outubro 29, 2024

MAÇONARIA E RELIGIÃO

 


A Maçonaria, dita Especulativa, redigiu as famosas “Constituições” em 1723, tendo como principais mentores o Reverendo Anderson, que era pastor protestante e “Doutor em Divindade” e o teólogo da época, Jean Theophile Desaguiliers, que era Capelão do Príncipe de Gales.

É interessante de se notar que a Maçonaria Operativa cresceu e prosperou sob o patrocínio e controle da Igreja Católica Romana e os dois Maçons acima descritos, apesar de possuírem pensamentos teológicos definidos, exigiram que a Maçonaria tivesse somente “um princípio Criador”, que denomina “Grande Arquiteto do Universo”, sem nada acrescentarem sobre reencarnação, ressurreição, inferno, paraíso, etc, etc, etc.

Nosso Mestre Eleutério Nicolau da Conceição, no seu livro “Maçonaria Raízes Históricas e Filosóficas - 1ª edição - São Paulo - Editora Madras - 1998”, pg 88, nos explica:“a razão é simples: a nova instituição que estava sendo moldada a partir da antiga guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental a fraternidade – acima das divisões humanas, tendências políticas, filosóficas ou religiosas. 

Se optassem por uma das definições teológicas já existente na época, estariam filiando a Maçonaria à instituição que emitira aquele conceito, e desse modo, afastariam todos aqueles que pensassem de maneira diferente; se propusessem uma nova concepção, estariam dando à Ordem os contornos de uma nova religião, e assim afastariam também os sinceros adeptos de todas as outras.

 Como nos ensina o Landmark 21 (Mackey), a Maçonaria jamais pretendeu ser uma religião, ou favorecer qualquer daquelas já existentes. Simplesmente deixa a seus membros a decisão de escolherem o caminho religioso que mais lhe agradar. O princípio de proibir discussão de religião e política dentro dos trabalhos de Loja deve-se à necessidade de evitar confronto de idéias, que pela sua natureza envolvente venham a suscitar animosidades que acabem por prejudicar a harmonia e fraternidade das reuniões, porquanto questões religiosas e políticas tem sido historicamente motivadoras de sangrentos conflitos, às vezes entre pessoas de uma mesma nação. Assim, enquanto não se alinha com qualquer das religiões já existentes, a Maçonaria também não deseja apresentar-se como sendo uma possível substituta.

 Não existe no pensamento maçônico a pretensão de apresentar a instituição como detentora de verdades mais amplas, superiores e profundas do que aquelas das religiões, sendo portanto, desprovido de significado falar-se de “Deus maçônico”, ou de “conceito maçônico de Deus”.

Contudo, mesmo sem desenvolver qualquer teologia, os landmarks estabelecem a importância fundamental de estar o Maçom vinculado a uma religião que admita um princípio criador, cuja caracterização, entretanto, é função dessas religiões, não da Maçonaria.”

Portanto, aos fanáticos religiosos, e a todos aqueles que acham que “Maçonaria” é a palavra mágica que resolve todos os problemas do mundo, fique claro que a Maçonaria, em termos de religiosidade tem suas normas bem definidas, conforme explicado acima.

Fonte: pilulas maconicas.

INTERSTÍCIO - Rui Bandeira


Interstício quer dizer solução de continuidade, o intervalo entre duas superfícies da mesma ou diferente natureza.

A Maçonaria utiliza a expressão em termos de tempo. Interstício é o intervalo de tempo que deve decorrer entre dois fatos. Designadamente, interstício é o intervalo de tempo que deve decorrer entre a Iniciação do Aprendiz e a sua Passagem a Companheiro e também o tempo que se impõe decorra entre essa Passagem e a Elevação do Companheiro a Mestre.

O interstício é uma regra que admite exceção: o Grão-Mestre pode dele dispensar um obreiro e passá-lo ou elevá-lo de grau sem o decurso do tempo regulamentar ou tradicionalmente observado. No limite, a Iniciação, Passagem e Elevação podem ocorrer no mesmo dia. Mas a dispensa de interstícios é rara – deve ser verdadeiramente excepcional – e só por razões muito fortes deve ocorrer.

Assim sucede genericamente na Maçonaria Européia. Já a Maçonaria norte-americana é muito menos exigente neste aspecto, sendo corrente a prática de conferir os três graus da Maçonaria Azul num único dia. Esta é, aliás, uma conseqüência e também uma causa das diferenças entre as práticas e as tradições maçônicas em ambas as latitudes. 

Mas impõem-se observar que algumas franjas da Maçonaria norte-americana, designadamente nas Lojas que se consideram de Observância Tradicional, se aproximam neste como noutros aspectos, da prática européia.

A razão de ser do interstício é intuitiva: a que dar tempo para o obreiro evoluir, para obter e trabalhar os ensinamentos, as noções, transmitidas no grau a que acede, antes de passar ao grau imediato. Em Maçonaria busca-se o aperfeiçoamento e este não é, nem instantâneo (instantâneo é o pudim...), nem automático. Depende de um propósito, de um esforço, de uma prática consciente e perseverante. 

É um processo. E, como processo que é, tem fases, tem uma evolução que se sucede ao longo de uma lógica e de um tempo. Por isso, em Maçonaria não se tem pressa. O tempo de maturação, o tempo de amadurecimento, a própria expectativa, são essenciais para um harmonioso desenvolvimento individual.

Os graus e qualidades maçônicos não constituem nada, apenas ilustram, representam, emulam a realidade do Ser e do Dever Ser. Não se tem mais qualidades por se ser maçom (embora se deva ter qualidades para o ser...). Há muito profano com mais valor e maior desenvolvimento espiritual e pessoal do que muitos maçons, ainda que de altos graus e qualidades. 

Para esses os maçons até criaram uma expressão: maçom sem avental. Mas procura-se ilustrar com a qualidade de maçom a tendência para a excelência, a busca do aperfeiçoamento. 

O Mestre maçom não é, por decreto ou natureza, necessariamente melhor ou mais perfeito do que o Companheiro ou o Aprendiz. Mas com os graus a maçonaria ilustra um Caminho, um Processo, para a melhoria de cada um. Há por aí muito Aprendiz que é mais Mestre de si próprio que muito Mestre de avental com borlas ou dourados. Mas o mero fato de ter de fazer a normal evolução de Aprendiz para Companheiro e de Companheiro para Mestre potencia o que já é bom, faz do bom melhor, do melhor, ótimo e do ótimo excelente.

Assim, em Maçonaria consideramos profícuo e valioso que o profano que pediu para ser maçom aguarde, espere, anseie, pela sua Iniciação. E que o Aprendiz tenha de o ser durante o tempo estipulado e tenha de demonstrar expressamente estar pronto para passar ao grau seguinte, por muito evidente que essa preparação seja aos olhos de todos; e o mesmo para o Companheiro passar a Mestre; e idem para o Mestre começar a ver serem-lhe confiados ofícios; e também para o Oficial progredir na tácita hierarquia de ofícios e um dia chegar a Venerável Mestre.

Tempo. Paciência. Evolução. De tudo isto é tributário o conceito de interstício, tal como é aplicado em Maçonaria.

O interstício pode ser diretamente fixado, regulamentar ou tradicionalmente, ou resultar indiretamente de outras estipulações. Por exemplo, na Loja Mestre Affonso Domingues consideramos que não é o mero decurso do tempo que habilita um obreiro a aceder ao grau seguinte. Mas reconhecemos que o decurso de um tempo razoável é necessário. 

Estipulamos, assim, no nosso Regulamento Interno, que o interstício para que um obreiro possa aceder ao grau seguinte seja constituído pela presença a um determinado número de sessões. 

Com isso, estipulamos que certa assiduidade é condição de acesso ao grau seguinte e, como a Loja reúne duas vezes por mês, onze meses por ano, indiretamente fixamos um período de tempo mínimo de permanência no grau. 

Os nossos Aprendizes, quando passam a Companheiros, merecem-no! E os nossos Companheiros, quando são elevados a Mestres estão em perfeitas condições de garantir a fluente persecução dos objetivos da Loja, incluindo a formação dos Aprendizes e Companheiros. 

Nós não temos pressa...



outubro 28, 2024

A NOVA CASA - Carlos Eduardo Novaes


Meu amigo Luiz está se mudando. Mês que vem deixa a casa dos 70 e de mala e cuia se muda para a casa dos 80. Luiz pretende viver uns bons anos na nova casa, mais próxima do fim da rua.

Ele sabe que estou morando lá há mais de dois anos e perguntou-me se gostei da mudança. Ora, não se tratou de gostar ou não. Terminou meu tempo na casa dos 70 depois de 10 anos, e saí feliz porque podia ter sido despejado antes do final do contrato.

Assim como a casa dos 20 lembra uma universidade, a casa dos 60, um posto do INSS, a casa dos 80 lembra uma clínica geriátrica. Lembrava! Quando entrei na casa a primeira surpresa foi vê-la cheia de “cabeças brancas”. Na época da minha avó alcançar a casa dos 80 era uma façanha olímpica, para poucos. A segunda e maior surpresa foi ver a “rapaziada”, pulando, malhando, correndo, namorando, como se não houvesse amanhã.

De uns anos para cá a casa dos 80 foi aumentada com vários puxadinhos, para abrigar tanta gente. E não é só! Da minha janela vejo que estão reformando a casa vizinha que estava caindo aos pedaços, a casa dos 90.

Disse ao meu amigo que a casa dos 80 tem um estilo anos 40, estilo vintage, pé direito alto, esquadrias em arco, piso de tacos de madeira, cadeiras de palha e uma imponente cristaleira. Claro que precisa de cuidados e manutenção constante, muito mais do que a casa dos 30, para evitar rachaduras e infiltrações. Em compensação, amigos, tem a mais bela vista do Passado.👏🏻👏🏻

_Excelente dia e aproveitem bem a casa que habitam...

A CADEIA DE UNIÃO (análise conceitual) - Newton Agrella


A prerrogativa da promoção da "Cadeia de União" na Maçonaria obedece a um critério particular de acordo com a Potência Maçônica, bem como do Rito de que dela se vale.

Todavia, cabe destacar que ela não possui caráter universal do ponto de vista maçônico.

Interpretada de acordo com as condições circunstantes como um procedimento ritualístico seu significado simbólico está atrelado a algumas situações e ritos.

Para o *Rito Escocês Antigo e Aceito*, que se constitui amplamente, no mais praticado aqui no Brasil, a "Cadeia de União" basicamente é evocada para a transmissão da Palavra Semestral, cuja finalidade administrativa é a de conferir o nível de regularidade do Maçom, no que tange à sua frequência em Loja, porém executada de maneira litúrgica e ritualística, como herança das corporações de ofício na Idade Média, (Cantarias) onde os Maçons Operativos davam-se as mãos formando uma corrente, e conforme o Rito, cruzando ou não os braços.

Esse costume que acabou sendo adotado pela Maçonaria Especulativa e cuja prática se materializa ao encerramento dos trabalhos de Loja - no caso da transmissão da Palavra Semestral - a mesma ocorre, a partir do Venerável Mestre e se resume apenas e tão somente aos Obreiros do Quadro.

Para o Grande Oriente de São Paulo, por exemplo, o Ritual de Aprendiz para o R.'.E.'.A.'.A.'. prevê que a Cadeia de União trata-se de um adendo à Sessão Ordinária para a transmissão da Pal.'. Sem.'. podendo ocorrer somente no Grau de Apr.'.Maç.'  , 

Excepcionalmente, conforme deliberação do Venerável Mestre a Cadeia de União pode vir a ser evocada, no caso de que se entenda conveniente,  estabelecer um clima apaziguador, ou para se restaurar um ambiente de animosidade, se porventura a Sessão tenha se revestido de tensões ou adversidades.

Cabe entretanto, deixar claro que nestes casos,  a despeito da busca de um ambiente harmônico e de energias positivas, não se procedem orações, rezas, cantos ou quaisquer manifestações de caráter religioso.

São descabidas no arcabouço cultural e acadêmico maçônicos, práticas excêntricas que possam ferir a própria essência dialética da Sublime Ordem.

É inequívoco que interpretações distintas, idéias contraditórias e entendimentos difusos fazem parte da própria heterogeneidade humana, porém o Maçom deve sempre trazer consigo a marca de um Livre Pensador, apoiado antes de tudo no bom senso e no discernimento, como legítimos instrumentos de sua caminhada.

outubro 27, 2024

IN HOC SIGNO VINCIS - Sidnei Godinho


Em 27 de outubro de 312, Constantino teve uma visão, às vésperas da Batalha sobre a Ponte Milvio, onde em uma cruz, iluminada pelo Sol, apareciam as letras XP (Cristo) com a frase: In Hoc Signo Vincis (Sob Este Signo Venceras)... e a partir de então a história da humanidade ficou marcada por este *27 de Outubro*, pois ali ele iniciara sua conversão ao Cristianismo, levando consigo todo o Império Romano. 

Pela primeira vez na história, um exército era agora composto oficialmente por cristãos que guerreavam em nome de seu Único DEUS. 

Essa visão premonitória de Constantino reescreveu a história da humanidade ao conciliar, ainda que de forma singela e inicial, pagãos e Cristãos motivados por um mesmo ideal de defender e conquistar, sob o comando de um Augusto César. 

Cerca de 20 anos após este dia, fragilizado por uma enfermidade, Constantino se define como Cristão e é Batizado antes de morrer. 

Mais tarde o Imperador Bizantino declarou o Cristianismo como religião oficial romana e baniu os cultos pagãos e desde então é a religião que mais cresce no mundo. 

A maçonaria é laica no contexto da adoração, mas adota os princípios cristãos na maior parte de seus ritos praticados, sendo Teístas ou Deístas e principalmente nos graus filosóficos do REAA. 

A civilização ocidental deve grande parte da história de sua formação social àquele sonho de Constantino e à sua interpretação. 

Não basta apenas ser um oráculo, é preciso sabedoria para interpretar, humildade para se sujeitar e coragem para realizar mudanças. 

Bom Domingo de Reflexões meus sábios irmãos. 🙏 



Versos em Bom Compasso - Roberto R. Reis)

Homenagem ao Poeta Maior, Ir.'.  Adilson Zotovici.


Logo cedo, augusta inteligência,

Maquina o bem, que logo ferve;

Distinta alma, postura e verve,

Materialização da magnificência.


Singela voz, abundante paciência,

Uma caneta frenética, o bom traço;

Métrica sem igual, à luz do compasso,

Esquadrados versos de excelência.


Irmão de cultura e benemerência,

Ensina-nos a Arte Real pelo exemplo;

Cultiva o amor no imo de seu Templo,

Maçom de escol, de brilho e referência.


À unanimidade, merece a deferência,

Pela espiritualidade de seus versos;

Nesse maná divino estamos submersos,

Eles nos vivificam e nos trazem resiliência.


Tamanho o alcance de sua abrangência,

Invade o nosso âmago, o iluminando,

E os seus versos já vão desenhando

O bom caminho de nossa transcendência.


Pedimos, respeitosos, a sua anuência,

Para rogarmos vigor e saúde ao Eterno,

ELE que já escreveu seu nome no caderno

Dos maçons insignes e de quintessência...





FALAR e OUVIR - Adilson Zotovici

Creio, soneto retrata

Um ditado imorredouro

Esteio do diplomata

Aventado bom agouro


D’Arte Real que sensata

É arcano duradouro

Uma regra imediata

Ao veterano, ao calouro


É uma ação que recata

Que pode evitar desdouro

Livrar posição ingrata


Pra resumir o tesouro;

Falar, com razão, é prata...

“Ouvir, com atenção...é ouro “ !



O ATAQUE ISRAELENSE - Paulo André


São 08:15 do dia 26-10, ainda muito cedo para avaliarmos os estragos, mas dá para arriscar algum palpite, sujeito a mudanças, conforme desenrolar o dia

Primeiro ponto, em abril, O Irã disparou 313 projéteis contra Israel, em outubro mais 180, praticamente todos foram interceptados, não tivemos nenhum israelense sequer ferido

Israel deu uma resposta ontem, ao invés de misseis atacou com mais de 100 aviões, o que é muito mais arriscado, para quem ataca, uma demonstração de muita capacidade militar

Simultaneamente foram atingidos alvos na Síria ( já vinha acontecendo faz tempo, e no Iraque, mais uma novidade na batalha)

Não foram atacadas refinarias de petróleo, nem as usinas nucleares, vitória de Joe Biden, os EUA não se envolveram diretamente, mas colocaram muita ajuda a disposição de Televaviv, desde que esses alvos específicos fossem poupados, funcionou!

Mas a primeira leitura deixa algo claro, o Irã não foi capaz de causar nenhum estrago em Israel, mas Israel demonstrou capacidade de entrar dentro do território iraniano e causar muitos estragos, fica a mensagem de que se quiser, posso fazer ainda mais forte

O principal agora é o que virá a seguir, Israel pode fazer novos ataques ( a príncipio acho pouco provável), o Irã pode revidar de imediato ( havia prometido, mas acho pouco provável também)

O que farão China e Rússia, seu grande aliado foi atacado?

Na minha opinião não farão nada

Vai começar a guerra de retórica, os dois lados vão cantar vitória, mas a grande dúvida é se os iranianos vão revidar e em que escala?

Até por que os EUA  aumentaram a presença militar na região, e se descampar de vez,  acabarão intervindo

Com a palavra os Aiatolás




outubro 26, 2024

REUNIAO DA COLIGAÇÃO



Na manhã deste sábado, o VM Alexandre Lucena de minha ARLS Tríplice Aliança 341 de Mongaguá, recepcionou a reunião da Coligação das Lojas Maçônicas da Baixada Santista, que reuniu cerca de 50 mestres instalados das Lojas da região.

Sob a presidência do irmão Waldemar Cesar Rodrigues de Andrade, da Coligação, foram tratados assuntos de interesse das Oficinas como o Plano de Saúde Santa Casa, que oferece condições especiais para as Lojas associadas e em seguida, em comemoração ao Novembro Azul, o renomado urologista irmão Dr. Laércio Jeronymo Silva, atual VM da ARLS Duque de Caxias 70 apresentou notável palestra sobre as doenças da próstata, onde o tema, muito sério, foi temperado com pitadas de bom humor.

Um lauto churrasco marcou o encerramento do evento.

O ZOHAR ( LIÇÃO 1) -:Paulo André


" Era o momento do sol se por, mas o Céu estava cheio de sinais e maravilhas, o sol se tornou mais e mais brilhante, e permaneceu sem se por,a lua apareceu com toda a sua majestade, e as estrelas com seu brilho" ( Essa é a chave)

Esse é o momento em que o Mestre Shimon Ben Yochai se reune com seus discípulos, que pediram que ele enfim revelesse a todos os segredos que vinha guardando

O sábio respondeu: " Ai de mim se revelo, ai de mim se não revelo". " Quem revela seus segredos é traidor" ( Huuuummmmm.....)

O que Shimon está querendo dizer é que os segredos não devem ser dados de bandeja, é preciso ser merecido e conquistado

Mas  afinal que segredos seriam esses?

O Zohar é considerado por muitos como o mais importante livro da Cabala, e aqui vem uma grande pista

A lei, a alma da lei, e a alma da lei.

 A lei é aberta a todos, os livros sagrados estão disponíveis para quem desejar, a alma da lei é para os sacerdotes, sejam padres, pastores, rabinos etc..

Também é acessível, mas nem todos tem tempo e condições de se dedicar ao estudo

Já a alma da alma da lei, é a parte oculta, visível apenas para os realmente iniciados ( realmente iniciados é bem mais do que passar por um ritual teatral numa ordem iniciática, mas isso é outro assunto)

O Zohar tenta decifrar a alma da alma da lei da Torah, cabendo aqui uma explicação

Para as religiões, primeiro Deus, depois o messias, ( como Jesus), e tudo mais vem abaixo dele, para a cabala hebraica, primeiro Deus, depois a Torah, e tudo mais vem abaixo dela, talvez isso seja o principal motivo de divergência entre judeus e cristãos, o messias seja ele quem for, não é um Deus, e tem que se colocar abaixo da lei

Para o Ben Yochai , e creio que para a maioria dos judeus, a Torah não é apenas uma lei escrita, ela é como se fosse uma entidade viva, criada pelo próprio Deus, uma força espiritual que deve reger nosso mundo, e a grande meta é entrar em sintonia com ela, e viver sob seus auspícios

Isso seria o alvorecer de uma nova era, muito mais espiritual do que material, não subir até a Jerusalém Celestial, é sim traze-la até a Terra

E qual a chave?

Bem, no começo do texto, a metáfora de que a lua e as estrelas estão brilhando, mas o sol se recusa a ir embora, então Ben Yochai não começa seu ministério de revelações

Fica claro, a lua e as estrelas representam o novo tempo que está batendo a porta para aparecer, mas antes é preciso que o sol, vá embora, por  mais majestoso que seja, já deu seu tempo, ele tem que dar espaço

Uma era tem que dar espaço para outra, mas o sol aqui não o está fazendo, por isso não começa o tempo das revelações

Dá pra trazer isso pros dias de hoje?

Bem, é apenas a primeira lição do Zohar, e é apenas minha interpretação, temos muito mais pela frente para meditarmos


A DÉCADA PITAGÓRICA



A década pitagórica é um conceito matemático e filosófico desenvolvido pelo filósofo grego Pitágoras e seus seguidores. Ela se refere aos números de 1 a 10, que eram considerados sagrados e fundamentais para entender o universo.

Aqui está uma explicação simples sobre cada número da década pitagórica:

1. O Um (Mônada): Representa o princípio fundamental, a unidade e a origem de tudo.

2. O Dois (Díada): Simboliza a dualidade, a oposição e a relação entre dois elementos.

3. O Três (Tríada): Representa a trindade, a harmonia e a estabilidade.

4. O Quatro (Tetrada): Simboliza a estabilidade, a estrutura e a materialização.

5. O Cinco (Pentada): Representa o movimento, a mudança e a evolução.

6. O Seis (Hexada): Simboliza a harmonia, o equilíbrio e a perfeição.

7. O Sete (Heptada): Representa o mistério, a sabedoria e a espiritualidade.

8. O Oito (Ogdóada): Simboliza a abundância, a prosperidade e a renovação.

9. O Nove (Enéada): Representa a completude, a realização e a transição.

10. O Dez (Decada): Simboliza a totalidade, a perfeição e a união de todos os elementos.

Esses números eram considerados fundamentais para entender a estrutura do universo, a natureza e a vida humana. Pitágoras acreditava que a matemática era a chave para desvendar os segredos do universo.

outubro 25, 2024

ARLS ROMÃ 854 - Santos



Sob a condução do VM Airton Paulo dos Santos, participei na noite de ontem de excelente palestra ministrada pelo irmão Paulo Gercio Machado Cesar, da ARLS XI de Agosto de Itanhaém sobre as diferenças entre os ritos de Emulação e Escocês Antigo e Aceito.

A palestra mostrou a origem do Rito de Emulação na Inglaterra, as razões históricas de sua criação, as diferenças entre o Rito de Emulação e o York americano e em especial com o Rito Escocês Antigo e Aceito, os procedimentos ritualísticos, enfim uma abrangente visão sobre o Rito que é o mais praticado na pátria mãe da maçonaria, a Inglaterra.

Participaram da sessão os VV.MM. Lessandro Sant'ana da ARLS Liberdade 197 de Santos e Anderson Moreira de Mattos da ARLS XI de Agosto 656 de Itanhaém, além do irmão Francisco Navarro Rodriguez, delegado do 5o. Distrito da 8a. Região da GLESP, além de irmãos de outros orientes.






A DEFINIÇÃO DE MESTRE - Papus


Somos guiados passo a passo na nossa evolução, e os guias que nos são enviados pelo invisível vêm de diferentes planos; em linguagem mística “apartamentos”, segundo o gênero de faculdade que eles devem evoluir.

Trata-se de mestres, mas é necessário darmos a este termo, de imediato, o seu significado verdadeiro e geral, porque na nossa época de mediocracia universal, termos tão elevados como “mestre” são atribuídos, pela cortesanice dos arrivistas, a qualquer indivíduo que lhes possa ser de alguma utilidade na sua ascensão às alegrias e aos horrores materiais.

O Mestre é um guia, e ele pode devotar-se à evolução de três tipos de faculdades humanas: pode dirigir a evolução da coragem, do trabalho manual ou das forças físicas como o oficial, o mestre construtor ou o professor de boxe. É realmente um Mestre, mas este é o produto da sociedade e age sobre a porção física das faculdades humanas.

Este tipo de maestria é coroado por um enviado do plano invisível que se chama “o Conquistador” e que faz evoluir a humanidade como a febre faz evoluir as células humanas na batalha, no terror, no sacrifício e na matança em todos os planos.

O segundo tipo de maestria visa à evolução do mental humano. Ele começa pelo Mestre de escola, a quem Grosjean quer sempre retornar para chegar ao professor universitário, com todos os intermediários possíveis.

Tudo isto constitui a banda dos queridos Mestres, horda sagrada que defende justamente as suas prerrogativas e eleva diante do profano a barreira das ciências técnicas e dos exames.

Este tipo de maestria é dominado por um enviado do mundo invisível vindo do apartamento que os antigos chamavam Hermes, Trismegisto, e que chamamos pessoalmente o Mestre intelectual, caracterizado pelas luzes que projeta em todos os planos de instrução.

Acima, enfim, encontramos aquele que é o único a ter verdadeiramente direito a esse título de Mestre. É o enviado real, encarregado de evoluir as faculdades espirituais da humanidade, e ele apela a forças que bem poucos compreendem e de quem poucos ainda podem seguir as incitações. Este é aquele a quem chamamos um Mestre espiritual, que foi assim chamado por Marc Haven, no seu maravilhoso estudo sobre Cagliostro, o Mestre Desconhecido, e por Sédir, nos seus comentários sobre o Evangelho, o homem livre.

Seja qual for o nome que lhe dermos, ele chega a certo período manifestando-se abertamente, a outros períodos ocultando-se no meio dos humanos e agindo desconhecido para o bem coletivo e todos os que podem entrar em contato com ele guardam uma tal lembrança que o seu coração permanece comovido por várias encarnações.

É dele que Sédir diz, em uma das suas conferências:

Mas quando o Mestre aparece, é como um sol que se ergue no coração do discípulo; todas as nuvens se desfazem; todas as gangues se desagregam; uma nova claridade, ao que parece, se expande no mundo; esquecem-se dissabores, desesperos e ansiedades; o pobre coração tão infeliz se lança rumo às radiosas paisagens entrevistas, sobre as quais o tranquilo esplendor da Eternidade estende as suas glórias; nada mais terno lança sombras na Natureza; tudo, enfim, se concilia na admiração, na adoração e no amor”.

É aquele que provoca discípulos ardorosos ou adversários impiedosos e que recebe, como Cagliostro, cartas deste tipo:

“Eu ficaria feliz, então, se pudesse dar-lhe provas dessa afeição terna e respeitosa da qual foi penetrado, dessa afeição da alma que não sei dar e que sinto tão vivamente. A minha existência física e moral pertence a ele; que ele disponha dela como do mais legítimo apanágio… A minha mulher, os meus irmãos, os meus pais, Me du Piqueet e a sua família, que também lhe devem grandes obrigações, querem… Que o Senhor Conde de Cagliostro esteja persuadido de que fomos afetados além da expressão de tudo o que os acontecimentos imprevistos lhe fazem sofrer, e que a nossa ambição e a nossa glória estariam satisfeitas se pudéssemos encontrar ocasiões de servir-lhe de maneira útil, é a homenagem simples e espontânea dos nossos corações”.

Estas classificações, como todas as classificações humanas, são forçosamente um pouco artificiais; em geral um Mestre aborda, mais ou menos, as três categorias a que nos referimos, e como tudo no invisível é coletivo, esses enviados se prendem não a personalidades, mas a “apartamentos”. Assim, um enviado do apartamento do Cristo está sempre ligado à lei Cristal solar, o que fecha a porta invisível a todos os impostores.

É perigoso deixar-se chamar “Mestre”, porque, além da evocação dos seres de orgulho que velam ao nosso redor, isto dá àquele que aceita esse título, a responsabilidade de todos as faltas cometidas por seus auto intitulados discípulos.

Assim vosso servidor, que não passa na realidade de um pobre soldado desse exército, não tendo sequer podido nele obter os galões de cabo, fica desagradavelmente impressionado cada vez que lhe enfiam goela abaixo o título de “Mestre”.

Consolo-me imaginando que estou fazendo uma viagem à Itália. Nesse país encantador, recebe-se um título nobiliário segundo o valor da gorjeta que se distribui aos empregados dos trens; por cinquenta centavos é-se cavalheiro; por um franco, duque ou excelência; e por cinco francos, é-se pelo menos príncipe. O número de Mestres que são mestres como o viajante à Itália é príncipe, é de tal forma grande na terra, principalmente nos centros intelectuais, que o verdadeiro Mestre tem razão de permanecer desconhecido.

Permitam-me abrir um parêntesis aqui. É a propósito de uma associação misteriosa de homens evoluídos, conhecidos sob o título de “Rosa-Cruz”. Este título é um nome exotérico, cuja finalidade é ocultar o nome secreto e verdadeiro da sociedade em questão. Ora, uma multidão de ambiciosos, que nada sabem de real sobre esta sociedade, ornam-se a torto e a direito com esse nome e dizem, misteriosamente aos seus amigos e conhecidos: “Admirem-me, vejam as minhas belas plumas de pavão; não digam a ninguém: Eu sou Rosa-Cruz”.

Não falamos, bem entendido, do 18° grau do escocismo. Ora, os verdadeiros Rosas-cruzes (eles são dez, ao todo) não se dizem tal. Apresso-me a dizer que não sou um deles, mas os conheço. Eles se divertem muito em ver que o nome profano da sua sociedade ser desavergonhadamente empregado de todas as maneiras; é um pouco como um societário da Comédie-Française que vê na província um figurante se esforçando para desempenhar o seu papel e copiar o seu nome. Ele sorri, mas não se aborrece.

De onde vem este nome de “Mestre”? Na França, do latim magister que, decomposto nas suas raízes dá-nos:

MaG, fixação numa matriz (intelectual ou espiritual) do princípio A pela ciência G;I S, dominação da serpente (S) pela ciência divina (I), característica do nome de “ÍSIS”; TR, proteção pelo sacrifício de qualquer expansão (R).

Se, deixando de lado as chaves hebraicas e o tarot, dos quais acabamos de nos servir, e nos voltarmos para o sânscrito, obteremos duas palavras:

MaGa, que quer dizer “felicidade e sacrifício” com o seu derivado “Magoni“, a aurora, es Ista, que quer dizer “o corpo do sacrifício”, a oferenda.

O Mestre, o Maga Ista, ou o Magisto, o Mago, é, pois, aquele que vem sacrificar-se, que dá o seu ser em oferenda para a felicidade dos seus discípulos. Compreender-se-á agora o símbolo maçônico do Pelicano e a lei misteriosa “O iniciado matará o Iniciador”.

Antes de deixar o sânscrito, digamos que a palavra “Guru” originou a palavra francesa “Grave”; é o instrutor, aquele a quem chamamos “o Mestre intelectual”, o Grave professor, e isto não tem qualquer ligação, em geral, com o plano das forças divinas.

Fonte: Esta matéria foi republicada no nº 2, de 2001, da edição francesa de L’Initiation