somos completamente amadores quando desejamos tratar de filantropia. Já os EE. UU. administram muito bem esta parte, mantendo hospitais, asilos e entidades filantrópicas etc..

        Enquanto na Inglaterra a principal atividade da organizada Maçonaria Inglesa é o encontro fraterno, o “clubing” que os ingleses tanto adoram na França a Maçonaria é francamente político-social, no Brasil na grande maioria de suas Lojas é um misto de esoterismo, gnosticismo, cabala alquimia, e religião, onde lendas, crendices, enxertos, invenções e “achismos” fazem parte de um sincretismo que tornam a Ordem diferente de outros países, esquecendo-se que a maior meta da Maçonaria, além da formação intelectual e espiritual do maçom é a de transforma-lo num construtor social.

        Ao enfocar a Ordem desta maneira, não estamos tentando denegri-la. Pelo contrário, estamos dando um brado de alerta, pois precisamos acordar e nos adaptar ao século que estamos vivendo, onde os progressos científicos, culturais e sociais estão influindo em todas as Instituições, e que quem não se redimensionar não sobreviverá.

        A Maçonaria tem a necessidade urgente de procurar adaptar-se a um novo modelo, pois poderá correr o risco de não sobreviver nos próximos cem anos, o que em realidade não acreditamos que aconteça, pois ela já passou por crises importantes, mas sempre teve a felicidade de ser salva por maçons notáveis, de mentes claras transparentes e inteligentes que acudiram a Ordem em tempo. Estamos aguardando a volta destes Guardiões.

        Que venham logo...

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NOTAS.

(01) Primórdios, início, idéias iniciais de agrupamentos de profissionais da construção.

(02) Mestres da construção e operários reconhecidos por éditos reais.

(03) Termos usados atualmente nas Lojas para designar o Mestre da Loja, o Venerável, ou mesmo tratamento entre Irmãos.

(04) Maçonaria de São João, Santo Padroeiro como hoje é conhecido oficialmente, possuía na Maçonaria Operativa inúmeros santos protetores.

(05) Teobaldo Varoli Filho os considera como ancestrais da Maçonaria Operativa.

(06) Juramento, parte integrante da ritualística maçônica atual.

(07) Importância que todo novo adepto paga ao ser admitido na Loja.

(08) Refere-se atualmente ao “Tronco das Viúvas” conhecido como Tronco de Solidariedade.

(09) Loja. Do germânico leubja, do francês, lodge. Local onde se reúnem os Irmãos.

(10) A Maçonaria atual se reúne também em almoços, jantares, e banquetes, aliás, existe até o Banquete Ritualístico, criação do Rito Francês ou Moderno.

(11) Oficialmente os Steinmtzer criaram na Convenção de Etrasburgo os toques, sinais e palavras. Todavia, sabemos que toda Corporação tinha a sua própria maneira de se reconhecer.

(12) Franco-Maçonaria, a verdadeira Maçonaria Operativa, que serviu de base à Maçonaria Moderna tal qual a conhecemos.

(13) As demais Corporações também exigem um cerimonial próprio para a recepção do novo adepto. Acresça-se que a Maçonaria atual enriqueceu a cerimônia com procedimentos de forte caráter simbólicos, espirituais e culturais tentando induzir o novo adepto a descobrir o seu duplo EU.

(14) “Copázio e as Uvas” (copo grande, coparrão copaço) parece ser a tradução mais adequada de “Rummer and Grappes” que o termo usadíssimo na Ordem, “taça” Imaginem aqueles rudes franco-maçons ingleses, naquelas tabernas às tardes após o árduo e suado trabalho diário, tomando suas bebidas em taças? É pouco provável.


REFERÊNCIAS:

CARVALHO, Francisco A. O Aprendiz Maçom. Editora Maçônica “A Trolha” Ltda. Londrina-PR – 1995

CASTELLANI, José A Ciência Maçônica e as Antigas Civilizações. Editora Resenha Universitária. São Paulo SP - 1977

CONCEIÇÃO Eleutério N. – Maçonaria – Raízes Históricas e Filosóficas. Editora O Prumo - 2ª ed. Florianópolis SC – 2006

PETERS, Ambrósio Maçonaria – História e Filosofia. Editora Núcleo Florianópolis SC - 1998

VAROLI, Teobaldo Fº Curso de Maçonaria Simbólica – l.º Grau. Editora A Gazeta Maçônica S.A. São Paulo SP - 1970

setembro 11, 2023

ESTRANHA LOUCURA - Roberto Ribeiro Reis




Muitas pessoas invocam o nome de Deus para tentarem fazer com que seus projetos – muitas das vezes escusos – tenham a aparência da legalidade e da moralidade.

Atrás de belos ternos, fazendo uso de brilhante oratória, chegam a persuadir multidões de inocentes, ou até mesmo de pessoas não tão ingênuas, mas que acabam tendo afinidade com a lavagem cerebral que lhes é ofertada.

É sabido e consabido que haverá falsos Cristos e falsos profetas; em proporção avassaladora, “líderes religiosos” e experts das redes sociais têm se arvorado no direito de ludibriar as pessoas, não se importando com as consequências de seus atos nefastos.

O resultado disso é um estado de alienação espiritual e ideológica absolutos! Rendem-se cultos e idolatrias a estas “lideranças”, sendo que o único ente a ser idolatrado resta absurdamente esquecido no coração e na mente dos homens.

Milhares de pessoas, mundo afora, têm levantado templos a Mamon, à Baal e a tantos outros deuses pagãos; parecemos viver um estado de puro retrocesso de valores, e temos constatado – atônitos e perplexos - que o homem tem preferido render respeito ao bezerro de ouro, do que estabelecer a sagrada conexão com o Eterno.

Felizes e privilegiados somos nós Maçons, pois a despeito dessa nova Babilônia que temos assistido nos quatro cantos do mundo, ainda mantemos o equilíbrio e a sensatez, e tudo o que temos feito continua (e continuará) sendo realizado à Glória do Grande Arquiteto do Universo!

Por mais que sejamos convidados a exercer a  idolatria profana, reiterada  e inescrupulosamente, continuamos firmes no Propósito Real de ascensão pela Escada de Jacó, e neste intento permaneceremos sem hesitar, nem que para tal tenhamos que travar lutas constantes com o Anjo.

A humanidade tem sido subjugada por um ideário nada condizente com os textos sagrados. E, por mais que o caos tenha se instalado com uma intensidade voraz no edifício interior de cada homem, este insiste em reincidir na seara de crimes que o vulgo lhe tem ensinado como sendo disciplina benéfica e indispensável.

Sem querermos realizar alguma imersão sectarista, proselitista ou de viés religioso, temos notado que o homem tem padecido de uma estranha loucura: a loucura de a tudo aceitar (pessoas e situações), sem realizar um filtro mínimo sequer. 

Tem sido mais cômodo seguir a legião do Bezerro de Ouro, suscetível aos prazeres ignóbeis, às sensações de baixo padrão vibratório, enfim às facilidades que não parecem ter fim. O pior de tudo isso é o vazio existencial que se vive após essa ressaca meramente profana.

A nós, livres pensadores,  resta-nos alicerçar nossas bases espirituais e intelectuais, edificando-as com o verbo vivificante e  renovador das energias.

Somente assim, teremos a força necessária para lidar com os desarrazoados dos falsos profetas, que amiúde se nos apresentam.


setembro 10, 2023

ALBERT PIKE

 📝



 Foi com 41 anos de idade que Albert Pike se iniciou na Maçonaria, mais precisamente em julho de 1850, na Loja Western Star nº 2, em Little Rock, Arkansas. Ele ficou fascinado pela Ordem e logo começou a participar de tudo que podia encontrar da Maçonaria.

Dois anos depois de iniciado, Pike se juntou com 16 Irmãos e fundaram a Loja Magnolia nº 60, onde ele foi Venerável de 1853 a 1854. Ele recebeu os 10 Graus do Rito de York, tornou-se ativo na Grande Loja do Arkansas, no Grande Capítulo do Real Arco da mesma cidade e, até 1853, ele nunca tinha ouvido falar do Rito Escocês, mas, em março do mesmo ano, ele viajou para Carolina do Sul e recebeu desde o Grau 4º ao 32º deste Rito.

No ano que ele ingressou no Rito Escocês, foi nomeado Inspetor Adjunto de Arkansas para aquele Rito e foi aí que ele começou a ficar intrigado e insatisfeito com a forma como os graus foram apresentados. Pike começou então a pesquisar a fundo e copiou, à mão, todos os graus maçônicos arquivados na biblioteca do Supremo Conselho, dando início à tarefa que o tornou famoso no mundo maçônico.

 Em 1855, ele foi nomeado para um comitê encarregado de preparar versões novas e melhoradas dos rituais de grau. Apesar dele ser mais novo e menos experiente que a maioria dos Irmãos ali presentes, acabou realizando o trabalho. Depois disso, ele reescreveu todos os graus.


Pike foi eleito e instalado, seis anos depois de entrar para o Rito Escocês, como Grande Comendador do Supremo Conselho para a Jurisdição do Sul, no início de 1859 e ocupou este cargo até a data de sua morte, em 1891. 


.FONTE #curiosidadesdamaconaria #curiosidadesmaconicas #maconaria #albertpike

À PORTA - Adilson Zotovici





Um desgarrado da missão

Numa caminhada torta

Que não encontrado a razão

Na antiga morada aporta


A inquisitivo artesão

Com falsa calma se reporta

Que lenitivo buscava então

À sua alma quase morta


Respondeu ao obreiro fujão

Não sei se o canteiro comporta...

E do _Venerável_  a conclusão :


_É obra fraternal_, exorta !

_Não te esqueças que um irmão_

_Que como tal, bate à porta_!



setembro 09, 2023

MUDAR OU DESAPARECER - O DILEMA DA MAÇONARIA - John L. Palmer



Existe, atualmente, uma crise na nossa Fraternidade?

Se sim, como posso ajudar?

Na história conhecida da Maçonaria, pelo menos desde que se vem contando os Maçons, o número de membros na nossa Fraternidade sempre oscilou, subindo e descendo.

Mas, à medida que o número de membros começou a declinar, surgiu um problema jamais enfrentado.

Mais ou menos no meio do século XX, uma Loja na Austrália estava lidando com o mesmo, ou pelo menos um problema similar de declínio de membros e interesse.

Eles perceberam que a razão pela qual o número de membros estava declinando era que os seus próprios membros não entendiam o que a Maçonaria realmente era; que como resultado, a Loja tinha sido transformada em algo completamente diferente do que pretendia ser; e, que os membros e possíveis membros eram apáticos sobre essa organização chamada Maçonaria.

Eles notaram que a ênfase tinha mudado de companheirismo, estudo filosófico e desenvolvimento espiritual para discussões superficiais sobre tópicos mundanos.

Eles insistiram que se a Fraternidade retornasse ao que eles acreditavam que uma vez fora, os homens, tanto membros quanto não membros, seriam atraídos, e o problema se resolveria por si mesmo.

Eles insistiram que os homens eram atraídos por coisas que eles consideravam valiosas e que os membros da Loja deveriam ser retratados como sendo de imenso valor a fim de atrair homens que se beneficiariam do crescimento intelectual e espiritual que a Fraternidade oferece.

Colocando a sua teoria em prática, criaram uma Loja com ênfase nas discussões intelectuais da filosofia e história maçônicas, eliminando assim muitas oportunidades de desviarem do objetivo.

Por todos os lugares, havia muitos maçons que não estavam realmente felizes com o que estava acontecendo nas suas Lojas.

Quando finalmente conseguiam se tornar membros da Fraternidade, ficavam desiludidos.

Quando viram o que os maçons realmente faziam nas suas reuniões, ficaram muito desapontados.

Eles tinham esperado cerimônias majestosas e impressionantes; discussões profundas de assuntos que os desafiariam mentalmente; e a oportunidade de aprender sobre grandes mistérios aos quais, de outra forma, não teriam tido acesso.

Muitos destes jovens maçons tinham grande respeito pela Fraternidade antes de apresentarem petições e pelos homens que conheciam como Maçons, mas faltava alguma coisa.

Em vez disso, viam cerimônias que poderiam ou deveriam ter sido mais impressionantes, lidas num livro por um membro da Loja que lia mal e não entendia algumas das palavras, muito menos o significado dos rituais.

Eles viam homens assumindo obrigações solenes de fazer todo o tipo de coisas elevadas e, em seguida, prontamente se comportando como se não tivessem feito aquilo.

Quando eles perguntavam “por quê?” sobre partes das cerimônias ou dos rituais, eles eram instruídos a memorizar corretamente as palavras, pois ninguém sabia “por que” eles diziam e “o que” faziam.

Eles se perguntavam: “Em que eu me meti? 

Não há algum lugar melhor onde eu quero gastar o meu tempo?”

Muitos destes homens se afastaram da Fraternidade, perdidos e desiludidos.

Alguns, no entanto, tiraram um tempo para aprender o ritual, ler a literatura, pensar sobre “o que” a Maçonaria deveria ser e decidiram que isso precisava retornar à Instituição que eles percebiam uma vez ter sido.

A partir daí, esta Loja Australiana passou a ter uma lista de espera de homens querendo se tornar membros.

Eles aprenderam a ser mais exigentes com os seus membros e discutir assuntos mais esotéricos e filosóficos, além de enfatizarem a excelência na experiência iniciática transmitida.

Eles se enquadraram no guarda-chuva que alguns chamam de “Restauração Maçônica” e organizaram-se para promover esses ideais.

Estaremos vivenciando, em pleno século XXI, situação semelhante à vivenciada por aquela Loja na Austrália??? 

Se sim, o que poderei fazer??? 

Tradução: J. Filardo

setembro 08, 2023

FORMAÇÃO – O TESTAMENTO



O novo nascimento ou regeneração ideal que indica, em todos os seus aspectos, a câmara de reflexões, tem finalmente o seu selo e concretiza-se por um testamento, que é fundamentalmente um atestado ou reconhecimento de seus “deveres”, ou seja, da sua tríplice relação construtiva: com o princípio interior (individual e universal) da vida, consigo mesmo como expressão individual da Vida Una, e com os seus semelhantes, como expressão exterior da própria Vida Cósmica.

Trata-se de um testamento iniciático bem diferente do testamento ordinário ou profano. Enquanto este último é uma preparação para a morte, o testamento simbólico pedido ao recipiendário, antes da sua admissão às provas, é uma preparação para a vida – para a nova vida do Espírito para a qual deve renascer.

Morte e nascimento são, na realidade, dois aspectos intimamente entrelaçados e inseparáveis de toda mudança que se verifica na forma e na expressão, interior e exterior, da Vida Eterna do Ser. Na economia cósmica, e da mesma forma na vida individual, a morte, cessação ou destruição de um aspecto determinado da existência subjetiva e objetiva, é constantemente acompanhada de uma forma de nascimento. Assim, pois, só em aparência os consideramos como aspectos opostos da Vida, ou como seu princípio e fim, enquanto indicar simplesmente, uma alteração ou transformação, e o meio no qual se efetua um progresso sempre necessário, ainda que a destruição da forma não seja sempre a sua condição indispensável.

Como emblema da morte do homem profano, indispensável para o nascimento do iniciado, o testamento que faz o candidato é um testamento do qual ele mesmo será posteriormente chamado a se converter em executor, é um Programa de Vida que deverá realizar com uma compreensão mais luminosa das suas relações com todas as coisas.

A primeira relação ou “dever” do testamento é a do próprio indivíduo com o Princípio Universal da Vida, uma relação que tem de se reconhecer e se estabelecer interiormente, e não sobre a base das crenças ou prejuízos, sejam positivos ou negativos. Não se pergunta ao candidato se crê ou não em Deus, nem qual é o seu credo religioso ou filosófico; para a Maçonaria todas as “crenças” são equivalentes, como outras tantas máscaras da Verdade que se encontram atrás ou sob a superfície delas e somente à qual aspira a conduzir-nos.

O que é de importância vital é a nossa íntima e direta relação com o Princípio da Vida, qualquer que seja o nome que lhe dê externamente, e o conceito mental que cada um possa ter formado ou dele venha a formar, uma relação que é estabelecida na consciência, além do plano da inteligência ou mentalidade ordinária.

A consciência desta relação, que é Unidade e Individualidade, traduz-se no sentido da primeira pergunta do testamento: “Quais são os vossos deveres para com Deus?” A segunda: “Quais são os vossos deveres para com vós mesmos?” nada mais é do que a consequência da primeira. Tendo-se reconhecido, no íntimo do seu próprio ser, naquela solidão da consciência que está simbolizada pela câmara de reflexões como uma manifestação ou expressão individual do Princípio Universal da Vida, o candidato é chamado a reconhecer o modo pelo qual a sua vida exterior se encontra intimamente relacionada com o que ele mesmo é interiormente, e como a compreensão desta relação tem em si o poder de dominá-la e dirigi-la construtivamente.

O homem é como manifestação concreta, o que ele mesmo se fez e faz constantemente, com os seus pensamentos conscientes e subconscientes, a sua maneira de ser e a sua atividade. O seu primeiro dever para consigo mesmo é realizar-se e chegar sempre a ser a mais perfeita expressão do Princípio de Vida que nele busca, e encontra uma especial, diferente e necessária manifestação, deduzindo ou fazendo aflorar à luz do dia, as possibilidades latentes do Espírito, aquela Perfeição que existe imanente, mas que só se manifesta no tempo e no espaço, na medida do íntimo reconhecimento individual. Quanto aos deveres para com a humanidade, estes representam um sucessivo reconhecimento íntimo que é complemento necessário dos dois primeiros: tendo-se reconhecido como a manifestação individual do Princípio Único da Vida, e sabendo que ele é por fora o que realiza por dentro, deve acostumar-se a ver em todos os seres outras tantas manifestações do próprio Princípio. Deste reconhecimento, brota como consequência necessária o seu dever ou relação para com a humanidade, que não pode ser outra coisa que a própria fraternidade. A compreensão desta tríplice relação é o princípio da iniciação, o início efetivo de uma nova vida, o testamento ou doação que é feita para si próprio, preparando-se para executá-lo. É a preparação necessária para as viagens ou etapas sucessivas do progresso que o aguardam.


setembro 07, 2023

INDEPENDENCIA DO BRASIL - Joab Nascimento



I

Se é para o bem de todos,

Felicidade da nação,

Diga ao povo qu'eu fico,

Essa é a minha decisão,

Dom Pedro assim declarou,

A nossa libertação.

II

Com seu pai se rebelou,

Decidiu aqui ficar,

Às margens do Ipiranga,

Dom Pedro veio declarar,

A independência ou morte,

Pelo Brasil, veio lutar.

III

Pra se fazer uma pátria,

Soberania nacional,

Necessário é ter o apoio,

De todo povo em geral,

E assim fomos libertos,

Das garras de Portugal.

IV

Nesse 7 de setembro,

É bom para refletir,

Passaram dois centenários,

Após Pedro decidir,

O que nós contribuímos,

Para o Brasil progredir?

V

Nossas matas, nossos rios,

As riquezas naturais,

O mar que nos alimenta,

Envolto de manguezais,

Seus minérios, sua fauna,

Seus projetos culturais!

VI

Devemos nos orgulhar,

Dessa terra brasileira,

Sem vulcões e tsunamis,

O solo sem tremedeira,

Onde a guerra não impera,

Só há paz a vida inteira.

VII

Carregamos do passado,

As raízes e culturas,

Onde os índios e os negros,

Sofreram só amarguras,

O nosso solo tão fértil,

Produz bastante fartura.

VIII

O nosso símbolo maior,

Nos mastros a tremular,

Saudando todos seus filhos,

De forma tão singular,

Com o hino nacional,

Do alto fica a reinar.

IX

Hoje o verde e o amarelo,

Está sujo e manchado,

O nosso azul e branco,

Agora está encarnado,

O regime democrata,

Infelizmente foi trocado.

X

Todos nossos patriotas,

Hoje estão impedidos,

De lutar pelo Brasil,

De ir pras ruas, proibidos,

Os tons vermelhos de sangue,

Nas bandeiras são exibidos.

XI

Deus proteja o Brasil,

E esse povo lutador,

No dia 7 de setembro,

Dom Pedro, Imperador

Proclamou a independência,

Sob às bençãos do Senhor.


setembro 06, 2023

A VOLTA DE DOM PEDRO - Adilson Zotovici

 


Em meio a soturnas imagens

Sob Sol sem brilho, poluído,

Com malcheiroso e entupido

Ipiranga, sem suas margens 


Há muito adormecido

Por uma obra do destino

Desperta alguém, repentino,

Um tanto ensandecido 


Indagou com ar genuíno

A aparvalhado assistente

Desse lugar tão diferente,

Que respondeu o cabotino: 


Creio bem conveniente

Desabalares em carreira,

Permaneceres aqui é besteira

Fantasiado de regente !


Não me digas tal asneira 

Explica-me pois, a razão

De tanta gente e confusão

Em volta daquela Bandeira 


Deve ser um arrastão 

E vais passando todo ouro

Se é que ainda tens tesouro

Pois como muitos, sou ladrão 


Ora vejam que desdouro...

Está por aí meu cavalo 

Se queres, podes levá-lo

Pois tem a força dum touro 


Ouças bem o que te falo

Aqui está tudo mudado

Teu cavalo foi trocado

Por uma “pedra”, num estalo


Tomes muito cuidado 

Roubam até um pangaré

Aprontam o maior banzé

Aqui é um inferno encantado 




Muito brava está a maré 

Vês que não tens qualquer jóia

Roubada quiçá por um nóia

Trocada por “pó” lá na Sé 


Vive-se uma paranóia 

Vândalos por toda cidade

Não há pois, autoridade,

O que vale...é a tramóia 


Acho melhor na verdade,

Entregar minha espada

Qual já foi tão honrada

Pra conseguir liberdade 


Com uma grande risada

O ladrão penalizado

Disse ao infeliz desvairado;

Não te sobraste mais nada !!


Dom Pedro escandalizado

Sem rumo, sem um norte,

Abominou sua sorte

De ali ter acordado 


Já entregue, brada forte;

Eu aqui não mais governo 

Melhor tornar ao sono eterno...

Com independência ou morte !



setembro 05, 2023

PESSOA HASSÍDICA - Newton Agrella


Recentemente li um texto cujo título era:  "O Maçom deve ser uma pessoa hassídica".

Confesso que me senti um pouco desconfortável  com o conteúdo do mesmo. 

É inequívoco que o adjetivo "hassídico" é de concepção puramente religiosa.

O termo está intimamente relacionado ao Judaísmo. 

A Etimologia desta palavra tem origem no Hebraico "hassid", cujo significado é  "devoto"; "fervoroso", "temente a Deus".

Algo que me parece um tanto paradoxal  quando o texto conclama tratar-se de uma "condição precípua" ou um postulado de que o  Maçom seja esta pessoa.

Afinal de contas, a Maçonaria não é religião, seita nem tampouco é dona de qualquer propriedade reveladora, transformadora ou divinal.

Maçonaria é Filosofia e suas propriedades são dialéticas.

A Sublime Ordem não sugere nem fomenta qualquer caráter de "temor a Deus", ou seja lá qual for a ideia de subserviência ou mansuetude.

Sua essência reside na busca pelo aprimoramento da Consciência.

O texto, ainda que bem intencionado, resvala num viés um tanto messiânico e foge dos princípios dialéticos da Ordem, impingindo ao Maçom um atributo que colide com a atitude especulativa, investigativa e de propósito intelectual que é o que se espera de um livre pensador.

Ser bom e ser sensível ao bem são predisposições da alma e do caráter que se esperam de qualquer ser humano, sem que seja uma prerrogativa exclusiva do maçom.

De qualquer forma, o autor do referido texto ocupou-se de dar uma interpretação bem subjetiva ao termo, procurando de algum modo estabelecer um vínculo consistente ao conceptismo maçônico.

Enfim, não se busca aqui arrogar-se qualquer tipo de razão, mas apenas pontuar aspectos que podem nos conduzir a possíveis  inconsistências conceituais.



setembro 04, 2023

DISCRETA SIM, SECRETA NÃO -




A Maçonaria foi e continua a ser encarada por muitos como sendo uma sociedade secreta. Dentro da realidade atual entretanto, a instituição não poderá ser considerada senão como sendo uma sociedade discreta.

Há realmente, uma grande diferença entre estes dois conceitos. Como secreta dever-se-ia entender que se encobre na Maçonaria algo que não pode ser revelado, quando por discreta, entende-se que se trata de ação reservada e que interessa exclusivamente àqueles que dela participam.

Na realidade, a Maçonaria não é possuidora nem detentora de nenhum segredo misterioso como têm pretendido alguns.

No vocabulário maçônico moderno, a palavra segredo, deve considerar-se como discrição. Assim o ensina a instrução de Grande Mestre, quando diz que o segredo dos Mestres é guardado num cofre de papel coral, rodeado de marfim – a boca.

Já se foi aquele tempo em que a Maçonaria deveria encobrir toda a sua atividade sob o mais rigoroso sigilo e de tal forma, que esta reserva devia constituir ato secreto e até mesmo misterioso.

Era a instituição perseguida pelos poderosos, por aqueles que escravizavam os povos que não viam com bons olhos a liberdade de consciência – tiranos de todas as épocas, sanguinários e exploradores da humanidade.

Nos dias em que vivemos é quase dispensada a ação liberatória da Maçonaria e ela pode trabalhar livremente, dedicando-se mais à evolução intelectual e à assistência filantrópica.

Conserva porém, como princípio e tradição a sua maneira própria de agir, o uso da iniciação ritualística, a simbologia universal das suas práticas espiritualistas e o seu carácter de organização restrita aos seus membros.

Mantendo como uma das suas qualidades, o respeito e acatamento das leis, dos governos legalmente constituídos, nada tem que ocultar, a não ser as suas fórmulas ritualísticas, os seus sinais, toques e palavras, como meio de reconhecimento recíproco dos seus filiados, espalhados por todos os recantos do mundo.

A Maçonaria Não se reveste mais de um secretismo absoluto, até porque os seus rituais são impressos e muitas das suas práticas são públicas. Tendo divulgação habitual, são conhecidas e estão ao alcance de muitos estudiosos.

Nesta condição, nada tem a Maçonaria de sociedade secreta.

Exigindo reserva de seus seguidores quanto aos seus trabalhos, cultiva e difunde entre os Maçons, a virtude da discrição, segue uma tradição milenária e se põe, sempre, em posição, de em qualquer emergência, para se defender de opressores e manter as liberdades nacionais e humanas, volver ao passado e prosseguir na sua luta em defesa da liberdade, da igualdade e da fraternidade.


setembro 03, 2023

O Altar dos Juramentos no Rito Escocês




O Rito Escocês Antigo e Aceito original não possui Altar dos Juramentos, conforme explicação da Comissão de Liturgia e Ritualística do Supremo Conselho Jurisdição Sul dos Estados Unidos da América, o principal responsável pela PUREZA DO RITO no mundo. Portanto, no simbolismo, o Rito Escocês não tem Altar dos Juramentos especificamente para as três Grandes Luzes.

Conforme todos os rituais desde 1834 até o início de 1890, não encontramos um Altar especificamente para as três Grandes Luzes, mas na década de 90 do século XIX já encontramos como bem expressa o ritual de Apr.'. do ano de 1898 na página 4, que diz: "Na frente da Mesa do Ven.'., no Or.'., fora do Dossel, fica o Altar dos Juramentos".

Em instrução ministrada no dia 19 de abril de 1898, na Loja "Silêncio", Nº 81, do oriente do Rio de Janeiro e da jurisdição do Grande Oriente do Brasil, o Irm.'. GILBERTO GUILHERME DE FARIAS, membro efetivo do Supremo Conselho do Rito Escocês, disse: "O Altar dos Juramentos é uma continuação, uma extensão, do Altar do Ven.'. M.'.. E, continua, "... seria de todo conveniente que entre ambos não existisse espaço...", portanto, não é permitida a passagem entre o Altar do Ven.'. M.'. e o Altar dos Juramentos.

Também o livro de atas do ano de 1845 da Loja "Educação e Moral", Nº 8, do oriente do Rio de Janeiro e da jurisdição do Grande Oriente do Brasil, nos diz: "O Ven.'. M.'. AGENOR FERREIRA DA SILVA, no seu Altar e de modo impecável abriu o L.'. da L.'., leu a passagem e no fim da sessão fechou com a mesma impecabilidade de como abriu".

O pesquisador é obrigado a fazer uma análise para bem entender o que expressam certas passagens do ritual. Vemos na página 30 do ritual de 1857, o primeiro a ser impresso pelo GOB, o seguinte: "Ven.'. - Ir.'. Mest.'. de CCerim.'., conduzi o nosso novo amigo ao Trono". Quando chega ali, põe um joelho no chão (em terra), o Ven.'. lhe assenta a ponta da Espada na cabeça e realiza a sagração. Um outro ritual de 1897 diz que para se chegar ao altar dos Juramentos era necessário subir os três degraus onde fica o Ven.'. M.'..

Na verdade, o Irm.'. não pesquisador fica confundido, porque o ritual diz Mesa do Venerável, Trono e Altar dos Juramentos. Os IIrm.'. consideravam como Trono a Mesa do Ven.'., assim como ambos como Altar dos Juramentos. Mas isto tudo, em certos momentos, pois encontramos, também, eles chamando a Cadeira do Ven.'. de Trono.

O Altar dos Juramentos foi criado numa justificativa de que a Mesa do Ven.'. ficava por demais atravancada de materiais. E aqui aproveito para dar mais um esclarecimento: o Livro era aberto e fechado sem a feitura do pálio, este que é originário do Rito de York. O verdadeiro Rito Escocês não tem pálio.

Como acabamos de ver, a abertura e fechamento do Livro eram cerimônias simples. A maior justificativa para que o Altar se fixasse definitivamente no ocidente do Templo foi a justificativa de que ele representa a Mesa dos Holocaustos do Santuário Hebraico, onde os maçons depositam as INDOMINADAS PAIXÕES E SACRIFICAM OS APETITES MUNDANOS. Com a criação das Grandes Lojas em 1927, o Irm.'. Mário Behring retirou o Altar do Or.'. e colocou no Oc.'., numa imitação do Rito de York Americano. Mas o Grande Oriente do Brasil continuou usando o Altar dos Juramentos no Or.'., para, em 1981, também trazê-lo para o Oc.'..

O único rito praticado no Brasil que já nasceu usando o Altar dos Juramentos foi o Rito Brasileiro, já que fundado em 1914 e, se espelhando no Rito Escocês, criou o Altar, que até os dias de hoje, continua no Or.'. como é o caso do Rito Adonhiramita.


ARTE REAL NA INDEPENDÊNCIA - Adilson Zotovici




Sete de Setembro é chegado !

Por homenagem e referência

Cada membro então lembrado

Da passagem de excelência


À porfia terem lutado

Com destemor e prudência

Como guia haverem jurado

Onde Amor à Pátria a essência


Cada livre pedreiro instado

Inda que grande resistência

Em cadência canteiro arrojado


Luta cabal, com persistência

A um Brasil emancipado

Arte Real na Independência !