fevereiro 20, 2025

SEBASTIÃO MARCONDES


O irmão Sebastião Marcondes é o atual Venerável Mestre da ARLS Mário Behring n. 19, onde tive o prazer de palestrar nesta semana. Mas temos contato de longa data porque é membro fundador de ambas as Lojas Virtuais das quais também faço parte, a Lux in Tenebris 47, da GLOMARON e a Luz e Conhecimento 103, da GLEPA e espectador assíduo de minhas palestras virtuais.

Mineiro de Andradas radicado em Brasília, Marcondes é analista de TI, jornalista e editor de livros e revistas, além de autor dos dois livros expostos na imagem, que dão a medida de seu talento aplicado à maçonaria e a fé.

Recebi os seus livros como cortesia ao final da palestra, com carinhosa dedicatória, e por serem os textos tão interessantes passarão a ser publicados também neste blog.

O IMPASSE E A EGRÉGORA - Newton Agrella


Há alguns poucos anos começou-se a ouvir com maior frequência em algumas Lojas Maçônicas, independentemente do Rito, uma palavra grega transliterada como "egrégora", cujo significado é algo inteiramente alienígena aos princípios dialéticos da Maçonaria.

Não há qualquer registro em Rituais Maçônicos dando conta a respeito da referida expressão.

O termo "Egrégora" é particularmente atinente às sociedades teosóficas e espiritualistas e de antigas doutrinas gnósticas.

O termo refere-se a uma espécie de entidade ou força extrafísica que se manifesta através de uma corrente vibratória de pensamento podendo ganhar efeito através de uma projeção de espaços e dimensões.

Nesse caso, a rigor estaríamos falando de ocultismo e não de esoterismo. 

Coisas díspares.

Há é claro, público para tudo, bem como autores que se predispõem a adotar modismos, até como forma de agradar leitores.

Talvez, e isto é apenas uma hipótese, esse culto à Egrégora, tenha surgido até como um meio de querer imprimir à chamada "Cadeia de União" - esta sim, uma verdadeira e reconhecida prática maçônica - um caráter de maior requinte.

Cumpre lembrar que a prerrogativa da promoção da "Cadeia de União" na Maçonaria, obedece a um critério particular de acordo com a Potência Maçônica, bem como do Rito de que dela se vale.

Seu significado simbólico está atrelado a algumas situações e ritos.

Para o *Rito Escocês Antigo e Aceito*, que se constitui amplamente, no mais praticado aqui no Brasil, a "Cadeia de União"  é basicamente  evocada para a transmissão da Palavra Semestral, cuja finalidade administrativa é a de conferir o nível de regularidade do Maçom, no que tange à sua frequência em Loja, porém executada de maneira litúrgica e ritualística, como herança das corporações de ofício na Idade Média, (Cantarias) onde os Maçons Operativos davam-se as mãos formando uma corrente, e conforme o Rito, cruzando ou não os braços.

Esse costume que acabou sendo adotado pela Maçonaria Especulativa e cuja prática se materializa ao encerramento dos trabalhos de Loja - no caso da transmissão da Palavra Semestral - a mesma ocorre, a partir do Venerável Mestre e se resume apenas e tão somente aos Obreiros do Quadro.

Para o Grande Oriente de São Paulo, por exemplo, o Ritual de Aprendiz do R.'.E.'.A.'.A.'. prevê que a Cadeia de União trata-se de um adendo à Sessão Ordinária para a transmissão da Palavra Semestral podendo ocorrer somente no Grau de Aprendiz - ou alguma outra intenção que o Venerável Mestre repute justificável.

Cabe no entanto deixar claro que numa evocação da Cadeia de União não é cabível qualquer espécie de "Egrégora" e tampouco que se procedam quaisquer orações, rezas, cantos ou outras manifestações de caráter religioso, divinal ou transcendental.

São descabidas no arcabouço cultural e acadêmico maçônicos, práticas excêntricas que possam ferir a própria essência dialética da Sublime Ordem.

É inequívoco que interpretações distintas, ideias contraditórias e entendimentos difusos fazem parte da própria heterogeneidade humana, porém o Maçom deve sempre trazer consigo a marca de um Livre Pensador, apoiado antes de tudo no bom senso e no discernimento, como legítimos instrumentos de sua caminhada.






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fevereiro 19, 2025

LUIZ GONZAGA DA ROCHA


 O irmão e confrade Luiz Gonzaga da Rocha, pernambucano de Pesqueira, radicado em Brasília, é um dos mais notáveis eruditos da maçonaria. Escritor, poeta, historiador e filósofo, autor de robusta obra em cada uma destas áreas.

 Na noite de ontem, ao chegar para a palestra na Loja, recebi como cortesia duas de suas obras mais recentes, com singelas dedicatórias, escritos sob o pseudônimo Abbas Al Mansour, que aparecem nas imagens acima, "Prédicas do Pai Eterno," e "Breviário do Amor e da Ironia".

Destaco a Epístola ao Leitor com a qual Abbas principia o livro Prédicas do Pai Eterno: - " Atenta, leitor, para as vantagens que te pode trazer a leitura deste e de todo e qualquer livrinho. Chamado desta forma à leitura, quem negará aos livros o direito de existir; o poder de penetrar em todas as mentes; e tornar o leitor apto a palmilhar com mais segurança o caminho que o deve conduzir à meta final; Tornar-se Divino."

Um dos diversos significados do nome Abbas é a forma abreviada do hebraico Abiah, cujo "Pai é Deus", composto do aramaico ab, Pai, e Iah, Deus.  Este vocábulo se apresenta na composição de inúmeros nomes, designando uma divindade.


ARLS 13 DE MAIO 23 - Brasília



 

   Em uma instalação de Venerável Mestre na semana passada, sentei-me ao lado de um irmão simpático e comunicativo, e fiquei sabendo que estava assumindo o Veneralato da ARLS 13 de Maio n. 23, que funciona no mesmo templo onde estávamos, mas nos dias de terça feira. Também soube que o irmão era aposentado de um alto cargo no Banco do Brasil, instituição com a qual tenho uma longuíssima relação, e onde fiz mais de 200 palestras nas Ecoas de agências por  todo o Brasil, arrecadando cerca de 60 toneladas de alimentos em retribuição às palestras. Mais ainda, o irmão Oséias Vitorino reside próximo ao local onde estou hospedado.
    A maçonaria tem esta mágica. Nos conhecemos há apenas uma semana e já somos irmãos e amigos de toda a vida. Descobrimos que temos amigos em comum e que culturalmente nossos interesses são semelhantes. Inevitavelmente veio o convite para fazer a palestra na sua Loja, na primeira sessão regular após a sua posse. 
    O irmão me acompanhou na palestra que fiz na segunda-feira na ARLS Mário Behring e ontem estive na sua Loja para realizar a apresentação "Maçonaria, de Isaac Newton à Internet". Loja pequena porém muito ativa, com grande foco em beneficência. Inclusive, a palestra gerou a doação de cinco cestas básicas para a instituição Voluntários do Amor, do qual o irmão Oseias é diretor financeiro.
    A Mostra Itinerante de livros dos acadêmicos da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras, que tenho a honra de presidir, despertou interesse.
    Desta vez não houve ágape. A noite foi encerrada com uma visita ao McDonald.
    
    

LENDAS GAÚCHAS


Quando o Rio Grande do Sul era conhecido por *Tapes*, cavaleiros portugueses andavam pelos pampas gaúchos extasiados pela imensidão pampeana que se estendia. Terra linda inóspita sendo descoberta por olhos novos.

De longe viram um grupo de cavalos pastando, mas não sabiam que tantos os Charruas como os Minuanos se escondiam no lado do cavalo ao longo do dorso e quem visse de longe só via o cavalo, rumaram para uma armadilha fatal, pois quando estavam ao alcance do índios, foram pegos de surpreso, logo lanças e flechas perfuraram os corpos dos portugueses, ficando somente um vivo e ferido, era o Manoel.

Foi levado preso para o acampamento tribal dos Minuanos, lá uma índia de nome Chalouá foi designada para cuidar dos seus ferimentos, depois de curado, seria sacrificado num ritual de lua cheia.

Como os ferimentos eram profundos, a convivência de Manoel e Chalouá, se tornou afetiva e logo ele começou a entender sua língua, nasceu o amor no coração da índia minuana, que tentou prolongar o máximo o período de cura.

Chalouá cantava um lamento, triste e chorava quando passava ervas com unguentos no corpo de Manoel, ele pediu para ela trazer um porongo grande, cortou ele lateralmente fazendo um fundo de uma viola, pediu um pedaço de pau duro e forte, então fez dele um braço da viola, tripas de avestruz para as cordas, a tampa ele fez com casca de árvore, colou tudo com uma rezina forte feita de seiva de árvore e com pedaços de pedras lascadas perfurou um buraco para ter ressonância, assim ele fez uma pequena viola, porém o cacique notou que Chalouá não queria o sacrifício do branco usurpador de terras e foi logo determinando:

- Branco tem que morrer, invasor, matador de nossa gente, seu tempo findou.

Assim na primeira noite de lua cheia seria morto num terrível ritual.

Na última noite Chalouá cantou a música mais triste que Manoel já ouviu, num lamento de dor pela perda de um amor que cresceu e fez morada no seu peito, alimentando sua alma de sonhos que jamais pensou ter.

Chegou o dia fatal, o prisioneiro foi trazido ao centro da taba, seria amarrado num tronco e espetado numa dança mortal por todos os guerreiros, porém fazia parte do ritual o prisioneiro fazer um último pedido:

- Ele pediu para Chalouá trazer a viola. – Logo ela correu para a tenda e trouxe.

- Então ele pediu como desejo escutar Chalouá cantar.

Quando ela começou a cantar, seu lamento triste, ele começou a tocar, todos os índios paravam extasiados com o som maravilhoso da viola, pois os índios amavam a música e Manoel era um exímio tocador e logo o som fez todos sentarem e falavam:

- Gau-che, gau-che - Queria dizer “gente que canta triste” e dessa forma, o Cacique não permitiu que matassem Manoel, pois queria que ele ensinasse a todos como fazer o instrumento e tocar

Assim Manoel foi salvo, o Cacique permitiu que ele morasse com Chalouá, dessa união nasceu o primeiro GAÚCHO.

Fonte: Enciclopédia Folclore Brasileiro

fevereiro 18, 2025

GOOSE AND GRIDIRON* (O GANSO E A GRELHA) - Paulo M.


É conhecido o relato segundo o qual, a 24 de junho de 1717, quatro lojas maçónicas se teriam reunido na taberna “Goose and Gridiron” (Ganso e Grelha) e aí constituído a primeira Grande Loja e eleito o seu primeiro Grão-Mestre. 

Este acontecimento é consensualmente considerado o “dia zero” da Maçonaria Especulativa. 

Não obstante a sua importância, não chegou aos nossos dias qualquer prova documental deste evento: nem uma ata (que só começaram a lavrar-se em 1723), nem uma lista, nem sequer um simples relato em primeira mão. 

De facto, o registo mais antigo de que dispomos são as Constituições de Andersen, na sua edição revista de 1738 – ou seja, 21 anos depois. 

Curiosamente, a versão original – de 1723 – nada refere a este respeito. 

Muito se especula, três séculos volvidos, quanto à precisão histórica da descrição de Andersen.

O que é certo é que, num local de Londres conhecido por St. Paul’s Churchyard (Adro da Igreja de S. Paulo), houve um edifício de cinco pisos onde esteve sediada uma associação musical chamada “The Mitre” (A Mitra). 

Numa altura em que mesmo os ricos e nobres eram frequentemente analfabetos, era quase garantido que o fosse a maioria da restante população. 

Isso levou os fabricantes de sinalética a privilegiar o uso de sinais pictóricos; por mais belo e sóbrio que pudesse ser um sinal escrito, seria inútil se a maioria da população não soubesse lê-lo. 

Estaria, por isso, afixado sobre a porta do “The Mitre” o brasão da Worshipful Company of Musicians, com o propósito de identificar aquela como uma casa de música.

As armas desta antiga e prestigiada associação musical, fundada por volta de 1500 e hoje conhecida por The Musicians’ Company, consistem num escudo encimado por uma lira, tendo o escudo, na parte superior, dois leões separados por uma rosácea, e na parte inferior um cisne de asas abertas. 

O cisne a a lira eram, nesse tempo, comummente adotados como símbolo pelas associações musicais.

Pelo início do séc. XVIII a dita associação teria entrado em declínio, altura em que no edifício passou a funcionar uma estalagem e uma taberna; esta adotou o nome de “Goose and Gridiron”

Não sabemos, em absoluto, a razão deste nome, mas é clara a ligação entre o sinal que identificava a taberna e as armas dos músicos. 

No 1º volume de “Old and New London”, de 1878, o autor, Walter Thornbury, sugere poder o nome ter sido concebido como uma paródia de “Swan and Harp”, um nome popular na altura para casas de música. 

Mais prosaicamente, oferece a sugestão alternativa de que é simplesmente uma interpretação simplória do brasão da Companhia de Músicos pendurado por cima da porta do Mitre pelos pouco sofisticados frequentadores das lojas e tabernas.

Não me custa, no entanto, imaginar um dito britânico e corrosivo recém estabelecido taberneiro, ainda sem nome nem símbolo à porta que não os dos anteriores ocupantes, quando indagado sobre se a sua casa era de música, responder que não, que aquilo era um ganso e uma grelha, e que entrassem e fossem bebendo uma cerveja enquanto esperavam pelo ganso…

O antigo edifício já não pode ser visitado: foi demolido no final do séc. XIX, época em que Londres assistiu a um grande aumento populacional. 

Já o sinal, de ferro e madeira pintada e datado do início do séc. XIX, pode ser visto no Museu de Londres.


ARLS MARIO BEHRING 19 - Brasília



No passado eu já havia visitado está ARLS Mario Behring 19, da GLDF, em algumas ocasiões. O irmão e companheiro Geraldo, amigo há mais de 20 anos trouxe consigo as primeiras edições de "O caminho da felicidade" de 2003 e de "As lições da Arca de Noé" de 2014 além da rara edição de uma obra intitulada "Uma breve história da maçonaria" que foi um presente do irmão e companheiro Dias, já falecido, que tinha uma indústria gráfica. Nunca reeditei este livro.

A convite do jovem Venerável Mestre Sebastião Marcondes, também escritor e parceiro das Lojas Virtuais desde o.seu início fiz a palestra "O caminho da felicidade" que inaugurou o seu novo templo no Condomínio Demerval Cordeiro no Guará.

Tanto a palestra quanto a Mostra Literária Itinerante da Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras despertaram grande interesse e foi um grande prazer reencontrar tantos irmãos que eu não via há anos. Na foto acima o irmão Oseias Vitorino, VM da ARLS 13 de Maio 23, onde farei palestra hoje, aparece ao lado da exposição.

A Loja se comprometeu a doar cinco cestas básicas em retribuição a palestra e ao final recebi um belo diploma e dois livros escritos pelo VM Sebastião que comentarei em outra oportunidade. A Loja também realizou o seu primeiro ágape, delicioso, na nova instalação.


fevereiro 17, 2025

NICOLAU MAQUIAVEL





Niccolò Machiavelli, nascido em 3 de maio de 1469, em Florença, Itália, foi uma figura central do Renascimento Italiano.

Apesar das dificuldades financeiras de sua família, o jovem Niccolò recebeu uma educação sólida. 

Em 1498, tornou-se Segundo Chanceler da República Florentina, destacando-se sob o patrocínio de Piero Soderini.

Machiavelli realizou missões diplomáticas e trabalhou para fortalecer a milícia florentina até 1512, quando a família Médici retomou o poder, resultando em sua demissão e breve prisão.

Durante sua aposentadoria forçada, Machiavelli escreveu suas obras mais notáveis, O Príncipe (1513) e Discursos sobre a Primeira Década de Tito Lívio (1517). 

Embora dedicados a Lourenço de Médici, esses tratados políticos não foram publicados em vida. Ele também escreveu peças teatrais, como A Mandrágora (1518) e O Asno de Ouro (1517), além de A Arte da Guerra (1521) e Histórias Florentinas (1525).

Machiavelli casou-se com Marietta em 1501, e o casal teve sete filhos. 

Ele continuou a escrever e a se envolver na vida política até sua morte, em 21 de junho de 1527, apenas um mês após a declaração de uma nova República Florentina. 

Seu legado controverso, mas duradouro, como pai da filosofia política moderna, estava apenas começando, com suas ideias moldando o pensamento político por séculos. 

#Maquiavel #Renascimento #OPríncipe

fevereiro 16, 2025

JUDAISMO E MAÇONARIA - Michael Winetzki


Palestra realizada na ARLS Liceu, de Lins, SP,  em 28/06/2021


 

SEMEAR, COLHER - Adilson Zotovici


 

Francamente não te censuro

Mas da desídia não sou compraz

E ainda assim me aventuro

Dizer-te...e minha mente em paz !


Confesso...o trabalho é duro

Com amor, dedicação, verás

O sucesso que te auguro

De valor, retorno tu terás


Que pareça embora obscuro

A luz, prudente, agora se faz

No presente planta o futuro


Por livre arbítrio...semearás

Que aqui ou após o "alto muro"

Seu fruto, decerto...colherás !


Adilson Zotovici (Sobre Gálatas 6)

fevereiro 15, 2025

ARLS RENASCENÇA 3792 - Brasilia



Embora o endereço que consta no estandarte da Loja Renascença 3792, Benfeitora da Ordem seja Sobradinho, ela funciona num dos templos do Grande Oriente do DF. Cheguei uma hora mais cedo para montar a Mostra Itinerante dos livros de nossas Academias e o irmão Wellington já estava montando a Loja.

A medida que os irmãos iam chegando fui reconhecido por alguns que já haviam assistido minhas palestras, presencial e virtualmente, e o irmão Paulo lembrou que esta era a minha terceira visita a esta Loja, embora as anteriores tenham sido há muitos anos, quando eu ainda morava em Brasília.

Embora não tenha ido com palestra marcada o simpático Venerável Mestre Fernando Machado disse, - bem já que temos um palestrante aqui, o tempo de estudos é seu. - Fiz uma rápida exposição sobre como o incêndio de Londres de 1666 criou as condições para a fundação da maçonaria especulativa inglesa e os irmãos expressaram a sua satisfação pelos ensinamentos.

É uma Loja com irmãos bem humorados e o bom humor e a alegria prosseguiram no ágape. Uma visita muito agradável.

"LAVAR A CABEÇA DE BURRO COM XAMPU" - Newton Agrella



É do ser humano se recusar a tentar entender um assunto e não admitir a hipótese de rever seus conceitos e mudar de ideia, mesmo diante da tácita demonstração de uma percepção inconsistente.

Este tipo de comportamento, muito aquém de uma atestado de opinião própria ou de uma ratificação de juízo de valores, por vezes, acaba se transformando numa ausência injustificável de espírito de consciência crítica.

Em analogia a isto, encontramos respaldo em um dito popular, que um grande amigo meu e irmão costuma se valer, que traduz com muita sutileza e maestria a imagem real de seu significado : 

"...lavar a cabeça de burro com xampu..

Nessa prosaica figura de linguagem, que se reveste de um provérbio, deparamo-nos com três situações desconcertantes:

- perde-se tempo;

- gasta-se água, e

- e não se embeleza o burro

Algo que nos deixa perplexos para dizer o mínimo.

Afinal de contas, as propriedades de que dispomos de pensar, refletir e raciocinar, são condições mais do que suficientes para que possamos criar subsídios necessários de modo a proporcionar autenticidade à noção intelectual das coisas.

O xampu está caro.

A água precisa ser utilizada com a devida parcimônia.

E finalmente o burro, bem o burro está lá, parado, estagnado no vazio de sua postura e "ruminando pensamentos" , como se pudesse entabular um exercício  filosófico para justificar sua visão caolha do mundo.

É por aí, que grande parte da banda toca, numa insistente receita monocórdica, com abordagem fatídica e inócua, em contraste com o espírito que se espera perpetrar diante de uma matéria que impõe uma visão e uma análise antropocêntrica, antes de mais nada.