dezembro 25, 2023

ETERNO FELIZ NATAL - Adilson Zotovici




À terra, um tempo de paz

Do mais puro amor fraternal 

Sem guerra , desamor voraz 

Sem muro e distância abissal 


Um evento que o homem é capaz 

De transmutar um mal astral 

Que salutar,  seja sagaz  

Congraçamento Divinal 


Fazer desse tempo fugaz 

Adstrito à paz universal

Perenal de bondade, tenaz... 


Ergue obreiro d'Arte Real 

Canteiro superno, compraz

A um eterno *Feliz Natal* ! 


dezembro 24, 2023

JESUS CRISTO NASCEU EM 25 DE DEZEMBRO? - Almir Sant’Anna Cruz



Existem eventos que pela sua natureza quase não são questionados. Um deles refere-se ao Natal. 

Habituados que estamos a comemorá-lo todos os anos em 25 de dezembro, jamais poderíamos supor que o nascimento de Jesus tivesse ocorrido em outra data. 

No entanto, é justamente o nascimento de Cristo o acontecimento histórico que mais tem atraído a atenção de inúmeros astrônomos e astrofísicos, além de historiadores, em particular daqueles interessados em problemas historiográficos e preocupados com a procura de uma explicação racional para o grande mistério da Estrela de Belém.

Segundo o internacionalmente famoso astrônomo e astrofísico brasileiro Ronaldo Rogério de Freitas Mourão (1935-2014) em sua obra “O livro de Ouro do Universo”, Jesus Cristo não nasceu em 25 de dezembro, apresentando argumentos astronômicos, climáticos e históricos, inclusive bíblicos, para apontar o seu nascimento no dia 23 de agosto do ano 7 AC. Como nossa era baseia-se no nascimento de Cristo, então, 2020 seria 2027!!!!!

E explica que o dia 25 de dezembro corresponde ao solstício do inverno no Hemisfério Norte. É o meio do inverno, dia depois do qual os dias começam a se alongar aos poucos.

A festa pagã do “dies solis invicti natalis”, ou seja, “dia do nascimento do Sol”, era celebrada no dia que coincidia com os meados da saturnália, estação durante a qual os trabalhos cessavam. 

Neste dia em que o Sol começava a se dirigir para o Norte, as casas eram decoradas com árvores, presentes eram trocados entre amigos e parentes, ceias e procissões eram realizadas pelos povos pagãos em homenagem ao Sol que voltava a sua posição elevada. Como os primeiros cristãos comemoravam esse feriado, a Igreja primitiva decidiu transformar tal cerimônia pagã numa festa genuinamente cristã. 

Assim, o dia 25 de dezembro passou a representar o dia do nascimento de Cristo, e não mais o nascimento do Sol.

No Oriente, o nascimento de Jesus foi inicialmente celebrado em 06 de janeiro, data que estava associada à Estrela de Belém. 

Essa comemoração tinha como objetivo substituir a cerimônia pagã que, em 06 de janeiro, se comemorava no templo de Kore, em Alexandria, no Egito, a virgem que deu à luz Aion, um deus pagão das Arábias.

Mas não será por esse conhecimento que deixaremos de comemorar o Natal no próximo dia 25.

*Feliz Natal para todos os Irmãos e família!*

QUAL SIMBOLO NATALINO NOS DEVE PROVOCAR MAIS REFLEXÕES? - Sérgio QUIRINO Guimarães



O primeiro ponto a ser esclarecido é que devemos ter redobrada atenção em não procurarmos vínculos maçônicos nessa efeméride religiosa. Por um único motivo: profanação!

É muito triste quando recebemos figurinhas de WhatsApp de ícones cristãos com alfaias ou instrumentos maçônicos ou quando encontramos dentro dos Templos ou durante os trabalhos o sincretismo religioso.

O Natal é uma festa crista que deve ser comemorada com toda a glória e humildade do aniversariante, dentro das condições e do entendimento de cada família em celebrá-la.

Portanto, como resposta ao tema, sugiro as Velas, esse cilindro de cera com pavio que se consome para iluminar ao seu redor.

A primeira reflexão é esta: a humildade de compreender que a missão é servir, um "serviço" de iluminar que, independentemente das consequências, cumpre até a última gota.

De modo instintivo, compreendemos que as velas criam um elo forte entre nós e o mundo espiritual, por associarmos a dispersão das trevas (ignorância) e ampliarmos o campo de visão (entendimento).

Outra reflexão são os movimentos da chama, como procurando se desprender do pavio (matéria) e alcançar o espaço (espírito). Talvez seja a representação visual do conceito "que a Criatura retorne ao Criador".

E creio que devemos ser assim, sempre querendo nos elevar, mudando a estrutura sólida e bruta da cera, passando a um grau mais liso e líquido. Desprender-se na plenitude do etéreo gás, exaltando luz e calor.

Para além das possíveis reflexões causadas pelo e durante o uso, devemos nos atentar à palavra "Vela", a qual designa o artefato iluminador, como também as estruturas de pano que recebem o invisível e leve vento e impulsionam as pesadas caravelas mar a dentro.

Outrossim, essa palavra representa proteção. O velar, manter-se desperto, em vigia.

O MAÇOM DEVE SER UMA VELA OU O MAÇOM VELA?

Então, nesta noite na qual, provavelmente, estaremos juntos das passadas e das novas gerações de nossa família, que, no silêncio do Templo Interior, procuremos as respostas.

O futuro ao Criador pertence, mas é ou não construído por suas criaturas. A isso dá-se o nome de livre arbítrio. A vela, em si, não arde por si própria. Ela demanda um despertar, assim como os estados de alerta surgem pela conscientização do que se passa ao redor, quebrando a inquietude diante de tudo o que genericamente chamamos de Vicio.

Portanto, devemos, para além de conhecermos o que somos, descobrir o motivo de assim o sermos. O importante é iluminar, combater as trevas e, sobretudo, não deixar a chama do Bem e da Paz apagar.

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ENTÃO É NATAL - Sidnei Godinho



É comum as festas natalinas trazerem comoção, afinal falam do milagre do nascimento de Jesus, aquele que havia de trazer a redenção para uma humanidade perdida em seus vícios.

Nesta época, ao menos por alguns dias, as pessoas se tornam sensíveis às outras e se perdoam mutuamente, como num mantra para se sentirem livres de suas culpas e serem felizes.

Pode parecer superficial e apenas ato reflexo dos costumes ocidentais, mas fato é que, por estes dias, há uma egrégora natural no ar e o universo parece conspirar para uns momentos de Paz, Harmonia e Concórdia entre as pessoas.

Enfim, acredite você em quem quiser, seja qual for sua divindade, aproveite esta oportunidade para também refletir sobre suas ações, sobre o arrependimento e sobre o Perdão.

Tire por alguns minutos seu foco central, olhe para os lados e veja o quanto você já é abençoado. 

Veja sua Família, seus Amigos, seu trabalho e tenha a consciência de que a Felicidade não está no que almeja, mas no que já possui e não percebe. 

Acredite em suas próprias palavras e dê o primeiro passo na direção que tanto aponta para os outros. 

O exemplo cala quando as palavras são apenas gritos de um ego distorcido que julga ensinar o que nunca aprendeu.

Por fim, olhe-se no espelho e permita-se rever seus conceitos e se dê uma chance para tentar recomeçar.

Aprenda a pedir perdão e a perdoar. 

Este é o momento, não o desperdice com orgulho ou preconceitos que o impedem de ser Livre e FELIZ. 

..."Eu vim para que tenham Vida e a tenham em Plenitude"... (Jesus de Nazaré) 

E um FELIZ NATAL  para todos. 🎅 🎄 🎅 




OCASIONAL - Adilson Zotovici

À alma,  é o alimento 

Ao livre pedreiro cabal

O verdadeiro provento 

"_A Cultura_" d' Arte Real 


Mas, o que é complemento,

Que o ágape fraternal, 

Tornaram  acontecimento 

Como  evento  primacial 


Sem qualquer constrangimento

Em detrimento do ritual 

O cardápio é o advento 


A filosofia, cabal,

Liturgia, conhecimento... 

No momento ...é ocasional ! 


Adilson Zotovici

ARLS Chequer Nassif-169

dezembro 23, 2023

O PEREGRINO E O ANDARILHO - Roberto Ribeiro Reis


E lá se foi o peregrino, desbravando a estrada e a sorte do destino. Em sua mochila alguns bons livros, companheiros inseparáveis nessa caminhada rumo ao conhecimento de novos povos e de novas culturas. Seu escopo principal sempre foi a iluminação interior, o que só pode ser obtido através da verdade e da palavra perdida.

O peregrino andava sem hesitar, jamais olhando para trás; sua marcha era firme, e resolutos eram os seus passos, dados em garbosa esquadria. Ele contemplava todo o itinerário, sem jamais deixar de render culto à natureza, que lhe inspirava os movimentos e, acima e tudo, os mais sublimes sentimentos.

O indivíduo andante, cuja empreitada maior era espalhar o conhecimento pelos lugares por onde passava, e granjear amigos – para ele, seu maior patrimônio. Por mais que ele enfrentasse temporais de aflições e vendavais de tormentas, o peregrino jamais esmorecia, pois sabia que, em qualquer ocasião, jamais se encontraria sozinho.

Havia também um Viajante Soberano, cuja onipresença o resguardava e o protegia, sempre que ele estivesse em suas incursões mundo afora. O peregrino nunca o viu presentemente, mas sempre o sentiu com todo seu fulgor e graça. Ele sentia toda essa “Força Estranha”, todas as vezes que partia ou chegava de algum lugar, pois por Ela sempre foi acompanhado, num compasso de amor e profunda misericórdia.

Misericórdia essa que o levou a amparar o andarilho, que se encontrava sozinho na estrada da vida. Pés descalços e queimados pelo calor quase desértico; nem mesmo a sede ou a fome eram capazes de dissuadir esse humilde viajante, que andava sem rumo ou direção exata, mas com a certeza de que chegaria a um porto seguro de paz, harmonia e concórdia.

O peregrino percebia que tinha tudo, e que tinha deixado família e amigos para trás, momentaneamente; lado outro, olhava para o andarilho, cuja sina era solitária e perigosa, mas que ainda assim persistia em sua caminhada. Ele via que, a despeito da solidão e das inúmeras dificuldades vividas pelo irmão de viagem, este seguia confiante e esperançoso de que o mundo pudesse lhe apresentar um destino melhor.

Ambos, porém, sentiam a presença do Supremo Viajante, cada qual a seu modo: o peregrino se emocionava por tudo o que recebia da vida, seja a abundância material, seja principalmente pela possibilidade de ter tido uma abençoada família e amigos verdadeiros.

Por outro lado, a sorte não havia sido muito sorridente para com o andarilho. Pouca instrução, não conheceu aos pais, e a pobreza material sempre foi sua companheira nas noites frias das calçadas das ruas ou mesmo pelas estradas. Contudo, para além desse cenário de dor e desolação, o pobre viajante sempre sentiu a proteção vinda “sabe-se lá de onde”. E essa certeza jamais fez com que ele perdesse sua fé, tampouco a inexprimível sensação de liberdade, que sempre o acompanhou estrada a fora.

Após boa refeição, o peregrino e o andarilho tiveram uma longa conversa, compartilhando, cada qual, suas experiências de vida; o peregrino presenteou o andarilho com um par de chinelos e sapatos, além de algumas roupas que trazia consigo. Deixou também alguns alimentos e água, a fim de auxiliar o irmão em sua caminhada. O andarilho, a seu turno, ofereceu ao mais novo amigo um exemplar da bíblia King James –que ganhara de um senhor de terno preto- cujo marcador apontava para o Salmo 133. Como essa vida é inexplicavelmente bela!

O andarilho encantava ao peregrino cada vez que relatava o seu modus vivendi: as longas e difíceis viagens, a privação material, a fome, as moléstias físicas, dentre outros obstáculos. No entanto, falava também das pessoas que –generosamente- o acolhiam, que o recebiam em seus lares, e que com ele dividiam confidências, desabafos e afabilidades.

O pôr do sol anunciava que era chegada a hora da despedida. Andarilho e peregrino assustaram-se com a rapidez e volúpia do tempo, pois ainda havia no íntimo de ambos uma necessidade pulsante de conversarem e compartilharem suas experiências de vida.

Para selar aquela nova amizade, eles se abraçaram triplamente, sob a sombra de uma frondosa acácia, a qual, inesperada e aparentemente, havia surgido do nada, para espanto de ambos. Despediram-se com os olhos marejados, os corações reconfortados, e com a sensação de já terem se conhecido antes. Cada um dos viajantes tomou uma direção diferente, sendo tocados pela suave chuva, a qual revelava que, àquela altura, a Mãe Natureza também estava emocionada por aquele encontro prodigioso.

Naquele memorável dia, sob os auspícios do Supremo Viajante, o destino trouxe ao encontro duas pessoas com sortes diferentes, mas cuja essência em comum era o desapego material e a valorização da vida com liberdade, em viagens compassadas de amor e fraternidade.


QUE TAL TOMAR UM CAFEZINHO COMIGO - Michael Winetzki

 


        Este blog teve início no dia 20 de setembro de 2011, há pouco mais de dois anos. Aproveitei um blog pessoal que já existia para dar início ao compartilhamento dos melhores trabalhos que eu recebia nos grupos maçônicos, e não só maçonaria, mas história, filosofia, ciência, arte, cultura, etc.

        Desde então foram mais de 2.000 excelentes textos, quase uma centena de autores, 380.000 acessos até o dia de hoje e bem mais de 1.500 horas de trabalho para proporcionar este conhecimento aos interessados.

         É um grande prazer fazer este blog e na medida de minhas forças continuarei a faze-lo. Mas dá trabalho e algumas despesas.

        Assim, não há obrigação nenhuma. Ele sempre será gratis, mas se você curte a minha companhia, ainda que virtual, quem sabe pode pagar um cafezinho. Apenas um café, que tenho certeza, ofereceria com alegria se nos encontrássemos ao vivo.

        Deposite, se quiser, o valor de um café no Pix de Michael Winetzki, na Caixa Econômica Federal, chave tel. cel. (61) 9.8199.5133. Não precisa se identificar, não precisa enviar comprovante, não precisa fazer nada. E nem tem obrigação de depositar nada. 

       Encaro apenas como cortesia de algum leitor que agradece pelo trabalho que me dá lhe proporcionar o prazer destas leituras.

       Um caloroso TFA

O SOLSTÍCIO - Jorge Gonçalves


Ontem celebramos o solstício, um marco importante na história humana. O solstício não representa a estação em si, mas marca o início do verão ou inverno, dependendo do hemisfério de observação. No hemisfério norte, é o Solstício de Inverno, o dia mais curto do ano, uma tradição antiga ligada a festividades pagãs realizadas há milhares de anos. Marcada por noites longas, esta data simboliza o renascimento solar, pois a partir de hoje o sol começa a ficar mais alto no horizonte, antecipando dias mais longos e o despertar da natureza para a primavera. 

O Solstício de Inverno, inicialmente uma celebração solar, influenciou a escolha do dia 25 de dezembro como o nascimento de Jesus Cristo. Essa data não é mencionada na Bíblia; ela foi reinterpretada, utilizando o simbolismo do solstício para representar Cristo como a luz do mundo. 

Desejo boas festas. 



dezembro 22, 2023

O SOLSTÍCIO - Bruno Macedo

 


O solstício corresponde ao instante em que o Sol atinge a sua declinação máxima ou mínima, dependendo do hemisfério em questão.

No solstício de Verão o Polo Norte apresenta uma inclinação de 23,5º em direção ao Sol, enquanto no solstício de Inverno o Polo Norte fica afastado do Sol com uma inclinação de 23,5º. 

No hemisfério sul (onde se encontra o Brasil), o solstício de verão acontece nos dias 21 ou 23 de dezembro e o solstício de inverno nos dias 21 ou 23 de junho.

Inversamente, no hemisfério norte, o solstício de verão acontece nos dias 21 ou 23 de junho e o solstício de inverno nos dias 21 ou 23 de dezembro.

Por ser o dia de maior noite no ano, o solstício de Inverno (21 de Dezembro, no hemisfério Norte e 21 de Junho no hemisfério Sul) é associado à morte, ao desconhecido ou à escuridão, enquanto que o dia de maior claridade (21 de Junho, no hemisfério Norte e 21 de Dezembro no hemisfério Sul) é associado a Vida ou à Luz (solstício de Verão).

Na antiguidade, as iniciações eram feitas sempre no solstício de Inverno, porque sendo o ultimo dia de maior noite, significava a marca do inicio do ciclo de dias de luz cada vez maiores; significava ainda a saída do mundo dos mortos (a noite, a escuridão), ou a entrada no mundo dos vivos (o dia, a Luz).

As iniciações tinham assim o significado de renascer, ou nascer de novo para a Luz; o renascimento assume assim o significado simbólico da vida que se renova, após a grande noite (morte).

No Egito antigo, os Faraós eram reiniciados a cada novo solstício de inverno.

As Pirâmides foram construídas em alinhamento para receber o Sol de frente à porta de entrada, exatamente no dia do solstício de Inverno.

Em diversas outras civilizações, as grandes obras de arquitetura foram construídas com este alinhamento e com este objetivo.

Acredita-se que, assim como os Romanos observavam o Solstício de Inverno, em homenagem ao deus Saturno, posteriormente chamado de “Sol Invencível”, esse costume também era observado pelas Guildas Romanas, os antigos Colégios e Corporações de Artífices, que nada mais eram do que a Maçonaria Operativa.

Porém, há fortes indícios de que a Maçonaria Especulativa, formada por europeus de predominância cristã e preocupados com a imagem da Maçonaria perante a “Santa Inquisição”, aproveitou a feliz coincidência das datas comemorativas de São João Batista (24/06) e São João Evangelista (27/12) serem muito próximas dos Solstícios, para relacionarem a observância dos Solstícios com os Santos de nome João, e assim protegerem a instituição e sua observação dos Solstícios da ignorância, tirania e fanatismo.

João Batista é o profeta que anuncia e prepara, no sistema iniciático, a vinda da Luz.

Ele ensina a humildade, a renúncia ao ego, sem as quais a iniciação e o progresso espiritual são impossíveis: "É preciso que ele cresça e que eu diminua" (João 3:30). 

Haverá expressão mais profunda deste sentido do que esta?

Pobre do Mestre que não aspire a ser ultrapassado pelo seu discípulo! 

São João Batista simboliza, assim, o grande iniciador, o Mestre sábio que prepara, humildemente, o caminho ao Aprendiz.

São João Evangelista, em contrapartida, representa o Irmão que recebeu a Luz e que a dimana na sua sabedoria, identificando-a com o Verbo e com o Amor. 

Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas mortais e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses.

Nesse sentido, na Inglaterra, onde a primeira Obediência Maçônica do mundo, como se sabe, foi fundada em 1717, no dia de São João Batista, o antigo símbolo maçônico de um círculo ladeado por duas linhas paralelas, talvez um dos símbolos mais antigos da humanidade ainda em uso, teve a simbologia das linhas paralelas dos Trópicos de Câncer e Capricórnio, que possuem ligação direta com a observância dos Solstícios, transformados em São João Batista e São João Evangelista.

Ou seja, são Lojas Solsticiais e, antes de tudo, Lojas de São João.

Bom dia de solstício meus irmãos e seja bem vindo o *VERÃO*🙏




LÍNGUA É VIDA ! - Newton Agrella



Do jeito que a história está sendo escrita aqui no país, daqui a pouco, as chamadas figuras de linguagem de pensamento e de construção terão que ser exterminadas do vernáculo e da própria Língua Portuguesa como um todo.

O patrulhamento obsessivo da mídia e de um significativo contingente da autointitulada "elite intelectual"  tem se valido de toda e qualquer expressão linguística que envolva cores, formas ou gêneros, para interpretá-las, sem cerimônia, como instrumentos de ofensa ou de algum tipo de preconceito.

Importante registrar que a composição e estrutura de uma língua são fruto de uma imensa influência de fatores históricos, sociais, climáticos geográficos, étnicos e até mesmo religiosos, dentre tantos outros.

Tudo isso, contribui para que expressões que se consagraram na formação de uma língua, prosperassem e se sedimentassem como meio de comunicação, sem que necessariamente seus falantes estivessem imbuídos de carregar consigo, qualquer ideia ou noção de preconceito ou negatividade.

A transferência de significados e de tons pejorativos que se quer impor à linguagem, é descabida com relação a atitudes ou ações violentas ou preconceituosas que o ser humano despeja ao longo da vida.

Diferentemente do que um xingamento, ou o uso de maneira categórica e ofensiva de alguma expressão que denote a clara intenção de ferir, humilhar ou diminuir alguém, muitas expressões da Língua Portuguesa são analogias a repetidas situações socioculturais e comportamentais originárias de nossa própria história.

A herança cultural de uma língua obedece critérios que se adequam ao tempo e às circunstâncias, e portanto parecem inconsistentes quando se tornam objeto de monitoramento intermitente.

Ultimamente o que se percebe, é que as correntes anteriormente citadas têm empreendido uma instrumentalização política de nossa língua, agindo como verdadeiros censores, e de certa forma questionando até mesmo a legitimidade do exercício semântico seja no âmbito oral ou escrito.

O receio é que com essa postura tão intransigente e arrogante, as formas de expressão linguística ou até mesmo artísticas, sofram um processo de mecanização, tirando das pessoas a espontaneidade e capacidade de se manifestarem naturalmente.

O preconceito não está contido ou embutido na linguagem, mas sim,  na maneira despudorada com que as pessoas se tratam, se agridem e se desrespeitam.


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NINGÉM PODE SERVIR A DOIS SENHORES - Léo G. Santos


A sentença “Ninguém pode servir a dois Senhores” é parte de um preceito religioso ou regra de costumes, às vezes usado pelos críticos da Maçonaria, quando a tratam como uma religião.

Tratam-se de críticas desinformadas ou mal informadas.

A desinformação ocorre quando se sustenta dogmas que impedem o pretenso crítico de ser um livre pensador.

Por outro lado, há a má informação.

Muitos equívocos divulgados, até por Maçons, podem sustentar falsas criticas:

Não existe “Casamento Maçônico”. O que há é uma cerimônia de Reconhecimento Conjugal.

Não temos, na Maçonaria, nem sessão preta nem “Sessão Branca.” Existem Sessões Públicas.

E o Grande Arquiteto do Universo não é nosso Deus. É um Princípio (início, razão, regra, fundamento) Criador. Portanto, não é o Senhor dos Maçons.

A Maçonaria não é uma religião, não presta culto a nenhuma divindade, não difunde entre seus membros regras que garantirão o paraíso e muito menos obriga a todos seguirem uma mesma liturgia religiosa.

Mas a crença em um Ser Superior, tenha o nome que tiver, é obrigatória.

Pois, até mesmo o homem mais primitivo reconhece sua pequenez diante da complexidade da natureza e sente, em tudo que lhe rodeia, uma força que não consegue explicar e que lhe causa profundo respeito.

Para nós, o título de “SENHOR” não nos representa o respeito pela dignidade de alguém.

Mas sim ao nosso comportamento diante de situações e escolhas que fazemos na vida.

A simbologia está claramente expressa no Pavimento Mosaico: Podemos caminhar sobre várias alternativas, mas, ao pararmos, estaremos onde escolhemos estar.

Caminhamos por estradas tortuosas com entradas para as virtudes e vícios, verdades e mentiras, honra e lubricidade.

A cada trevo há o desvio, sempre voluntário e individual. 

O resultado pode ser o ponto final, onde nos relacionamos com o ambiente.

Esta sim será a relação de senhorio.

Assim como nos feudos medievais, as leis eram criadas por um Senhor.

Se ele for um bom Senhor, haverá virtudes, verdades e honra em sua vida.

Mas, se houver vícios, mentiras e libidinagem, estará sob o jugo da escravidão.

SOMOS NÓS QUE DIRECIONAMOS NOSSA VIDA.

EM ESSÊNCIA, NOS TORNAMOS NOSSOS PRÓPRIOS SENHORES, PELA CARTA DE ALFORRIA QUE NOS FOI DADA PELO SENHOR DEUS, QUALQUER QUE SEJA A SUA DENOMINAÇÃO.

ESTA CARTA DE ALFORRIA CHAMA-SE LIVRE ARBÍTRIO.

NASCEMOS LIVRES E DE BONS COSTUMES.

MAS, DURANTE NOSSO CRESCIMENTO SERÃO NOSSAS ESCOLHAS QUE NOS MANTERÃO OU NÃO NESTA CONDIÇÃO.

Em uma livre adaptação maçônica da Lei, poderemos dizer:

Ninguém pode servir a dois senhores, porque não há de honrar um e enganar o outro, ou mentir para um e dizer a verdade ao outro.

Não se pode com a boca falar o que fazer e com as ações contradizer sua própria fala.

O Verdadeiro Maçom não se acovarda perante o desafio da sinceridade e da Transparência de seus atos para subjugar suas ações ao agrado de grupos oportunistas.

O Verdadeiro Maçom é LEAL com sua consciência, o seu próprio SENHOR.

Não podeis servir à Virtude e ao Vício...

A História se escreve pela Virtude da Humildade e não pelo Vício das VAIDADES...



VIGILANTES - Rui Bandeira



Os membros das Lojas Maçónicas estão divididos em três categorias, Aprendiz, Companheiro e Mestre, segundo a sua antiguidade e a sua evolução na tarefa de autoaperfeiçoamento que constitui o desiderato maçónico

Os Vigilantes são os elementos das Lojas que têm a função de acompanhar, orientar e auxiliar, os Companheiros (1.º Vigilante) e os Aprendizes (2.º Vigilante), quer na sua integração na Loja, quer no conhecimento e compreensão dos princípios e valores maçónicos, instrumentos para o pretendido autoaperfeiçoamento pessoal, ético e moral.

Esta tarefa é sobretudo individual, pelo que os elementos que as Lojas designam para acompanhar esses obreiros não têm como função ensinar, antes auxiliar, estar atentos às necessidades e ao desenvolvimento de cada elemento a seu cargo, em suma, estar de vigília junto dos elementos que tem a seu cargo, em ordem a poderem, sempre que e quando necessário, intervir, sugerir, esclarecer e, assim, auxiliar a desejada evolução de cada um deles. 

Daí a designação de Vigilantes.

Constituindo a principal tarefa de uma Loja Maçónica o autoaperfeiçoamento, constante e contínuo dos seus membros, com o auxílio do grupo (tarefa nunca finda), obviamente que se tem especial cuidado com os elementos mais recentes, que é suposto serem os que mais necessitam desse apoio. 

Assim, os Vigilantes são, imediatamente após o Venerável Mestre, os elementos que exercem as funções de maior responsabilidade da Loja. 

Normalmente, são designados para as funções de Vigilantes maçons experientes, que exerceram já diversas funções em Loja e que, por isso, a conhecem bem. 

Procura-se assim auxiliar a rápida e frutífera integração dos novos elementos no grupo e nos seus Princípios, Valores e Ideais.

O 1.º Vigilante simboliza a Força (fortaleza de carácter, força moral, mas tembém a força concreta das ações, no sentido em que toda a obra, toda a construção, humana só persiste se tiver força para se manter, por si só). 

O 2.º Vigilante simboliza a Beleza (beleza das virtudes morais, mas também a beleza que se deve procurar imprimir em todos os nossos atos e em tudo o que construímos; "forte e feio" é, manifestamente, menos perfeito que "forte e belo").

Ao conjunto constituído pelo Venerável Mestre e pelos Vigilantes é costume dar-se a designação de "Luzes da Loja", pois que a iluminam com as três qualidades que devem nortear todos os atos e obras de um maçom: Sabedoria, Força e Beleza.

*Todas as decisões relativas à Loja que necessitem de ser tomadas entre reuniões são tomadas em conjunto por estes TRÊS ELEMENTOS .*


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dezembro 21, 2023

DA TRANSPARÊNCIA - Heitor Rodrigues Freire


“Haz  como si vivieras entre paredes de cristales”

Dorila Rodriguez de Freire

As vicissitudes da vida moderna, com todas suas exigências e modismos, aceleram nossas atitudes, criam ilusões, e acabam por mascarar e esconder as verdadeiras oportunidades que a encarnação nos proporciona.

Passamos a privilegiar o ter, em detrimento do ser. O que passou a ter valor é a forma física, a exibição de privilégios, o carro do ano, a aparência acima de tudo, numa total inversão de valores.

A soberba, a ganância e o egoísmo passaram a ocupar um lugar proeminente no concerto geral das coisas.

A simplicidade, a humildade e a sinceridade foram trancadas num armário fechado com a chave escondida. A vida, cada um de nós tem a sua, e vivê-la com consciência coroa um trabalho verdadeiro. Não precisamos e não devemos imitar ninguém.

Aprendi que no universo existem as leis universais – com o perdão pela redundância –, das quais destaco:  a Lei do Retorno, que determina que tudo o que fizermos, seja lá o que for, voltará multiplicado; a Lei da Verdade, que ensina que ela sempre prevalecerá, mais cedo ou mais tarde; e, por fim, a Lei do Mérito, que premiará as nossas iniciativas merecedoras de reconhecimento.

A falta de transparência em nossas atitudes e comportamentos caracteriza um desajuste, pois denota ações realizadas em função do interesse próprio, e não em harmonia com o bem da coletividade.

Outro fator que frequentemente nos conduz a atitudes equivocadas é a suposição. A suposição é a ação ou efeito de supor ou considerar algo como existente, dar existência àquilo que não existe, mas que se pretende adivinhar por meio de indícios ou sinais que não correspondem aos fatos, mas que exercem uma influência que pode ser decisiva. É preciso vencer a barreira da suposição. 

Suposições não são fatos, mas noções subjetivas, generalizadas, que não carecem de prova para serem validadas. São simples suposições que podem virar espuma.

Devemos nos tornar observadores atentos a tudo que nos cerca e nos influencia, para fazermos uma avaliação consciente e individual, sem acrescentar maior significado a um evento. Essa atitude simples contribui para o senso de imunidade em relação a acontecimentos imaginários. Observo que muitas pessoas se emprenham pelo ouvido, sem analisar criteriosamente as informações que chegam.

O que deve prevalecer é a busca do autoconhecimento que nos orientará e fornecerá segurança interna, pois todos somos capazes de desvendar a verdade dos fatos com nosso discernimento, dependendo unicamente de utilizar as ferramentas certas que nos conduzirão de forma clara aos nossos objetivos.

“Haz como si vivieras entre paredes de cristales” – este ensinamento era frequentemente repetido pela minha mãe, dona Dorila, aos filhos, como se fosse um mantra, e muito me orientou para a verdadeira coerência entre a palavra e o comportamento, a transparência em meus atos, e tem me servido desde sempre como um farol a iluminar o meu caminho.

Minha mãe era uma mulher sábia e experiente, soube superar desafios, com simplicidade e determinação, sem se dobrar às circunstâncias adversas que surgiram em seu caminho.

Meus pais, Luiz e Dorila, com seus exemplos, deixaram para nós uma herança imorredoura, forjando o caráter de cada um de nós. Meu pai inculcou em nosso espírito a disciplina espartana, e minha mãe, com sua doçura, amor e simplicidade, a filosofia ateniense. É uma herança que procuro transmitir às minhas filhas, genros e netos.